O zelo do apóstolo Paulo pela sã doutrina

4º TRIMESTRE 2021

O APÓSTOLO PAULO

Lições da vida e ministério do apóstolo dos gentios para a Igreja de Cristo

COMENTARISTA:  Pr. ElienaiCabral

LIÇÃO 11 – O ZELO DO APÓSTOLO PAULO PELA SÃ DOUTRINA (1Tm 6.3-6,11; 2Tm 3.14-17)

INTRODUÇÃO

Iniciaremos o assunto, definindo a palavra zelo e situando-a dentro da proposta da lição. Falaremos do apóstolo Paulo e de seu zelo pela igreja e pela sã doutrina, bem como de quais heresias ele combateu em sua época, como um zeloso apologista. Por fim, falaremos das exortações paulinas aos obreiros e à igreja, quanto aos futuros ataques à sã doutrina.

I – DEFINIÇÃO DA PALAVRA ZELO

O dicionário Houaiss define a palavra “zelo” como “grande cuidado e preocupação que se dedica a alguém ou algo” (2001, p. 2905). Teologicamente pode ser definido como: “desvelo ardente por alguém” (ANDRADE, 2006, p. 365). O termo grego é “zelos”. A palavra grega “zeein” (“borbulhar, ferver”) acha-se à raiz da ideia de “zelo” (CHAMPLIN, 2004, pp. 725,726). No contexto da lição, esta é uma virtude presente na vida do apóstolo Paulo, em relação a sua preocupação com a doutrina e com a igreja de Jesus Cristo. Ele reconheceu que, para munir a igreja contra os ataques à sã doutrina, Deus deu levantou homens preparados, com o intuito de promover o amadurecimento dos crentes (Ef 4.11-13). Em seu zelo, Paulo ordenou ao obreiro Timóteo ter cuidado de si mesmo e da doutrina (1 Tm 4.16). E a Tito exortou dizendo: “[…]na doutrina, mostra incorrupção” (Tt 2.7).

II – PAULO E O SEU ZELO PELA SÃ DOUTRINA

Fazendo alusão à sua vida passada no judaísmo, Paulo se descreveu como um fariseu extremamente zeloso (At 22.3; Gl 1.14). Quando se converteu a Cristo, seu zelo tornou-se ainda maior. A diferença é que antes combatia com a espada; agora, em Cristo, combatia com a Palavra. Como um fiel servo de Deus, o apóstolo demonstrou:

2.1 Zelo pela igreja. Na segunda epístola aos coríntios, encontramos uma expressão do apóstolo Paulo que descreve seu zelo pela igreja: “Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo” (2 Co 11.2). O presente texto mostra o zelo paulino pela virgindade moral e espiritual da igreja de Cristo. Segundo certo comentarista, “vemos aqui a imagem de um pai amoroso, cuja filha está noiva e prestes a se casar. Sente que é seu privilégio e dever o mantê-la pura, a fim de poder apresentá-la a seu marido, com alegria, e não com pesar. Paulo vê a igreja local como essa noiva, prestes a se casar com Jesus Cristo (ver Ef 5.22ss e Rm 7.4). Esse casamento só ocorrerá quando Cristo voltar para buscar sua noiva (Ap 19.1-9). Enquanto isso, a igreja – e isso significa os cristãos, enquanto indivíduos – deve-se manter pura e se preparar para o encontro com seu Amado” (WIERSBE, 2007, p. 875).

2.2 Zelo pela doutrina. Paulo havia recebido um comissionamento divino para evangelizar (At 26.18) e também para cuidar da igreja de Cristo, mantendo a sã doutrina (2 Co 11.2). Ele havia recebido do Senhor o que ensinava (1 Co 11.1; Gl 1.11,12) e também da tradição apostólica (1 Co 15.1-4). Por isso, antes de sair a pregar, cumprindo este chamado, teve a preocupação de expor o evangelho que pregava aos apóstolos que andaram com Cristo, para que não trabalhasse em vão (Gl 2.1,2). De forma que considerava anátema quem alterasse o evangelho que pregava, ainda que fosse ele mesmo, um anjo do céu ou qualquer outra pessoa (Gl 1.8,9).

III – PAULO, POR SEU ZELO, COMBATEU AS HERESIAS DE SEU TEMPO

3.1 Gnosticismo. Foi uma heresia dos primórdios do cristianismo. O termo “gnose”, do grego “gnôsis”, significa “conhecimento, sabedoria”. Portanto, diz respeito a um “pretenso conhecimento da divindade que, esotericamente, se transmite através da tradição e mediante vários ritos de iniciação”. Esse movimento surgiu a partir de filosofias pagãs mais antigas que o próprio cristianismo, que floresceram na Babilônia, Egito, Síria e Grécia. Assim, o gnosticismo uniu a filosofia pagã com as doutrinas apostólicas do cristianismo, tornando-se uma forte influência na Igreja. Vejamos os dois grupos gnósticos e seus pontos de vista, bem como a perspectiva paulina quanto às suas doutrinas:

a) Libertinagem exaltada. Certos mestres gnósticos ensinavam que, como o corpo era mau, devia ser entregue desenfreadamente aos seus desejos, pois isto em nada afetaria o espírito. Na visão de Paulo, o homem é corpo, alma e espírito (1 Ts 5.23). Logo, não há possibilidade de pecar com o corpo e não prejudicar o espírito (Rm 8.8; 2 Co 7.1). Ademais, o nosso corpo, que é templo e morada do Espírito Santo (1 Co 6.19,20), não deve ser instrumento de iniquidade (Rm 6.19,20).

b) O ascetismo exaltado. Eles ensinavam que, por ser o corpo essencialmente mau, deveria ser tratado com severidade, regras rígidas, flagelamento, privações, isolamento, jejuns forçados e desprezo pelo casamento e pelo mundo material. Para Paulo, a salvação é pela graça e independente das obras da Lei (Rm 3.28; Ef 2.8), de modo que, apesar de ensinar os cristãos a viverem no Espírito, dominando a sua natureza caída (Rm 8.1; Gl 5.16), não lhes proibia de casar, para se satisfazerem sexualmente com o seu cônjuge (1 Co 7.1-4,7,9). O apóstolo não ensinava que a vida do cristão deveria estar isolada do mundo (1 Co 5.9-11; Fp 2.15).

3.2 Os judaizantes. Foi um movimento surgido nas primeiras décadas da Igreja Cristã, cujo objetivo era forçar os crentes gentios a observar a Lei de Moisés (legalismo), principalmente a Lei cerimonial, que incluía a prática da circuncisão, a abstinência de alguns alimentos e a guarda do sábado e dias tidos como especiais (Cl 2.16-23). Na verdade, esse movimento pretendia reduzir o cristianismo a uma mera seita judaica” (ANDRADE, 2006, p. 242). Contra esta pretensão, que contrariava frontalmente a Nova Aliança, levantou-se Paulo veementemente em suas cartas (Rm 3.28; Gl 2.16; 3.11; 3.24). Os modernos defensores do novo legalismo procuram enganar os incautos, com citação de textos bíblicos isolados, os quais eles torcem em favor de seus pontos de vista. Portanto, as leis do Antigo Pacto destinadas diretamente a nação de Israel, tais como as leis sacrificiais, cerimoniais, sociais ou cívicas (Lv 1.2-3; 24.10), já não são obrigatórias para quem está no Novo Pacto (At 15.24-29; Cl 2.16-17; Hb 10.1-4).

3.3 Libertinos. Certos grupos libertinos, distorcendo os ensinos de Paulo, como por exemplo, o da justificação pela fé independente das obras (Rm 3.28), afirmavam que, desde que uma pessoa tivesse fé em Cristo, não importaria se os atos dela fossem bons ou maus. Aqueles que pensam dessa forma são chamados de antinomistas. A palavra “antinomismo”, vem do grego “anti”, que significa “contra”, e “nomos”, que significa “lei”. Alegam os antinomistas que, uma vez salvos pela fé em Cristo Jesus, já estamos livres da tutela de Moisés (ANDRADE, 2006, p. 51). Embora tenha ensinado que os homens são justificados diante de Deus pela fé, Paulo exortou também que aqueles que estão em Cristo são novas criaturas (2 Co 5.17) e, portanto, não devem mais andar segundo a carne (Rm 8.1), mas na prática das boas obras que “Deus preparou para que andássemos nelas” (Ef 2.10; Tt 2.14).

IV – PAULO VIU E PREVIU O SURGIMENTO DE ATAQUES A SÃ DOUTRINA

Há quem pense que Satanás e seus demônios só investem contra a santidade da igreja com pecados da carne. O apóstolo Paulo, no entanto, nos mostrou que o Inimigo também dispara ataques contra o ensino bíblico e ortodoxo, pois sabe que, alterando a doutrina, alterará o comportamento. Notemos:

4.1 Paulo exortou a igreja de Corinto. Sua preocupação pastoral fez dele um zeloso apologista da sã doutrina. Por isso, podia dizer: “Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos e se apartem da simplicidade que há em Cristo” (2 Co 11.3). O apóstolo não tolerava outro evangelho (2 Co 11.4), e considerava a os pregadores do falso evangelho como ministros de Satanás (2 Co 11.13).

4.2 Paulo exortou a liderança da igreja, quanto aos ataques que ela sofreria enquanto aqui na terra. Por ocasião de sua despedida na cidade de Mileto, chamou os presbíteros de Éfeso e lhes disse abertamente: “Olhai, pois, por vós, epor todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue. Porque eu sei isto que, depois da minha partida, entrarão no meio de vós lobos cruéis, que não pouparão ao rebanho; e que de entre vós mesmos se levantarão homens que falarão coisas perversas, para atraírem os discípulos após si. Portanto, vigiai, lembrando-vos de que durante três anos, não cessei, noite e dia, de admoestar com lágrimas a cada um de vós” (At 20.28-31).

4.3 Paulo exortou o jovem obreiro Timóteo para o presente, mas tal exortação apontava também para o futuro. Quando enviou o jovem evangelista Timóteo à cidade de Éfeso, Paulo o orientou quanto ao cuidado que deveria ter, em face das heresias que alguns estavam disseminando no meio do rebanho de Cristo (1 Tm 1.3). Ao mesmo tempo, o apóstolo profetizou que, no futuro, Satanás e seus demônios usariam pessoas para espalharem ensinamentos estranhos ao Evangelho de Cristo Jesus, levando alguns à apostasia: “Mas o Espírito expressamente diz que, nos últimos tempos, apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios” (1 Tm 4.1).

CONCLUSÃO

Assim como o apóstolo Paulo, devemos seguir zelosos em reter o genuíno evangelho, tal qual recebemos, a fim de que não sejamos levados por ventos de doutrina que têm sido propagados por diversos canais no tempo presente. Deve ecoar nos nossos ouvidos a exortação de Jesus aos crentes de Filadélfia, quando disse: “guarda o tens para que ninguém tome a tua coroa” (Ap 3.11).

REFERÊNCIAS

  • ANDRADE, Claudionor Côrrea de. Dicionário Teológico. CPAD.
  • CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia.
  • STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal.
  • WIERSBE, W. W. Comentário Bíblico do Novo Testamento 1. GEOGRÁFICA.

Fonte: portalrbc1.

Paulo o discipulador de vidas

4º TRIMESTRE 2021

O APÓSTOLO PAULO

Lições da vida e ministério do apóstolo dos gentios para a Igreja de Cristo

COMENTARISTA:  Pr. ElienaiCabral

LIÇÃO 08 – PAULO, O DISCIPULADOR DE VIDAS – (At 2.42-47; 20.1-4)

INTRODUÇÃO

Nesta lição, aprenderemos sobre o apóstolo Paulo, como exemplo de um zeloso discipulador de vidas; destacaremos que o discipulado é a missão integradora da Igreja; e, por fim, relacionaremos, à luz das Escrituras, quais as bases do autêntico discipulado cristão.

I – DEFINIÇÕES

1.1 Discípulo. A palavra “discípulo”, no latim, significa “aluno”, “aprendiz”. O termo hebraico: “talmid” vem de “talmad”, que também significa: “aprender” (1Rs 20.35: 2Rs 2.3,5,7,15; 2R 4.1,38; 2Rs 5.22; 1Cr 25.8; Is 8.16; 19.11; 50.4). A palavra grega correspondente é “mathetes”, de onde se deriva a palavra que significa “aprender”. Embora o grupo dos doze apóstolos seja denominado de discípulos, biblicamente todo aquele que segue a Jesus é também um discípulo (Mt 5.1; Jo 2.12). O apóstolo Paulo chega a dizer que o verdadeiro discípulo tem a “mente de Cristo ” (1Co 2.16). O discípulo, portanto, deve agir e reagir como se fora o Senhor mesmo (CIDACO, 1996, pp. 104,105). A palavra “discípulo” está relacionada à ideia de “disciplina” e isso é muito instrutivo, porque, acima de tudo, dos verdadeiros discípulos requer-se disciplina (MERRILL, 2010, vol. 1. p. 189 – grifo nosso).

1.2 Discipulado. A palavra discipulado tem de origem na palavra latina: “discipulatus”. É o trabalho cristão efetuado pelos membros da igreja, a fim de fazer dos novos crentes – crianças, jovens e adultos – autênticos cristãos, cujas vidas se assemelham em palavras e obras ao ideal apresentado pelo Senhor Jesus Cristo (Mt 28.18-20; Cl 1.28,29; Ef 4.13-16). A igreja precisa, no discipulado cristão, de uma visão celestial multiplicadora, selecionando e treinando homens, mulheres, crianças, jovens e idosos para que, por suas vidas santas e pelo ensino das verdades cristãs possam educar os novos discípulos e torná-los aptos a fazer outros.

II – PAULO, UM DISCIPULADOR ZELOSO

A vida do apóstolo Paulo não foi marcada apenas pela evangelização, mas também, pelo seu zelo para com a igreja de Deus. Por isso ele diz, escrevendo aos coríntios: “Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus […]” (2Co 11.2a). Este zelo fala do seu cuidado e de sua preocupação para com a noiva de Cristo. Isto pode ser visto em vários aspectos do seu ministério. Notemos:

2.1 Na visita aos novos crentes. Sua preocupação não era apenas evangelizar, mas também visitar os irmãos pelas cidades onde havia anunciado o Evangelho, para exortá-los a permanecer na fé e encorajá-los em meio às perseguições e ao sofrimento (At 14.21,22; 15.36).

2.2 Na sua disposição e dedicação pelas vidas. Inúmeras vezes o apóstolo Paulo revelou profundo amor pelas almas (2Co 6.11), a ponto de abrir mão de seu bem estar pessoal (2Co 1.6), com a finalidade de ver os crentes crescerem na graça divina. Paulo não buscava benefícios pessoais, e não se negava pelo bem espiritual dos irmãos: “Eu, de muito boa vontade, gastarei e me deixarei gastar pelas vossas almas, ainda que, amando-vos cada vez mais, seja menos amado” (2Co 12.15).

2.3 No fato de deixar obreiros nas cidades onde havia pregado. Após pregar o Evangelho nas cidades, o apóstolo Paulo costumava deixar obreiros para cuidar do rebanho, como deixou Timóteo em Éfeso (1Tm 1.3) e Tito, em Creta (Tt 1.5).

2.4 No fato de escrever cartas às igrejas. O apóstolo Paulo procurava sempre se informar acerca das igrejas que já haviam se estabelecido (Rm 1.8; 1Ts 3.2). Baseado nestas informações (1Co 1.11), ele escrevia cartas, com o objetivo de ensiná- los, corrigir possíveis erros doutrinários e encorajá-los (1Co 4.14-17). Por isso, mesmo quando estava preso, aproveitava a oportunidade, para escrever e enviá-las para as igrejas (Ef 4.1; Fp 3.12; Cl 4.3,10).

III – DISCIPULADO, A MISSÃO INTEGRADORA DA IGREJA

O discipulado é uma ação conjunta com a evangelização. Não há como discipular, sem evangelizar. No entanto, quando falamos de discipulado, estamos nos referindo ao ato de proclamar as boas-novas de salvação aos pecadores, a fim de convertê-los a Cristo, e torná-los discípulos idôneos, fiéis a Jesus e capazes de gerarem outros seguidores (2Tm 2.2). Vejamos verdades sobre o discipulado:

3.1 O discipulado é um imperativo. A expressão: “Portanto ide efazei discípulos” (Mt 28.19), nos mostra que as palavras de Jesus são uma ordem para a igreja, tanto quanto a evangelização, como para a formação de novos discípulos. A evangelização é um ato, e o discipulado (integração do novo crente) é um processo contínuo. Além disso, demanda oração, esforço, paciência, fé e perseverança, para alcançar os resultados desejados. A maturidade espiritual do cristão não ocorre de modo rápido e instantâneo, mas progressivamente em Cristo (Cl 1.28,29). Para que conservemos em nossas igrejas os novos convertidos em Cristo, precisamos trabalhar com amor, dedicação e objetividade. Muito da imaturidade espiritual dos membros da igreja local é resultado da ignorância destes, em relação às doutrinas básicas da Bíblia (Hb 5.12-14).

3.2 O discipulado é cultural e transcultural. Desde o início, a proposta divina sempre foi estender a bênção da salvação a todos os homens, indiscriminadamente (Gn 12.3; Gl 3.8). Mas, o sentimento ultranacionalista dos judeus fechou seus olhos a esta realidade de que Deus os levantou, a fim de serem uma nação evangelizadora para todos os povos (Is 42.6; 49.6; Rm 2.17-20). A vinda do Messias, no entanto, mostrou claramente que Deus não faz acepção de pessoas (At 10.34; Rm 2.11; Ef 6.9). É necessário entender que: (a) Deus amou o mundo, e não apenas uma classe de pessoas (Jo 3.16); (b) o sacrifício de Jesus não alcança apenas um povo (Jo 1.29; 1Jo 2.2); (c) sua graça alcança tanto os judeus como os gentios (Rm 3.29; 9.24,30; Gl 3.14; Ef 3.6); (d) a ordem de levar as boas novas de salvação é extensiva até aos confins da terra (At 1.8).

3.3 O discipulado inclui a observação das ordenanças de Cristo. Jesus disse aos apóstolos que aqueles que cressem na mensagem do evangelho deveriam confirmar a sua fé, descendo as águas do batismo (Mt 28.19). Evidenciando assim o total compromisso do discípulo com o Seu Mestre.

3.4 O discipulado exige comprometimento com a doutrina de Cristo. É preciso ter convicção da doutrina de Cristo no discipulado (At 4.17-20; 11.23; 15.1). “O discipulado cristão é um relacionamento de mestre e aluno, baseado no modelo de Cristo e seus discípulos, no qual o mestre reproduz tão bem no aluno a plenitude da vida que tem em Cristo que o aluno é capaz de treinar outros. para que ensinem outros” (PHILLIPS, 2010, p. 20).

IV – BASES DO DISCIPULADO CRISTÃO

O autêntico discipulado cristão se fundamenta sobre algumas bases. Notemos:

4.1 O discipulado pela instrução. O ensino bíblico mostra que é necessário que haja alguém experiente e idôneo que ensine e pessoas dispostas a aprenderem, com o objetivo de atingir a estatura de varão perfeito (Ef 4.11-14). A Bíblia chama líderes e pais para instruírem aqueles que foram confiados aos seus cuidados (Gl 6.6; Ef 6.4; 1Ts 4.8; 1Tm 1.18; 6.3; 2Tm 2.25; 4.2). Ela também chama todos os crentes a instruírem uns aos outros: “Eu próprio, meus irmãos, certo estou, a respeito de vós, que vós mesmos estais cheios de bondade, cheios de todo o conhecimento, podendo admoestar-vos uns aos outros” (Rm 15.14)

4.2 O discipulado pela imitação. Discípulos são imitadores, primeiramente de Cristo: “Porque eu vos dei o exemplo,para que, como eu vos fiz, façais vos também” (Jo 13.15; ver Hb 12.2; 1Pd 2.21); tendo também como referência, os servos de Deus, cuja conduta se assemelha ao Senhor Jesus, como bem afirmou o apóstolo Paulo: “Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo” (1Co 11.1; ver 1Co 4.16; Fp 3.17; 4.9; 2Tm 3.10), e cuja fidelidade deve ser igualmente imitada: “Lembrai-vos dos vossos guias, os quais vos pregaram a palavra de Deus; e, considerando atentamente o fim da sua vida, imitai a fé que tiveram” (Hb 13.7). Dessa forma, uma atitude para um discipulado saudável é ser seguidor dos bons exemplos: “Amado, não imites o que é mau, senão o que é bom” (3Jo 11).

4.3 O discipulado pelo amor. Um cristão que discipula com amor apresenta a melhor imagem de Cristo: “Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus” (Fp 2.5). O discípulo de Cristo precisa ter amor por outros discípulos (Jo 13.34-35). A Bíblia ensina que o amor por outros crentes é a prova de que somos membros da família de Deus (1Jo 3.10). O amor é definido em 1Co 13.1-13, e somos instruídos a pensar mais nos outros do que em nós mesmos, e a cuidar dos seus interesses (Fp 2.3-4).

CONCLUSÃO

O apóstolo Paulo, com o seu zelo pelas vidas, é o modelo a ser seguido por todos os cristãos que desejam cumprir a missão discipuladora dada por Deus à sua Igreja. Não há prazer maior do que conduzir uma pessoa a Cristo e ser um instrumento para o seu crescimento espiritual.

REFERÊNCIAS

  • CIDACO, J. A. Um grito pela vida da igreja. RJ: CPAD, 1996.
  • MERRILL C. TENNEY.Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol. 1.2010.
  • PHILLIPS, Keith. A formação de um discípulo. VIDA. 2010.
  • STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

Fonte: portalrbc1.

Paulo o plantador de Igrejas

4º TRIMESTRE 2021

O APÓSTOLO PAULO

Lições da vida e ministério do apóstolo dos gentios para a Igreja de Cristo

COMENTARISTA:  Pr. ElienaiCabral

LIÇÃO 07 – PAULO, O PLANTADOR DE IGREJAS – (1Co 3.6-9; At 13.1-3; 16.1-5,9,10)

INTRODUÇÃO

Nesta lição, estudaremos alguns aspectos do apóstolo Paulo como um autêntico missionário; veremos algumas informações sobre suas viagens missionárias e seus propósitos; e, por fim, pontuaremos algumas informações sobres as suas três viagens como plantador de igrejas pela Europa e Ásia Menor.

I – PAULO, UM MISSIONÁRIO AUTÊNTICO

1.1 Paulo um verdadeiro plantador de igrejas. Em suas cartas, Paulo declara que foi chamado pelo Senhor para ser “apóstolo dos gentios” (Rm 11.13; 1Tm 2.7; 2Tm 1.11) e destacou-se como um missionário transcultural (At 9.15; 13.1-3; 22.21; 26.16,17). Atravessou mares, cruzou desertos, enfrentou açoites e prisões para plantar igrejas na Europa e na Ásia. Tornou-se o maior evangelista e o maior plantador de igrejas do cristianismo. Pastoreou igrejas e desbravou campos inalcançados, abrindo novas fronteiras para a implantação do Reino de Deus na terra. Como plantador de igrejas, foi preso em Damasco (At 9.24,25; 2Co 11.32,33), rejeitado e perseguido em Jerusalém (At 21.27-32; 24.1-9), esquecido em Tarso (At 9.26), apedrejado em Listra (At 14.19), preso em Filipos (At 16.11,12,19-24), escorraçado de Tessalônica e Beréia (At 17.10-13), e chamado de tagarela em Atenas (At 17.16-18). Em Antioquia da Psídia, foi banido da cidade (At 13.50) e em Icônio fugiu a tempo para não ser apedrejado (At 14.6). Enfrentou oposição em Éfeso (At 19.1,21-29); foi preso em Jerusalém; acusado em Cesaréia; picado por uma víbora em Malta (At 28.1-6), e finalmente foi preso em Roma (At 28.30). Os sofrimentos e humilhações foram incontáveis ao longo do seu ministério apostólico: “Sofre, pois, comigo, as aflições, como bom soldado de Jesus Cristo” (2Tm 2.3).

1.2 Paulo não se envergonhava do Evangelho de Cristo. Após a sua conversão, ele tornou-se um pregador do Evangelho. Seu maior desejo era levar as Boas Novas de salvação à toda criatura. Por isso, jamais se envergonhou do evangelho (Rm 1.16); e, onde chegava, procurava sempre uma ocasião para falar de Cristo, quer fosse nas sinagogas (At 13.5; 14.1), nas casas (At 20.20) e de cidade em cidade (At 14.6,7; 15.35). Nem mesmo a prisão era impedimento para ele pregar (Fp 1.12,13; 2Tm 2.9).

1.3 Paulo sentia-se um devedor. O desejo de pregar o Evangelho era tão grande na vida de Paulo, que ele chegava a ter um sentimento de dívida para com os homens. Ele diz: “Eu sou devedor, tanto a gregos como a bárbaros, tanto a sábios como a ignorantes” (Rm 1.14). Este “sentimento de dívida” não era restrito apenas aos que estavam perto, mas também para com aqueles que estavam mais distantes. Por isso, desejava viajar para outras cidades (Rm 1.15).

1.4 Paulo sentia-se na obrigação de pregar o Evangelho. Para o apóstolo Paulo, pregar o Evangelho não era uma tarefa qualquer. Era uma obrigação: “Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim, se não anunciar o evangelho!” (1Co 9.16). A Grande Comissão não é um pedido, é uma ordem (Mt 28.18-20; Mc 16.15).

1.5 Paulo estava disposto a sofrer por amor a Cristo e ao Evangelho. Quando Paulo se despediu dos presbíteros em Éfeso, ele disse que estava pronto para cumprir a sua missão (At 20.22-24). Em outra ocasião, um profeta por nome Ágabo tomou a sua cinta, e ligando os seus próprios pés e mãos, entregou-lhe uma mensagem, mas ele não desistiu (At 21.11-13).

II – AS VIAGENS MISSIONÁRIAS DE PAULO E SEUS PROPÓSITOS

Paulo realizou três viagens missionárias, onde pregou nas cidades do Império Romano (At 13.1-14.28; 15.36-18.22; 18.23­20.38). Apesar de não dispor de muitos recursos, nem de meios de transportes e de comunicação sofisticados, ele pôde alcançar o mundo de sua época (Cl 1.23). Enumeramos, pelo menos, três propósitos das viagens missionárias de Paulo:

2.1 Pregar o evangelho. Sem dúvidas, este era o principal objetivo de suas viagens (At 14.1; 16.31; 17.4,12; 18.8; 19.20).

2.2 Visitar os novos crentes. Paulo e seus companheiros não apenas evangelizavam, mas também visitavam os novos conversos pelas cidades onde haviam anunciado o Evangelho, para exortá-los a permanecer na fé, e encorajá-los em meio às perseguições e ao sofrimento (At 14.21,22; 15.36).

2.3 Estabelecer obreiros nas cidades onde havia pregado. Depois de pregar o Evangelho, de cidade em cidade, o Apóstolo Paulo estabelecia obreiros para cuidar do rebanho, como deixou Timóteo em Éfeso (1Tm 1.3) e Tito em Creta (Tt 1.5).

III – A PRIMEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA DE PAULO

3.1 De Antioquia a Chipre (At 13.1-12). A primeira viagem missionária de Paulo ocorre logo após ter sido ele comissionado pelo Espírito Santo (At 13.2,3). O apóstolo, juntamente com Barnabé, embarca em Selêucia, porto marítimo de Antioquia, em direção à Ásia Menor (At 13.4). Já em Chipre, cidade natal de Barnabé (At 4.36), desembarcam em Salamina, onde havia uma considerável população judaica. Ali anunciam a palavra do Senhor à sinagoga local. Depois, viajando em direção à ilha de Pafos, proclamam o Evangelho de Cristo às suas aldeias e povoados.

3.2 De Chipre a Antioquia da Pisídia (At 13.13-52). De Pafos, subindo o rio Cestro, Paulo chega a Perge, região da Panfília, cuja população era devota de Diana (Ártemis). Após uma viagem de 160 quilômetros, o apóstolo chega a Antioquia da Pisídia, onde havia uma grande comunidade judaica e um posto militar romano. Na sinagoga local, Paulo proclama o Evangelho aos judeus da Diáspora, conduzindo muitos à conversão. No sábado seguinte, uma grande multidão congrega-se, a fim de ouvir a palavra de Deus. Os judeus incrédulos, porém, saem a blasfemar e a incitar a cidade contra o apóstolo.

3.3 De Icônio ao regresso a Antioquia (At 14.1-28). Icônio era uma cidade mui estratégica, localizada entre Éfeso, Tarso e Antioquia. Como de costume, Paulo põe-se a evangelizar os judeus da dispersão. Muitos creem, já outros, porfiando em sua incredulidade, incitam as gentes contra os apóstolos. Temendo por suas vidas, Paulo e Barnabé deixam Icônio e dirigem-se a Listra e a Derbe, cidades da Licaônia. Em Listra, que tinha como padroeiro Zeus, o maioral dos deuses gregos, os apóstolos pregam e restauram a saúde de um coxo de nascença. Abismados pelo milagre, os licaônios atribuíram o prodígio à manifestação de Zeus e Hermes (At 14.11,12). E já completamente fora de si, puseram-se a oferecer sacrifícios aos apóstolos que, energicamente, impediram-nos (At 14.15). Logo em seguida, os que eram adorados como deuses são tratados como a escória da humanidade. Uma multidão, procedente de Antioquia e Icônio, incita as pessoas a apedrejarem a Paulo, que é dado como morto (At 14.19). No entanto, a semente ali plantada haveria de florescer e frutificar.

IV – A SEGUNDA VIAGEM MISSIONÁRIA DE PAULO

4.1 Em direção à Ásia (At 15.36 – At 16.8). Após a ruptura com Barnabé, prossegue Paulo na companhia de Silas, que também era profeta (At 15.32). Em Listra, une-se a eles um jovem greco-hebreu, Timóteo, a quem o apóstolo escreveria duas epístolas. Deixando Antioquia, passaram pela Síria e Cilícia, confortando as igrejas na fé e informando-as acerca da resolução do Concílio de Jerusalém (At 16.4,5). Ato contínuo, atravessam a região da Frígia e da Galácia. Mas o Espírito Santo, sempre na direção dos atos de seus apóstolos, interrompe-lhes a jornada, conduzindo-os por um itinerário que haveria de lhes mostrar.

4.2 Em direção à Europa (At 16.12 – At 8.18). Em Trôade, Paulo é orientado numa visão a seguir para a Macedônia. Rumo a Filipos, passa pela Samotrácia e por Neápolis, até chegar a Filipos. Esta foi a primeira cidade da Europa a receber o evangelho. E Lídia, a primeira europeia a receber a Cristo, constrange os apóstolos a se hospedarem em sua casa. Nessa cidade, Paulo expulsa o espírito de adivinhação de uma jovem que, por intermédio desse artifício, dava grandes lucros a seus senhores (At 16.16-18). Vendo estes que a fonte de seu ganho secara, incitaram a cidade contra os apóstolos que, levados ao tribunal, foram postos em prisão. No cárcere, Paulo e Silas adoravam a Deus, quando um terremoto lhes abriu as portas da cadeia. O episódio constrangeu o carcereiro e toda a sua família a se converterem a Cristo (At 16.31). Já libertos, seguiram eles para Tessalônica, passando por Anfípolis e Apolônia. E dali, prosseguiram a pé por 64 quilômetros até à cidade.

4.3 O regresso (At 18.18-22). De Atenas, dirigiu-se Paulo a Corinto, a mais importante metrópole da Grécia. Nessa cidade, fez contatos com Áquila e Priscila. Aos sábados, consagrava-se ele a proclamar o Evangelho aos judeus e gentios ali residentes. Seu grande esforço resultou na conversão do principal da sinagoga, o irmão Crispo. A permanência de Paulo em Corinto foi de um ano e seis meses. Despedindo-se da igreja ali estabelecida, dirigiu-se a Éfeso, na província da Lídia. Em seguida, retornou a Antioquia, via Jerusalém.

V – TERCEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA DE PAULO

5.1 De Antioquia a Macedônia (At 18.23 – At 20.3). De Antioquia, Paulo dirigiu-se a Éfeso, objetivando confirmar a igreja local. Como alguns discípulos nada sabiam sobre o Espírito Santo, pôs-se o apóstolo a doutriná-los acerca da Terceira Pessoa da Santíssima Trindade. Em seguida, orou para que o Espírito de Deus sobre eles viesse. Imediatamente, começaram a falar noutras línguas e a profetizar. Como resultado de seu trabalho, a superstição é vencida na cidade.

5.2 De Filipos a Jerusalém (At 20.6 – At 21.17). Nessa seção de Atos, Paulo encerra a sua terceira viagem missionária. Visita a Macedônia e a Grécia. Logo a seguir, retorna à Ásia (At 20.1-6). Alguns fatos marcaram-lhe o regresso: seu longo discurso, a ressurreição de Êutico e o comovente discurso aos anciãos de Éfeso. Apesar de alertado divinamente sobre os perigos que o aguardavam em Jerusalém, vai à Cidade Santa.

5.3 Paulo em Jerusalém. Em Jerusalém, Paulo reúne os anciãos da Igreja em casa de Tiago e narra o que Deus fizera aos gentios através de seu ministério. Ante o relato, os presbíteros preocupam-se com a reação dos judeus a respeito de Paulo. O temor não era infundado: Paulo é acusado e agredido pela multidão. Todavia, o Senhor preserva-lhe a vida, providenciando para que seja levada a Roma, onde era mister que proclamasse o Evangelho.

CONCLUSÃO

Nas viagens missionárias de Paulo, vemos clara e meridianamente os atos do Espírito Santo. Sim, o Espírito Santo continua a operar maravilhas no campo missionário, fazendo o Evangelho chegar aos confins da Terra. Quando intimado pelo Senhor, não se furte. Responda: “Eis-me aqui, envia-me a mim”.

REFERÊNCIAS

  • STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal.
  • PETERS, G. W. Teologia Bíblica de Missões. CPAD.
  • RICHARDS, L. O. Comentário Histórico Cultural do Novo Testamento. CPAD.

Fonte: portalrbc1.

Conselhos gerais

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3º TRIMESTRE 2015

A IGREJA E SEU TESTEMUNHO

As ordenanças de Cristo nas cartas Pastorais

COMENTARISTA: Pr. Elinaldo Renovato de Lima 

LIÇÃO 06 CONSELHOS GERAIS (1 Tm 5.17,22;6.9,10)

INTRODUÇÃO

Nesta lição, estudaremos acerca de alguns conselhos gerais que o apóstolo Paulo passou ao seu filho na fé, Timóteo, o jovem ministro da igreja que estava em Éfeso. Os capítulos de número cinco e seis são riquíssimos em orientações. Destacaremos aqui algumas destes conselhos quanto ao trato com os irmãos; quanto aos falsos mestres; no que diz respeito a ilusão das riquezas e o que realmente devemos como cristãos priorizar, pois, onde estiver o nosso tesouro, ai estará o nosso coração (Mt 6.20,21).

I DEFINIÇÃO DE CONSELHO

O Aurélio define conselho como advertência que se emite; aviso; admoestação; censurar ou repreender com brandura (FERREIRA, 2004, p. 528). Já o Houaiss define a palavra conselho como opinião, parecer, sabedoria, bom senso. O dicionário Vine diz que do grego gnome relacionado a gnosko, quer dizer: opinião sobre algo que deve ser feito, saber, conhecer, perceber, julgamento, conselho (VINE, 2002, p. 495).

II CONSELHOS QUANTO AO TRATO COM OS IRMÃOS

No capítulo cinco de sua primeira carta, o apóstolo Paulo orienta ao jovem pastor Timóteo que a igreja, como uma grande família de Deus (Ef 2.19), possui membros de diversas faixas etárias, e que na relação interpessoal essa diferença deveria ser considerada com relação ao trato, porém, sempre alicerçada no amor, respeito e consideração (Lv 19.17,18; Mt 22.39; Mc 12.31; Gl 5.14; Fp 2.3).

2.1 Tratamento com pessoas idosas (I Tm 5.1,2a). Não repreendas asperamente os anciãos (idosos), mas admoesta-os como a pais, (…) mulheres idosas com a mães. O apóstolo ensina que devemos tratar as pessoas idosas com amor e ternura. A palavra admoesta-os no grego parakalei significa: chame-o a parte, console-o, exorte-o O AT orientava o respeito aos idosos: Fiquem de pé na presença de pessoas idosas e os tratem com todo respeito (Lv 19.32 – Nova Tradução na Linguagem de Hoje). A honra, consideração e amor aos idosos sempre foi um ensino no AT (Lv 19.32; Sl 71; Pv 16.31; 23.22), ratificado por Jesus (Mt 15.39; Jo 19.26,27), e propagado por Paulo (I Tm 5.1,2).

2.2 Tratamento com os mais jovens (I Tm 5.1b). (…) a jovens, como a irmãos;” aos de menos idade, Paulo orienta que o relacionamento com esses irmãos deveria ser com amor, respeito e consideração (Jo 13.34; 15.17; 1 Co 14.1; 16.14; Fp 2.3; 1 Pe 1.22).

2.3 Tratamento com os de sexo oposto (I Tm 5.2). (…) às moças, como a irmãs, com toda pureza (). O apóstolo ressalta que no que tange ao relacionamento com sexo oposto, além do amor, respeito e consideração, abordado no tópico acima, o cristão deve enxerga-las como filhas de Deus, noiva do Cordeiro, tendo zelo por elas com (…) zelo de Deus (…) (II Co 11.2), com a finalidade de prepara-las, ajuda-las, incentivá-las na Igreja, a constituírem família, a amarem os maridos, terem filhos, serem sensatas, honestas e boas donas de casa (Tt 2.4,5).

2.4. Trato com as viúvas (I Tm 5.316).

Honra as viúvas que verdadeiramente são viúvas… Nestes versículos, o apóstolo aborda sobre dois tipos de viúvas: as idosas e as jovens. Às viúvas idosas obedeceriam a um critério de inscrição na lista dos necessitados da igreja (vs. 4, 5, 9,10). Se ela, mesmo tendo sessenta anos, tivesse filhos, netos, ou até mesmo algum parente crente, tal viúva deveria ser sustentada por sua família (v. 4,16), para não ser pesada à igreja (v. 16). Já para às viúvas novas, o apóstolo recomenda que (…) Se casem, criem filhos, sejam boas donas de casa e não deem ao adversário ocasião favorável de maledicência (v. 14). A Igreja em Pernambuco, por meio do PROAT – Programa de Apoio a Terceira Idade, tem procurado identificar e ajudar as necessidades dos viúvas idosas.

2.5 Trato com os obreiros (I Tm 5.1725). Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina… Não aceites acusação contra o presbítero. Com relação aos obreiros, Paulo orienta a Timóteo a não aceitar qualquer acusação contra ele; deveria se observar um critério (v.19), pois não há quem seja mais exposto a calúnia e a ultraje do que os líderes da igreja. Isto porque no exercício de seu ofício, sempre haverá pessoas insatisfeitas com a doutrina, inimigos do Evangelho que procurarão “se vingar” dos obreiros da Igreja (Dt 13.13; At 15.24; II Co 11.13; Gl 2.4; Fp 3.2,18,19; 1 Jo 2.9). Uma vez cometido uma falta, o obreiro é disciplinado como qualquer outro membro, pois ele só é obreiro, porque é membro da Igreja. Sua disciplina é realizada pela igreja, como ensina o apóstolo Paulo: (…) já determinei (…) que o que tal ato praticou, em nome do Senhor Jesus Cristo, junto vós e o meu espírito (…) seja entregue a Satanás (…) (1 Co 5.35). A Igreja é quem disciplina, reconcilia, aclama e exclui qualquer membro da igreja (II Co 2.511; Hb 12.11).

2.6 Trato com os senhores (I Tm 6.12).  “Todos os servos que estão debaixo do jugo estimem a seus senhores por dignos de toda a honra, para que o nome de Deus e a doutrina não sejam blasfemados Nas relações de trabalho, as recomendações paulinas é que os servos “empregados” obedeçam aos empregadores, respeitando-o, cumprindo com os compromissos de seu trabalho (Fp 4.8), para que o nome de Deus e a doutrina não sejam blasfemados. Pois a rebeldia, preguiça, ineficiência no trabalho são atitudes que vão de encontro ao princípio estabelecido por Deus para a vida humana, que criou o trabalho (Gn 2.15; Dt 8.1118), e que o mesmo deveria ser utilizado para a glória de Deus (Rm 11.36; I Co 10.31; Cl 1.15,16; Hb 2.10,13, 20,21).

III CONSELHOS GERAIS QUANTO A FALSOS MESTRES

Paulo orienta a Timóteo a tomar cuidado com os falsos mestres, e elenca algumas características desses falsos obreiros. Vejamos:

3.1 Traz outra doutrina (I Tm 6.3). Se alguém ensina alguma outra doutrina (…). Uma das grandes características do falso mestre é a difusão de outra doutrina. Algumas pessoas tem se desviado da fé por não observarem os conselhos paulinos com relação a preservação doutrinária (Gl 1.7,8, 9; 1 Tm 1.57,18, 20; 4.1,6, 7,1416; 6.1116,20; 2 Tm 1.13; 2.14; 3.1417).

3.2 Não concorda com a doutrina (I Tm 6.3). (…) e não concorda com as sãs palavras (Almeida Revista Atualizada). No NT, temos homens como Himeneu e Alexandre (1 Tm 1.20; 2 Tm 4.14,15); Fileto (1 Tm 6.21; 2 Tm 2.17); Demas (2 Tm 4.10); Diótrefes (3 Jo 911), que são exemplos de maus obreiros que procuravam desestabilizar a unidade da igreja.

3.3 Seu ensino busca apenas sua autopromoção (I Tm 6.4). (…) É soberbo, nada sabe (…). O estrelismo sempre será o objetivo do falso mestre. Para ele, os que estão ao seu redor, sabem menos que ele, são ignorantes, desinformados, e por isso, caem na armadilha da soberba que foi o pecado de Satanás (Is 14.1315; Ez. 28.1318). Entretanto, toda soberba sempre precederá uma ruína (Pv 16.18; 29.23; Sl 101.5; Jr. 13.9; 48.2947).

3.4 Gosta de discussões e debates da doutrina (I Tm 6.4). (…) mas tem mania por questões e contendas de palavras (…). Esses falsos mestres gostam promover discussões infrutíferas (1 Tm 1.6,7); (…) que produzem de invejas, provocações, difamações, suspeitas malignas. Altercações sem fim, por homens cuja mente são privados da verdade (…) (1 Tm 6.4,5 – Almeida Revista Atualizada). Acerca destes, Paulo recomenda a Timóteo: Tu, ó homem de Deus, foge destas coisas (…) (v. 11). O cristão deve ler a Bíblia para sua edificação, e não para promover debates que não promovem edificação alguma.

IV CONSELHOS GERAIS QUANTO A BUSCA DESENFREADA DAS RIQUEZAS

Paulo passa, agora, a orientar Timóteo quanto ao perigo de se adquirir riquezas, e adquiri-las a qualquer custo. Ele Mostra que o cristão que assim procede está ignorando que a vida não consiste em riquezas: Nada trouxemos para este mundo, é manifesto que nada podemos levar dele. (1 Tm 6.7), que Deus é o dono de tudo (Dt. 8.1118; Sl 24.1; Rm 11.36) e que o contentamento deve estar presente em nossa vida: ”Tendo, porém, com o que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes (1 Tm 6.8). (As consequências para os que buscam as riquezas de forma desenfreada (I Tm 6.9,10). Porém, os que desprezam tais verdades diz Paulo: (a) Caem em tentação; (b) Em laços; e, (c) Em muitas concupiscências loucas e nocivas, levando a perdição e ruína (1 Tm 6.9). Mas Timóteo deveria seguir: a justiça, a piedade, a fé, o amor, a paciência, e a mansidão (1 Tm 6.11).

CONCLUSÃO

Nestes dois últimos capítulos de primeira carta a Timóteo, pudemos perceber o cuidado pastoral de Paulo ao orientar, não só o pastor Timóteo, mas a Igreja em Éfeso, sobre os mais diversos assuntos relacionados à vida cristã e ao bom desenvolvimento do relacionamento interpessoal dos membros na Igreja, demonstrando assim, como pastor e apascentador, o seu amor pelo rebanho.

REFERÊNCIAS

  • BARCLAY, William. Comentário Bíblico do Novo Testamento: 1 Timóteo.
  • CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
  • FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Editora Positivo.
  • KELLY, J.N.D. I II Timóteo e Tito: Introdução e comentário. CULTURA BÍBLICA.
  • PFEIFFER, Charles F. Comentário Bíblico Moody: Daniel. Editora Batista Regular.
  • STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
  • VINE, W.E, et al. Dicionário Vine . CPAD.

Fonte: REDE BRASIL

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Apostasia, fidelidade e diligencia no ministerio

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3º TRIMESTRE 2015

A IGREJA E SEU TESTEMUNHO

As ordenanças de Cristo nas cartas Pastorais

COMENTARISTA: Pr. Elinaldo Renovato de Lima 

LIÇÃO 05 APOSTASIA, FIDELIDADE E DILIGÊNCIA NO MINISTÉRIO (I Tm 4.1,2; 58;12,16).

INTRODUÇÃO

Nesta lição, iniciaremos trazendo as definições das palavras: apostasia, fidelidade, diligência e ministério. Analisaremos os passos que levam uma pessoa à apostasia e em seguida, mostraremos alguns exemplos de maus obreiros que trouxeram grandes prejuízos na obra, como também, analisaremos os bons exemplos de obreiros que foram muito úteis ao apóstolo dos gentios.

 I DEFINIÇÕES DE APOSTASIA, FIDELIDADE, DILIGÊNCIA E MINISTÉRIO.

1.1 Apostasia. O termo apostasia vem do grego apostásis e significa o abandono premeditado e consciente da fé cristã”. O termo grego aphistemi é definido por: apartar, decair, desertar, retirar, rebelião, abandonar, afastar-se daquilo que antes se estava ligado (STAMPS, 1995, p. 1903).

1.2 Fidelidade. O dicionário Aurélio diz que esta palavra significa: qualidade de fiel; lealdade; constância, firmeza nas afeições, nos sentimentos; perseverança. Observância rigorosa da verdade; exatidão. O termo em hebraico é ‘ emunah’ cujo significado básico é certeza e fidelidade (VINE, 2002, p. 128 – grifo nosso).

1.3 Diligência. Segundo Ferreira (2004, p. 679) a palavra diligência significa: ter cuidado, zelo, aplicação, presteza.

1.4 Ministério. Andrade (2006, p. 265) ao falar sobre a palavra ministério afirma que é: um ofício, cargo, função, incumbência do grego ministerium. A principal característica do ministério cristão é o serviço. O dicionário Vine (2002, p.791) falando sobre o exercício ministerial diz que: “vem da expressão ‘leitourgos, ao qual corresponde no NT aos ministros sacros” (Lc 1.23; Hb 8.6; 9.21 – grifo nosso).

II CARACTERÍSTICAS DOS MAUS COOPERADORES NAS CARTAS PASTORAIS

Paulo cita alguns exemplos específicos de obreiros que apostataram e naufragaram na fé. Vejamos:

2.1 Himeneu, um exemplo daqueles que blasfemam à obra (I Tm 1.20a). A passagem de I Timóteo 1.20 e II Timóteo 2.17 mostram-nos uma repreensão severa a três “cooperadores” da obra que tinham blasfemado contra a Igreja, entristecendo a Paulo e afundado suas próprias vidas. Inevitavelmente tinham caído em más práticas. Pontuemos:

2.2 Fileto, um exemplo daqueles que apostatam da obra (I Tm 6.21; II Tm 2.17). Não sabemos muita coisa alguma sobre este homem, Fileto. Os dois (Fileto e Himeneu) se desviaram da verdade” ao ensinar que a ressurreição já havia ocorrido. Talvez ensinassem que a salvação é a ressurreição em sentido espiritual, de modo que o cristão não deveria esperar uma ressurreição física. Mas a negação da ressurreição física é algo extremamente sério (I Co 15.12), pois envolve a ressurreição de Cristo e a consumação do plano de Deus para a salvação de seu povo. Não é de se admirar que esses falsos mestres estivessem “pervertendo a fé a alguns” (II Tm 2.18) (WIERSBE, 2007, 320).

2.1.1 … os quais entreguei a Satanás para que aprendam a não blasfemar (I Tm 1.20b). A expressão os quais entreguei a Satanás” deixa implícita que Paulo estivesse pensando na prática judia da excomunhão, pois, de acordo com o praticado nas sinagogas, se um homem fizesse o mal, em primeiro lugar, era repreendido publicamente. Se isso fosse ineficaz, era expulso da sinagoga por trinta dias. Se ainda continuasse obstinado em não arrepender-se, era considerado uma pessoa maldita, desterrada da sociedade dos homens e da comunhão com Deus. Em tal caso, era bem possível dizer que o homem era entregue a Satanás… Outra possibilidade, era que Paulo queria dizer que os expulsou da igreja, deixando-os livres no mundo para sofrerem suas consequências. Para Paulo, o castigo nunca era uma vingança reivindicativa; era sempre uma disciplina que remediava. Seu fim nunca era ferir; sempre buscava curar (BARCLAY, sd, p. 65).

2.3 Alexandre, um exemplo daqueles que perturbam à obra (II Tm 4.14). Alexandre era um nome comum naquele tempo (ITm 1.20), de modo que não temos como saber, ao certo, se é o mesmo homem citado na segunda carta de Paulo a Timóteo (II Tm 4.14); mas, caso seja, fica claro que resistiu a Paulo e continuou ensinado doutrinas falsas. Alexandre mostrou-se reprovado para com Paulo no sentido de ter-lhe revelado um coração mau em sua oposição ao Evangelho. O apóstolo Paulo usa a expressão: Guarda-te também dele…. Paulo ordena a Timóteo que evite Alexandre, pois ele atacou a verdade abertamente …porque resistiu muito às nossas palavras. 2.4 Demas, um exemplo daqueles que abandonam à obra (2Tm 4.10). D emas é citado apenas três vezes no NT e, no entanto, essas três citações contam uma triste história de fracasso. Paulo refere-se a Demas, ao lado de Marcos e de Lucas, como meus cooperadores” (Fm 1.24). Na próxima referência, o chama apenas de Demas” (Cl 4.14). Aqui (II Tm 4.10) diz: “Demas […] me abandonou. O apóstolo dá o motivo: “tendo amado o presente século” (WIERSBE, 2007, p. 333).

III TIPOS DE APOSTASIAS E SEUS RESULTADOS

Como já vimos, a palavra apostasia significa: ato de desviar-se ou afastar-se do relacionamento com Deus. Vejamos as consequências da apostasia:

3.1 A apostasia pessoal (Hb 3.12). Apostatar significa cortar o relacionamento salvífico com Cristo, ou apartar-se da união vital com Ele e da verdadeira fé nEle. Sendo assim, a apostasia individual é possível somente para quem já experimentou a salvação, a regeneração e a renovação pelo Espírito Santo (Lc 8.13; Hb 6.4,5); não é simples negação das doutrinas do NT pelos inconversos dentro da igreja visível. A apostasia pode envolver dois aspectos distintos, embora relacionados entre si.

3.1.1 A apostasia teológica. É o desvio de parte ou totalidade dos ensinos de Cristo e dos apóstolos (1Tm 4.1; 2Tm 4.3). Os falsos obreiros apresentam uma salvação fácil e uma graça divina sem valor, desprezando as exigências do arrependimento, à separação da imoralidade, e à lealdade a Deus e seus padrões (2Pe 2.13,1219). Os falsos evangelhos, voltados a interesses humanos, necessidades e alvos egoístas, gozam de popularidade por sua mensagem fácil e agradável.

3.1.2 A apostasia moral. É o abandono da comunhão salvífica com Cristo e o envolvimento com o pecado e a imoralidade. Esses apóstatas podem até anunciar a sã doutrina bíblica, e mesmo assim nada terem com os padrões morais de Deus (Is 29.13; Mt 23.2528). São aqueles que eram crentes e deixaram de permanecer em Cristo e voltaram a ser escravos do pecado e da imoralidade (Is 29.13; Mt 23.2528; Rm 6.1523; 8.613). Existem muitas que igrejas permitem tudo para terem muitos membros, dinheiro, sucesso e prestígio (1 Tm 4.1). O evangelho da cruz, com o desafio de sofrer por Jesus (Fp 1.29), de renunciar todo tipo de pecado (Rm 8.13), de sacrificar-se pelo reino do Senhor e de renunciar a si mesmo será algo raro (Mt 24.12; 2Tm 3.15; 4.3). No dia do Senhor, cairá a ira de DEUS contra os que rejeitarem a sua verdade (1Ts 5.29).

3.2 Passos que levam à apostasia. Podemos elencar alguns passos que levam uma pessoas à apostasia: (1) Quando o crente, por sua falta de fé, deixa de levar plenamente a sério as verdades, exortações, advertências, promessas e ensinos da Bíblia (Mc 1.15; Lc 8.13; Jo 5.44,47; 8.46); (2) Quando as realidades do mundo chegam a ser maiores do que as do reino celestial, e o crente deixa paulatinamente de aproximar-se do Senhor (4.16; 7.19,25; 11.6); (3) Por causa da aparência enganosa do pecado, a pessoa se torna cada vez mais tolerante do pecado na sua própria vida (1Co 6.9,10; Ef 5.5; Hb 3.13). (4) Quando o crente já não ama a retidão nem odeia a iniquidade, e, (5) Por causa da dureza do seu coração e da sua rejeição dos caminhos do Senhor, não faz caso da repetida voz e repreensão do Espírito Santo (Ef 4.30; 1Ts 5.1922; Hb 3.711).

IV CARACTERÍSTICAS DOS BONS COOPERADORES NAS CARTAS PASTORAIS

Vejamos alguns desses grandes exemplos de bons obreiros mencionados por Paulo em suas cartas pastorais:

4.1 Lucas, um exemplo daqueles que amam a obra (II Tm 4.11). Paulo diz que este obreiro é o médico amado” que viajava com Paulo (Cl 4.14). É o autor do Evangelho de Lucas e do Livro de Atos (convém observar a seção de Atos escrita na primeira pessoa do plural, indicando que Lucas foi testemunha ocular dos acontecimentos). É provável que Paulo tenha ditado a carta de 2Timóteo a Lucas, pois, ele serviu a Paulo como um amanuente (aquele que escreve o que é ditado) . Uma vez que Lucas era médico, deve ter apreciado a referência que Paulo faz ao câncer (II Tm 2.17).

4.2 Timóteo, um exemplo daqueles que são fiéis na obra (II Tm 4.11). Nenhum outro líder cristão, dentre os companheiros de trabalho de Paulo, foi tão recomendado por ele como Timóteo, especialmente em face de sua lealdade (I Co 16.10; Fp 2.19; II Tm 3.10). Acerca de Timóteo, o apóstolo destaca ainda que ele era: (1) um estudante zeloso e obediente a Palavra de Deus (II Tm 3.15); (2) um servo perseverante (I Ts 3.2); (3) um homem de boa reputação (At 16.2); (4) amado e fiel (I Co 4.17); e (5) companheiro dedicado a Paulo e ao evangelho (Rm 16.21; II Tm 4.9,2122).

4.3 Tito, um exemplo daqueles que são dedicados na obra (Tt 1.4). T to aparece no NT como um excelente líder. Ele é descrito por Paulo como … verdadeiro filho, segundo a fé comum… (Tt 1.4). O apóstolo deixou transparecer a devoção genuína e a preocupação pastoral deste cooperador (II Co 8.16,17). A alegria cristã e a dedicação de Tito serviam de inspiração para Paulo (II Co 7.1315). Foi enviado com Timóteo para tratar dos problemas mais sérios nas igrejas (Tt 1.5).

4.4 Tíquico, um exemplo daqueles que são disponíveis na obra (2 Tm 4.12) Ficou com Paulo durante seu primeiro período na prisão (Ef 6.21, 22; Cl 4.7,8). Paulo enviou Tíquico a Creta para substituir Tito (Tt 3.12). Depois, o envia a Éfeso para assumir o lugar de Timóteo. Ainda podemos citar: Priscila e Áquila, um exemplo daqueles que dão a sua vida na obra (2 Tm 4.19). Era um casal que ajudou Paulo de várias maneiras (At 18.13,2428; Rm 16.3,4; 1 Co 16.19). Agora, estavam em Éfeso auxiliando Timóteo em seu ministério.

CONCLUSÃO

O apóstolo Paulo tinha em sua companhia homens de Deus sinceros, com os quais ele podia contar na administração do trabalho do Senhor em Éfeso. Timóteo e outros obreiros cujas virtudes são louváveis, constituem-se para nós hoje, verdadeiros exemplos de como devemos agir no serviço de Deus fielmente. 

REFERÊNCIAS

  • FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Editora Positivo.
  • STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal.
  • BARCLAY, William. Comentário Bíblico do Novo Testamento: 1 Timóteo.__

Fonte: REDE BRASIL

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