O papel da pregação no culto

 

1º TRIMESTRE 2024

O CORPO DE CRISTO

Origem, Natureza e Vocação da Igreja no mundo

COMENTARISTA:  Pr. José Gonçalves

LIÇÃO 12 – O PAPEL DA PREGAÇÃO NO CULTO – (2Tm 4.1-5)

INTRODUÇÃO

Nesta lição, destacaremos o conceito bíblico do que é pregação; mencionaremos que o ministério terreno de Cristo, foi caracterizado pela proclamação das boas novas com o propósito de alcançar a todas as pessoas; elencaremos também, principais eventos que mostram a pregação sendo colocada como prioridade no dia a dia da igreja primitiva; e por fim, abordaremos quais devem ser as características da pregação no culto e a sua devida importância.

I  – DEFINIÇÕES

1.1 Definição do termo proclamar. O verbo grego traduzido como “proclamar”, “kerysso” que quer dizer: “ser um arauto, proclamar como um arauto”, refere-se na prática à: “pregação do evangelho como a palavra autorizada (obrigatória) de Deus, trazendo responsabilidade eterna a todos que a ouvem” (GONÇALVES, 2024). Ainda podendo ser entendido como: “promulgação solene e urgente de um fato importante. Assim é descrito o anúncio do Evangelho em obediência ao ‘ide’ de Cristo” (Mt 28.18-19) (ANDRADE, 2006, p. 305).

1.2 Definição do termo pregação. Andrade define a pregação como sendo: “proclamação da Palavra de Deus, visando a divulgação do conhecimento divino, a conversão dos pecadores e a consolação dos fiéis” (2006, p. 303). Um dos termos usados é “kerygma”, que indica: “a mensagem do evangelho”; essa palavra aparece cerca de oito vezes no Novo Testamento (Mt 12.41; Lc 11.32; Rm 16.25; 1Co 1.21; 2.4; 15.14; 2Tm 4.17; Tt 1.3), indicando a pregação apostólica, que é a mensagem central e o fundamento do Novo Testamento (CHAMPLIN, 2004, p.367)

II  – A PREGAÇÃO NO MINISTÉRIO DE JESUS

Jesus exerceu um tríplice ministério de cura, pregação e ensino da palavra de Deus: “E percorria Jesus toda a Galileia, ensinando nas suas sinagogas, e pregando o evangelho do Reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo” (Mt 4.23), essa ênfase na pregação no ministério do Senhor é Jesus, é vista frequentemente nos Evangelhos “E percorria Jesus todas as cidades e aldeias, ensinando nas sinagogas deles, e pregando o evangelho do Reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo” (Mt 9.35), “E aconteceu, num daqueles dias, que, estando ele ensinando o povo no templo e anunciando o evangelho, sobrevieram os principais dos sacerdotes e os escribas com os anciãos” (Lc 20.1). Sua importância é ressaltada, quando essa mesma ênfase foi ordenada e confiada à igreja (Mt 28.19; Mc 16.15-18).

III  – A PREGAÇÃO NA IGREJA PRIMITIVA

A pregação é a parte central do culto cristão e sem ela o culto fica sem brilho e objetivo, pois é através dela que a fé é gerada: “Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam a paz, dos que anunciam coisas boas! Mas nem todos obedecem ao evangelho; pois Isaías diz: Senhor, quem creu na nossa pregação? De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus (Rm 10.14-17; ver Gl 3.2); é a vontade de Deus, que todos se arrependam e cheguem ao pleno conhecimento da verdade (At 17.30; 1Tm 2.4), para tanto percebemos a pregação sendo evidenciada na vida da igreja primitiva. Vejamos:

3.1 No ministério de Pedro. Após ser revestido com o poder do Espírito Santo, o apóstolo Pedro pregou um sermão bíblico (At 1.16), totalmente cristocêntrico, começando com: “[…] Jesus Nazareno” (At 2.22) e, terminando com: “[…] Senhor e Cristo” (At 2.36), resultando em quase três mil almas para o Reino de Deus. Desde então, seu ministério foi marcado pela proclamação das boas novas, na unção do Espírito. Como se pode ver em vários momentos: (a) diante do espanto dos que presenciaram o milagre realizado na porta formosa do templo (At 3.12-26); (b) diante da indagação e da oposição do sinédrio (At 4.8-22); e, (c) na casa do centurião Cornélio (At 10.34-48).

3.2 No ministério de Paulo. O apóstolo Paulo em razão da sua importância no cenário cristão, destacou-se quanto ao compromisso de proclamar a Palavra de Deus de tal forma que sempre lembrava: “Para o que (digo a verdade em Cristo, não minto ) fui constituído pregador, e apóstolo, e doutor dos gentios, na fé e na verdade” (1Tm 2.7; 2Tm 1.11), o que podemos ver com facilidade tanto em seu exemplo (At 9.20,22; 13.5,16; 14.1,21,22,25; 16.13,31; 17.2,3,17;18.4,5,11; 19.8,13; 20.25; 28.31), como em seus ensinamentos (1Tm 4.6-11,13,16; 5.17; 6.3-5; 2Tm 1.13; 2.14,15; 4.2).

IV  – CARACTERÍSTICAS DA PREGAÇÃO NO CULTO

O apóstolo Paulo prevendo o fim de seus dias (2Tm 4.6,7), trouxe à tona para o jovem obreiro Timóteo, compromissos que deveriam caracterizar sua conduta como servo de Deus e da igreja do Senhor. Entre esses o de pregar o Evangelho de forma genuína, frente a um tempo de resistência à verdadeira mensagem de Deus (2Tm 4.3,4). Nesse intuito, o apóstolo destaca características que deve ter a pregação no culto:

4.1 Seriedade: “Conjuro-te, pois […]” (2Tm 4.1-a). A palavra conjuro-te, do grego: “diamarturomai” que indica: “testificar sob juramento, atestar, testificar a, afirmar solenemente”, é enfática e tem peso de afirmação legal. O apóstolo elaborara detalhadamente a responsabilidade que está sobre o ministro cristão. Agora ele incumbe Timóteo de assumir este encargo em plena conscientização de que, no desempenho de suas obrigações, ele é responsável diante de Deus e do Senhor Jesus Cristo (2Co 5.10). A pregação da Palavra era tão importante para Paulo e para o ministério da igreja que ele ordenou “uma ordem militar” que Timóteo continuasse a pregá-la. Paulo recorre a Cristo como testemunha de sua ordem e lembra a Timóteo que, um dia, o Senhor retornará e testará o ministério dele. O pregador infiel que acrescenta algo à mensagem ou dela subtrai será reprovado no dia do acerto de contas (Ap 22.18).

4.2 Fidelidade: “pregues a palavra […]” (2Tm 4.2-a). Pela expressão “a palavra”, o apóstolo quer dizer a mensagem relativa a Cristo como Redentor, Salvador e Senhor. Este deve ser o teor da pregação cristã. Nenhum sermão é realmente sermão, a menos que deixe explícita a verdade bíblica. O pregador é um arauto de Cristo, não pode mudar a mensagem que lhe foi confiada: “porque nunca deixei de vos anunciar todo o conselho de Deus” (At 20.27), não pode alterar a essência da mensagem, na tentação de torná-la palatável aos homens: “Porque nós não somos, como muitos, falsificadores da palavra de Deus; antes, falamos de Cristo com sinceridade, como de Deus na presença de Deus” (2Co 2.17).

4.3 Urgência: “[…] instes a tempo e fora de tempo […]” (2Tm 4.2). O pregador precisa ter um profundo senso de urgência, o verbo grego “ephistemi”, traduzido por “instar”, significa literalmente: “estar de prontidão”. A tempo e fora de tempo pode ser traduzido por “insista em todas as ocasiões, convenientes ou inconvenientes”. Esta determinação nos mostra o senso de urgência que deve caracterizar nossa pregação (At 8.26-30). Isso acarreta necessariamente a responsabilidade de corrigir e repreender (redarguas e repreendas) e o dever mais positivo de animar (exortes). Temos de provocar em todos que nos ouvem a disposição de reagir em total obediência à Palavra de Deus. Acima de tudo, o servo de Deus deve cultivar a graça da paciência (longanimidade), em seus esforços de levar as pessoas a Cristo e ministrar-lhes o ensino segundo a verdade cristã (doutrina).

V  – A IMPORTÂNCIA DA PREGAÇÃO BÍBLICA NO CULTO

5.1 Para nosso ensino. Paulo diz: “Porque tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito […]” (Rm 15.4). Segundo Champlin (2004, p. 855):“Paulo faz aqui uma pausa momentânea a fim de relembrar aos seus leitores qual a autoridade e qual o devido uso das Escrituras. Ele também quis dar a entender, que ela está repleta de boas coisas para nossa instrução moral e espiritual, e a igreja tem feito bom emprego dela, quanto a esses propósitos”.

5.2 Para aviso nosso. O mesmo apóstolo assevera acerca da Bíblia que as coisas que estão escritas: “[…] estão escritas para aviso nosso […]” (1Co 10.11). Para exortar os crentes de Corinto, Paulo utiliza-se do mau comportamento do povo de Israel no deserto (1Co 10.1-6). O apóstolo diz que este exemplo negativo serve de aviso a fim de que não caiamos nos mesmos erros (1Co 10.6,11). Segundo Champlin (1995, p. 396 – acréscimo nosso) a palavra “aviso” no original grego é: “nouthesia”, que significa: “admoestação”, “instrução”, “aviso”, que é utilizada tanto no sentido positivo quanto negativo, ou seja, uma atitude que pode ser reproduzida ou evitada”. Os bons exemplos quanto os maus exemplos de personagens das Escrituras também foram registrados para nos trazer advertências;

5.3 Para nos instruir no caminho certo. Paulo descreveu para o jovem obreiro Timóteo quais os muitos propósitos da pregação das Escritura em relação ao homem: “Toda a Escritura é […] proveitosa para ensinar, […] redarguir, […] corrigir, […] instruir em justiça” (2Tm 3.16). Tudo que foi escrito, o foi para nos instruir no caminho da justiça. Segundo Champlin (1995, p. 396 – acréscimo nosso), no tocante à justiça que no grego é: “dikaiosune”, fica indicado o “treinamento naquilo que é reto”. Porém, no sentido cristão, “praticar o que é reto” consiste em cultivar o caráter moral de Cristo, o qual, por sua vez, reproduzirá a moralidade de Deus Pai”.

CONCLUSÃO

Em razão dos tempos difíceis que marcam os últimos dias da Igreja do Senhor na terra, precisamos reafirmar o valor das Escrituras e da sua proclamação, ocupando um lugar proeminente no culto cristão

REFERÊNCIAS

  • ANDRADE, Claudionor Correa de. Dicionário Teológico. CPAD.
  • STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
  • CHAMPLI, R. N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
  • GONÇALVES, José. O Corpo de Cristo: Origem, Natureza e Vocação da Igreja no Mundo. 1 ed. RJ: CPAD, 2024.
  • VINE, W. E. Dicionário Vine. CPAD.

Fonte: portal rbc1/lições

Imagens bíblicas da Igreja

 

1º TRIMESTRE 2024

O CORPO DE CRISTO

Origem, Natureza e Vocação da Igreja no mundo

COMENTARISTA:  Pr. José Gonçalves

LIÇÃO 02 – IMAGENS BÍBLICAS DA IGREJA – (Ef 5.25-32; 1Pd 2.9,10)

INTRODUÇÃO

Nesta lição aprenderemos sobre a Igreja; veremos a definição do termo “imagem”; pontuaremos algumas figuras da Igreja; e por fim; estudaremos sobre o relacionamento com a Igreja com seu Senhor.

I  – DEFINIÇÃO DA PALAVRA IMAGEM

1.1 Definição. De acordo com Houaiss (2001, p. 1573), o termo imagem significa: “representação, reprodução ou imitação da forma de uma pessoa ou de um objeto, aspecto particular pelo qual um ser ou um objeto é percebido, parecença, semelhança”.

II  – FIGURAS DA IGREJA

A Bíblia utiliza diversas figuras ou imagens a fim de nos fazer compreender melhor a natureza da igreja. Todas as figuras aqui listadas possuem alguma relação com  à natureza da igreja, expressando suas características sejam de conduta moral, social e religiosa. Vejamos

2.1 A igreja é o povo de Deus (1Co 1.2; 10.32; 1Pd 2.4-10). O agrupamento dos crentes redimidos como fruto da morte de Cristo (1Pd 1.18,19). É um povo peregrino que já não pertence a esta terra (Hb 13.12-14), cujo primeiro dever é viver e cultivar uma comunhão real e pessoal com Deus (1Pd 2.5; Hb 11.6). As Sagradas Escrituras testificam dizendo que a igreja é o povo de Deus: “o qual a si mesmo se deu por nós, a fim de remir-nos de toda iniquidade e purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obra” (Tt 2.14). O Apóstolo também se refere a Igreja como povo de Deus: “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz; vós, sim, que, antes, não éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus, que não tínheis alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia” (1Pd 2.9-10).

2.2 A igreja é o templo de Deus (1Co 3.16; 2Co 6.14-7.1; Ef 2.11-22; 1Pd 2.4-10). Este fato, no tocante à igreja, requer dela separação da iniquidade e da imoralidade. Em figura a igreja é uma santuário da habitação do Eterno, não se trata do templo físico o lugar onde as pessoas se reúnem e sim as pessoas comprometidas com o Criador, essas que constituem a igreja invisível tornam-se santuários de Deus: “Não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o destruirá; porque o santuário de Deus, que sois vós, é sagrado”  (1Co 3.16-17).

2.3 A igreja é o corpo de Cristo (1Co 6.15,16; 10.16,17; 12.12-27). Isto indica que não pode existir igreja verdadeira sem união vital dos seus membros com Cristo. A igreja física de forma figurada é descrita nas escrituras como corpo de Cristo: “E pôs todas as coisas debaixo dos pés e, para ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à igreja, a qual é o seu corpo, a plenitude daquele que a tudo enche em todas as coisas” (Ef.1.22-23). Podemos também citar: “assim também nós, conquanto muitos, somos um só corpo em Cristo e membros uns dos outros” (Rm 12.5). O apóstolo Paulo escreve dizendo que a Igreja é o Corpo de Cristo (Ef 1.22-23). Isso significa que Cristo está unido organicamente a Igreja, pois Ele próprio é o Cabeça da Igreja (Ef 4.15; 5.23; Cl 1.18; 2.19). Essa verdade bíblica é extraordinária, pois aponta para o fato de que, em certo sentido, a Igreja é o complemento de Cristo.

2.4 A igreja é a noiva de Cristo (2Co 11.2; Ef 5.23-27; Ap 19.7-9). Este conceito nupcial enfatiza tanto a lealdade, devoção e fidelidade da igreja a Cristo, quanto o amor de Cristo à sua igreja e sua comunhão com ela. A figura da noiva expressa o relacionamento e grau de comprometimento que os cristãos dever ter para com o Senhor e noivo da igreja: “Então, veio um dos sete anjos que têm as sete taças cheias dos últimos sete flagelos e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei a noiva, a esposa do Cordeiro” (Ap 21.9), “O Espírito e a noiva dizem: Vem! Aquele que ouve, diga: Vem! Aquele que tem sede venha, e quem quiser receba de graça a água da vida” (Ap 22.17).

2.5 A igreja é a coluna e o fundamento da verdade (1Tm 3.15). Funcionando, assim, como o alicerce que sustenta uma construção. A igreja deve sustentar a verdade e conservá-la íntegra, defendendo-a contra os deturpadores e os falsos mestres (Fp 1.17; Jd 3). A igreja que presa pela pureza e que é identificada como igreja verdadeira no reino espiritual é identificada nas Escrituras como sustentadora e guarda da verdade: “para que, se eu tardar, fiques ciente de como se deve proceder na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, coluna e baluarte da verdade” (1Tm 3.15).

2.6 A igreja é o rebanho de Deus. Em figura a igreja é descrita também como rebanho de Deus: “Não temais, ó pequenino rebanho; porque vosso Pai se agradou em dar-vos o seu reino” (Lc 12.32). Jesus afirma essa figura para Igreja. “Ainda tenho outras ovelhas, não deste aprisco; a mim me convém conduzi-las; elas ouvirão a minha voz; então, haverá um rebanho e um pastor” (Jo 10.16).

2.7 A igreja é o candeeiro e a luz de Deus. Jesus se dirigiu as igrejas como candeiro: “Quanto ao mistério das sete estrelas que viste na minha mão direita e aos sete candeeiros de ouro, as sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete candeeiros são as sete igrejas” (Ap 1.20) Jesus disse: “Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte” (Mt 5.14). Na figura da luz Jesus se dirigiu a individuos distintos, cada cristão que constitui ou integra a igreja, como candeeiros se dirigiu as igrejas na totalidade, no grupo.

2.8 A igreja é a lavoura de Deus. A figura de lavoura denota o processo de crescimento e desenvolvimento dos integrantes da igreja, nesse processo há os que contribuem para tal desenvolvimento: “Porque de Deus somos cooperadores” (1Co 3.9) e no aspecto geral todos são lavoura de Deus que aguarda o grande dia da colheita: “Porque de Deus somos cooperadores; lavoura de Deus, edifício de Deus sois vós” (1Co 3.9).

2.9 A igreja é edifício ou casa de Deus. Cristo é quem dá o crescimento da igreja (1Co 3.7) sendo a mesma sendo identificada na figura de edifício: “Porque de Deus somos cooperadores; lavoura de Deus, edifício de Deus sois vós(1Co 3.9). Há passagens no NT em que o termo “casa” parece se referir à igreja: “para que saibas como convém andar na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo” (1Tm 3.15); “vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo” (1Pd 2.5); “já é tempo que comece o julgamento pela casa de Deus” (1Pd 4.17).

2.10 A igreja é a família de Deus. Ilustrando a família de Deus, a igreja deve expressar comunhão promovendo a unidade:

Por isso, enquanto tivermos oportunidade, façamos o bem a todos, mas principalmente aos da família da fé” (Gl 6.10).

Paulo ainda chega a dizer: “Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da família de Deus” (Ef 2.19). A Igreja é citada como a família de Deus (Ef 2.19) e o templo espiritual de Deus (1Co 3.16; Ef 2.22). É por isso que chamamos de irmãos aqueles que se convertem ao Senhor Jesus.

III  – O RELACIONAMENTO DA IGREJA COM SEU SENHOR

3.1 Santificação e pureza. Paulo ensina que Cristo morreu pela Igreja: “para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra” (Ef 5.26). O texto mostra que, na regeneração, Cristo nos purifica do pecado (1Co 6.11; Tt 3.5) e que, no propósito do calvário, estava inclusa a nossa santificação (1Ts 4.16; Hb 13.12). A expressão “a lavagem da água” é usada de forma figurada, simboliza a Palavra de Deus que opera uma limpeza espiritual (Jo 15.3). Nesse sentido, Cristo orou: “santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” (Jo 17.17). Ora, sabemos que a Santificação é o ato de separar-se do pecado e preparar-se para a volta do Senhor (1Pd 1.15; Hb 12.14). Esse processo é contínuo até a glorificação final no dia de Cristo (Rm 6.22; 8.30; Fp 3.21) (BAPTISTA, 2023, Lição 12: Sendo a Igreja do Deus vivo).

3.2 Gloriosa e irrepreensível. A santificação tem como alvo preparar uma “igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível” (Ef 5.27). A Escritura compara a relação de Cristo com a Igreja, com a do marido com a esposa (2Co 11.2). Assim, a Igreja é a noiva de Cristo, que se prepara para a festa nupcial (Ap 21.2,9). Durante essa espera, por meio do Espírito Santo, Cristo a santifica para apresentá-la a si mesmo totalmente pura (2Ts 2.13). A ausência de “mácula” e de “ruga” significa sem mancha alguma de ordem moral ou espiritual. Vestida nesse grau de pureza, somente a igreja “santa e imaculada” terá acesso à ceia das Bodas do Cordeiro (Ap 19.7-9). Acerca disso, Cristo advertiu não ser possível entrar nas bodas sem a devida veste nupcial (Mt 22.11-13) (BAPTISTA, 2023, Lição 12: Sendo a Igreja do Deus vivo).

CONCLUSÃO

Nesta lição aprendemos através de imagens bíblicas o que a Igreja é e que importância ela tem. São figuras que nos ajudam a compreender a Igreja tanto em seu aspecto institucional como funcional. Assim, essas imagens ajudam o crente a descobrir qual o seu lugar na Igreja, o Corpo de Cristo. Dessa forma, ele pode melhor cooperar para o perfeito funcionamento da igreja local.

REFERÊNCIAS

  • BERGSTÉN, E. Teologia Sistemática. CPAD.
  • SOARES, Ezequias (Org.). Declaração de Fé das Assembleias de Deus. CPAD.
  • COSTA, Paulo R. F. da. Manual de Doutrina das Assembleias de Deus no Brasil. CPAD.
  • BAPTISTA, Douglas. A Igreja de Cristo e o Império do Mal. CPAD.
  • STAMPS, Donald Carrel. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

Fonte: portal rbc1/lições

A verdadeira identidade do cristão

2º TRIMESTRE 2022

OS VALORES DO REINO DE DEUS

A relevância do sermão do monte para a Igreja de Cristo

COMENTARISTA:  Pr. OsielGomes

LIÇÃO 13 – A VERDADEIRA IDENTIDADE DO CRISTÃO – (Mt 7.21-27)

INTRODUÇÃO

Nesta lição veremos a definição do termo “identidade”; pontuaremos a condenação de Jesus aos falsos seguidores; comentaremos sobre a advertência de Jesus sobre o nosso alicerce; e por fim, mostraremos algumas lições da parábola dos dois fundamentos que se aplicam a nossa experiência diária como servos do Senhor.

I – DEFINIÇÃO DO TERMO IDENTIDADE

1.1 Significado do termo identidade. Segundo o dicionarista Antônio Houaiss (2001, p. 1565), identidade do latim “identitas” é definida como: “qualidade da personalidade de alguém; conjunto das características individualizadas que distinguem uma pessoa ou uma coisa; é a soma de caracteres de uma pessoa distinguindo-a das demais; é o reconhecimento de que o indivíduo é o próprio; é o conjunto de traços particulares, que identificam uma pessoa”. Champlin (2004, p. 648) diz que “alguns estudiosos supõem que o caráter e as características da personalidade são frutos do desenvolvimento, com base na experiência de cada um, condicionadas pelo meio ambiente do lar; da comunidade; da escola; do trabalho, da religião e sua prática; da comunicação em massa”.

II – A CONDENAÇÃO DE JESUS AOS FALSOS SEGUIDORES

2.1 Jesus condenou uma vida cristã apenas de palavras: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! Entrará no Reino dos céus […]” (Mt 7.21). Jesus adverte sobre os que proclamam o seu nome com os lábios, porém, não cumprem a vontade do Pai (ver Is 29.13; Mt 15.8,9; Mc 7.6). Na verdade, Jesus ensina que devemos, sim, confessar a nossa fé de modo verbal, contudo, esse ato deve ser acompanhado de obediência a seus mandamentos. Não basta dizer: “Senhor, Senhor”. É necessário sermos autênticos e verdadeiros em nossa confissão, e esta deve estar seguida de profunda obediência ao Senhor Jesus (Rm 10.9,10). A Bíblia nos adverte quanto a sermos cumpridores da palavra e não somente ouvintes (Tg 1.22). O reino de Deus não consiste só em palavras, mas principalmente em virtude (1Co 4.20). Jesus estava preocupado com aqueles que professam uma fé apenas verbal; são apenas ouvintes da Palavra de Deus, mas não a praticam (GOMES, 2022, p. 148 – grifo e acréscimo nosso).

2.2 Jesus condenou uma vida cristã apenas baseada em maravilhas: “[…] E, em teu nome, não expulsamos demônios? E, em teu nome, não fizemos muitas maravilhas?” (Mt 7.22). Não negamos que fenômenos sobrenaturais possam acontecer, mas existem três fontes para isso: o homem, Satanás ou Deus (2Ts 2.8-12). Por esse motivo, João diz que não se deve crer em qualquer espírito (1Jo 4.1). É preciso saber que os verdadeiros milagres têm sua fonte em Deus, e os pseudomilagres têm sua fonte em Satanás (Êx 7.11-22). Jesus falou sobre os falsos profetas e seus milagres não verdadeiros (Mt 24.24). A realização de obras espetaculares e milagres não serve como sinal para confirmar ou autenticar que uma determinada pessoa é escolhida ou usada por Deus (Dt 13.1-5). Alguém pode profetizar algo verdadeiro sem que sua vida seja verdadeiramente transformada (Jd 1.11 ver Ap 2.14) (GOMES, 2022, p. 149,150 – grifo e acréscimo nosso).

2.3 Jesus condenou uma vida cristã apenas nominal de superficial: “Nunca vos conheci, apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade” (Mt 7.23). Jesus encerra seu ensino falando do Dia do Juízo contra os falsos crentes. Ele mostra que o que realmente valoriza é um relacionamento que uma pessoa constrói com Ele, reconhecendo-o e aceitando-o como Senhor e Salvador, procurando fazer a sua vontade e obedecendo a sua Palavra. Não demorará para que a sua real identidade seja revelada, quando perante os olhos daquEle que tudo vê (GOMES, 2022, p. 151 – grifo e acréscimo nosso).

III – A ADVERTÊNCIA DE JESUS SOBRE O NOSSO ALICERCE

A parábola dos dois fundamentos, também chamada por alguns de “a parábola dos dois construtores” (Mt 7.24-27; Lc 6.47-49) é uma antítese que transmite a sua mensagem por intermédio do contraste entre dois construtores. Este formato é chamado de “síncrise”, uma comparação entre opostos por meio de uma justaposição. Notemos:

3.1 A estabilidade da casa edificada sobre a rocha. O primeiro dos construtores é chamado de o “construtor prudente”. A nossa casa espiritual precisa estar bem construída para não cair diante das intempéries da vida, tais como “chuvas torrenciais, ventos fortes e correntezas caudalosas” A palavra “combater” (Mt 7.25) é, literalmente, “cair sobre” ou “cair contra”, ou seja, ess as variações do tempo representam um tipo de força ou peso que repentinamente se lançam sobre determinado lugar. Entretanto, Jesus afirmou que uma casa poderá resistir ao mau tempo se tiver sido edificada sobre um fundamento firme (Pv 12.7; Is 28.16). Isso significa que embora estejamos sujeitos a experimentar adversidades, seremos capazes de superá-las se estivermos alicerçados na Rocha Eterna (Is 28.16; 1Co 3.11; 1Tm 1.1; At 4.11,12) (COUTO, 2001, pp. 266,267).

3.2 A instabilidade da casa edificada sobre a areia. O segundo construtor é chamado de o “construtor insensato”. Não é difícil perceber a insensatez de alguém que constrói sua casa sobre a areia. Esta pessoa não tem senso ou razão, nem demonstra a menor perspicácia. Se houvesse bom senso nesse construtor, jamais construiria sua casa sobre a areia (Mt 7.26,27). No momento em que as tempestades e ventos da vida vieram sobre esta casa, ela não resistiu devido à fragilidade de seu fundamento. O “homem insensato” representa os que desobedecem aos ensinos de Jesus. A imprudência desse homem não consiste em deixar de ouvir as palavras do Mestre, mas em ouvi-las e não se preocupar em praticá-las. Trata-se de alguém que possui uma vida vulnerável, sujeita a tropeços fatais, porquanto não está alicerçado na obediência à Palavra de Deus (Pv 10.25).

IV – LIÇÕES DA PARÁBOLA DOS DOIS FUNDAMENTOS

O termo hebraico “yasad” significa: “fixar; fundamentar; alicerçar”. Essa parábola ensina que é impossível tirar conclusões sobre a qualidade das casas olhando apenas para a aparência exterior delas. Afinal de contas, elas poderiam até possuir a mesma planta, talvez os mesmos materiais e, como o próprio texto diz, foram expostas aos mesmos fenômenos da natureza: “caiu a chuva, vieram as enchentes, e o vento soprou com força” (Mt 7.25,26). É possível observar que a tempestade revelou a única e essencial diferença entre elas que era o alicerce. Notemos algumas lições desta parábola:

4.1 Jesus estava falando dele mesmo como símbolo da rocha. Na explicação da parábola, Jesus salienta que o sentido figurado representa todo aquele que vai a ele, ouve suas palavras e as leva a sério. Põe em prática tudo o que Jesus ordena, porque pôs sua confiança nele. Essa pessoa está edificando sobre um verdadeiro fundamento, o que se apoia na Rocha que é Cristo (Is 28.16; Mt 16.18; Rm 9.33; 1Co 3.11; 10.4; lPd 2.6). À luz da Bíblia, é coerente a interpretação de que esta rocha se refere ao próprio Senhor (COUTO, 2001, p. 267).

4.2 Jesus estava falando de dois tipos de pessoas com destinos diferentes. O sábio construtor é aquele que ouve as palavras de Jesus e as coloca em prática. Este primeiro construtor é um homem previdente, uma pessoa cautelosa. Ele compreende que o temp o bom e sem nuvens não durará para sempre. Chegará à estação das chuvas trazendo inundações e desastres. Então cava e afunda mais e mais até que, por fim, toque o fundo rochoso: “[…] cavou, e abriu bem fundo, e pôs os alicerces sobre a rocha” (Lc 6.48), enquanto que o construtor insensato não demonstrou qualquer preocupação em relação à firmeza necessária para sua edificação: “[…] edificou uma casa sobre a areia, sem alicerces […]” (Lc 6.49). Jesus afirma que aquele que: “ouve os seus “ensinamentos e vive de acordo com eles” (Mt 7.24), é semelhante ao construtor sábio; enquanto que aquele que: “ouve os seus ensinamentos e não vive de acordo com eles” (v.26) é igual a um construtor sem juízo. Duas pessoas com dois destinos totalmente diferentes.

4.3 Jesus estava falando da tempestade da vida. As chuvas são inevitáveis e no tempo bom, cada casa parece segura, mas, somente a habilidade de suportar às tempestades revelará a qualidade de uma boa construção. Construir uma base sólida (vida espiritual firme) dá trabalho. Por fora as duas casas parecem seguras, a diferença não está em cima, mas em baixo, mas na estrutura. A real diferença não está na aparência exterior, mas na fundação. Nós construímos ou sobre a rocha ou sobre a areia (Mt 7.24,26), com profundo alicerce ou sem alicerce (Lc 6.48,49). Nenhum ser humano é imune a tempestades, pois essa se revela através das enfermidades, fracassos, crises, dramas pessoais, pandemias, temores ou morte (Jo 16.33; Rm 8.18; 2Co 4.8-10; Fl 4.10-13; Tg 1.2-4). Em relação a isso, nenhum de nós está isento, não há nulidade em relação a tempestade. Mas aqueles que construir sobre a base sólida de fé no Senhor Jesus Cristo não será abalado, mas permanecerá firme (Rm 9.33; 10.11; 1Pd 2.6).

4.4 Jesus estava falando da tempestade do juízo. Essa interpretação tem uma conotação escatológica; ela aponta para o fim dos tempos, quando Deus colocará à prova tanto a vida, quanto o caráter de cada construtor (Mt 7.21-23). A casa que caiu tinha tudo para permanecer de pé diante da tempestade, mas por causa da tolice do construtor que escolheu ignorar a importância do alicerce, seu destino foi comprometido para sempre. Assim também é a nossa vida espiritual, caso não sejamos prudentes e obedientes ao Senhor (1Jo 2.4; Tg 1.22-25). E quando as tempestades chegarem, será eliminado o disfarce daquele que finge ter fé (Tg 1.22-25).

CONCLUSÃO

O ensinamento do Sermão do Monte é para ser posto em prática, não apenas para ser admirado ou debatido. A sua preciosidade só pode ser provada verdadeiramente quando praticamos o que o sermão nos ensina. Então veremos o quanto a virtude do Reino de Deus tem um padrão elevado e celestial. Sua ética não é deste mundo, mas do céu. Para vivê -la é preciso ter o caráter transformado a fim de que, com o nosso viver, glorifiquemos a Deus.

REFERÊNCIAS

  • ARRINGTON, F.L.; STRONSTAD, R. Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. CPAD.
  • COUTO, Geremias do. A transparência da vida cristã: Comentário devocional do Sermão do Monte. CPAD.
  • GOMES, Osiel. Os valores do reino de Deus: A relevância do Sermão do Monte para a igreja de Cristo. CPAD.
  • STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

Fonte: portalrbc1.

PROXIMO TRIMESTRE: Os Ataques Contra a Igreja de Cristo –  As Sutilezas de Satanás neste Dias que antecedem a volta de Jesus Cristo – 3º TRIMESTRE 2022.

Lição 01 – AS SUTILEZAS DE SATANÁS CONTRA A IGREJA DE CRISTO

Lição 02 – A SUTILEZA DA BANALIZAÇÃO DA GRAÇA

Lição 03 – A SUTILEZA DA IMORALIDADE SEXUAL

Lição 04 – A SUTILEZA DA NORMATIZAÇÃO DO DIVÓRCIO

Lição 05 – A SUTILEZA DO MATERIALISMO E DO ATEÍSMO

Lição 06 – A SUTILEZA DAS IDEOLOGIAS CONTRÁRIAS A FAMÍLIA

Lição 07 – A SUTILEZA DA RELATIVIZAÇÃO DA BÍBLIA

Lição 08 – A SUTILEZA DO ENFRAQUECIMENTO DA IDENTIDADE PENTECOSTAL

Lição 09 – A SUTILEZA DO MOVIMENTO DOS DESIGREJADOS

Lição 10 – A SUTILEZA CONTRA A PRÁTICA DA MORDOMIA CRISTÃ

Lição 11 – A SUTILEZA DAS MÍDIAS SOCIAIS

Lição 12 – A SUTILEZA DA ESPIRITUALIDADE HOLÍSTICA

Lição 13 – RESISTINDO ÀS SUTILEZAS DE SATANÁS

O ministério de profeta

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SEGUNDO TRIMESTRE DE 2014

DONS ESPIRITUAIS E MINISTERIAIS

Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário

COMENTARISTA: Pr. Elinaldo Renovato

LIÇÃO 07 – O MINISTÉRIO DE PROFETA – (I Co 12.27-29; Ef 4.11-13)

INTRODUÇÃO

Entre os dons ministeriais concedidos a Igreja, encontra-se o dom ministerial de profeta. Nesta lição traremos a definição do termo profeta; analisaremos as diferenças entre o ministério de profeta do Antigo do Novo Testamento; e, por fim, destacaremos quais as características que qualificam um profeta verdadeiro dum falso.

I – DEFINIÇÃO DA PALAVRA PROFETA

1.1 No Antigo Testamento. A palavra hebraica para profeta é “nabi”, que vem da raiz verbal “naba”. Essa palavra significa “anunciador”, e por extensão, aquele que anuncia as mensagens de Deus, frequentemente recebidas por revelação ou discernimento intuitivo. Os temos hebraicos “roeh” “hozeh” também são usados. Ambos significam “aquele que vê”, ou seja, “vidente”. Todas as três palavras aparecem em I Cr 29.29. “Nabi” é termo usado por mais de trezentas vezes no Antigo Testamento. Alguns poucos exemplos são (Gn 20.7; Êx 7.1; Nm 12.6; Dt 13.1; Jz 6.8; I Sm 3.20; II Sm 7.2; I Rs 1.8; II Rs 3.11; Ed 5.1; Sl 74.9; Jr 1.5; Ez 2.5; Mq 2.11) (CHAMPLIN, 2004, p. 423).

1.2 No Novo Testamento. A palavra comumente usada é “prophétes”, que aparece por cento e quarenta e nove vezes, que exemplificamos com (Mt 1.22; 2.5,16; Mc 8.28; Lc 1.70,76; 7.16; Jo 1.21,23; 3.18,21; Rm 1.2; 11.3; I Co 12.28,29; 14.29,32,37; Ef 2.20; Tg 5.10; I Pe 1.10; II Pe 2.16; 3.2; Ap 10.7; 11.10). O substantivo “propheteía”, “profecia”, é usado por dezenove vezes no NT (Mt 13.14; Rm 12.6; I Co 12.10; 13.2,8; 14.6,22; I Ts 5.20; I Tm 1.18; 4.14; II Pe 1.20,21; Ap 1.3; 11.6; 19.10; 22.7,10,18,19). Essas palavra derivam do grego “pro”, “antes”, “em favor de”, e “phemi”, “falar”, ou seja, “alguém que fala por outrem”, e por extensão, “intérprete”, especialmente da vontade de Deus (CHAMPLIN, 2004, p. 424).

II – DIFERENÇA ENTRE O PROFETA DO AT E DO NT

Tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, o profeta era um “porta-voz oficial da divindade, sua missão era preservar o conhecimento divino e manifestar a vontade do Único e Verdadeiro Deus” (ANDRADE, 2006, p. 305). Todavia, eles eram diferentes um do outro, como veremos abaixo:

2.1 O profeta no Antigo Testamento. Os profetas foram homens que Deus suscitou durante os tempos sombrios da história de Israel (II Rs 17.13). “No Antigo Testamento, este ofício era de âmbito nacional. Quando Deus levantava um profeta, conferia-lhe a missão de falar em seu Nome para toda a nação e até para povos estranhos” (RENOVATO, 2014, p. 84). Na Teologia, o período do surgimento dos profetas é nomeado de “profetismo” aludindo ao “movimento que, surgido no Século VIII a.C., em Israel, tinha por objetivo restaurar o monoteísmo hebreu, combater a idolatria, denunciar injustiças sociais, proclamar o Dia do Senhor e reacender a esperança messiânica num povo que já não podia esperar contra a esperança. Tendo sido iniciado por Amós, foi encerrado por Malaquias. João Batista também é visto como o último representante deste movimento” (ANDRADE, 2006, p. 305). Os profetas veterotestamentários podem ser classificados como profetas orais e literários.

PROFETAS ORAIS

PROFETAS DA ESCRITA

Foram homens chamados para o ministério profético que não deixaram registros escritos, embora que outros escreveram acerca deles e de suas profecias. Dentre eles, destacamos: Gade (I Sm 22.5); Natã (II Sm 12.1); Aías (I Rs 11.29); Senaías (I Rs 12.22); Azarias (II Cr 15.1); Hanani (II Cr 16.7); Jeú (I Rs 16.1); Jaaziel ( II Cr 20.14); Elias (I Rs 17.1); Micaías (I Rs 22.14); Eliseu (II Rs 2.1), etc.

Quase todos os “profetas da escrita” escreveram depois de terem sido “profetas da palavra”. Encontramos 17 livros proféticos no AT, sendo que cinco deles são denominados de Profetas Maiores (de Isaías a Daniel) e doze de Profetas Menores (de Oséias a Malaquias). São assim chamados, não por causa da sua importância, e sim, pelo conteúdo do livro e pela duração de seu ministério.

2.1.1 Funções exclusivas dos profetas do Antigo Testamento. O profeta do AT era um homem que, além de transmitir a mensagem de Deus tinha outras atribuições, tais como: 

(1) ungir reis (I Sm 9.16; 16.12-13; I Rs 19.16);

(2) aconselhar reis (I Sm 10.8; 21.18; II Sm 12; II Rs 6.9-12); (3) ser consultado pelas pessoas (I Sm 9.8-10; I Rs 14.5; 22.7; 22.18; Jr 37.7). Os oráculos dos santos profetas que estão no cânon sagrado não estão a mercê de julgamento humano (II Pe 1.21).

2.2 O profeta no Novo Testamento. “Os profetas eram homens que falavam sob o impulso direto do Espírito Santo, e cuja motivação e interesse principais eram a vida espiritual e pureza da Igreja. Sob o novo concerto, foram levantados pelo Espírito e revestidos pelo seu poder para trazerem uma mensagem da parte de Deus ao seu povo” (STAMPS, 2012, p. 1814). Portanto, os profetas são ministros pregadores cuja prédica pode ser uma mensagem de edificação, exortação e consolação dos crentes (I Co 14.3). Na Igreja Primitiva e em Antioquia havia homens que exerciam este ministério (At 13.1). “Em Atos 15.23, temos o profeta consolando, fortalecendo e aconselhando. É certo também que o título de profeta poderia ser usado para designar o ministério de alguns obreiros, em virtude da sua natureza sobrenatural, pela abundância da inspiração com que proclamam os oráculos de Deus” (SOUZA, 2013, pp. 33,34). Eis algumas características do ministério profético no NT: (1) Proclamava e interpretava, cheio do Espírito Santo, a Palavra de Deus, por chamada divina (At 2.14-36; 3.12-26; I Co 12.10; 14.3); (2) Exercia o dom de profecia (At 13.1-3); (3) Às vezes prediz o futuro (At 11.28; 21.10,11).

III – DIFERENÇA ENTRE O DOM DE PROFETA E O DOM DE PROFECIA

3.1 Dom de profeta (permanente). A palavra “ministro” (I Co 3.5; 4.2; II Co 3.6; 6.4) significa um servo de Deus que ocupa um “ministério” (I Co 4.1,2. II Co 6.3), que é um encargo constituído por Deus, que, da parte de Cristo (II Co 5.20), funciona na “Igreja do Deus vivo” (I Tm 3.15). Segundo Atos 13.1 e 15.32, os profetas constituíam o ministério da Palavra de Deus, impulsionado por inspiração profética. Por meio dessa inspiração, esse ministério é acompanhado de “edificação, exortação e consolação”, que são evidências da operação do verdadeiro espírito da profecia (I Co 14.3).

Observamos, assim, que o simples uso do dom de profecia não faz de ninguém um profeta, pois profeta é um ministro da Palavra (At 21.9,10) (BERGSTÉN, 2007, pp. 115,116).

3.2 Dom de profecia (esporádico). “Profecia é uma mensagem de Deus dada a pessoa a quem o Espírito manifesta este dom. Tal pessoa deve transmiti-la exatamente como a recebeu (Jr 23.28). A atitude de quem profetiza deve ser “A palavra que Deus puser na minha boca essa falarei” (Nm 22.38-b). A mensagem recebida por inspiração do Espírito Santo não é transmitida mecanicamente, mas fiel e conscientemente (I Co 14.32). No momento em que a profecia é transmitida, não é Deus quem está falando, mas é o homem quem está transmitindo o que de Deus recebeu (I Co 14.29).

Se fosse o próprio Deus falando, não haveria necessidade de se julgar a mensagem como a Palavra nos orienta que faça” (I Co 14.29; I Ts 5.21) (BERGSTÉN, 2007, p. 113 – grifo nosso).

IV – CARACTERÍSTICAS DO VERDADEIRO E DO FALSO PROFETA

Em Mt 24.11, Jesus disse que, à medida que se aproximassem os últimos dias, surgiriam muitos falsos profetas. Esses tais pregariam um evangelho misto, permissivo, e deturpado, no intuito de conduzir os incautos ao erro sob o pretexto de terem recebido novas “unções” e “revelações”. Abaixo destacaremos algumas características do verdadeiro e do falso profeta para que possamos distinguir um do outro:

PROFETA VERDADEIRO

PROFETA FALSO

Zelo pela pureza da Igreja (Jo 17.15-17; I Co 6.9-11; Gl 5.22-25)

Aparência de piedade, mas cheios de malícia interior (Mt 7.15)

Mercenários (II Pe 2.3)

 Profunda sensibilidade diante do mal e  a capacidade de identificar e detestar iniquidade (Rm 12.9; Hb 1.9).

 Profunda compreensão do perigo dos falsos ensinos (Mt 7.15; 24.11,24; Gl 1.9; II Co 11.12-15).

 Pregadores de heresias (II Pe 2.1).

Dependência contínua da Palavra de Deus para validar a sua mensagem (Lc 4.17- 19; I Co 15.3,4; II Tm 3.16; I Pe 4.11).

Operadores de sinais para engano e autopromoção (Mt 24.11).

Interesse pelo sucesso espiritual do Reino de Deus e identificação com os sentimentos de Deus (Mt 21.11-13; 23.37; Lc 13.34; Jo 2.14-17; At 20.27-31).

 Gostam de ser louvados (Lc 6.26).

CONCLUSÃO

Assim como nos primórdios, a igreja atual, precisa que Deus continue levantando homens com o dom ministerial de profeta, a fim de que usados pelo poder do Espírito Santo, transmitam mensagens que venham produzir no povo de Deus o desejo de uma vida de mais santidade, obediência irrestrita a Palavra de Deus e profunda comunhão com Ele.

REFERÊNCIAS

CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.

ANDRADE, Claudionor de. Dicionário TeológicoCPAD.

STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

RENOVATO, Elinaldo. Dons Espirituais & Ministeriais. CPAD.

Fonte: Rede Brasil

O ministério de apóstolo

FLAG SPAINFLAG RUSSIANFLAG USAFLAG FRANCEFLAG GREECEFLAG GERMANYFLAG KOREANFLAG JAPANFLAG ITALYFLAG ISRAELFLAG CHINAFLAG INDIA 

SEGUNDO TRIMESTRE DE 2014

DONS ESPIRITUAIS E MINISTERIAIS

Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário

COMENTARISTA: Pr. Elinaldo Renovato

LIÇÃO 06 – O MINISTÉRIO DE APÓSTOLO ­(Ef 4.7­16)

INTRODUÇÃO

Visando o aperfeiçoamento dos santos e a edificação do corpo de Cristo, o Senhor Jesus deu a Igreja os dons ministeriais, a saber: apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e doutores. Nesta lição, estudaremos sobre o ministério apostólico, e veremos a definição do termo, sua aplicação, o colégio apostólico, o apostolado de Paulo e também sobre a atualidade desse ministério.

I – DEFINIÇÃO E ORIGEM DOS APÓSTOLOS

“O termo deriva-­se do grego e significa literalmente “enviado”. A palavra é usada acerca do Senhor Jesus para descrever a Sua relação com Deus (Hb 3.1; Jo 17.3). Os doze discípulos escolhidos pelo Senhor para treinamento especial foram chamados assim (Lc 6.13; 9.10). Paulo, embora tivesse visto o Senhor Jesus (I Co 9.1; 15.8), não tinha acompanhado os doze todo o tempo do Seu ministério terrestre, e, consequentemente, não era elegível para um lugar entre eles, de acordo com a descrição de Pedro sobre as qualificações necessárias (At 1.22). Paulo foi comissionado diretamente pelo próprio Senhor, depois de sua ascensão, para levar o evangelho aos gentios” (At 9.1­-15) (VINE, 2002, p. 407). O título “apóstolo” se aplica a certos líderes cristãos no NT. O verbo “apostello” significa “enviar alguém em missão especial como mensageiro e representante pessoal de quem o envia. O título é usado para Cristo (Hb 3.1), os doze discípulos escolhidos por Jesus (Mt 10.2), o apóstolo Paulo (Rm 1.1; II Co 1.1; Gl 1.1) e outros (At 14.4,14; Rm 16.7; Gl 1.19; 2.8,9; I Ts 2.6,7). A Bíblia de Estudo Pentecostal (STAMPS, 2012, p. 1814) descreve três aplicações ao termo:

1.1 O termo apóstolo no NT. Era usado em um sentido geral, para um representante designado por uma igreja, como, por exemplo, os primeiros missionários cristãos. Logo, no NT o termo refere­se a um mensageiro nomeado e enviado como missionário ou para alguma outra responsabilidade especial (At 14.4,14; Rm 16.7; II Co 8.23; Fp 2.25). Eram homens de reconhecida e destacada liderança espiritual, ungidos com poder para defrontar-­se com os poderes das trevas e confirmar o evangelho com milagres. Eles cuidavam do estabelecimento de igrejas segundo a verdade e pureza apostólicas. Eles ariscavam suas vidas em favor do nome de nosso Senhor Jesus Cristo e da propagação do Evangelho (At 11.21­-26; 13.50; 14.19-­22; 15.25,26).

1.2 O termo apóstolo no sentido especial. Refere­se àqueles que viram Jesus após a sua ressurreição e que foram pessoalmente comissionados por Ele a pregar o evangelho e estabelecer igrejas (os Doze, Paulo e outros). Eles tinham autoridade ímpar na igreja, no tocante à revelação divina e à mensagem original do evangelho, como ninguém mais até hoje. O ministério de apóstolo nesse sentido restrito é exclusivo, e dele não há repetição (I Co 15.8).

1.3 Os apóstolos no sentido geral. Refere­se àqueles que são enviados pelo Senhor Jesus e pela Igreja para levar as boas novas de salvação a outros povos (Rm 10.13­17). Nesse sentido, existem homens que exercem um trabalho apostólico. Podemos dizer que todo aquele que realiza a obra missionária pode ser denominado de apóstolo. Eles são extremamente necessários, pois, se as igrejas cessarem de enviar pessoas assim, cheias do Espírito Santo, a propagação do evangelho em todo o mundo ficará estagnada. Por outro lado, enquanto a igreja produzir e enviar pessoas, cumprirá a sua tarefa missionária e permanecerá fiel à grande comissão do Senhor Jesus (Mt 28.19,20; Mc 16.15:­20).

II – O COLÉGIO APOSTÓLICO

Dá-­se o nome de Colégio Apostólico ao grupo de doze homens que foram chamados pelo próprio Senhor Jesus para segui­-lo durante o seu ministério terreno (Mt 10.2; Mc 6.30; Lc 6.13). “Foram três anos aproximadamente, em que eles aprenderam as verdades de Deus com o maior Mestre da história. Após o seu discipulado, aos pés de Cristo, e o recebimento do batismo com o Espírito Santo (Lc 24.49; At 1.8), aqueles 12 foram enviados para proclamar o evangelho, ou as Boas Novas de salvação (Lc 6.13). Eles constituíram a base ministerial para o crescimento, o desenvolvimento e a expansão do Reino de Deus e da Igreja de Cristo, por todo o mundo” (RENOVATO, 2014, p. 72).

2.1 Eles foram chamados por Jesus. Em seu ministério, Jesus teve muitos seguidores (Mt 4.25; 9.36; 12.15; Mc 2.4,13; Lc 4.42; 5.1; Jo 6.2,22). Mas, os doze faziam parte de um grupo especial: Eles foram chamados pelo Senhor Jesus para segui-­lo e estar com ele durante o seu ministério terreno (Mt 10.1­5; Mc 3.14; 6.7; Lc 6.13; 8.1).

2.2 Eles receberam autoridade espiritual. Jesus deu aos doze autoridade para expulsar os espíritos imundos, para curar os enfermos, limpar os leprosos e para ressuscitar os mortos (Mt 10.1­8; Mc 3.13-15; Lc 10.1­9). Eles foram enviados, à princípio, as ovelhas perdidas da casa de Israel (Mt 10.6); mas, após a ressurreição, o Senhor lhes enviou para pregar ao mundo inteiro (Mt 28.16-­20; Mc 16.14-­20).

2.3 Eles possuíam qualificações especiais. Por ocasião da eleição de Matias em lugar de Judas Iscariotes, o apóstolo Pedro enumerou algumas exigências para o apostolado: ter sido testemunha ocular das obras, da vida, da morte e ressurreição de Cristo (At 1.16-­26; cf Jo 15.27).

III – O APOSTOLADO DE PAULO

A conversão de Saulo ocorreu após a morte e ressurreição do Senhor Jesus (At 9.1­-18). Logo, ele não tinha as “credenciais” que eram comuns aos demais apóstolos (At 1.21,22). Mas, o Senhor o chamou para este ministério, embora ele se considerasse indigno como dizendo ser “o menor dos apóstolos” (I Co 15.8,9). Paulo enfrentou muitas oposições por parte dos falsos mestres que questionavam sua autoridade apostólica. Por essa razão, em suas epístolas, era comum ele identificar­se como apóstolo: “Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para apóstolo, separado para o evangelho de Deus” (Rm 1.1); “Paulo, chamado apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus, e o irmão Sóstenes” (I Co 1.1); “Paulo, apóstolo (não da parte dos homens, nem por homem algum, mas por Jesus Cristo (Gl 1.1). Além disso, em suas cartas, ele ressalta repetidas vezes que foi chamado para ser o “apóstolo dos gentios” (Rm 11.13; 15.15,16; Gl 1.16; 2.7,8).

3.1 O ministério apostólico de Paulo. A vida de Paulo, seu fervor missionário e seu zelo pela Igreja de Deus demonstram claramente o seu chamado para o ministério apostólico, como veremos a seguir:

3.1.1 Na pregação do Evangelho. O maior desejo do apóstolo Paulo era levar as boas novas de salvação à toda criatura. Por isso, onde chegava, ele procurava sempre uma ocasião para falar de Cristo, quer seja nas sinagogas (At 13.5; 14.1), nas casas (At 20.20) e de cidade em cidade (At 14.6,7; 15.35). Nem mesmo a prisão era impedimento para ele pregar o evangelho (Fp 1.12,13; II Tm 2.9).

3.1.2 Na visita aos novos crentes. Sua preocupação não era apenas evangelizar, mas também, visitar os irmãos pelas cidades onde havia anunciado o Evangelho, para exortá-­los a permanecer na fé e encorajá-los em meio às perseguições e ao sofrimento (At 14.21,22; 15.36).

3.1.3 No fato de deixar obreiros nas cidades onde havia pregado. Após pregar o evangelho de cidade em cidade, o apóstolo Paulo costumava deixar obreiros para cuidar do rebanho, como deixou Timóteo em Éfeso (I Tm 1.3) e Tito em Creta (Tt 1.5).

3.1.4 Na orientação aos obreiros. Pelo menos três, das treze cartas escritas pelo apóstolo Paulo são denominadas de Epístolas Pastorais: I Tm, II Tm e Tt. Nestas cartas, Paulo orienta aos obreiros sobre seus deveres e responsabilidades (I Tm 4.6­-16; 5.1­-25: II Tm 3.10-­17; 4.1­-22; Tt 1.5­-16; 2.1­-10; 3.1­-10); bem como as qualificações para aqueles que desejam o episcopado (I Tm 3.1­-16).

3.1.5 Na disposição para sofrer por amor à Cristo. Paulo estava disposto a sofrer por amor a Cristo (At 20.22­-24)Certa ocasião, quando um profeta por nome Ágabo tomou a sua cinta, e lhe disse que ele seria preso, Paulo respondeu:

“…eu estou pronto não só a ser ligado, mas ainda a morrer em Jerusalém pelo nome do Senhor Jesus” (At 21.11-­13).

IV – A ATUALIDADE DO MINISTÉRIO APOSTÓLICO

“A princípio, era considerado apóstolo somente aquele que pertencia ao grupo dos doze. Mais tarde, com o desenvolvimento da Igreja, vemos Paulo defender, diante dos gálatas, sua autoridade apostólica […] Sendo um dom ministerial, segundo lemos em Ef 4.8, podemos afirmar com segurança que os apóstolos jamais estiveram ausentes da Igreja. Embora não mais recebam o título, continuam a realizar o mesmo trabalho daqueles campeões que, de Jerusalém, espalharam a mensagem de Cristo para o mundo. Como não considerar apóstolo a Willian Carey, ou a Daniel Berg e Gunnar Vingren? Missionários, ou apóstolos, estes heróis de Deus continuam ativos na expansão do Reino” (ANDRADE, 2006, p. 57). “Concluindo, podemos afirmar com bastante fundamento escriturístico, que o ministério apostólico, nos moldes do Colégio Apostólico, não existe mais. Porém, o ministério de caráter apostólico, desenvolvido por missionários e evangelizadores, com a finalidade de estabelecer igrejas, em diversos lugares, é perfeitamente atual” (RENOVATO, 214, p. 81).

CONCLUSÃO

Como pudemos ver, o termo apóstolo significa “enviado”. Este título foi atribuído ao próprio Cristo, aos Doze, a Paulo, além de outros. As qualificações necessárias para ser apóstolo era ter sido testemunha ocular das obras, da vida, da morte e ressurreição de Cristo. Hoje, já não existe apóstolos nos moldes do Colégio Apostólico; mas, o ministério de caráter apostólico permanece e é desenvolvido por missionários que estabelecem igrejas em diversos lugares do mundo.

REFERÊNCIAS

ANDRADE, Claudionor Correa de. Dicionário Teológico. CPAD.

RENOVATO, Elinaldo. Dons Espirituais e Ministeriais. CPAD.

STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

VINE, W. E. Dicionário Vine. CPAD.

Fonte: Rede Brasil