A Igreja e o Reino de Deus

 

1º TRIMESTRE 2024

O CORPO DE CRISTO

Origem, Natureza e Vocação da Igreja no mundo

COMENTARISTA:  Pr. José Gonçalves

LIÇÃO 04 – A IGREJA E O REINO DE DEUS – (Mc 1.14-17)

INTRODUÇÃO

Nesta lição enfatizaremos a natureza do Reino de Deus, assinalando dois de seus aspectos: espiritualidade e santidade. Também abordaremos uma das mais sintéticas, porém abrangentes definições acerca deste Reino, que foi proferida pelo apóstolo Paulo. Há cruciantes esforços por parte do império das trevas, no sentido de deter o crescimento do Reino de Deus, porém todos eles são debaldes, uma vez que o Rei deste Reino domina sobre tudo e todos pelos séculos dos séculos.

I – A NATUREZA DO REINO DE DEUS

Dentre muitas características do Reino de Deus no tempo presente, na atual dispensação, podemos destacar a sua espiritualidade:

1.1 O reino de Deus é espiritual. Trata-se de um domínio espiritual. Deus começa a dominar a partir do coração dos seus servos (Jo 14.23), e tal domínio se dá através do Seu poder (Mc 9.1). É bom destacarmos que o referido versículo não aponta para o Reino numa perspectiva escatológica, isto é, o Reino Milenial de Cristo, embora reconheçamos que este reino também tenha o aspecto escatológico. Quando Jesus diz que muitos “veriam o Reino chegar com poder”, estava fazendo alusão ao Pentecostes, em que a Igreja foi inaugurada pelo poder do Espírito (At 1.8; 2.1-4). Não estamos falando de uma teocracia religio-política. O Reino não está vinculado ao domínio social ou político sobre as nações ou reinos deste mundo (Jo 18.36). Deus não pretende na presente era reformar o mundo mediante ativismo social ou político, da força ou de ação violenta (Mt 26.52, 53). Vale salientar que esse reino espiritual se contrapõe ao reino do maligno: Vejamos o contraste entre eles:

REINO DE DEUS (Mc 1.15)

REINO DAS TREVAS (Cl 1.13)

O rei é Deus (Mt 3.2;12.28)

O rei é Satanás (Jo 12.31; 2Co 4.4)

O rei é Santo (Is 6.3)

O rei é iníquo (Jo 8.44)

Os seus integrantes são santos (1Pd 2.9)

Os seus integrantes são ímpios (Rm 1.28-32)

Os integrantes nasceram de novo (Jo 3.3; 2Co 5.17)

Os integrantes não nasceram de novo (1Co 2.14);

A verdade é absoluta (2Tm 3.16; 1Pd 1.25; 2Pd 1.21)

A verdade é relativa (Is 5.20)

Respeita-se a lei dos homens até o ponto em que esta não fere a Lei de Deus (At 4.19; 5.29)

Cria-se leis que contrariam a Lei de Deus (Rm 1.32)

O Espírito Santo é quem domina (Jo 14.16,17)

O espírito do anticristo é quem domina (1Jo 4.3; 2Ts 2.3-7)

1.2 O reino de Deus é santo. Uma marca claríssima do Reino de Deus é a santidade. Desde o Antigo Pacto, o Senhor estabeleceu a santificação como premissa maior para sua dominação (Êx 19.5,6; Lv 11.44). Interessante assinalar que no Novo Pacto, os padrões ético-morais são ampliados pelo nosso Senhor Jesus Cristo.

1.3 O reino de Deus é passado. A nação de Israel era uma monarquia teocrática. O Senhor levantou reis para o povo judeu (Dt 17.14,15; Dt 28.36; 1Sm 10.1; 1Sm 16.13) e estabeleceu normas reguladoras de relacionamento político entre o governante e a nação (1Sm 8.10-22). O objetivo de Deus era preparar o caminho para a salvação da humanidade através da nação de Israel. Contudo, por causa dos desvios do povo judeu e da rejeição de seu Messias, Jesus Cristo, o reino divino foi-lhes retirado, ou seja, Israel na atualidade não tem mais a função de propagar o Reino de Deus (Mt 21.43; Rm 10.21; 11.23). Tal missão cabe agora à Igreja. Israel, porém, será restabelecido espiritualmente no futuro, conforme escreve Paulo (Rm 11.25-27).

1.4 O reino de Deus é presente. O Reino de Deus foi estabelecido de forma invisível na Igreja por intermédio do Rei dos reis. Na atualidade, o reino divino está presente na vida dos filhos de Deus, a saber, os salvos em Cristo. Estes foram libertos das trevas e transportados ao “Reino do Filho do seu amor” (Cl 1.13). A partir desta experiência salvífica, é possível afirmar que toda pessoa, nascida de novo em Cristo Jesus, é dirigida pelo Espírito Santo e, consequentemente, tem a sua vida governada através dos valores do Reino (Ef 2.10).  O reino divino pode ser visto nos corações e nas vidas de todos aqueles que se arrependem, crêem e vivem o Evangelho (Jo 3.3-5; Cl 1.13). Não se trata de um reino político ou material que, por definição, é transitório e passageiro, mas de uma poderosa, transformadora e eficaz operação da presença de Deus em e através de seu povo (Mc 1.27; 2 Co 3.18; 1 Ts 4.1).

1.5 O reino de Deus é futuro. O aspecto futuro do Reino de Deus está ligado ao reino milenar de Cristo sobre a terra por ocasião da sua segunda vinda em glória (1Co 15.23-25). Até mesmo a criação inanimada “espera” por esse glorioso dia (Rm 8.19-23). Durante o Milênio, predito pelos profetas do AT (Sl 89.36,37; Is 11.1-9; Dn 7.13,14), Jesus Cristo reinará literalmente na terra durante mil anos (Ap 20.4-6). E a Igreja reinará juntamente com Ele sobre as nações (Mt 25.34; Ap 5.10; 20.6; Dn 7.22). O reino milenial de Cristo dará lugar ao reino eterno de Deus, que será estabelecido na nova terra (Ap 21.1-4; 22.3-5), a Nova Jerusalém (Ap 21.9-11).

1.6 O reino de Deus é eterno. O governo do Reino. Deus criou os céus e a terra (Gn 1.1). Ele tem o governo de todas as coisas. Seu domínio, soberania e autoridade real jamais terão fim. Os reinos deste mundo são transitórios, mas o de Deus é eterno. O Deus soberano governa o mundo todo. O Eterno intervém na criação e na história, manifestando seu poder, sua glória e suas prerrogativas contra o domínio do pecado.

II – O QUE O REINO DE DEUS SIGNIFICA

Abordaremos três aspectos importantíssimos do Reino de Deus, à luz do texto de Rm 14.17, que nos diz: “porque o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo”. O Reino de Deus é muito mais do que o simples comer ou beber, mas consistia em justiça, paz e alegria.

2.1 O reino de Deus significa justiça. A base da justiça do Reino está no seu próprio Soberano, que é justo (Sl 7.11; 11.7). Esse Deus justo, justifica todos os integrantes do seu Reino mediante o sacrifício de Cristo (Rm 3.26; 5.1). Ele julga as causas de sua dominação com justiça, equidade, imparcialidade. Uma vez que fomos justificados, devemos deixar transparecer essa justiça, a fim de que o mundo injusto se maravilhe diante de um Reino justo. Numa perspectiva escatológica, o Senhor julgará os salvos, no seu Tribunal (Rm 14.10), e os ímpios também (Ap 20.11-15);

2.2 O reino de Deus significa paz. A paz que reina no Reino advém do próprio Cristo, que é o Príncipe da Paz (Is 9.6). Não se trata de uma ausência de guerras ou perturbações externas, até porque a Igreja sempre enfrentou, e ainda enfrenta, tribulações e perseguições (Jo 16.33; At 14.22). Estamos falando de uma paz interior gerada pelo Espírito Santo nos salvos em Cristo (Gl 5.22). É uma quietude incondicional, que nos leva a descansar em meio a tormenta. Destacamos os três principais aspectos desta paz: a) Paz com Deus. Alcançada através da conversão a Cristo (Rm 5.1,2; Ef 2.13-17); b) Paz de Deus (Jo 14.26,27; Fp 4.7; Cl 3.15); e, c) Paz com os homens (Rm 12.18; Ef 4.3,4; Fp 2.4). Numa perspectiva escatológica, assinalamos que o Reino Milenial de Cristo será de paz universal (Sl 72.7; Is 2.2-4).

2.3 O reino de Deus significa alegria. Referimo-nos à alegria, ao gozo cujo fundamento é Deus, e que é produzida pelo Espírito Santo (Gl 5.22). Ela é constante, perene, persistente, incondicional. Prova disso é o fato de o apóstolo Paulo ter escrito a carta aos filipenses, que ficou conhecida como a “Carta da Alegria”, de uma prisão romana. Por diversas vezes, mesmo preso injustamente, ele recomenda o regozijo para os crentes (Fp 3.1; 4.4,11,12). Diz respeito a um gozo inefável (1Pd 1.8) e abundante (Rm 15.13). Os integrantes do Reino estão ungidos com o óleo da alegria (Sl 45.7). Algumas fontes de alegria para os súditos do Reino: a) salvação (Is 61.10); b) atos poderosos de Deus (At 8.8); c) Espírito Santo (Gl 5.22); d) A presença de Deus (Lc 1.47; Sl 16.11; 122.1); e) A bênção de Deus (Sl 126.3; 1Ts 3.9); e, f) A nossa esperança (Rm 12.12; Tt 2.13).

III – O REINO DE DEUS NAS ESCRITURAS

3.1 O reino de Deus no Antigo Testamento. Apesar da expressão Reino de Deus não aparecer no Antigo Testamento, o Senhor é apresentado como o Rei de Israel (Is 43.15), da terra e de todo o universo (Sl 24; 47.7,8; 103.19). Estas e outras referências manifestam a prerrogativa soberana de Deus sobre a criação. Ele reina para sempre (Sl 29.10).

3.2 O reino de Deus no Novo Testamento. A mensagem central do ensino neotestamentário é o Reino de Deus. Este foi apregoado por João Batista (Mt 3.2) e confirmado pelo ensino de Jesus Cristo (Mt 6.33). João veio pregando no deserto: “Arrependei-vos porque é chegado o Reino dos céus” (Mt 3.2). O fato de uma pessoa ser israelita e “filho da promessa” (Gl 4.28) não lhe assegurava o direito de entrar no Reino de Deus. Era preciso produzir frutos dignos de arrependimento. Pois, as boas obras são o resultado de um autêntico arrependimento (Lc 3.8). A proclamação e a concretização do Reino de Deus foram o propósito central do ministério de ensino de Jesus. O Reino dos Céus foi o tema de sua mensagem e ensino na terra (Mt 4.17). No Sermão da Montanha, Jesus conclamou a multidão que o ouvia a buscar, com diligência e em primeiro lugar, o Reino de Deus (Mt 6.33). Ele estava ordenando a todos nós, seus seguidores, a buscar a Deus resolutamente e a fazer a sua vontade.

3.3 O reino de Deus ou Reino dos Céus. Nos evangelhos de Marcos e Lucas a expressão “Reino de Deus” aparece com frequência. Todavia, no Evangelho de Mateus, a expressão mais usada pelo evangelista (aparece cerca de trinta e quatro vezes) é “Reino dos Céus”. A maioria dos eruditos bíblicos concorda que o emprego da expressão “Reino dos Céus” foi aplicado por Mateus devido à rejeição do povo israelita ao uso indiscriminado do nome de Deus. Logo, as expressões “Reino de Deus” e “Reino dos Céus”, quando comparadas entre os Evangelhos sinóticos: Mateus, Marcos e Lucas, são sinônimos e intercambiáveis (Mt 5.3; 13.10,11; Mc 4.10,11; Lc 6.20).

CONCLUSÃO

Vimos que na dispensação presente, o Reino é espiritual e se contrapõe veementemente ao Reino de Satanás. Os súditos de Cristo estão separados moral e espiritualmente dos súditos do Maligno. Esforcemo-nos, pois, e sigamos ao Régio Dominador, uma vez que esse Reino tomará proporções universais e subjugará definitivamente todos os seus inimigos, estando nós, para sempre, ao lado do Rei dos Reis (Dn 2.34,44). Amém!

REFERÊNCIAS

  • BERGSTÉN, E. Teologia Sistemática. CPAD.
  • SOARES, Ezequias (Org.). Declaração de Fé das Assembleias de Deus. CPAD.
  • BAPTISTA, Douglas. A Igreja de Cristo e o Império do Mal. CPAD.
  • STAMPS, Donald Carrel. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

Fonte: portal rbc1/lições

O Avivamento Espiritual

1º TRIMESTRE 2023

AVIVA TUA OBRA

O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus

COMENTARISTA:  Pr. Elinaldo Renovato

LIÇÃO 01 – O AVIVAMENTO ESPIRITUAL – (2Cr 7.12-15; Ag 2.5-9)

INTRODUÇÃO

Nesta primeira lição de 2023, estudaremos sobre Avivamento Espiritual a partir das Escrituras. Definiremos o que é avivamento, abordaremos sobre a necessidade de um verdadeiro avivamento, quais as atitudes para um verdadeiro avivamento espiritual, e, por fim, estudaremos sobre os resultados do avivamento espiritual.

I – O QUE É AVIVAMENTO

1.1 Definição exegética do termo avivamento. A palavra avivamento deriva-se do verbo avivar, em hebraico “hayah” (Hc 3.2). Verbo que significa: “estar vivo, viver, manter vivo”; é usado várias vezes nas Escrituras. É usado no Antigo Testamento com o sentido de prosperar (Dt 8.1; 1Sm 10.24; Sl 22.26,27); ou para indicar que um objeto está a salvo (Gn 12.13; Nm 14.38; Js 6.17). O sentido é reviver em Ezequiel 37.5 e 1 Reis 17.22 ou curar em Josué 5.8 e 2 Reis 8.8.

1.2 Definição bíblica de avivamento espiritual. À luz das Escrituras, o despertamento espiritual faz alusão a mudança de ânimo de uma pessoa quanto ao interesse acentuado pelas coisas de Deus (Cl 3.1), por viver uma vida pautada na vontade do Senhor, ocorrendo uma verdadeira mudança interior, demonstrada pela vida prática (Rm 12.1,2; 2Co 5.17). Em relação à igreja, esse avivamento é a restauração do primeiro amor dos cristãos, resultando no despertamento, arrependimento e na busca incessante pela presença de Deus (Ap 2.4,5).

II – A NECESSIDADE DE UM AVIVAMENTO ESPIRITUAL

2.1 Ausência de entusiasmo. A falta de entusiasmo aponta para a necessidade de um despertamento espiritual. Quando se perde o prazer de se adorar a Deus (Ml 1.10-13), quando não há alegria em contribuir para a obra de Deus (Ag 1.1-6; 2Co 9.7), são sinais de um esfriamento na vida devocional, uma vez que a recomendação bíblica para o crente é que este seja fervoroso: “Não sejais vagarosos no cuidado; sede fervorosos no espírito, servindo ao Senhor” (Rm 12.11).

2.2 Ausência do lugar da adoração. No passado, alguns dos judeus haviam perdido o valor de se estar no templo, apresentando-se muitas vezes apenas para cumprir um ritual (Ml 1.6-8), mas, sem a essência da verdadeira adoração (Os 6.6; Sl 51.17), por esta e outras razões, Deus permitiu a destruição do templo de Jerusalém (Dn 1.2). No processo da restauração espiritual, uma das primeiras ações de Deus para a nação, foi a reedificação da sua casa (Ed 1.2,3), resgatando no povo o desejo pela casa do Senhor (Sl 42.2-4).

2.3 Ausência de moralidade. No período pós cativeiro. os que viviam em Jerusalém, além de estarem passando por inúmeras privações (Ne 1.3); também viviam e uma cidade em total ruína (Ne 2.17). Não havia segurança pública visto que os muros continuavam derrubados, e de igual modo, a justiça social estava comprometida bem como a vida espiritual (Ne 5.1-5; Is 1.1-6). A ruína da cidade ilustrava também a espiritualidade do povo, pois havia contraído casamento misto (Ed 9.1,2), como também, tolerando pessoas desautorizadas em posições de importância religiosa (Ne 13.1-9). Daí a necessidade urgente de um avivamento espiritual.

III – ATITUDES PARA O AVIAVAMENTO ESPIRITUAL

3.1 Priorizar a Palavra de Deus. No período do rei Josias, enquanto os trabalhadores faziam os reparos, o sumo sacerdote Hilquias encontrou uma cópia do Livro da Lei. Após ouvir o seu conteúdo, Josias “rasgou as suas vestes” (2Rs 22.8,11-b). O Registro Sagrado diz que o rei Josias: (a) achou a Palavra dentro da Casa do Senhor, por meio do sumo sacerdote (2Rs 22.8); (b) o escriba leu a Palavra diante do rei (2Rs 22.10); (c) temeu a Palavra (2Rs 22.11); e (d) agiu por causa da Palavra (escrita e profética), promovendo uma grande reforma religiosa em Judá, pois deu ouvidos à voz do Senhor (2Rs 22.11-20; 23.1-3). Não é possível haver avivamento espiritual sem os parâmetros da Palavra de Deus (Ne 8.13,18).

3.2 Oração perseverante. Todos que buscaram a Deus em momentos de decadência espiritual, ou em grande tristeza, foram por Ele atendidos, pois é compromisso do Senhor com o seu povo (2Cr 7.14). É através da oração que podemos superar toda e qualquer crise. Foi isto que fez Abraão (Gn 20.17), Isaque (Gn 25.21), o rei Josafá (2Cr 20.5-12), Paulo e Silas (At 16.25) e outros. O salmista Asafe disse: “Invoca-me no dia da angústia; eu te livrarei, e tu me glorificarás” (Sl 50.15).

3.3 Temor. Era outra característica da igreja primitiva. É interessante observar que o texto diz: “E em toda a alma havia temor…” (At 2.43a). Não era apenas em alguns cristãos, ou na maioria dos cristãos, e sim, “em toda a alma”. Nenhuma igreja poderá ser avivada, se não houver temor ao Senhor.

3.4 Desprendimento dos bens materiais. Uma igreja avivada não se apega aos bens materiais. Por isso, a igreja primitiva repartia seus bens com os necessitados, como uma prova de amor ao próximo e desprendimento dos bens terrenos (At 2.44,45; Cl 3.1-3).

3.5 Perseverança em ir ao templo. O médico Lucas diz que aqueles cristãos “perseveravam todos os dias no templo…” (At 2.46a). Isto nos ensina que uma igreja avivada reconhece a necessidade de estar na casa de Deus (Sl 122.1). É lamentável que, nos dias atuais, muitos cristãos não perseveram em ir ao templo.

3.6 Louvor a Deus. Quando a igreja é avivada, Deus é louvado no seu templo (At 2.47). Não há lugar para show e muito menos estrelismo. Uma igreja avivada ocupa-se com a genuína adoração ao Único e Verdadeiro Deus (Jo 4.23,24).

IV – AVIVAMENTO DEMONSTRADO NO A.T. E N.T.

Ao contrário dos que defendem que o avivamento é apenas fruto de Atos 2, a Bíblia demonstra que tal avivamento já era experimentado no A.T., e trazia muitos resultados, senão vejamos:

4.1 No Antigo Testamento. O AT descreve diversos avivamentos que ocorreram no meio do povo de Deus, tais como: reinado de Asa (II Cr 15. 1-15); no reinado de Joás (II Rs 11 e 12); no reinado de Ezequias (II Rs 18. 4-7); no reinado de Josias (II Rs 22 e 23); nos dias de Esdras e Neemias (Ne 8.1-18; 9.1-38), além de outros. Todos eles ocorreram em momentos de crise moral e espiritual, e tiveram como resultado:

  • Obediência aos mandamentos divinos (II Rs 18.6; II Rs 22.2; 23.3; Ne 9.38);
  • Retorno do culto ao Senhor (II Cr 15.8; II Rs 23.21-23; Ne 8.13-18);
  • Destruição dos ídolos (II Cr 15.8; II Rs 18.4; II Rs 23.4-20);
  • Arrependimento, confissão e abandono do pecado (II Rs 22.11; Ne 9.1-3);
  • Entrega de ofertas e holocaustos ao Senhor (II Cr 15.11; II Rs 11.11; 22.4-7);
  • Prosperidade espiritual (II Rs 18.6; 23.25).

4.2 No Novo Testamento. As experiências vividas na Igreja Primitiva nos revelam a plenitude do que acontece quando a igreja é avivada. Vejamos:

  • Pregação do Evangelho com ousadia, mesmo em meio às ameaças (At 4.20,29; 5.29);
  • Conversão de almas (At 2.14-42; 5.14; 8.12; 11.21);
  • Batismo com o Espírito Santo (At 8.14-17; 10.44-46; 19.1-6);
  • Milagres e maravilhas (At 3.6-9; 8.5-8; 9.32-42);
  • Dedicação a obra missionária (At 1.8; 13.1-4);
  • Ação social (At 6.1-3; 9.36).

V – RESULTADOS DO AVIVAMENTO ESPIRITUAL

  • O genuíno avivamento produz uma mudança de vida (Rm 8.15-17; 11.1-2; 2Co 5.14-17);
  • O genuíno avivamento ilumina a mente e a razão com a Palavra e com o Espírito (Pv 3.13; Cl 1.9; Tg 1.5);
  • O genuíno avivamento produz frutos do Espírito Santo (G1 5.16-26; Ef 5.18);
  • O genuíno avivamento abrange todo o ser do homem (Jr 31.31-33; Ez 36.25-28; 1Ts 5.23);
  • O genuíno avivamento produz unidade cristã (1Co 12.4-7; At 4.32);
  • O genuíno avivamento tem a oração como elemento fundamental (Rm 12.12; Cl 4.2; 1Tm 2.1-2);
  • O genuíno avivamento produz um autêntico quebrantamento (1Pd 5.6; Sl 51.112; Rm 5.1; Ef 2.16-18).

CONCLUSÃO

Concluímos que o Avivamento Espiritual é uma necessidade para os dias de hoje. Deus é o maior interessado que a Igreja seja avivada, para que ocorram muitas conversões, milagres, curas, batismo com o Espírito Santo e manifestação dos dons espirituais. Portanto, que neste trimestre não estudemos apenas sobre o tema, mas mergulhemos em uma experiência mais profunda com Deus e sua Palavra.

REFERÊNCIAS

  • RENOVATO, Elinaldo. Avia a Tua Obra. CPAD
  • SOARES, Esequias. Visão Panorâmica do Antigo Testamento. CPAD
  • SOARES, Esequias. O Ministério profético na Bíblia. CPAD.
  • STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

Fonte: portalrbc1.

Sendo verdadeiros

2º TRIMESTRE 2022

OS VALORES DO REINO DE DEUS

A relevância do sermão do monte para a Igreja de Cristo

COMENTARISTA:  Pr. OsielGomes

LIÇÃO 08 – SENDO VERDADEIROS – (Mt 6.1-4)

INTRODUÇÃO

Nesta lição, estudaremos sobre a necessidade de sermos súditos do reino, verdadeiros em intenções e ações; destacaremos também, os erros e perigos da falsa espiritualidade combatida pelo Senhor Jesus no Sermão do Monte; e, por fim, iremos ressaltar as características da autêntica espiritualidade evidenciada pelo discípulo de Cristo, e a sua devida recompensa.

I – O ERRO DA FALSA ESPIRITUALIDADE

Neste trecho do Sermão do Monte, o Senhor Jesus adverte contra a hipocrisia nas três principais atitudes religiosas do judaísmo: a) dar esmolas (Mt 6.2), b) orar (Mt 6.5), e c) jejuar (Mt 6.16). Para o judeu, a esmola era um dos mais sagrados de todos os deveres religiosos. Para alguns destes dar esmola e ser justo eram uma e a mesma coisa. No Sermão do Monte, Jesus vai mais uma vez deixar claro que, não espera dos súditos do reino, atos puramente externos, sem essência, desprovidos da verdadeira motivação, marcados pela hipocrisia, acentuando o perigo da falsa espiritualidade.

1.1 Definição do termo hipócrita. A palavra “hypokrites” é a palavra grega para: “alguém que interpreta num palco, ou um ator”. diz respeito a “um ator que usa máscaras”. O termo adquiriu o significado de “responder sobre um palco, interpretar um papel, atuar”. Desse modo, agir como hipócrita, é fingir ser o que não se é, com o intuito de enganar: “E, trazendo-o debaixo de olho, mandaram espias que se fingiam de justos, para o apanharem em alguma palavra e o entregarem à jurisdição e poder do governador” (Lc 20.20). Os religiosos da época de Jesus, profanavam a prática religiosa, transformando-a em peça de teatro, chegando ao cúmulo de atrair as multidões, que aplaudiam o espetáculo (CHAMPLIN, 2002, Vl 01, p. 319 – acréscimo nosso).

1.2 Uma advertência contra a hipocrisia. O Senhor Jesus inicia exortando: “Guardai-vos de fazer a vossa esmola diante dos homens […]” (Mt 6.1-a). O termo guardai-vos advém do grego: “prosechõ” que significa: “deter a mente, prestar atenção a; tomar cuidado com; dar atenção, prestar atenção, acompanhar, tomar cuidado com; ser devotado a; levar em consideração”. O fato de sermos solicitados a nos guardar indica que, assim como devemos fazer melhor que os escribas e fariseus (Mt 5.20), evitando os pecados do coração, o adultério do coração (Mt 5.28), e o assassinato do coração (Mt 5.22), devemos igualmente manter e seguir a justiça do coração, fazendo o que fazemos a partir de um princípio interior e vital, para que possamos ser aprovados por Deus (Mt 5.16,20), e não para sermos aplaudidos pelos homens. Isto é, devemos vigiar contra a hipocrisia, que era o fermento dos fariseus, bem como contra sua doutrina (Lc 12.1).

II – PERIGOS DA FALSA ESPIRITUALIDADE

2.1 Exibicionismo: “para ser visto pelos homens” (Mt 6.1-a). O termo hipócrita, conforme já vimos, refere-se à pessoa que faz boas obras só por aparência, não por compaixão. Suas ações podem ser boas, mas seus motivos são maus. Embora os discípulos devam ser vistos praticando boas obras (Mt 5.16), eles não devem fazê-las, como objetivo de serem vistos (2Tm 3.5).

2.2 Vangloria: “para ser honrado pelos homens” (Mt 6.2-b). O ensino que fica claro, é que os súditos do Reino não devem realizar boas obras para glória pessoal, e sim, que glorifiquem ao Pai celestial (Mt 5.16; 1Co 10.31). A auto glorificação é um erro frontal, para quem quer viver a ética do reino os céus (Jo 5.44), e não condiz com quem nutre a verdadeira espiritualidade: “Seja outro o que te louve, e não a tua boca; o estrangeiro, e não os teus lábios” (Pv 27.2).

2.3 Recompensa puramente terrena: “para receber o galardão dos homens” (Mt 6.2-c). Tal como Jesus o entendia, não pode duvidar-se que esta forma hipócrita de agir, tem em si certo tipo de recompensa. Três vezes Jesus repete a frase: “Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa” (Mt 6.2,5,16). Jesus, portanto, quer dizer o seguinte: “Se você der esmolas para demonstrar sua generosidade, você obterá a admiração de seus semelhantes, mas isso é tudo o que você receberá como recompensa”. A força plena da afirmação de Jesus é que aquele que almeja e obtém o louvor dos homens, dá virtualmente um recibo: “Totalmente pago”. Não haverá nenhum outro galardão aguardando por ele no céu: “[…] não tereis galardão junto de vosso Pai, que está nos céus” (Mt 6.2) e ainda, sofrerá de Deus penalidade (Mt 23.13,14).

III – CARACTERÍSTICAS DA VERDADEIRA ESPIRITUALIDADE

3.1 Exerce a justiça da forma correta. Quando Jesus diz: “Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita” (Mt 6.3), quer significar que nossos motivos para boas ações, devem ser puros. É fácil dar com motivos mistos, fazer algo em favor de alguém se for beneficiado de alguma maneira. Isso significa que é errado ofertar abertamente? Todas as ofertas devem ser anônimas? Não necessariamente, pois os cristãos da Igreja primitiva sabiam que Barnabé havia doado o valor recebido da venda de suas terras (At 4.34-37). Quando os membros da igreja colocavam seu dinheiro aos pés dos apóstolos, não o faziam em segredo. É evidente que a diferença está na motivação interior. Vemos um contraste no caso de Ananias e Safira (At 5.1-11), que tentaram usar sua oferta para mostrar aos outros uma espiritualidade que, na verdade, nenhum dos dois possuía.

3.2 Exerce a justiça pela motivação correta. Dar esmolas aos pobres, orar e jejuar eram disciplinas importantes para o judaísmo. Jesus não condenou essas práticas, mas advertiu que era preciso ter uma atitude interior correta ao realizá-las. Os fariseus usavam as esmolas como forma de obter o favor de Deus e a atenção dos homens, duas motivações erradas. Não há oferta, por mais generosa que seja, capaz de comprar a salvação, pois a salvação é um presente de Deus (Ef 2.8,9). Jesus diz que devemos revisar nossos motivos quanto a: a) generosidade (Mt 6.4), b) oração (Mt 6.6) e c) jejum (Mt 6.18). Não deve ser motivado pela popularidade e pelo aplauso vazio da multidão. Procuremos agradar a Deus, e desejarmos fervorosamente sua aprovação e certamente receberemos tesouros no céu (Mt 5.12; Lc 14.14).

3.3 Exerce a justiça com o propósito certo. É tolice viver em função do reconhecimento humano, pois a glória do homem não dura muito tempo: “Porque toda carne é como erva, e toda a glória do homem, como a flor da erva. Secou-se a erva, e caiu a sua flor” (1Pd 1.24). O que importa é a glória e o louvor de Deus! É muito fácil dar por reconhecimento e louvor. Para nos assegurar de que nossos motivos não são egoístas devêssemos realizar nossas boas obras quieta e silenciosamente, sem esperar recompensa (Cl 3.22,23). Estas obras não devem ser egocêntricas, a não ser teocêntricas, e não para nos fazer luzir bem, a não ser para fazer a Deus luzir bem. Jesus não disse que não deveríamos deixar que alguém visse as nossas boas obras. Ele já havia admoestado os seus discípulos: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus” (Mt 5.16). É com o propósito que ele está lidando aqui, devemos buscar a glória de Deus, não a nossa própria (Rm 11.36).

3.4 Não exerce a misericórdia por ostentação. O verbo “ostentar” significa: “mostra-se; exibir-se com aparato; alardear” (HOUAISS, 2001, p. 2089). Os fariseus eram peritos em fazer coisas para serem apresentados, e Jesus reprovou esta atitude (Mt 6.2,5,18). Lucas nos mostra que, Barnabé vendeu sua propriedade para depositar aos pés dos apóstolos, para assistir aos necessitados da igreja (At 4.36,37); Ananias e Safira, também venderam sua herdade e depositaram aos pés dos apóstolos (At 5.1-11). A obra era praticamente a mesma. No entanto, a diferença entre eles era a motivação. Enquanto Barnabé foi inspirado pelo amor; Ananias e Safira, pela ostentação e por isso foram severamente punidos (At 5.9,10).

3.5 É devidamente recompensada. O Senhor Jesus deixa claro que, quando as boas obras são realizadas pelas razões certas, ainda que não vista pelos homens, serão devidamente recompensadas: “Mas, quando tu deres esmola […] teu pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente” (Mt 6.3,4). Há promessa de retribuição para os que vivem uma vida justa e piedosa, diante de Deus e dos homens e por tudo que realizam para a glória de Deus (Mt 10.41,42; 16.27; Mc 9.41), como afirma o Senhor: “E eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo para dar a cada um segundo a sua obra” (Ap 22.12).

CONCLUSÃO

A sinceridade de coração é uma marca distintiva do autêntico discípulo de Cristo, sendo necessário este ser verdadeiro, no que diz respeito às suas intenções, bem como às suas práticas ou ações religiosas.

REFERÊNCIAS

  • ADEYEMO, Tokunboh. etal. Comentário Bíblico Africano. MUNDO CRISTÃO.
  • BARCLAY, William. Comentário do Evangelho de Mateus.
  • EARLE, Ralph. Comentário Bíblico Beacon: Mateus a Lucas. Vol 6. CPAD.
  • CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia.
  • GOMES, Osiel. Os valores do reino de Deus: A relevância do Sermão do Monte para a igreja de Cristo. CPAD.
  • STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

Fonte: portalrbc1.

O presbítero, bispo ou ancião

2º TRIMESTRE 2021

DONS ESPIRITUAIS E MINISTERIAIS

Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário

COMENTARISTA:  Pr. Elinaldo Renovato 

LIÇÃO 11 – O PRESBÍTERO, BISPO OU ANCIÃO – (Tt 1.5-7; 1Pd 5.1-4)

revista2-trimINTRODUÇÃO

Como líderes os presbíteros estão para a congregação como um pastor de ovelhas para o rebanho. Por isso, eles alimentam com a Palavra de Deus, ajudando o rebanho a crescer espiritualmente e ficando alertas contra quaisquer perigos de erro ou pecado, que seria uma ameaça para o bem-estar espiritual do rebanho (1Ts 5.14). Veremos nesta lição a definição da palavra presbítero, analisaremos sua função na Igreja Primitiva, e estudaremos também suas atribuições e deveres nas suas funções ministeriais como líder e servo de Deus.

I – DEFINIÇÃO DA PALAVRA PRESBÍTERO

De acordo com a Bíblia de Estudo Palavras-Chaves (2012, p. 2369. Nota 4245), o termo presbíteros do grego: “presbyteros” é uma forma comparativa da palavra grega: “presby” que significa: “uma pessoa experiente, madura, mais velha, anciã”. Os presbíteros tomavam parte ativa no apascentamento da igreja (At 20.28) e também no ensino, pois uma das qualidades exigidas do candidato ao presbitério era que fosse: “apto para ensinar” (1Tm 3.2). Os presbíteros constituíam um corpo auxiliar no governo da igreja, sob a presidência do pastor. Convém salientar que os ministros também se consideravam presbíteros. O apóstolo Pedro escreveu para os presbíteros que ele também era presbítero (1Pd 5.1), e o apóstolo João considerava-se ancião (2Jo 1) ou presbítero (3Jo 1) (BERGSTÉN, 1999, p. 270). Podemos dizer que os presbíteros não são pastores, mas, exercem funções pastorais.

II – O PRESBÍTERO NA IGREJA PRIMITIVA

Segundo o relato de Lucas sobre a origem e expansão do Cristianismo, os presbíteros já estavam presentes na igreja de Jerusalém (At 11.30, 14.23, 15.2,4,6-23), onde eram constituídos de cidade em cidade (Tt 1.5). Tiago e Pedro em suas epístolas gerais, dirigem-se aos presbíteros (1Pd 5.1,2; Tg 5.14). Paulo dirige-se a eles e os chama de bispos, outra palavra empregada para designar este mesmo cargo (At 20.28). Não se sabe quem eram e como foram escolhidos esses presbíteros, provavelmente pela imposição de mãos (At 6.6; 13.3; 1Tm 4.14; 5.22) mas certamente foram consagrados pela igreja sob orientação do Espírito Santo através do líder maior e conforme suas qualificações. Parece que atuavam de maneira semelhante aos anciãos das comunidades judaicas e do Sinédrio (At 11.30; 15.2-6.22-23; 16.4; 21.18). Os presbíteros são “anciãos” porque não são novatos, mas sim, mais velhos na fé e já tiveram tempo para desenvolver a sua maturidade espiritual (1Tm 3.6; 1Tm 5.17; 3.5,12).

III – OS PRESBÍTEROS COMO LÍDERES E MINISTROS DA PALAVRA

3.1 À luz do NT, o presbítero poderia ser o próprio pastor local: “Rogo, pois, aos PRESBÍTEROS que há entre vós, eu, presbítero como eles […] PASTOREAI o rebanho de Deus que há entre vós […]” (1Pd 5.1-4). “Olhai, pois, por vós, e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para APASCENTARDES a igreja de Deus […]” (At 20.28). A designação “pastor”, do grego: “poimen”, fala-nos da atividade de cuidar do rebanho, que envolvia: alimentar, guiar, cuidar (VINE, 2003, p. 856). Dessa forma, os presbíteros, do grego: “presbyteros”, literalmente: “homem idoso, ancião, os que cuidam espiritualmente da igreja”, que assim exerciam seus presbitérios, eram chamados também de “pastor” (idem, 2003, p. 396). “[…] Os presbíteros que PRESIDEM bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina (1Tm 5.17).

3.2 O pastor que na igreja primitiva “presidia”, sempre que exercia essa função, era chamado de “bispo”. A Bíblia de Estudo Pentecostal afirma em sua nota sobre “Dons Ministeriais para a Igreja” que: “Os pastores são aqueles que dirigem a congregação local e cuidam das suas necessidades espirituais. Também chamados “presbíteros” (At 20.17; Tt 1.5) e “bispos” ou supervisores (1Tm 3.1; Tt 1.17)” (STAMPS, 1995, p. 1815). Do grego: “episkopos”, literalmente, ‘inspetor’ formado de “epi”, ‘por cima de’, e “skopeo”, ‘olhar’ ou ‘vigiar’, é encontrado em At 20.28; Fp 1.1; 1Tm 3.2; Tt 1.7; 1Pd 2.25 (VINE, 2003, p. 434 – grifo nosso). Ao longo dos séculos, a atividade do presbítero caracterizou-se pelo ministério de administrar as igrejas, bem como do ensino da Palavra. Sua atividade é necessária para o bom ordenamento das atividades das igrejas locais (RENOVATO, 2014, p. 130). 3.3 O aspecto sinonímico: São usados em referência aos líderes da igreja as palavras Bispo, presbítero, ancião e pastor. Alguns aludem a 1 e 2 Timóteo e Tito como o “Manual do Pastor”, por causa das preciosas instruções e qualificações dadas ao ministério e à igreja. Em 1 Timóteo 3, há orientações muito específicas a todo aquele que aspira ao pastorado. Observe a afirmação que segue: “Para efeito de esclarecimento, os títulos bispo, presbítero ou ancião e pastor são usados intercambiavelmente na Escritura e referem-se ao mesmo ofício, mas expressam responsabilidades diferentes, como supervisão administrativa, liderança espiritual e ministério, bem como alimentar e atender o rebanho de Deus. Em Atos 20, todos os três conceitos: bispo, ancião e pastor – são usados em referência aos líderes da igreja em Éfeso (TRASK et al, 1999, p. 110).

IV – DEVERES E FUNÇÕES MINISTERIAIS DO PRESBÍTERO

A evidência bíblica indica que “bispo” é simplesmente outro termo para presbítero também (At 20.17-35; Tt 1.7). A maioria dos estudiosos reconhece isso, que na linguagem do NT o mesmo ofício na Igreja é chamado indiferentemente de bispo “episkopos” e ‘ancião’ ou presbítero “presbyteros”. Em terminologia bíblica, presbíteros pastoreiam, supervisionam, lideram e cuidam da igreja local. De acordo com o NT, os presbíteros são responsáveis por:

  • Administrar e supervisionar uma igreja local, pois são líderes na igreja (1Tm 5.17; Tt 1.7; 1Pd 5.1-2);
  • Ensinar e pregar a Palavra (1Tm 3.2; 5.17; 2 Tm 4.2; Tt 1.9);
  • Proteger a igreja de falsos mestres (At 20.17, 28-31; 1Tm 4.1; Tt 1.9);
  • Exortar e admoestar os santos na sã doutrina (1Tm 4.13; 2Tm 3.13-17; Tt 1.9);
  • Visitar e orar pelos doentes ungindo-os com óleo (Tg 5.14; At 20.35);
  • Julgar questões doutrinárias (At 15.16);
  • Dirigir igrejas (1Pd 5.2; 1Tm 5.17);
  • Apascentar e cuidar da igreja (1Pd 5.2; Hb 13.17).

O termo: “poimen” enfatiza o trabalho de pastor, pastoreador, guardião, cuidador, defensor, apascentador, alimentador das ovelhas (Ef 4.11; 1Pd 2.25). O termo: “episcopos” que significa: “bispo ou supervisor”, enfatiza o trabalho de supervisionar, cuidar, zelar, fazer funcionar bem todo a igreja local, o Corpo de Cristo (At 2.28; Fp 1.1; 1Tm 3.2; Tt 1.7; 1Pd 2.25). Os apóstolos, Paulo disse: “Olhai, pois, por vós, e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue” (At 20.28).

V – CARACTERÍSTICAS MORAIS E MINISTERIAIS DO PRESBÍTERO

Os padrões bíblicos do presbítero são principalmente morais e espirituais. O caráter íntegro é mais importante do que personalidade influente, dotes de pregação, capacidade administrativa ou graus acadêmicos, por mais que tudo isso seja também importante. O enfoque das qualificações ministeriais concentra-se no comportamento daquele que persevera na sabedoria divina, nas decisões acertadas e na santidade de vida. Há três textos bíblicos principais que apresentam, em forma de instrução e prescrição, as qualificações necessárias dos presbíteros (1Tm 3.1-7; Tt 1.5-9; 1Pd 5.1-3). O assunto é extremamente importante e sempre atual para cada igreja local. O cristão consciente sabe muito bem o quanto é valioso para a igreja ter presbíteros que satisfaçam a essas referências bíblicas. São listados a seguir algumas qualificações necessários aos presbíteros. Vejamos:

  • Irrepreensível (1Tm 3.2; Tt 1.6,7);
  • Vigilante, sóbrio, temente, honesto e moderado (1Tm 3.2; Tt 1.7,8);
  • Hospitaleiro (1Tm 3.2; Tt 1.8);
  • Apto para ensinar, sábio (1Tm 3.2; Tt 1.9);
  • Não dado ao vinho e não violento, mas moderado (1Tm 3.3; Tt 1.7);
  • Inimigo de contendas (1Tm 3.3; Tt 1.6);
  • Não cobiçoso ou avarento (1Tm 3.3; Tt 1.7);
  • Aprovado na sua família (1Tm 3.4,5; Tt 1.6);
  • Marido de uma mulher e que governe bem sua casa (1Tm 3.2; Tt 1.6);
  • Não seja neófito, ou seja, novo convertido (1Tm 3.6; Tt 1.7);
  • É preciso ser experimentado para não se ensoberbecer, obediente (Tt 1.6);
  • Ter bom testemunho (1Tm 3.7);
  • Ser “exemplo dos fiéis” (1Tm 4.12,15; Tt 2.7; 1Pd 5.3);
  • Ser Fiel (1Co 4.1,2);
  • Amigo do bem (Tt 1.8; 1Pd 5.2);
  • Ser dedicados à Palavra e ao ensino (1Tm 5.17-19).

CONCLUSÃO

Aprendemos que se algum homem deseja ser presbítero, deseja um encargo nobre e importante (1Tm 3.1). É necessário, porém, que o obreiro seja chamado por Deus e essa aspiração seja confirmada pela Palavra de Deus (1Tm 3.1-10; 4.12) e pela igreja (1Tm 3.10). A igreja não aceita pessoa alguma para a obra ministerial tendo por base apenas seu desejo, sua escolaridade, sua espiritualidade, ou porque essa pessoa acha que tem visão ou chamada. A principal missão do presbítero é servir a Deus, assim como esta também é a missão do diácono. Porém, o serviço a ser realizado pelo presbítero corresponde à administração da casa do Senhor no campo espiritual e, esta administração, é principalmente realizada pelo ensino autêntico da Palavra de Deus.

REFERÊNCIAS

  • CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
  • STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
  • RENOVATO, Elinaldo. Dons espirituais e ministeriais: servindo a Deus e aos homens com o poder extraordinário. CPAD.
  • BERGSTÉN, Eurico. Introdução à Teologia Sistemática. CPAD.
  • TRASK, Thomas E. et all. O pastor pentecostal: um mandato para o século XXI. CPAD.
  • VINE, W. E.et al. Dicionário VINE: o significado exegético e expositivos das palavras do AT e NT. CPAD.

Fonte: portalrbc1.

Os atributos do ser humano

1º TRIMESTRE 2020

A RAÇA HUMANA

Origem, queda e redenção

COMENTARISTA:  Claudionor de Andrade

LIÇÃO 04 – OS ATRIBUTOS DO SER HUMANO – (Rm 12. 1-10)

 INTRODUÇÃO

Nesta lição, definiremos a palavra “atributo”; notaremos a diferença entre os atributos Divinos comunicáveis e incomunicáveis; e por fim, estudaremos a espiritualidade, a racionalidade, a sociabilidade e a liberdade humana como exemplos de atributos concedidos por Deus ao homem.

I – DEFINIÇÃO DA PALAVRA ATRIBUTO

1.1 Conceito da palavra atributo. O dicionarista Antônio Houaiss define atributo como: “o que é próprio e peculiar a alguém ou a alguma coisa, qualidade, característica, o que é próprio de um ser, emblema definitivo, característica, propriedade, particularidade, peculiaridade, traço, faculdade, individualidade, singularidade, distinção, estilo” (2001,p. 340). Sempre que falamos em atributos nos lembramos logo do nosso Deus, que é o doador de todas as capacidades que temos (Gn 1.27-28), por ser ele possuidor de tudo (Sl 24.1).

1.2 Os atributos Divinos. Para que não haja confusão na compreensão dos atributos humanos é necessário entender os Divinos. Podemos entender os atributos divinos em duas classes: (1) Atributos Incomunicáveis. São aqueles que pertencem única e exclusivamente a Deus. Notemos alguns: (a) eternidade (Sl 45.6; 90.2; 93.2; Is 40.28; 57.15); (b) onipresença (Sl 139.7-12; At 17.27,28: Jr 16.17; 23.24; Am 9.2,3); (c) onisciência (1Jo 3.20; Sl 147.5); e, (d) onipotência (Gn 17.1; 18.14; Jó 42.2; Sl 62.11; Lc 1.37); e (2) Atributos Comunicáveis. São aqueles que podem e são encontrados no ser humano. Notemos alguns: (a) santidade (1Pd 1.15,16; Tg 1.13); (b) justiça (Gn 18.25; Dt 27.25; Sl 15.5; Jr 22.3); (c) fidelidade (Êx 34.6; Nm 23.19; Dt 4.31; Hb 6.18; 10.23); (d) amor (2Co 13.11; Ef 2.4; 2Ts 2.16; 2Co 9.7; 1Jo 4.8,16). Deus nos quis dotar de características do seu ser, para que assim pudéssemos ser chamados “imagem e semelhança” (Gn 1.26). Os atributos de Deus são singulares e perfeitos. Só Ele os tem de modo absoluto (BERGSTÉN, 2016, p. 22).

II – A ESPIRITUALIDADE COMO UM ATRIBUTO HUMANO

Deus, que é espírito (Jo 4.24), criou o homem com uma parte espiritual, isto é, com alma e espírito. Essa parte espiritual é invisível e imaterial, conhecida como “o homem interior”, e habita no corpo, que é “o homem exterior” (2 Co 4.16) (BERGSTÉN, 2016, p. 127). O “espírito” é considerado um poder sublime que estabelece os seres humanos na dimensão espiritual e os capacita à comunhão com Deus (HORTON, 2011, p. 248). Vejamos algumas considerações sobre a realidade espiritual do ser humano:

2.1 O espirito humano não-regenerado. O espírito do homem não-crente é morto, isto é, separado de Deus (Ef 2.1-5; Lc 15.24,32; 1Tm 5.6). Ele é dominado pelos seus pecados e concupiscências (Ef 4.17-22; Tt 1.15).

2.2 O espirito humano no processo de regeneração. Na salvação, o espírito do homem é vivificado (Ef 2.5; Cl 2.13). Um despertamento começará no seu espírito quando o Espírito Santo o convencer do seu pecado, e da justiça e do juízo de Deus (Jo 16.8-10).

2.3 O espirito humano regenerado. Agora ele pode comprovar de maneira mais clara, que Deus é bom (Sl 34.8), e com o seu espírito adorar ao Senhor em verdade (Jo 4.23) e orar em espírito (1Co 14.15,16), e o Todo poderoso dará ao espírito do novo crente a inspiração divina que o faz entendido (Jó 32.8) (BERGSTÉN, 2016, p. 132 – acréscimo nosso).

III – A RACIONALIDADE COMO UM ATRIBUTO HUMANO

Racionalidade humana é o processo pelo qual agimos com objetivos reais e corretos, agir racionalmente é ter uma perspectiva das consequências que nossas ações podem ter. Deus é um ser racional. Logo, há perfeita harmonia entre a genuína razão e a fé bíblica. Ele nos criou assim para que pudéssemos desfrutar de comunhão com Ele. “De acordo com a Bíblia Sagrada o mais razoável e lógico dos livros, a razão é o instrumento com que o Criador nos dotou, afim de administrarmos o universo visível” (ANDRADE, 2019, p. 63).

3.1 A racionalidade humana. Através da razão podemos: a) cooperar com Deus (Gn 2.19; 1Co 3.9); b) adorá-lo racionalmente (Rm 12.2); c) perceber sua existência (Rm 1.19,20); e, d) apreciar sua criação (Sl 19.1). Se Deus não fosse um ser racional, nós também não o seríamos, porquanto Ele nos criou segundo à sua “imagem e semelhança”. E, nessa semelhança e imagem, encontra-se, logicamente, o atributo da racionalidade. Doutra forma, a comunhão da criatura com o Criador seria impossível (ANDRADE, 2019, p. 64).

IV – A SOCIABILIDADE COMO UM ATRIBUTO HUMANO

Ao observarmos Gênesis 2.18, poderemos compreender que Deus não viu como algo bom a solidão. Sendo assim podemos inferir que a realidade humana é de convívio social. Para que o homem não estivesse só Deus projetou a família (Gn 2.22-24). Sobre a sociabilidade humana destacaremos apenas a realidade da família que deve ser vivenciada pelo ser humano nos moldes divinos, pois acreditamos que através dela Deus pode mudar toda a sociedade, além de que nela que o ser humano pode encontrar o que precisa para saciar sua sociabilidade. Biblicamente, podemos dizer que a família é o sistema social básico, instituído por Deus no Éden, para a constituição da sociedade e perpetuação da raça humana (Gn 2.18-24). Sem dúvida, a família faz parte do projeto divino visando a felicidade dos seres humanos (Sl 128). Já o lar, do latim “lare” é o ambiente onde vive a família. É no lar que marido, mulher, pais e filhos, encontram o ambiente adequado para amadurecer, conviver e compartilhar seus sentimentos. Vejamos a importância da família em seus aspectos sociais:

4.1 A sociabilidade entre os cônjuges. É no seio da família que marido e mulher passam a conviver juntos e aprendem a suportar e a perdoar mutuamente (1Co 13.7; Cl 3.12,13); a ter paciência (Rm 5.3; 1Co 13.7); a lidar com os problemas do dia a dia (Gn 16.1-6; 27.1-46; 30.1); de forma que o lar contribui, não só para o amadurecimento do casal, como também, para o ajustamento de ambos.

4.2 A sociabilidade entre os filhos. O lar é o ambiente onde os filhos se sentem seguros e felizes, junto aos pais, onde recebem amor, carinho, proteção e educação cristã (Dt 6.1-8; Pv 22.6; Ef 6.1-4; 2Tm 1.5,6), e também aprendem, desde cedo, a serem responsáveis e a se prepararem para o futuro (2Tm 1.5,6; 3.14-17).

4.3 A sociabilidade entre a Igreja. É possível existir família sem igreja, mas não existe igreja sem família. Uma igreja não pode ser forte, viva e santa com famílias fracas na fé ou espiritualmente mortas (1Co 3.1-3;5.1-13; 6.9-11). Quando a família cristã vive em paz e harmonia no lar, a Igreja também é beneficiada, pois, estando em paz com Deus e com os seus, a família passa a viver em comunhão com os irmãos (Sl 133; At 2.42; Rm 12.18).

4.4 A sociabilidade entre a sociedade. A sociedade é composta por famílias. Logo, famílias estruturadas geram sociedades estruturadas; e, consequentemente, famílias desestruturadas geram sociedades desestruturadas. É por esta razão que Satanás investe tanto contra os lares (Gn 3.1-5), pois, desestabilizando-as, ele desestruturará também a sociedade. A sociedade só poderá ser forte e equilibrada, se as famílias também estiverem assim.

V – O LIVRE-ARBÍTRIO COMO UM ATRIBUTO HUMANO

“Entende-se por livre-arbítrio a liberdade que o ser humano tem de fazer escolhas, tornando-se, consequentemente, responsável por elas e por seus respectivos resultados […]. O poder humano de fazer escolhas é o primeiro assunto de que trata a Bíblia Sagrada […]. O livre-arbítrio é inerente ao homem, o qual não poderia ser julgado, jamais, se as suas decisões fossem involuntárias, e ele fizesse o que não desejasse pelo fato de ser movido por uma força estranha, alheia à sua consciência e vontade” (BRUNELLI, 2016, pp. 293,295). A Declaração de Fé das AD diz: CREMOS, professamos e ensinamos que o homem é uma criação de Deus […], dotado por Deus de livre-arbítrio, ou seja, com liberdade de escolher entre o bem e o mal […] essa escolha continua mesmo depois da queda no Éden (Jo 7.17). Deus dotou Adão do livre-arbítrio com o qual ele era capaz tanto de obedecer quanto de desobedecer ao Criador (SOARES, 2017, pp. 77,99). Vejamos a realidade Bíblica do livre arbítrio.

5.1 O livre-arbítrio nas Escrituras. Tanto no AT quanto no NT a doutrina do livre-arbítrio é claramente defendida, e apesar da expressão “livre-arbítrio” não estar na Bíblia de maneira explícita em diversas passagens do AT podemos ver que Deus dá o poder de escolha ao ser humano (Gn 2.16,17; 4.7; Dt 28.1; 30.15,19; Js 24.15; 2Sm 24.12; Jz 5.2; 1Cr 28.9; 2Cr 15.2; Ed 7.13; Ne 11.2; Sl 119.30; Is 1.19,20; Jr 4.1). Também podemos encontrar várias referências que nos demonstra o livre-arbítrio no NT (Mt 3.2; 4.17; 16.24; 23.37; Mc 8.35; Lc 7.30; Jo 1.11; 5.40; 6.37; 7.17; 15.7; At 3.19; 17.30; Rm 10.13; 1Tm 1.19).

5.2 O livre-arbítrio antes da Queda. O poder da livre-escolha faz parte do desígnio de Deus para a humanidade, como sendo a sua imagem e semelhança (Gn 1.27). Adão e Eva receberam o mandamento para multiplicarem a espécie humana (Gn 1.28) e se absterem de comer do fruto proibido (Gn 2.16-17). Estas duas responsabilidades implicam na capacidade de respostas. O fato deles deverem fazer estas coisas, implicava que eles poderiam fazê-las (Gn 3.6). A condenação de Deus para a atitude deles deixa claro que ambos eram moralmente livres para tomar a sua decisão (Gn 3.11,13) (GEISLER, 2010, p. 108).

5.3 O livre-arbítrio depois da Queda. Mesmo depois de haver pecado e se tornado espiritualmente “morto” (Gn 2.17; cf. Ef 2.1) e, portanto, um pecador, em função da sua natureza pecaminosa (Ef 2.3), Adão não se tornou tão completamente corrompido a ponto de não mais ouvir a voz de Deus e poder responder de maneira livre (Gn 3.9-10). A imagem de Deus foi obscurecida, mas não completamente erradicada pela Queda; ela foi corrompida (afetada), mas não eliminada (aniquilada). Na verdade, a imagem de Deus (que inclui o livre-arbítrio) ainda permanece nos seres humanos (Gn 9.6; Tg 3.9). Até mesmo a nossa cegueira espiritual é resultado da nossa decisão de não acreditar (Rm 6.16) (GEISLER, 2010, p. 109).

CONCLUSÃO

Deus nos criou para sua gloria. O pecado manchou e deturpou a criação humana, mas nosso Deus por seu infinito amor arquitetou um lindo projeto de restauração. Devemos usar os atributos concedidos a nós para glorificá-lo e levar outros a entender a importância de servi-lo e amá-lo.

REFERÊNCIAS

  • ANDRADE, Claudionor correia. A RAÇA HUMANA, Origem, Queda e Redenção. CPAD
  • BERGSTÉN, Eurico. Teologia Sistemática. CPAD
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Fonte: www.redebrasil.com.br