Desenvolvendo uma consciência de santidade

2º TRIMESTRE 2024

A CARREIRA QUE NOS ESTÁ PROPOSTA

O caminho da salvação, santidade e perseverança para chegar ao céu

COMENTARISTA:  Pr. Osiel Gomes

LIÇÃO 10 – DESENVOLVENDO UMA CONSCIÊNCIA DE SANTIDADE (1Pd 1.13-22)

INTRODUÇÃO

Estamos caminhando para o final de nossa jornada, e na aula de hoje precisaremos analisar o desdobramento mais importante desde o dia em que resolvemos andar com Cristo: manter-se ao seu lado na caminhada. Hoje estudaremos sobre Santidade e seus desdobramentos. Veremos nesta aula a perspectiva bíblica e teológica da santidade, seus estágios e o porquê devemos viver em santidade.

I – A SANTIDADE À LUZ DA BÍBLIA

1.1 Definição do termo. O substantivo “qodesh”, que se traduz como “santidade”, bem como a palavra grega “hagiosyne”, significam basicamente: “estado de separação do que é comum ou impuro; é a característica do que é consagrado exclusivamente a Deus” (Lv 20.24-26; At 6.13; 21.28; 1Ts 3.13) (WYCLIFFE, 2012, p. 1760 – acréscimo nosso). Segundo Jones (2015, p. 76): o substantivo “qodesh” é usado como raiz das demais formas, incluindo a forma verbal, “qodash”, normalmente traduzida por “ser santo”, “santificar” ou “consagrar”. Santidade e o adjetivo santo ocorrem mais de 900 vezes na Bíblia (TYNDALE, 2015, p. 1656), ficando clara a importância dada pelas Escrituras a tal doutrina.

II – A NATUREZA DA SANTIDADE

A Bíblia mostra claramente a necessidade de vivermos uma vida santa por meio de várias exortações (Rm 13.13,14; Ef 4.17-24; Fp 4.8,9; Cl 3.5-10). A responsabilidade do crente quanto à santificação, é destacada pelo escritor aos Hebreus (Hb 12.14-a) (CHAMPLIN, 2002, p. 647). Sobretudo, a necessidade de uma vida santa é vista ao afirmar que: “[…] sem a santificação ninguém verá ao Senhor” (Hb 12.14-b). A vontade de Deus tem sido sempre de que seus filhos reflitam seu caráter (Tt 2.14). A palavra “santo” tem os seguintes sentidos. Notemos:

2.1 Santidade é uma ordem divina. Sendo Deus Santo exige dos seus filhos a santificação (Lv 11.44; Lv 19.1, 2; Lv 20.6; 1Pe 1.16). Santidade é o alvo e o propósito da nossa eleição em Cristo (Ef 1.4); significa ser semelhante a Deus, ser dedicado a Deus e viver para agradar a Deus (Rm 12. Ef 1.4; 2.10). A perfeita obra de Deus realiza uma santidade real que conforma ao padrão de Deus (Rm 8.3-4; 1Pe 1.15-16).

2.2 Santidade é separação. A palavra descritiva da natureza divina é santidade, e seu significado primordial é “separação” (Lv 20.24,26; Is 52.11; Ml 3.18); portanto, a santidade representa aquilo que está em Deus, que o torna separado de tudo quanto seja imundo ou pecaminoso. Quando Ele deseja usar uma pessoa ou um objeto para seu serviço, ele separa essa pessoa ou objeto e em virtude dessa separação tomam-se “santo” (2Co 6.14,15; 2Tm 2.21).

2.3 Santidade é consagração. No sentido de viver uma vida santa e justa, em conformidade com a palavra de Deus e dedicada ao serviço divino; o cristão passa a viver em busca da remoção de qualquer impureza que impossibilite esse serviço. Sendo assim, Deus deu ao seu povo, a nação de Israel, o código de leis de santidade que se acham no livro de Levítico. Entendemos então que o padrão de vida de um povo que busca a santificação é viver uma vida de consagração (2Co 6. 16b). A santificação é praticada e aplicada ao viver diário do crente (Pv 4.18; 2Co 3.18; 7.1; 2Pe 3.18), é a santificação vivencial (2Co 7.1; Hb 12.14).

2.4 Santidade é dedicação. Santificação inclui tanto a separação de”, como dedicação a” alguma coisa; essa é a condição dos crentes ao serem separados do pecado e do mundo e feitos participantes da natureza divina, e consagrados à comunhão e ao serviço de Deus por meio do Mediador. Israel é uma nação santa, por ser dedicada ao serviço de Jeová (Êx 19.6); os levitas são santos por serem especialmente dedicados aos serviços do tabernáculo (Nm 8.6-26). A palavra “santo” quando referente aos homens ou objetos, expressa o pensamento de que esses são usados no serviço divino e dedicados a Deus, no sentido especial de serem sua propriedade (2Co 6. 17,18).

2.5 Santidade é purificação. Embora o sentimento primordial de “santo” seja separação para serviço, inclui também a ideia de purificação. O caráter de Deus age sobre tudo que lhe é consagrado. Portanto, os homens consagrados a ele participam de Sua natureza. As coisas que lhe são dedicadas devem ser limpas e puras (2Co 7.1) Sendo assim, entendemos que pureza é uma condição de santidade (1Jo 3.3). A santidade é a marca característica de um verdadeiro servo de Deus, tanto no AT, pois, o caráter santo de Deus deveria ser refletido na vida de Israel (Lv 11.44; Nm 15.40), como no NT, onde nos é dito que a nossa santificação é a vontade direta e perfeita de Deus para nós (1Ts 4.3).

III – A NECESSIDADE DE UMA VIDA SANTA

A Bíblia mostra claramente a necessidade de vivermos uma vida santa por meio de várias exortações (Rm 13.13,14; Ef 4.17-24; Fp 4.8,9; Cl 3.5-10). No processo da santificação progressiva o homem não é de todo passivo como na regeneração, antes, os cristãos recebem a ordem de mortificar os desejos da carne (Rm 8.13), nesse texto, Paulo indica que é pelo Espírito que fazemos isso, porém, diz que a atitude é nossa (Cl 3.5). A responsabilidade do crente quanto à santificação, é destacada pelo escritor aos Hebreus (Hb 12.14-a), ao usar o termo “segui”, do grego “dioko”, que significa: “perseguir, pressionar, correr após, esforçar-se por”, palavra usada figuradamente para indicar uma busca moral e espiritual bem definida, tendo um alvo em vista (Champlin, 2002, p. 647). Sobretudo, a necessidade de uma vida santa é vista ao afirmar que: “[…] sem a santificação ninguém verá ao Senhor” (Hb 12.14-b), ficando claro que os que se moldam às paixões da carne e do mundo, tornam-se reprováveis diante de Deus, não podendo estar em sua presença (Sl 15.1-5; 24.1-3; Mt 5.8; Gl 5.19-21; Ap 21.8; 22.14,15). A vontade de Deus tem sido sempre de que seus filhos reflitam seu caráter (Tt 2.14), revelando sua identificação com Cristo (Rm 8.29-30; 2Co 3.18; 7.1; Gl 4.19; Ef 1.4; 2.10; 4.13; 1Ts 3.13; 4.3,7; 5.23).

IV – A ABRANGÊNCIA DA SANTIFICAÇÃO

4.1 A santificação como marca de uma vida guiada pelo Espírito. Para um cristão cuja vida é consagrada a Deus, a divisão entre “secular” e “sagrado”, em certo sentido não são duas coisas diferentes. Ao viver para a glória de Deus, a vida do servo de Deus em todos os aspectos deve ser marcada pela santidade, como exorta o apóstolo Pedro: “[…] em toda a vossa maneira de viver” (1Pd 1.15; ver Sl 103.1; 1Ts 5.23). Nenhum aspecto da nossa vida está excluído desse imperativo divino, até mesmo atividades comuns, como comer e beber, devem ser realizadas para a glória de Deus, como afirma o apóstolo Paulo: “Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus” (1Co 10.31). Semelhantemente o apóstolo Paulo nos encoraja a nos manter puros no corpo e no espírito (2Co 7.1; ver 1Co 7.34). Sendo assim, nosso procedimento deve resplandecer o caráter de Deus, a santidade daquele que nos chamou por Seu Filho para a salvação (Rm 8.29; Ef 1.4) (Lopes, 2012, p. 50 – acréscimo nosso).

V – CARACTERÍSTICAS DE UMA VIDA SANTA

Segundo Perlman (2009, pp. 255,256 – acréscimo nosso), são meios divinamente estabelecidos para a santificação do homem: o sangue de Cristo (Hb 10.10,14; 13.12; 1Jo 1.7), o Espírito Santo (1Co 6.11; 2Ts 2.13; 1Pd 1.1,2; Rm 15.16) e a Palavra de Deus” (Sl 119.9; Jo 17.17; 15.3; Ef 5.26; Tg 1.23-25; 1Pd 1.23), que atuam interna e externamente. Notemos algumas características relacionadas a uma vida santa:

5.1 Desprendimento (1Pd 1.13-a). Os povos do oriente usavam túnicas longas, e quando desejavam andar mais rápido ou sem impedimento, prendiam a túnica com um cinto (Êx 12.11). A imagem é a de um homem que prende as pontas do manto a seu cinto, ficando livre, assim, para correr. Aos que desejam viver uma vida piedosa, devem se abster de tudo que sirva de atrapalho em sua caminhada: “[…] deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta” (Hb 12.1), evitando qualquer distração que impeça a sua conduta (2Tm 2.4), ocupando a mente com o que de fato é puro (Fp 4.8).

5.2 Obediência e reverência (1Pd 1.14,17). Antes da conversão a Cristo o homem por natureza, é filho da desobediência (Ef 2.2). O apóstolo Pedro ressalta que agora, após a experiência da salvação, não podemos mais viver nas práticas do passado que determinavam o nosso modelo de vida (1Pd 1.14,15); “não vos amoldeis” significa não entrar no esquema, no modelo. Originalmente, a palavra significava assumir a forma de alguma coisa, a partir de um molde de encaixe, os cristãos são chamados a “mudar de forma”, e a assumir o padrão de Deus (Rm 12.2), vivendo respectivamente de maneira reverente, ou seja, tendo a atitude de quem fala cada palavra, cumpre cada ação e vive cada momento consciente de Deus tendo consciência de que nossas atitudes serão julgadas pelo justo juiz (Dt 10.17; Rm 2.11; 1Pd 4.17).

5.3 Amor sincero (1Pd 1.22). A vida santa também tem como marca a prática do amor sincero, e isto Pedro afirma como resultado da regeneração: “[…] amai-vos, de coração, uns aos outros ardentemente, pois fostes regenerados […]” (1Pd 1.22,23 – ARA). Esse amor esperado é o que evidencia que passamos da morte para a vida (1Jo 3.14), e caracteriza o verdadeiro discípulo de Jesus (Jo 13.35; ver Rm 12.9; 1Jo 3.18). O amor é a marca do cristão, pois é a evidência mais eloquente da nossa salvação (LOPES, 2012, p. 58).

CONCLUSÃO

A Palavra de Deus, como regra de fé e prática do cristão, descreve os princípios divinos que direcionam e guiam a vida do verdadeiro servo de Deus, independente de sua cultura, status social e época. Para os que desejam agradar a Deus, devem entender a necessidade de ter como estilo de vida, a santidade.

REFERÊNCIAS

  • ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.
  • CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
  • JONES, Landon. O Deus de Israel: na teologia do Antigo Testamento. HAGNOS.
  • LOPES, Hernandes dias. Comentário Expositivo 1 Pedro: Com os pés no vale e o coração no céu. HAGNOS.
  • PEARLMAN, Myer. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia. VIDA.

Fonte: portal rbc1/lições

Santidade ao Senhor

  FLAG SPAINFLAG RUSSIANFLAG USAFLAG FRANCEFLAG GREECEFLAG GERMANYFLAG KOREANFLAG JAPANFLAG ITALYFLAG ISRAELFLAG CHINAFLAG INDIA

3º TRIMESTRE 2018

ADORAÇÃO, SANTIDADE E SERVIÇO

Os princípios de Deus para sua igreja em Levítico

COMENTARISTA: Pr. Claudionor Correa de Andrade

LIÇÃO 05 – SANTIDADE AO SENHOR – (Lv 20.1-10)

INTRODUÇÃO

Nesta lição estudaremos a definição etimológica da palavra santidade, bem como seu conceito exegético; veremos a santidade na vida do sumo sacerdote, em Israel e no livro de Levítico; pontuaremos a Trindade como base da santidade na Bíblia, por fim, concluiremos mostrando a natureza da santidade.

I – DEFINIÇÃO DA PALAVRA SANTIDADE

1.1 Definição etimológica. No AT o adjetivo “santo” e seus derivativos ocorrem mais de 900 vezes na Bíblia (TYNDALE,2015, p. 1656), o livro inteiro de Levítico, é devotado ao assunto desta palavra, ficando clara a importância dada pelas Escrituras a esta doutrina. A palavra no hebraico para santidade significa: “cortar, separar”. Basicamente santidade é: “o corte para separação”. Pode-se dizer ainda que santidade é: “o estado de corte e separação do que é impuro; é a característica do que é consagrado exclusivamente a Deus” (Lv 20.24-26). O princípio de corte ou separação no AT é aplicado em termos gerais em relação a Deus (Lv 19.2), a objetos (Êx 30.28,29), e a pessoas (Lv 8.12). Levítico tem o objetivo singular de convocar o povo de Deus para a santidade pessoal (Lv 20.26). A palavra “santo” é usada em Levítico mais do que nos outros livros da Bíblia. Embora em Levítico o termo seja utilizado mais para coisas e lugares, é também empregado para descrever o Senhor e, com certa frequência, o povo do Senhor é instruído a ser santo (Lv 11.44; 19.2; 20.7) (ELISSEN, 2010, pp. 38,39 – acréscimo nosso).

1.2 Definição exegética. No AT o conceito de santidade é expresso por três palavras principais: O verbo qadash aparece com o sentido de “separar, consagrar, santificar”. Na primeira ocorrência do termo em Gênesis 2.3 significa “declarar algo santo, estado daquele que é reservado exclusivamente para Deus” (Êx 13.2; 20.8). O substantivo “qodesh” tem o significado de “separação, consagração, santidade”. É empregada para descrever tanto o que é separado para o serviço exclusivo a Deus (Êx 30.31), quanto o que é usado pelo povo de Deus (Is 35.8; Êx 28.2, 38). Já o adjetivo “qadosh” é o vocábulo mais difundido entre os estudantes das Escrituras Sagradas e aponta para o que é: “santo, sagrado” (HOLLOMAN, 2003, p. 25).

II – O LIVRO DE LEVÍTICO E A SANTIDADE

O livro de Levítico servia de uma espécie de código de santidade, com inúmeras leis pessoais, rituais e cerimoniais, cuja finalidade é promover e tipificar a santidade. Ali são tratadas todas as questões de moralidade prática e pessoal, e não apenas questões cerimoniais. Lendo Levítico espera-se que o povo de Deus seja honesto e veraz (Lv 19.11,36), respeitoso aos seus pais (Lv 19.3), respeitoso aos idosos (Lv 19.32), tratando os servos com justiça e equidade (Lv 19.13), amando ao próximo (Lv 19.33,34), mostrando-se generoso para com os pobres (Lv 19.10,15), ajudando aos fisicamente incapacitados (Lv 19. 14), mostrando-se sexualmente puro (Lv 18.1-30; 20.1-21) e evitando as superstições (Lv 19.26,31; 20.6).

2.1 O Sumo sacerdote e a santidade. Ouro na Bíblia sempre fala de pureza e santidade, nas vestimentas sacerdotais da Antiga Aliança com toda sua tipologia, vamos encontrar um símbolo da Santidade de Deus (Êx 40.13; Lv 16.4,32). O Sumo Sacerdote “kohen gadol” além de roupas especiais, deveria ter sempre uma lâmina (uma testeira como uma espécie de arco ou tiara) de ouro puro na testa, com a inscrição “Santidade ao Senhor” por cima da mitra (um tipo de chapéu), atada com um cordão azul, exatamente como Deus ordenou a Moisés (Êx 28.36; 39.30-31) para lembrar Arão de seu chamado à santidade. Essa coroa era usada todos os dias pelo Sumo Sacerdote que devia levar uma vida de acordo com o que estava escrito nela. Uma vez por ano, no Dia do Perdão “Yom Kippur”, ele entrava no Santíssimo Lugar para orar por ele mesmo e por toda a nação.

2.2 Israel e a santidade. O povo de Israel devia santificar-se para o Senhor (Êx 19.6; Lv 11.44; 19.2;Dt 7.6; 14.2,21; 2Cr 29.5), tomando-se uma nação santa (Êx 19.6; Lv 20.26); um povo santo (Is 62.12; 63.18; Dn 12.7); uma raça santa (Ed 9.2; Is 6.13); uma comunidade de santos (Sl 16.3; 34.9); um reino de santos (Êx 19.6), uma congregação santa (Nm 16.3), o culto era santo (Lv 23.2), os sacerdotes eram santos (Lv 8.12,13), suas vestimentas eram santas (Lv 16.4,32), as ofertas eram santas (Lv 22.12), as festas eram santas (Lv 23.2,4), a terra de Canaã era santa (Êx 3.5; 15.13), o acampamento de Israel era santo (Lv 10.4); a cidade de Jerusalém era santa (Ne 11.1), a convocação era santa (Êx 12.16); o descanso era santo (Gn 2.3; Êx 16.23); havia dias santos (Ne 8.11); as ofertas eram santas (Lv 2.3;10); o monte de Sião era santo (Sl 99.9; Is 11.9); os profetas eram santos (Lc 1.70; At 3.21; 2Pe 1.21), o tabernáculo e o templo eram santos (Êx 38:24; Lv 1.17,18; 1Cr 29.3; Sl 5.6) e as coisas contidas no tabernáculo e no templo eram santas (Êx 29.38; 30:27; 40:10; Nm 5.9; 1Sm 21.4; 1R 7.51; 2Cr 29.33).

III – A TRINDADE COMO BASE DA SANTIDADE NA BÍBLIA

Santidade é expressamente atribuída nas Escrituras, a cada pessoa da Trindade, ao Pai (Jo 17.11), ao Filho (At 4.30), e ao Espírito Santo (Sl 51.11; Is 63.10; Jo 14.26). Vejamos:

3.1 A santidade do Pai. A Bíblia mostra-nos que o próprio Deus é santo (Lv 20.26; 1Sm 2.2; 6.20; Jo 17.11; 1Pe 1.15). Ele é a essência absoluta da santidade, pois ela é perfeita e inspiradora (Sl 99.3). A santidade de Deus fala acerca de sua “excelência moral”, bem como do fato de que ele está livre de todas as imperfeições (Hc 1.13), ela é incomparável (Êx 15.11; 1Sm 2.2), é exibida em seu caráter (Sl 22.3; Jo 17.11), em Seu Nome (Is 29.23; 57.15; Ez 36.23), em Suas Palavras (Sl 60.6), em suas obras (Sl 145.17) e em seu reino (Sl 47.8; Mt 13.41). Sua santidade deve ser imitada (Lv 11.44; 1Pe 1:15,16), magnificada (ls 6.3; Ap 4.8), requer um serviço santo (Js 24.19; Sl 93.5) e uma vida santa (Hb 12.14). Há pureza, justiça e bondade perfeita em todas essas coisas, porque Deus é a fonte de tudo isso.

3.2 A santidade do Filho. Cristo é pioneiro no caminho que conduz à salvação (Hb 2.10). Aquele que é santo conduz o seu povo à santidade. Em doze trechos do NT o Filho é descrito como santo. Em nove dessas vezes, é empregado o termo grego “hagios” (Mc 1.24; Lc 1.35; 4.34; Jo 6.69; At 3.14; 4.27,30; 1Jo 2.20). Cristo foi prometido como o santo Filho de Deus (Lc 1.35). Até um demônio, em Cafarnaum, reconheceu que Cristo é o Santo de Deus (Mc 1.24; Lc 4.24). Ele é o Santo por meio de quem os crentes são ungidos (1Jo 2.20). Ele é o Senhor das igrejas, e também aquele que é santo e verdadeiro (Ap 3.7). Foi escolhido para a sua missão messiânica pelo Pai, por causa de sua santidade superior (Hb 1.9). Foi tentado, mas não revelou nenhuma falha moral (Hb 4.15).

3.3 A santidade do Espírito Santo. O nome Espírito Santo vem do hebraico “ruah kadosh” e do grego “pneuma hagios”.Assim como Deus é santo (1Pe 1.16) e Jesus é santo (At 2.27), o Espírito também o é (Sl 51.11; Is 63.10,11; Mt 1.18,20; 3.11; Lc 1.35; Jo 14.26; 1Ts 4.7-8). É chamado de Espírito Santo porque Sua obra principal é a santificação (Jo 3.5-8, 16.8; Rm 15.16; 1Co 6.11; 2Ts 2.13; 1Pe 1.1,2). Um adjetivo muito comum, para indicar o Espírito de Deus, é “santo”, e no AT este título ocorre três vezes (Sl 51.11; Is 63.10,11). Porém, no NT, a expressão “Espírito Santo” ocorre por mais de 90 vezes. Para algumas referências neotestamentárias sobre o Espírito Santo é Ele quem batiza (Mt 3.11); quem enche e santifica a Igreja (At 2.4); quem derrama o amor de Deus em nosso coração (Rm 5.5); é o nosso Mestre (1Co 2.13); somos o templo que Ele santifica (1Co 3.17); Ele é o inspirador das Santas Escrituras (2Pe 2.21); e nos ajuda em oração (Jd 20).

IV – A NATUREZA DA SANTIDADE

A Bíblia mostra claramente a necessidade de vivermos uma vida santa por meio de várias exortações (Rm 13.13,14; Ef 4.17-24; Fp 4.8,9; Cl 3.5-10). A responsabilidade do crente quanto à santificação, é destacada pelo escritor aos Hebreus (Hb 12.14-a) (CHAMPLIN, 2002, p. 647). Sobretudo, a necessidade de uma vida santa é vista ao afirmar que: “[…] sem a santificação ninguém verá ao Senhor” (Hb 12.14-b). A vontade de Deus tem sido sempre de que seus filhos reflitam seu caráter (Tt 2.14). A palavra “santo” tem os seguintes sentidos. Notemos:

4.1 Santidade é uma ordem divina. Sendo Deus Santo exige dos seus filhos a santificação (Lv 11.44; Lv 19.1, 2; Lv 20.6; 1Pe 1.16). Santidade é o alvo e o propósito da nossa eleição em Cristo (Ef 1.4); significa ser semelhante a Deus, ser dedicado a Deus e viver para agradar a Deus (Rm 12. Ef 1.4; 2.10). A perfeita obra de Deus realiza uma santidade real que conforma ao padrão de Deus (Rm 8.3-4; 1Pe 1.15-16).

4.2 Santidade é separação. A palavra descritiva da natureza divina é santidade, e seu significado primordial é “separação” (Lv 20.24,26; Is 52.11; Ml 3.18); portanto, a santidade representa aquilo que está em Deus, que o torna separado de tudo quanto seja imundo ou pecaminoso. Quando Ele deseja usar uma pessoa ou um objeto para seu serviço, ele separa essa pessoa ou objeto e em virtude dessa separação tomam-se “santo” (2Co 6.14,15; 2Tm 2.21).

4.3 Santidade é consagração. No sentido de viver uma vida santa e justa, em conformidade com a palavra de Deus e dedicada ao serviço divino; o cristão passa a viver em busca da remoção de qualquer impureza que impossibilite esse serviço. Sendo assim, Deus deu ao seu povo, a nação de Israel, o código de leis de santidade que se acham no livro de Levítico. Entendemos então que o padrão de vida de um povo que busca a santificação é viver uma vida de consagração (2Co 6. 16b). A santificação é praticada e aplicada ao viver diário do crente (Pv 4.18; 2Co 3.18; 7.1; 2Pe 3.18), é a santificação vivencial (2Co 7.1; Hb 12.14).

4.4 Santidade é dedicação. Santificação inclui tanto a separação “de”, como dedicação “a” alguma coisa; essa é a condição dos crentes ao serem separados do pecado e do mundo e feitos participantes da natureza divina, e consagrados à comunhão e ao serviço de Deus por meio do Mediador. Israel é uma nação santa, por ser dedicada ao serviço de Jeová (Êx 19.6); os levitas são santos por serem especialmente dedicados aos serviços do tabernáculo (Nm 8.6-26). A palavra “santo” quando referente aos homens ou objetos, expressa o pensamento de que esses são usados no serviço divino e dedicados a Deus, no sentido especial de serem sua propriedade (2Co 6. 17,18).

4.5 Santidade é purificação. Embora o sentimento primordial de “santo” seja separação para serviço, inclui também a ideia de purificação. O caráter de Deus age sobre tudo que lhe é consagrado. Portanto, os homens consagrados a ele participam de Sua natureza. As coisas que lhe são dedicadas devem ser limpas e puras (2Co 7.1) Sendo assim, entendemos que pureza é uma condição de santidade. A santidade é a marca característica de um verdadeiro servo de Deus, tanto no AT, pois, o caráter santo de Deus deveria ser refletido na vida de Israel (Lv 11.44; Nm 15.40), como no NT, onde nos é dito que a nossa santificação é a vontade direta e perfeita de Deus para nós (1Ts 4.3).

CONCLUSÃO

Para um cristão cuja vida é consagrada a Deus, a divisão entre “secular” e “sagrado”, em certo sentido não são duas coisas diferentes. Ao viver para a glória de Deus, a vida do servo de Deus em todos os aspectos deve ser marcada pela santidade, como exorta o apóstolo Pedro: “[…] em toda a vossa maneira de viver” (1Pe 1.15; ver Sl 103.1; 1Ts 5.23). Nenhum aspecto da nossa vida está excluído desse imperativo divino, até mesmo atividades comuns, como comer e beber, devem ser realizadas para a glória de Deus, como afirma o apóstolo Paulo em 1Coríntios 10.31.

REFERÊNCIAS

  •  ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.
  •  CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
  •  HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.
  •  HOLLOMAN, H. O poder da santificação. CPAD.
  •  JONES, Landon. O Deus de Israel: na teologia do Antigo Testamento. HAGNOS.
  •  WYCLIFFE. Dicionário Bíblico. CPAD.
  •  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

Fonte: www.adlimoeirope.com

 

A necessidade de termos uma vida santa

  FLAG SPAINFLAG RUSSIANFLAG USAFLAG FRANCEFLAG GREECEFLAG GERMANYFLAG KOREANFLAG JAPANFLAG ITALYFLAG ISRAELFLAG CHINAFLAG INDIA

3º TRIMESTRE 2017

A RAZÃO DA NOSSA FÉ

Assim cremos, assim vivemos

COMENTARISTA: Ezequias Soares

LIÇÃO 09 – A NECESSIDADE DE TERMOS UMA VIDA SANTA – (1 Pe 1.13-22)

INTRODUÇÃO

Nesta lição veremos à luz da Bíblia, a definição e conceito da doutrina da santidade; destacaremos a necessidade de vivermos uma vida santa como verdadeiros servos de Deus; pontuaremos também algumas motivações bíblicas para viver em santidade; e finalmente, algumas características de uma vida santa.

  1. I – A SANTIDADE À LUZ DA BÍBLIA
    1. Definição do termo. O substantivo “qodesh”, que se traduz como “santidade”, bem como a palavra grega “hagiosyne”, significam basicamente: “estado de separação do que é comum ou impuro; é a característica do que é consagrado exclusivamente a Deus” (Lv 20.24-26; At 6.13; 21.28; 1 Ts 13) (WYCLIFFE, 2012, p. 1760 – acréscimo nosso). Segundo Jones (2015, p. 76): o substantivo “qodesh” é usado como raiz das demais formas, incluindo a forma verbal, “qodash”, normalmente traduzida por “ser santo”, “santificar” ou “consagrar”. Santidade e o adjetivo santo ocorrem mais de 900 vezes na Bíblia (TYNDALE, 2015, p. 1656), ficando clara a importância dada pelas Escrituras a tal doutrina.
    2. O Conceito de santidade. O princípio de separação no AT é aplicado em termos gerais, a Deus (Lv 19.2), a objetos (Êx 30.28,29; 40.9), e a pessoas (Lv 8.12; Nm 6.1-11). Deus separou os israelitas para serem uma nação santa (Lv 20.26; Dt 7.6; Dt 14.2). Esse chamado à santidade se fundamentava no fato de agora terem se tornado possessão de Deus, que é santo, e por isso os israelitas deviam estar separados de tudo aquilo que é profano ou comum, tudo o que contamina (SOARES, 2017, p. 117). De acordo com Andrade (2006, p. 326), santidade nas Escrituras tem dois sentidos básicos: “separação do mal e do pecado; e ainda, a dedicação completa ao serviço do Reino de Deus” . Basicamente, santidade é um “corte” ou seja, a “separação” daquilo que é impuro e uma consagração ao que é puro (TYNDALE, 2015, p. 1656). Viver em santidade é uma necessidade para quem quer viver separado da corrupção do pecado e deseja viver única e exclusivamente para Deus, como o fez o apóstolo Paulo (At 27.23).
  2. II  – A NECESSIDADE DE UMA VIDA SANTA A Bíblia mostra claramente a necessidade de vivermos uma vida santa por meio de várias exortações  (Rm 13.13,14; Ef 4.17-24; Fp 4.8,9; Cl 3.5-10). No processo da santificação progressiva o homem não é de todo passivo como na regeneração, antes, os cristãos recebem a ordem de mortificar os desejos da carne (Rm 8.13), nesse texto, Paulo indica que é pelo Espírito que fazemos isso, porém, diz que a atitude é nossa (Cl 3.5). A responsabilidade do crente quanto à santificação, é destacada pelo escritor aos Hebreus (Hb 12.14-a), ao usar o termo “segui”, do grego “dioko”, que significa: “perseguir, pressionar, correr após, esforçar-se por”, palavra usada figuradamente para indicar uma busca moral e espiritual bem definida, tendo um alvo em vista (CHAMPLIN, 2002, p. 647). Sobretudo, a necessidade de uma vida santa é vista ao afirmar que: “[…] sem a santificação ninguém verá ao Senhor” (Hb 12.14-b), ficando claro que os que se moldam às paixões da carne e do mundo, tornam-se reprováveis diante de Deus, não podendo está em sua presença (Sl 15.1-5; 24.1-3; Mt 5.8; Gl 5.19-21; Ap 21.8; 22.14,15). A vontade de Deus tem sido sempre de que seus filhos reflitam seu caráter (Tt 2.14), revelando sua identificação com Cristo (Rm 8.29-30; 2 Co 3.18; 7.1; Gl 4.19; Ef 1.4; 2.10; 4.13; 1 Ts 3.13; 4.3,7; 5.23).
  3. III  – A ABRANGÊNCIA DA SANTIDADE Para um cristão cuja vida é consagrada a Deus, a divisão entre “secular” e “sagrado”, em certo sentido não são duas coisas diferentes. Ao viver para a glória de Deus, a vida do servo de Deus em todos os aspectos deve ser marcada pela santidade, como exorta o apóstolo Pedro: “[…] em toda a vossa maneira de viver” (1 Pd 1.15; ver Sl 103.1; 1 Ts 5.23). Nenhum aspecto da nossa vida está excluído desse imperativo divino, até mesmo atividades comuns, como comer e beber, devem ser realizadas para a glória de Deus, como afirma o Apóstolo Paulo: “Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus” (1 Co 10.31). Semelhantemente o apóstolo Paulo nos encoraja a nos manter puros no corpo e no espírito (2 Co 7.1; ver 1 Co 7.34). Sendo assim, nosso procedimento deve resplandecer o caráter de Deus, a santidade daquele que nos chamou por Seu Filho para a salvação (Rm 8.29; Ef 1.4) (LOPES, 2012, p.  50 – acréscimo nosso).
  4. IV  – MOTIVAÇÕES PARA UMA VIDA SANTA
    1. A santidade de Deus (1 Pd 1.16). Santidade tanto no AT como no NT, é atributo que no seu sentido mais elevado e absoluto, se aplica a Deus. O Senhor é descrito como “o Santo de Israel”. Esse título aparece cerca de vinte e quatro vezes no livro do profeta Isaías (Is 10.20; 12.6; 17.7; 29.19; 30.11,12,15; 31.1; etc), aparecendo também em outras partes das Escrituras (2 Rs 19.22; Jó 6.10; Sl 71.22; 78.41; 89.18; Pv 9.10; 30.3; Jr 50.29; 51.5; Ez 39.7; Hc 1.12; 3.3), tal título indica entre outras coisas, o fato de Deus estar separado da criação e de estar elevado acima da mesma (At 24,25), como também alude ao contraste com os deuses falsos (Êx 15.11). Santidade é expressamente atribuída nas Escrituras, a cada pessoa da Trindade, ao Pai (Jo 17.11), ao Filho (At 4.30), e ao Espírito Santo (Sl 51.11; Is 63.10; Jo 14.26). O Senhor nos chamou para si, e uma vez que ele é Santo (Lv 11.44; Is 6.3; 1 Pd 1.15,16), devemos ser santos: “Como também nos elegeu nele [em Cristo] antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor” (Ef 1.14).
    2. A Salvação em Cristo Jesus (1 Pd 1.14,15). O apóstolo Pedro lembra a seus leitores de como eles viviam antes de crerem em Cristo: “[…] não vos conformando com as concupiscências que antes havia em vossa ignorância(1 Pd 14) e destaca o que eles passaram a ser pela revelação da graça divina em suas vidas (1 Pd 1.13), por meio da fé em Deus (1 Pd 1.21), como Pedro declara (1 Pd 2.9,10). O fato de terem sido resgatados da vã maneira de viver (1 Pd 1.18), pelo precioso, imaculado e incontaminado sangue do Cordeiro, Jesus Cristo (1 Pd 1.18,19), tendo a purificação e regeneração pela ação do Espirito Santo por meio da Palavra (1 Pd 1.22,23). Portanto, a exigência divina é: “[…] como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos […]” (1 Pd 1.15). Lembrando ainda que: a santidade não é o meio para se obter a salvação, mas, podemos afirmar que é a consequência dela.
    3. Característica do autêntico filho de Deus (1 Pd 1.17). A santidade é a marca característica de um verdadeiro servo de Deus, tanto no AT, pois, o caráter santo de Deus deveria ser refletido na vida de Israel (Lv 11.44; Nm 15.40), como no NT, onde nos é dito que a nossa santificação é a vontade direta e perfeita de Deus para nós (1 Ts 3). A afirmativa bíblica é que os salvos são filhos de Deus (Rm 8.16), sendo assim, temos aqui um argumento lógico e simples, os filhos herdam a natureza dos pais, logo, sendo Deus Santo, como seus filhos, devemos ter uma vida santa. Somos participantes da natureza divina e devemos revelar essa natureza em uma vida piedosa (2 Pd 1.4).
  5. V – CARACTERÍSTICAS DE UMA VIDA SANTAO sangue de Cristo (Hb 10.10,14; 13.12; 1Jo 1.7), o Espírito Santo (1 Co 6.11; 2 Ts 2.13; 1 Pd 1.1,2; Rm 15.16) e a Palavra de Deus (Sl 119.9; Jo 17.17; 15.3; Ef 5.26; Tg 1.23-25; 1 Pd 1.23), segundo Pearlman (2009, pp. 255,256 – acréscimo nosso), são meios divinamente estabelecidos para a santificação do homem, interna e externamente, demonstrada por algumas características, entre as quais, destacamos:
    1. Desprendimento (1 Pd 1.13-a). Os povos do oriente usavam túnicas longas, e quando desejavam andar mais rápido ou sem impedimento, prendiam a túnica com um cinto (Êx 12.11). A imagem é a de um homem que prende as pontas do manto a seu cinto, ficando livre, assim, para Aos que desejam viver uma vida piedosa, devem se abster de tudo que sirva de atrapalho em sua caminhada: “[…] deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta” (Hb 12.1), evitando qualquer distração que impeça a sua conduta (2 Tm 2.4), ocupando a mente com o que de fato é puro (Fp 4.8).
    2. Obediência e reverência (1 Pd 1.14,17). Antes da conversão a Cristo o homem por natureza, é filho da desobediência (Ef 2.2). O apóstolo Pedro ressalta que agora, após a experiência da salvação, não podemos mais viver nas práticas do passado que determinavam o nosso modelo de vida (1 Pd 1.14,15), “não vos amoldeis” significa não entrar no esquema, no modelo. Originalmente, a palavra significava assumir a forma de alguma coisa, a partir de um molde de encaixe, os cristãos são chamados a “mudar de forma”, e a assumir o padrão de Deus (Rm 12.2), vivendo respectivamente de maneira reverente, ou seja, tendo a atitude de quem fala cada palavra, cumpre cada ação e vive cada momento consciente de Deus tendo consciência de que nossas atitudes serão julgadas pelo justo juiz (Dt 17; Rm 2.11; 1 Pd 4.17).
    3. Amor sincero (1 Pd 1.22). A vida santa também tem como marca a prática do amor sincero, e isto Pedro afirma como resultado da regeneração: “[…] amai-vos, de coração, uns aos outros ardentemente, pois fostes regenerados […]” (1 Pd 1.22,23 – ARA). Esse amor esperado é o que evidencia que passamos da morte para a vida (1 Jo 3.14), e caracteriza o verdadeiro discípulo de Jesus (Jo 13.35; ver Rm 12.9; 1 Jo 3.18). O amor é a marca do cristão, pois é a evidência mais eloquente da nossa salvação (LOPES, 2012, p. 58).

CONCLUSÃO

A Palavra de Deus, como regra de fé e prática do cristão, descreve os princípios divinos que direcionam e guiam a vida do verdadeiro servo de Deus, independente de sua cultura, status social e época. Para os que desejam agradar a Deus, devem entender a necessidade de ter como estilo de vida, a santidade.

REFERÊNCIAS

  • ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico.
  • CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia.
  • JONES, O Deus de Israel: na teologia do Antigo Testamento. HAGNOS.
  • LOPES, Hernandes Comentário Expositivo 1 Pedro: Com os pés no vale e o coração no céu. HAGNOS.
  • PEARLMAN, Conhecendo as Doutrinas da Bíblia. VIDA.
  • WYCLIFFE. Dicionário Bíblico. CPAD.

Fonte: http://www.adlimoeirope.com

 

O divórcio

        

“A Família Cristã no Século XXI: Protegendo seu Lar dos Ataques do Inimigo”

divorcios

lição nº 7– EBD – CPAD – 2º trimestre de 2013

DIVÓRCIO No AT. Em Deuteronômio 24.1-4, Moisés permitia que o marido divorciasse de sua esposa, se encontrasse nela ‘erwat dobar, “alguma impureza” (lit., “um caso de nudez”). A natureza de tal acusação era tão geral que isto levava a duas interpretações na época de Cristo: uma mais estrita ensinada pela escola de Samai, que a restringia à infidelidade; e uma opinião mais ampla, ensinada pela escola de Hilel, que a estendia até a inclusão de qualquer coisa que pudesse desagradar o marido. A exigência que marido desse à esposa uma carta de divórcio, deu ao ato uma posição legal e oficial, uma vez que era necessária a ajuda de no mínimo um levita para executá-la de forma apropriada. A regra adicional que proibia o marido de tomar sua esposa de volta depois que dela estivesse casada com outro, mostrava a gravidade do ato (Dt 24.4). Havia várias circunstâncias, entretanto, nas quais o divórcio era proibido. Quando um homem, aberta e erroneamente, acusasse sua jovem noiva de infidelidade pré-marital, ele deveria indenizar o pai da noiva e, então, “em todos os seus dias” não a poderia “despedir” (Dt 22.19). Outrossim, se um homem tivesse relações pré-maritais com uma jovem, ele deveria primeiramente pagar uma indenização ao pai da moça e então se casar com ela. Por tê-la humilhado, ele também jamais poderia se divorciar dela (Dt 22.28,29; Êx 22.16,17).

No caso de adultério com uma pessoa casada, ou entre uma pessoa casada e uma solteira, a penalidade do AT era a morte (Lv 20.10; Dt 22.22). A mesma penalidade se aplicava até mesmo para uma esposa que tivesse praticado a fornicação antes do casamento (Dt 22.21; cf. v. 23). Dessa forma, a possibilidade de divórcio foi substituída pela pena de morte em tais casos. Resta ainda mais um exemplo de divórcio. Esdras e Neemias mandaram que os israelitas expulsassem as esposas pagãs incrédulas (Ed 9 e 10; Ne 13.23ss.; cf. Ml 2.10-16), uma vez que estas esposas os estavam desviando da verdadeira fé. O mandamento de 2 Coríntios 6.14,17 para não se associarem com descrentes trata do mesmo problema, mas em ambos os casos seria aplicado somente quando a esposa ou o marido estrangeiro estivesse levando o crente à incredulidade ou ao paganismo. (Veja a obra de William R. Eichhorst, “Ezra’s Ethics on Intermarriage and Divorce”, Grace Journal, X [1969], 16-28).

No Novo Testamento. Os fariseus abordaram a Cristo com relação às opiniões de Samai e Hilel: “É lícito ao homem repudiar sua mulher por qualquer motivo?” (Mt 19.3ss). Sua resposta lança luz sobre Deuteronômio 24.1-4. Moisés não “ordenou” que fosse dada uma carta de divórcio, como eles afirmavam (v. 7). Ele simplesmente o permitiu por causa da dureza dos seus corações (v. 8). Desde o princípio, isto é, a partir da primeira revelação da natureza e do significado do casamento em Genesis 2.23,24, o homem deveria ter apenas uma esposa – “e serão ambos uma carne”, e permanecer com ela durante toda a sua vida (Mt 19.6) – “e apegar-se-á à sua mulher” (Gn 2.24). A única exceção para a permissão do divórcio, que Cristo mencionou neste ponto, era a fornicação (v. 9; Mt 5.32).

Em 1 Coríntios 7.10, Paulo expressa o ensino adicional de Cristo com respeito ao casamento e ao divórcio quando escreve: “Todavia, aos casados, mando, não eu, mas o Senhor…” Paulo está dizendo que está escrevendo o que Cristo ensinou. A esposa não deve deixar seu marido por ele ser um descrente, pois o marido descrente é santificado pela esposa (vv. 10,14). Para expressar isto em termos teológicos, a aliança familiar feita por um crente com Deus em benefício de si mesmo e de seus filhos, alcança o casamento e cuida dele. Se o cônjuge crente vai embora, ele não deve se casar novamente (v. 11) a não ser que o descrente rompa o voto de casamento por adultério ou se case novamente (cf. Mt 5.32; 19.9). No entanto, se o descrente se apartar de seu cônjuge crente, então o crente parece ser considerado livre para se casar novamente: “porque neste caso o irmão, ou irmã, não está sujeito à servidão” (1 Co 7.15). Alguns entendem que a homossexualidade também é uma razão para o divórcio, uma vez que está listada como um pecado ainda maior que o adultério, sendo algo “contrário à natureza” (Rm 1.26,27). Duas dificuldades têm surgido quanto ao ensino do Senhor Jesus Cristo sobre este tema nos Evangelhos.

  1. Em Marcos 10.11,12 e Lucas 16.18, Cristo não deixa espaço para o divórcio, em quaisquer bases. Somente em Mateus (5.32; 19.9), Ele menciona que o divórcio é permitido em caso de fornicação. Aqui temos que aplicar o princípio de que todos os detalhes devem ser reunidos e as várias passagens das Escrituras devem ser comparadas entre si antes de chegarmos a uma conclusão final. Uma síntese indutiva completa requer que tudo o que Cristo ensinou sobre o divórcio, como registrado tanto nos Evangelhos como em 1 Coríntios 7.10ss., seja reunido antes que uma decisão final seja tomada sobre os seus ensinos. A isto deve ser acrescentado tudo o que se encontra sobre este assunto no NT, a fim de se ter certeza da doutrina do divórcio do NT.

Como a posição de Cristo quanto ao divórcio deve ser reconciliada com o AT? Como Moisés pode ter sido instruído por Deus a dar uma permissão tão geral? A condição da humanidade naquela época precisa ser levada em conta. Estas instruções foram dadas a Moisés por causa das atitudes desmoralizadas do homem desde a queda. As condições ideais que existiam quando Deus deu as ordenanças originais do casamento não existiam mais. Foi dito a Moisés que promulgasse uma lei civil que regulasse o divórcio ao invés de uma lei divina, como a que foi revelada mais tarde por Cristo, a qual eles não poderiam jamais manter em seu estado pecaminoso. Sendo este o caso, esta lei civil pode ser um guia para o homem quando ele lida com pessoas não salvas e para as leis civis ainda hoje, mas ela não pode ser estabelecida como o padrão espiritual da igreja. No NT, Cristo removeu o juízo de adultério e fornicação do reino da lei civil, onde eram puníveis com a morte física, e o colocou inteiramente sob o juízo da lei moral e do próprio Deus. Visto que a lei moral é um tribunal mais elevado que a civil, Ele a coloca sob um juízo ainda mais severo.

  1. Cristo não mencionou o adultério como base para o divórcio, mas apenas a fornicação. Este, portanto, não está incluído? Isto pode ser explicado primeiro pelo fato de que a admissão de um pecado de menor importância como a fornicação sugere a inclusão de um pecado maior como o adultério. Além disso, o adultério já havia sido considerado, tanto na lei judaica quanto na romana, uma razão legítima para o divórcio e, portanto, não precisava ser mencionado. A isto deve ser acrescentado o fato de que embora a fornicação e o adultério sejam mencionados separadamente em muitos casos (Mt 15.19; 1 Co 6.9; Gl 5.19), a fornicação é frequentemente usada sozinha envolvendo ambos (At 15.20; 21.25; Rm 1.29; Ef 5.3). A opinião geralmente defendida, portanto, é que pelo uso do termo fornicação, o nosso Senhor quis abranger as duas transgressões. Isto é também confirmado pelo fato da conduta pecaminosa de Israel como a esposa de Jeová ser às vezes chamada de adultério (Jr 3.8; Ez 23.45), e, às vezes, de fornicação (Jr 3.2,3; Ez 23.43). Novamente, em 1 Coríntios 7.2 o termo fornicação é usado para abranger estes dois pecados. Resumindo o ensino do NT, encontramos que o divórcio é permitido onde houve fornicação ou adultério, e no caso de deserção voluntária; mas não por causa de algum capricho ou mesmo incompatibilidade. Neste caso, apenas a separação é permitida (cf. 1 Co 7.10 ss.).

Algumas perguntas práticas surgem para a igreja. Como se deve considerar o adultério e as relações pré-nupciais? Esta última é claramente um pecado, porém no Antigo Testamento sua punição era menos severa. Em 1 Coríntios 7.1ss., Paulo estava provavelmente respondendo à seguinte pergunta: “Seria bom que o homem tocasse em mulher?” quando respondeu em um tom imperativo: “mas… cada um tenha sua própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido”, ou como o Dr. J. O Buswell, Jr., o traduz, “Todo homem deve ter sua própria esposa” (Systematic Theology, p. 386). O AT era muito severo com relação à fornicação os jovens que a houvessem cometido deveriam se casar; contudo era tolerante quando se compara o caso do adultério, pois, neste, os transgressores deveriam ser apedrejados até à morte. A igreja deve ter isto em mente ao agir.

O que a igreja deve fazer no caso de pessoas divorciadas que desejam se casar? Apenas a parte inocente pode ser considerada aceitável para um casamento na igreja. Alguns pensam que o mesmo é verdadeiro para os membros da igreja. Outros solicitariam uma série de confissões e disciplina seguidas por uma reconciliação. Muitas igrejas se recusam a dar ao divorciado a condição de membro da igreja, embora, pelo fato da Santa Ceia ser servida abertamente, tal pessoa não estar privada da mesa do Senhor. As igrejas em que a Santa Ceia é servida de uma forma fechada, apenas aos seus membros, tendem a adotar a primeira opção, que é a da disciplina e reconciliação; aquelas em que a Santa Ceia é servida abertamente, tendem a adotar a segunda.

Bibliografia. J. Oliver Buswell, Jr., Systematic Theology, Grand Rapids. Zondervan, 1963, I, 385-396. W. Fisher-Hunter, The Divorce Problem, Waynesboro. MacNeish.

 

VEJA NO BLOG DO PASTOR ALTAIR GERMANO – RESOLUÇÃO DA 40ª AGO DA CGADB SOBRE UNIÃO ESTÁVEL E DIVÓRCIO – TEXTO NA ÍNTEGRA.

adulterios

Leia ou Baixe aqui!