O papel da pregação no culto

 

1º TRIMESTRE 2024

O CORPO DE CRISTO

Origem, Natureza e Vocação da Igreja no mundo

COMENTARISTA:  Pr. José Gonçalves

LIÇÃO 12 – O PAPEL DA PREGAÇÃO NO CULTO – (2Tm 4.1-5)

INTRODUÇÃO

Nesta lição, destacaremos o conceito bíblico do que é pregação; mencionaremos que o ministério terreno de Cristo, foi caracterizado pela proclamação das boas novas com o propósito de alcançar a todas as pessoas; elencaremos também, principais eventos que mostram a pregação sendo colocada como prioridade no dia a dia da igreja primitiva; e por fim, abordaremos quais devem ser as características da pregação no culto e a sua devida importância.

I  – DEFINIÇÕES

1.1 Definição do termo proclamar. O verbo grego traduzido como “proclamar”, “kerysso” que quer dizer: “ser um arauto, proclamar como um arauto”, refere-se na prática à: “pregação do evangelho como a palavra autorizada (obrigatória) de Deus, trazendo responsabilidade eterna a todos que a ouvem” (GONÇALVES, 2024). Ainda podendo ser entendido como: “promulgação solene e urgente de um fato importante. Assim é descrito o anúncio do Evangelho em obediência ao ‘ide’ de Cristo” (Mt 28.18-19) (ANDRADE, 2006, p. 305).

1.2 Definição do termo pregação. Andrade define a pregação como sendo: “proclamação da Palavra de Deus, visando a divulgação do conhecimento divino, a conversão dos pecadores e a consolação dos fiéis” (2006, p. 303). Um dos termos usados é “kerygma”, que indica: “a mensagem do evangelho”; essa palavra aparece cerca de oito vezes no Novo Testamento (Mt 12.41; Lc 11.32; Rm 16.25; 1Co 1.21; 2.4; 15.14; 2Tm 4.17; Tt 1.3), indicando a pregação apostólica, que é a mensagem central e o fundamento do Novo Testamento (CHAMPLIN, 2004, p.367)

II  – A PREGAÇÃO NO MINISTÉRIO DE JESUS

Jesus exerceu um tríplice ministério de cura, pregação e ensino da palavra de Deus: “E percorria Jesus toda a Galileia, ensinando nas suas sinagogas, e pregando o evangelho do Reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo” (Mt 4.23), essa ênfase na pregação no ministério do Senhor é Jesus, é vista frequentemente nos Evangelhos “E percorria Jesus todas as cidades e aldeias, ensinando nas sinagogas deles, e pregando o evangelho do Reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo” (Mt 9.35), “E aconteceu, num daqueles dias, que, estando ele ensinando o povo no templo e anunciando o evangelho, sobrevieram os principais dos sacerdotes e os escribas com os anciãos” (Lc 20.1). Sua importância é ressaltada, quando essa mesma ênfase foi ordenada e confiada à igreja (Mt 28.19; Mc 16.15-18).

III  – A PREGAÇÃO NA IGREJA PRIMITIVA

A pregação é a parte central do culto cristão e sem ela o culto fica sem brilho e objetivo, pois é através dela que a fé é gerada: “Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam a paz, dos que anunciam coisas boas! Mas nem todos obedecem ao evangelho; pois Isaías diz: Senhor, quem creu na nossa pregação? De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus (Rm 10.14-17; ver Gl 3.2); é a vontade de Deus, que todos se arrependam e cheguem ao pleno conhecimento da verdade (At 17.30; 1Tm 2.4), para tanto percebemos a pregação sendo evidenciada na vida da igreja primitiva. Vejamos:

3.1 No ministério de Pedro. Após ser revestido com o poder do Espírito Santo, o apóstolo Pedro pregou um sermão bíblico (At 1.16), totalmente cristocêntrico, começando com: “[…] Jesus Nazareno” (At 2.22) e, terminando com: “[…] Senhor e Cristo” (At 2.36), resultando em quase três mil almas para o Reino de Deus. Desde então, seu ministério foi marcado pela proclamação das boas novas, na unção do Espírito. Como se pode ver em vários momentos: (a) diante do espanto dos que presenciaram o milagre realizado na porta formosa do templo (At 3.12-26); (b) diante da indagação e da oposição do sinédrio (At 4.8-22); e, (c) na casa do centurião Cornélio (At 10.34-48).

3.2 No ministério de Paulo. O apóstolo Paulo em razão da sua importância no cenário cristão, destacou-se quanto ao compromisso de proclamar a Palavra de Deus de tal forma que sempre lembrava: “Para o que (digo a verdade em Cristo, não minto ) fui constituído pregador, e apóstolo, e doutor dos gentios, na fé e na verdade” (1Tm 2.7; 2Tm 1.11), o que podemos ver com facilidade tanto em seu exemplo (At 9.20,22; 13.5,16; 14.1,21,22,25; 16.13,31; 17.2,3,17;18.4,5,11; 19.8,13; 20.25; 28.31), como em seus ensinamentos (1Tm 4.6-11,13,16; 5.17; 6.3-5; 2Tm 1.13; 2.14,15; 4.2).

IV  – CARACTERÍSTICAS DA PREGAÇÃO NO CULTO

O apóstolo Paulo prevendo o fim de seus dias (2Tm 4.6,7), trouxe à tona para o jovem obreiro Timóteo, compromissos que deveriam caracterizar sua conduta como servo de Deus e da igreja do Senhor. Entre esses o de pregar o Evangelho de forma genuína, frente a um tempo de resistência à verdadeira mensagem de Deus (2Tm 4.3,4). Nesse intuito, o apóstolo destaca características que deve ter a pregação no culto:

4.1 Seriedade: “Conjuro-te, pois […]” (2Tm 4.1-a). A palavra conjuro-te, do grego: “diamarturomai” que indica: “testificar sob juramento, atestar, testificar a, afirmar solenemente”, é enfática e tem peso de afirmação legal. O apóstolo elaborara detalhadamente a responsabilidade que está sobre o ministro cristão. Agora ele incumbe Timóteo de assumir este encargo em plena conscientização de que, no desempenho de suas obrigações, ele é responsável diante de Deus e do Senhor Jesus Cristo (2Co 5.10). A pregação da Palavra era tão importante para Paulo e para o ministério da igreja que ele ordenou “uma ordem militar” que Timóteo continuasse a pregá-la. Paulo recorre a Cristo como testemunha de sua ordem e lembra a Timóteo que, um dia, o Senhor retornará e testará o ministério dele. O pregador infiel que acrescenta algo à mensagem ou dela subtrai será reprovado no dia do acerto de contas (Ap 22.18).

4.2 Fidelidade: “pregues a palavra […]” (2Tm 4.2-a). Pela expressão “a palavra”, o apóstolo quer dizer a mensagem relativa a Cristo como Redentor, Salvador e Senhor. Este deve ser o teor da pregação cristã. Nenhum sermão é realmente sermão, a menos que deixe explícita a verdade bíblica. O pregador é um arauto de Cristo, não pode mudar a mensagem que lhe foi confiada: “porque nunca deixei de vos anunciar todo o conselho de Deus” (At 20.27), não pode alterar a essência da mensagem, na tentação de torná-la palatável aos homens: “Porque nós não somos, como muitos, falsificadores da palavra de Deus; antes, falamos de Cristo com sinceridade, como de Deus na presença de Deus” (2Co 2.17).

4.3 Urgência: “[…] instes a tempo e fora de tempo […]” (2Tm 4.2). O pregador precisa ter um profundo senso de urgência, o verbo grego “ephistemi”, traduzido por “instar”, significa literalmente: “estar de prontidão”. A tempo e fora de tempo pode ser traduzido por “insista em todas as ocasiões, convenientes ou inconvenientes”. Esta determinação nos mostra o senso de urgência que deve caracterizar nossa pregação (At 8.26-30). Isso acarreta necessariamente a responsabilidade de corrigir e repreender (redarguas e repreendas) e o dever mais positivo de animar (exortes). Temos de provocar em todos que nos ouvem a disposição de reagir em total obediência à Palavra de Deus. Acima de tudo, o servo de Deus deve cultivar a graça da paciência (longanimidade), em seus esforços de levar as pessoas a Cristo e ministrar-lhes o ensino segundo a verdade cristã (doutrina).

V  – A IMPORTÂNCIA DA PREGAÇÃO BÍBLICA NO CULTO

5.1 Para nosso ensino. Paulo diz: “Porque tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito […]” (Rm 15.4). Segundo Champlin (2004, p. 855):“Paulo faz aqui uma pausa momentânea a fim de relembrar aos seus leitores qual a autoridade e qual o devido uso das Escrituras. Ele também quis dar a entender, que ela está repleta de boas coisas para nossa instrução moral e espiritual, e a igreja tem feito bom emprego dela, quanto a esses propósitos”.

5.2 Para aviso nosso. O mesmo apóstolo assevera acerca da Bíblia que as coisas que estão escritas: “[…] estão escritas para aviso nosso […]” (1Co 10.11). Para exortar os crentes de Corinto, Paulo utiliza-se do mau comportamento do povo de Israel no deserto (1Co 10.1-6). O apóstolo diz que este exemplo negativo serve de aviso a fim de que não caiamos nos mesmos erros (1Co 10.6,11). Segundo Champlin (1995, p. 396 – acréscimo nosso) a palavra “aviso” no original grego é: “nouthesia”, que significa: “admoestação”, “instrução”, “aviso”, que é utilizada tanto no sentido positivo quanto negativo, ou seja, uma atitude que pode ser reproduzida ou evitada”. Os bons exemplos quanto os maus exemplos de personagens das Escrituras também foram registrados para nos trazer advertências;

5.3 Para nos instruir no caminho certo. Paulo descreveu para o jovem obreiro Timóteo quais os muitos propósitos da pregação das Escritura em relação ao homem: “Toda a Escritura é […] proveitosa para ensinar, […] redarguir, […] corrigir, […] instruir em justiça” (2Tm 3.16). Tudo que foi escrito, o foi para nos instruir no caminho da justiça. Segundo Champlin (1995, p. 396 – acréscimo nosso), no tocante à justiça que no grego é: “dikaiosune”, fica indicado o “treinamento naquilo que é reto”. Porém, no sentido cristão, “praticar o que é reto” consiste em cultivar o caráter moral de Cristo, o qual, por sua vez, reproduzirá a moralidade de Deus Pai”.

CONCLUSÃO

Em razão dos tempos difíceis que marcam os últimos dias da Igreja do Senhor na terra, precisamos reafirmar o valor das Escrituras e da sua proclamação, ocupando um lugar proeminente no culto cristão

REFERÊNCIAS

  • ANDRADE, Claudionor Correa de. Dicionário Teológico. CPAD.
  • STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
  • CHAMPLI, R. N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
  • GONÇALVES, José. O Corpo de Cristo: Origem, Natureza e Vocação da Igreja no Mundo. 1 ed. RJ: CPAD, 2024.
  • VINE, W. E. Dicionário Vine. CPAD.

Fonte: portal rbc1/lições

Gogue e Magogue: Um dia de juízo

4º TRIMESTRE 2022

A JUSTIÇA DIVINA

A preparação do povo de Deus para os últimos dias no livro de Ezequiel

COMENTARISTA:  Pr. Ezequias Soares

LIÇÃO 9 – GOGUE E MAGOGUE: UM DIA DE JUÍZO – (Ez 38.1-6; 39.1-10)

INTRODUÇÃO

Nas lições anteriores estudamos diversos eventos que ocorreram com o povo judeu no passado. Porém, nesta lição, estudaremos uma das mais importantes profecias do livro de Ezequiel, que descreve uma batalha que ocorrerá em Jerusalém, no futuro, onde Deus executará seu juízo contra Gogue da terra de Magogue. Porém, antes de estudarmos esta profecia, veremos um breve resumo do ódio das nações contra Israel; citaremos as três batalhas escatológicas; e por fim, veremos como se dará a batalha de Gogue e Magogue, descrita nos capítulos 38 e 39 do livro do profeta Ezequiel.

I – ISRAEL E AS BATALHAS DO PASSADO

A história do povo de Israel sempre foi marcada por batalhas sangrentas, invasões estrangeiras, dispersões, cativeiros, perseguições e opressões por parte de nações estrangeiras. Vejamos algumas:

1.1 No Egito. O Egito foi o berço do povo de Israel e foi naquela nação que o povo hebreu cresceu e se multiplicou (Êx 1.7,12). Por essa razão, Faraó, temendo que os descendentes de Jacó se unissem a outras nações e pelejassem contra os egípcios, começou a afligir e escravizar o povo hebreu (Êx 1.10,11,13,14); mandou que as parteiras das hebreias matassem os meninos (Êx 1.15,16), e ordenou que os meninos dos filhos de Israel fossem lançados no rio, deixando apenas as meninas vivas (Êx 1.22), numa tentativa de enfraquecer a nação e impedir que o povo de Israel dominasse sobre eles.

1.2 Na peregrinação no deserto. Durante os quarenta anos de peregrinação no deserto, com destino a terra de Canaã, o povo de Israel, mesmo sem experiência com guerras e conflitos armados, teve que aprender a guerrear para se defender de seus inimigos. Os amalequitas pelejaram contra Israel (Êx 17.8) e num ato de extrema covardia, atacou o povo mais fraco de Israel, que caminhava cansado e fragilizado no deserto (Dt 25.17,18). Foi necessário Josué pelejar contra os amalequitas, e, o povo hebreu só foi vitorioso porque Moisés subiu ao cume do monte para interceder por Israel (Êx 1.17.9-16).

1.3 Na terra de Canaã. Depois da conquista da terra de Canaã, o povo de Israel enfrentou diversas batalhas. É bem verdade que, muitas vezes, foi o próprio Deus quem os entregou nas mãos de nações estrangeiras, por causa da rebelião do povo (Jz 3.8,14; 4.1; 6.1; 10.6,7). Porém, muitas vezes, as guerras contra Israel foram motivadas pelo ódio ao povo hebreu, principalmente por parte dos filisteus (1Sm 4.1-10; 7.7-11; 17.1-11; 19.8-11; 2Sm 21.15-22) e da Síria (2Rs 6.24-7.20; 20.1-30; 2Rs 12.17-21). E, diversas vezes, Deus pelejou a favor de Israel e executou juízo contra nações inimigas, como ocorreu nos dias de Samuel (1Sm 7.7-11); do rei Ezequias (2Rs 19.35-37), e nos dias do rei Josafá (2Cr 20.1-30).

1.4 Na História. Nos dois últimos milênios, o povo judeu foi massacrado e perseguido por nações estrangeiras. No ano 70 d.C. o general Tito invadiu Jerusalém com um exército de 50.000 homens, a cidade de Jerualém foi incendiada, e os judeus que não foram mortos, foram dispersos para outras terras. Na Segunda Guerra Mundial (1939 a 1945), cerca de seis milhões de judeus foram mortos nos campos de concentração nazistas. E, apesar de Israel voltar a ser reconhecida como nação, em maio de 1948 pela Organização das Nações Unidas, o povo judeu continua sendo odiado e perseguido por diversas nações do mundo.

II – ISRAEL E AS BATALHAS DO FUTURO

De acordo com as profecias bíblicas, pelo menos três grandes conflitos ocorrerão no futuro, envolvendo o povo de Israel: A batalha de Gogue e Magogue, que ocorrerá antes, ou no início a Grande Tribulação (Ez 38,39); A batalha do Armagedom, no final da grande Tribulação (Ap 16.16) e a batalha de Gogue e Magogue, após o Reino milenial (Ap 20.7-10).

2.1 A Batalha de Gogue e Magogue (Ez 38,39). Trata-se de uma grande invasão a nação de Israel no fim dos tempos, por uma confederação de nações (Ez 38.1-6) com o intuito de tomar posse das riquezas de Israel (Ez 38.11,12). Porém, o Senhor derramará a sua fúria contra as nações invasoras e enviará um grande terremoto, pestes e chuvas de saraiva, fogo e enxofre sobre elas (Ez 38.19-22). A carnificina será tão grande que serão necessários sete meses para sepultar os mortos (Ez 39.11-14) e as aves dos céus e os animais do campo se fartarão da carne dos soldados dos exércitos inimigos de Israel (Ez 39.11-14). (LAHAYE, Tim & HINDSON, Ed, 2008, p. 244). No próximo tópico abordaremos com mais detalhes esta batalha.

2.2 A Batalha do Armagedom (Ap 16.16). “A Batalha do Armagedom (Dn 11.40-45; Jl 3.9-17; Zc 14.1-3; Ap 16.14-16) ocorrerá nos últimos dias da Grande Tribulação. O apóstolo João nos diz que os reis do mundo se reunirão para a batalha, naquele grande Dia do Deus Todo-poderoso. Quando o Anticristo e seus exércitos marcharem contra Jerusalém, Deus entrará em ação e Jesus Cristo voltará para resgatar o seu povo, Israel. O Senhor, com seu exército angelical, destruirá os exércitos e lançará o Anticristo e o Falso Profeta no lago de fogo (Ap 1911-21)” (LAHAYE, Tim & HINDSON, Ed, 2008, p. 74).

2.3 A Batalha de Gogue e Magogue após o Milênio (Ap 20.7-10). “Gogue e Magogue aqui, são nações rebeladas contra Deus, instigadas por Satanás, e conduzindo um furioso ataque contra os santos. Não se trata absolutamente de Gogue e Magogue descritos em Ezequiel capítulos 38 e 39. É evidente que em Apocalispe 20, a expressão ‘Gogue e Magogue’ é empregada simbolicamente, representando os últimos inimigos de Deus e do seu povo. É evidente que Ezequiel trata de um evento, e Apocalipse de outro”. (GILBERTO, 2022. pp. 114,115).

III – A BATALHA DE GOGUE E MAGOGUE (EZEQUIEL 38 e 39)

Os capítulos 38 e 39 de Ezequiel descreve uma profecia acerca de uma invasão de diversas nações contra Israel. Sendo que o capítulo 38 descreve a invasão das nações confederadas, inimigas do povo judeu; e, o capítulo 39 anuncia a derrota dessas nações, pelo poder de Deus, como veremos a seguir:

3.1 Quem participará da invasão? “Ezequiel 38.1-6 lista dez nomes próprios que ajudam a identificar a força invasora, dentre os quais nove descrevem localizações geográficas. ‘Gogue’ constitui a única exceção. Essa palavra não é um local ou nome próprio de pessoa, mas é um título, como ‘Faraó’, ‘Cesar’ ou ‘presidente’. ‘Gogue’ será o líder desta invasão. Magogue, inclui Ásia central (antiga União Soviética) e o Afeganistão; Meseque, atual Turquia; Tubal, atual Irã; Persia, atual Irã; Etiópia, atual Sudão; Pute, atual Líbia; Gomer e Togarma, atual Turquia. Esta lista mostra que pelo menos seis aliados formarão uma aliança para a invasão de Israel: Rússia, Turquia, Irã, Líbia, Sudão e as nações da Ásia Central.” (LAHAYE, Tim & HINDSON, Ed, 2008, p. 244).

3.2 O propósito da invasão. O propósito principal dessa batalha é tomar posse das riquezas de Israel. Em Ezequiel 38.9­16 diz que as nações inimigas do povo judeu virão como uma tempestade e como uma nuvem, para cobrir a terra de Israel com suas tropas (v. 9); eles virão com grande ajuntamento e um exército numeroso (v. 15); com maus intentos no coração (v. 10); e virão com o propósito de tomar os despojos de Israel, seu gado e suas possessões (v. 12), para levar a prata, o ouro e saquear a nação (v.13).

3.3 Os resultados da invasão. A ira de Deus se manifestará sobre as nações inimigas de Israel: “Naquele dia, quando Gogue vier contra a terra de Israel, diz o Senhor Deus, eu ficarei furioso. Pois, no meu zelo, no fogo do meu furor, eu disse que, naquele dia, haverá um grande terremoto na terra de Israel.” (Ez 38.18,19 – NAA). “Deus virá pra resgatar seu povo indefeso e lançará mão de quatro recursos para destruir Gogue e seus aliados: O Senhor enviará um grande terremoto (Ez 38.19,20); Haverá conflitos entre tropas de várias nações e os exércitos das nações voltar-se-ão uns contra os outros (Ez 38.21); pestes se alastrarão e cairão chuvas torrenciais, com granizo, fogo e enxofre (Ez 38.22). (LAHAYE, Tim & HINDSON, Ed, 2008, p. 246). “Assim, revelarei a minha grandeza e a minha santidade e me darei a conhecer aos olhos de muitas nações. E saberão que eu sou o Senhor. ” (Ez 38.23 – NAA).

3.4 A derrota de Gogue e seus aliados. A destruição do exército e Gogue em Israel será uma derrota esmagadora, como afirma a profecia: “Nos montes de Israel, você cairá” (Ez 39.4a). Essa palavra se refere ao próprio Gogue. O oráculo é claro em mostrar que o julgamento de Javé é extensivo a todo o bando: “você, todas as suas tropas e os povos que estão com você” (Ez 39.4b). A derrota deles em campo aberto foi determinada por Deus (Ez 39.5). Duas vezes a profecia esclarece que é o próprio Javé que conduzirá Gogue e seu bando para derrotá-los nos montes de Israel (38.4; 39.2). Eles serão abatidos e ficarão insepultos, e seus cadáveres servirão de pastos e alimento aos abutres e aos animais selvagens: ‘Eu o entregarei a todo tipo de ave de rapina e aos animais selvagens, para que o devorem’ (Ez 39.4c). O castigo divino a Gogue e ao seu bando não se restringe às tropas do exército, mas também à terra de cada um desses povos: ‘Porei fogo em Magogue e nos que vivem em segurança nas terras do mar’ (Ez 39.6) (SOARES, 2020, p. 113).

3.5 O que ocorrerá após a batalha. Com a derrota de Gogue e seu bando, “os moradores das cidades de Israel sairão e farão fogo com as armas” (Ez 39.9a). Todos os seus equipamentos bélicos serão transformados em combustível. A profecia especifica essas armas: “queimando as couraças e os escudos, os arcos e as flechas, os porretes e as lanças” (Ez 39.9b), da mesma forma que Javé vai transformar as armas de guerras em máquinas e ferramentas agrícolas no milênio (Is 2.4; Mq 4.3). Em vez de se fazer uma grande fogueira com essas armas, haverá durante sete anos nas cidades de Israel combustível para acender fogo (Ez 39.9c). Nesta semana sabática, a população de Israel terá energia para abastecer as casas e movimentar as indústrias de uma fonte inusitada: “Não terão de trazer lenha do campo, nem a cortarão dos bosques, mas com as armas acenderão fogo” (Ez 39.10a). A situação vai se inverter: “Saquearão aqueles que os saquearam e despojarão aqueles que os despojaram” (Ez 39.10b). Agora, são os saqueadores (38.12,13) que serão despojados (Ez 39.6) (SOARES, 2020, p. 115).

3.6 O que esta batalha nos ensina? Uma das principais lições que aprendemos nesta profecia é a Soberania de Deus sobre todas as nações. A expressão “E saberão que eu sou o Senhor” está presente cerca de 70 vezes em Ezequiel, o que nos faz entender que um dos objetivos do livro é demonstrar a soberania de Deus sobre todas as nações da terra (Ez 6.7,10,1314; 7.4,27; 12.15,16,20; 13.9,14,21,23; 14.8; 15.7; 16.62; 20.7,12,19,20,26,38,42,44). Essa derrota de Gogue e seus aliados, revelará não só para o povo judeu, mas a todos os seus inimigos que o Senhor é Deus (Ez 39.6,7,22).

CONCLUSÃO

A existência da nação de Israel e do povo judeu só pode ser explicada com uma palavra: Milagre! Se não fora o Senhor, Israel há muito tempo que teria sido destruída, pois, desde a antiguidade que o Senhor peleja pelo seu povo. E , na batalha de Gogue e Magogue não será diferente. Deus sairá em defesa do povo judeu e Gogue e seus aliados serão destruídos.

REFERÊNCIAS

  • GILBERTO, Antônio. O Calendário da Profecia. CPAD.
  • LAHAYE, Tim & HINDSON, Ed. Enciclopédia Popular de profecia Bíblica. CPAD.
  • SOARES, Esequias & Daniele. A Justiça Divina. CPAD.
  • STAMPS, Donald. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

Fonte: portalrbc1.

Adorando a Deus em meio à calamidade

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4º TRIMESTRE 2016

O DEUS DE TODA PROVISÃO

Esperança e sabedoria divina para a Igreja em meio às Crises

COMENTARISTA: Pr. Elienai Cabral

LIÇÃO 10 – ADORANDO A DEUS EM MEIO À CALAMIDADE – (2 Cr 20.1-12)

INTRODUÇÃO

O rei Josafá governou por 25 anos no Reino do Sul e foi um dos poucos bons reis que administraram sobre o povo de Deus. Nessa lição veremos as peculiaridades da sua personalidade e seu comportamento. Através de uma das suas experiências, aprenderemos sobre a adoração a Deus diante das calamidades, bem como elencaremos alguns elementos pertencentes a verdadeira adoração e os seus respectivos resultados.

I – DEFININDO OS TERMOS ADORAÇÃO E CALAMIDADE

Josafá teve sua história marcada pelo sucesso espiritual, político e militar e esta prosperidade se deu como resultado de sua vida íntegra diante de Deus e da sua obediência aos mandamentos divinos. A adoração a Deus e também a calamidade são duas situações bem evidentes na vida desse monarca. Vejamos uma básica definição desses dois termos:

1.1 Adoração. Essa palavra quer dizer: “veneração elevada que se presta a Deus, reconhecendo-lhe a soberania sobre o universo”. Do hebraico “sãhâ” e do grego “proskyneo”, enfatizam ambas o ato de prostração e reverência (ANDRADE, 2006, p.33). À luz do texto sobre a adoração destacamos: a) A verdadeira adoração é teocêntrica (2Cr 20.3,4,18,19,21; Mt 4.10), pois ela prioriza Deus e não as nossas necessidades (Jó 1.20-22; Mt 15.25); b) A adoração genuína é ultracircunstâncial (2Cr 20.2,12,15; Hc 3.17,18); ou seja,  não se limita às circunstâncias favoráveis;  c) Voluntária: “[…] pôs a buscar… pôs-se em pé […]” (2Cr 20.3,5);  e d) Reverente: “Então , Josafá se prostrou com o rosto em terra […]” (2Cr 20.18; Is 6.2; Mc 1.40; 5.33; 7.25).

1.2 Calamidade. Segundo Aurélio esse termo significa:“Desgraça pública; catástrofe; flagelo; infortúnio; infelicidade” (FERREIRA, 2004, p. 364). A calamidade é algo possível na trajetória cristã, precisamos entender que não estamos imune aos infortúnios dessa vida. Tragédias, crises financeiras, problemas de saúde e etc, são naturais a essa vida e comum ao crente e ao não crente (Jó 1.18,19; 2Rs 4.1,2; Mt 7.24-27; Jo 11.1-5). Porém para os que servem a Deus a calamidade será superada (Pv 24.16; Sl 57.1).

II – CARACTERÍSTICAS DA ADORAÇÃO DE JOSAFÁ

Josafá cujo nome significa: “o Senhor tem julgado” (GARDNER, 2005, p. 376); apesar da sua piedade descrita nas Escrituras (2Cr 17.3-6), passou por uma experiência calamitosa proveniente de uma confederação de inimigos. É importante lembrar como inicia o capítulo: “E sucedeu que, depois disto os filhos de Moabe, e os filhos de Amom, e com eles outros dos amonitas, vieram à peleja contra Josafá” (2Cr 20.1). Embora toda a reforma produzida pela liderança do rei (2Cr 19.4-11), agora encontra-se em uma situação adversa. Apesar de ter muitos aliados políticos, o  monarca se põe a buscar a Deus, ensinando qual deve ser a atitude a tomar diante das dificuldades. Como veremos a seguir:

2.1 Oração (2Cr 20.3-12). A oração é um dos elementos da adoração do monarca, segundo Matthew Henry sobre essa oração de Josafá destaca: a) Ele reconhece o domínio soberano da Providência divina (v.6); b) Josafá se apega à relação de aliança que tinham com Deus, e ao interesse que tinham nele. “Tu, que és o Deus nos céus, és o Deus dos nossos pais” (v. 6), “e o nosso Deus”, (v. 7); c) Josafá mostra o direito que eles tinham a esta boa terra em cuja posse estavam: “Deste à semente de Abraão, teu amigo” (v.7-b); d) Ele faz menção do santuário, o templo que eles haviam edificado para o nome de Deus (v. 8), e) Ele protesta contra a ingratidão e a injustiça dos seus inimigos (vs.10,11); e f) Josafá professa toda a sua dependência de Deus por livramento (v.12). (HENRY, 2006, p.738 – acréscimo nosso). Diversos textos das Sagradas Escrituras incentivam o crente a orar (1Cr 16.11; Sl 105.4; Is 55.6; Am 5.4,6; Mt 26.41; Lc 18.1; Jo 16.24; Ef 6.17,18; Cl 4.2; 1Ts 5.17). A oração feita pelo rei nos mostra que, ele confia mais em Deus do que nos seus recursos militares. A oração coletiva e a comunhão são elementos indispensáveis para a vitória (At 4.31).

2.2 Jejum (2Cr 20.3-b). A reação espiritual de Josafá foi apropriada e também didática, o rei e a nação clamaram a Deus em oração e jejum, que nesse caso foi nacional incluindo até as crianças (2Cr 20.13). O jejum era um sinal de pesar (Jz. 20.26; Jl 2.12). Ele é definido como a abstinência parcial ou total de alimentos com finalidades específicas. Essa prática vem desde o AT, onde o povo de Israel jejuava por diversas razões (Sl 69.10; 2Sm 12.16). Do período de Samuel em diante, vemos o jejum sendo uma prática para enfatizar a sinceridade das orações do povo de Deus quando Israel enfrentava problemas especiais (1Sm 7.6; At 13.2). Jejuns específicos às vezes eram feitos assim como também os regulares (Lv 16.29,31; Zc 8.19), para buscar a ajuda de Deus em circunstâncias especiais (Jz 20.26; Ed 8.21-23; Jl 1.14; 2.15-16). A prática do jejum foi incorporada ao NT, entre outros caso, a igreja de Antioquia é uma clara demonstração de que os crentes da igreja primitiva observavam essa prática (At 13.2,3; 2Co 6.5) por isso nós devemos também praticar (Mc 9.29; Mt 9.15).

2.3 Louvor (2Cr 20.18-21). Além da oração e jejum podemos encontrar o louvor como um outro elemento utilizado por Josafá na adoração. Louvar, significa: “adorar”, “glorificar”, “magnificar”, “oferecer ações de graças”. O louvor brota do coração que sente gratidão, ação de graças ou admiração. O homem que se regozija em seu coração, profere palavras de louvor em meio as batalhas desta vida (Sl 50.23; 103.3; 148.1; 150.1-6; Tg 5.13). Em direção ao campo de batalha por meio do louvor a Deus, Josafá expressa sua confiança na intervenção divina.

III – OS RESULTADOS DA ADORAÇÃO EM MEIO A CALAMIDADE

Diante de um verdadeiro adorador não se sustentam barreiras ou impossibilidades, a adoração é o caminho para o coração de Deus (Sl 51.17), é um dos segredos da vitória do cristão. Notemos as ações de Deus como resultados da adoração:

3.1 A resposta de Deus (2Cr 20.14,15). No momento da adoração coletiva Deus entra em ação, quando o rei ainda estava falando, Deus ouviu, e por meio de um profeta o povo é encorajado a confiar em Deus, embora a ira do inimigo era ameaçadora; essa é uma das grandes promessas para os que o servem com fidelidade: “Ele me invocará, e eu lhe responderei […]”  (Sl 91.15). “Clama a mim, e responder-te-ei, e anunciar-te-ei coisas grandes e firmes que não sabes” (Jr 33.3). A mensagem profética entregue por Jaasiel começou com um apelo à atenção: “Dai ouvidos”, esse apelo foi acompanhado por um encorajamento, “Não temais”, e finalmente por um convite à ação: “Amanhã descereis contra ele” (ADEYEMO, 2010, p.519). Foi por meio da adoração a Jesus que a mulher cananéia recebeu a atenção e respectivamente o milagre que precisava (Mt 15.25,28). O homem leproso que se encurvou diante de Cristo, a mão graciosa lhe é estendida restaurado plenamente sua saúde (Mc 1.40-42).

3.2 A garantia da vitória (2Cr 20.15-17). Por meio de Jaaziel o Senhor dos Exércitos transmite a Josafá e a todo povo uma mensagem garantindo a vitória contra os inimigos. A notável profecia desse servo de Deus centra-se no duplo pronunciamento de que é o Senhor e não Israel quem terá de pelejar. No todo há quatro coisas principais. Notemos: a) uma ordem repetida para não temer (v. 15, 17); b) declarações repetidas de que a batalha não é vossa, mas de Deus (v. 15, 17); c) uma promessa repetida de que Deus estará convosco (v. 17); e d) instruções para amanhã sobre onde ir e ver o  “livramento”, “vitória” ou “salvação”. A promessa básica, de fato, combina várias antigas passagens do Antigo Testamento que afirmam que o Senhor luta por Israel (Êx 14.13-14; Dt 20.4; 1Sm 17.37) (SELMAN, 1994, p.336 – acréscimo nosso). Josafá e seu povo receberam essa garantia com fé, reverência e gratidão; o rei curvou a cabeça, e depois, todo o povo se prostrou diante do Senhor e adorou, levantando a voz em louvor a Deus.

3.3 Os inimigos derrotados e o regresso triunfal (2Cr 20.22-27). Subordinados a orientação divina o povo começa a cantar louvores sem utilizar armas de guerra, mostrando que a fé em Deus é mais segura do que o poder bélico. Mediante esse ato de adoração o Senhor “pôs emboscadas” e “desbaratou” os inimigos; uma contenda interna provoca a autodestruição do exército oponente, sem ser necessário nenhum confronto físico por parte de Judá, conforme Deus havia prometido (2Cr 20.17; Sl 91.8). Quando Judá chegou, restou-lhe apenas juntar os despojos da guerra, tarefa que durou três dias. Jubilando pela vitória voltam pra Jerusalém da mesma forma como saíram louvando a Deus (Sl 126.2,3,6; 30.5). As misericórdias públicas merecem reconhecimento público nos átrios da casa do Senhor. “Em sinal de reconhecimento, um culto de louvor foi realizado no local da vitória, foi dado ao lugar um nome comemorativo: ‘beraca’, que em hebraico quer dizer: ‘vale da benção’ (v.26). Outro culto de louvor foi conduzido no templo ao retornarem a capital do reino” (vs. 27,28) (ADEYEMO, 2010, p.519).

3.4 Deus glorificado entre os reinos e a paz em Jerusalém (2Cr 20.29,30). Diante da ação soberana de Deus ao livrar o seu povo, o temor tomou conta dos povos à volta de Judá. Quando eles ouviram que Deus pelejou desse modo espantoso  por Jerusalém, isto gerou nos vizinhos uma reverência a Deus e um temor cauteloso de fazer algum mal ao seu povo, estabelecendo Deus  a paz no reino de Judá. Ter descanso no livro das Crônicas é resultado das bençãos provenientes da obediência (2Cr 14.5-7; 15.15; 1Cr 22.8,9,18). Os servos de Deus não devem se deixar levar pelas calamidades desta vida, pois podemos experimentar em meio as lutas a paz que excede todo o entendimento: “Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças.  E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus” (Fp 4.6,7).

CONCLUSÃO

Podemos concluir por meio dessa belíssima história, que apesar das calamidades serem comuns na vida cristã temos a condição de reagir de forma correta, como quem tem a confiança que Deus tem o controle de todas as coisas e poder para agir em favor de seus servos: “E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8.28).

REFERÊNCIAS

  • ANDRADE, Claudionor Correa de. Dicionário Teológico. CPAD.
  • ADEYEMO, Tokunboh. Comentário Bíblico Africano. MUNDO CRISTÃO.
  • STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
  • SELMAN, Martin J. Série Cultura Bíblica. VIDA NOVA.
  • GARDNER, Paul. Quem é Quem na Bíblia Sagrada. VIDA.

Fonte: https://ieadpe.org.br/

O milagre está em sua casa

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4º TRIMESTRE 2016

O DEUS DE TODA PROVISÃO

Esperança e sabedoria divina para a Igreja em meio às Crises

COMENTARISTA: Pr. Elienai Cabral

LIÇÃO 09 – O MILAGRE ESTÁ EM SUA CASA – (II Rs 4:1-7)

INTRODUÇÃO

Veremos nesta lição o que motivou o milagre na casa daquela viúva de 2Reis 4, e pontuaremos que Deus sempre age a partir da necessidade humana mostrando seu amor e sua misericórdia. Falaremos dos meios pelos quais o Senhor utiliza-se para prover o socorro necessário no momento da necessidade, e por fim, estudaremos os instrumentos que Deus usa para a realização do milagre e quais os propósitos deste na vida de seus servos.

I – O QUE MOTIVOU O MILAGRE

Eliseu conhecia o homem em questão e sabia que era reputado por sua piedade. O historiador judeu Flávio Josefo explica que essa mulher era a viúva de Obadias (HAYFORD, 2001, p. 388). Dele se diz que “temia muito ao Senhor” (I Rs 18.3). A expressão “filhos dos profetas” (2Rs 4.1-a), é referente à organização dos que eram profetas verdadeiros, aqueles chamados por Deus, em escolas em Gibeá e Naiote, onde talvez fossem supervisionados por Samuel (1Sm 10.10; 19.20). Em 2Rs 6.1-4 há um relato sobre a edificação de tal escola, e Elias foi o líder desse grupo em particular. De acordo com a lei hebraica, um credor poderia tomar um devedor e seus filhos como servos, mas não deveria tratá-los como escravos (Êx 21.1-11; Lv 25.29-31; Dt 15:1-11; Jr 34.9). Seria uma grande tristeza para essa mulher perder o marido para a morte e os dois filhos para a servidão, mas Deus é aquele que “faz justiça ao órfão e à viúva” (Dt 10.18; Sl 68.5; 146.9) e enviou Eliseu para ajudá-la (WIERSBE, 2010, p. 503). Vejamos:

1.1 A necessidade humana. As bênçãos de Deus vêm em resposta a uma necessidade humana. O milagre ocorrido na casa da viúva de um dos discípulos dos profetas confirma esse fato (2Rs 4.1-7). O texto expõe a extrema penúria na qual essa pobre mulher havia ficado. Perdera o marido, que havia falecido, e agora corria o risco de perder também os filhos para os credores se não quitasse a dívida. Essa mulher, portanto, necessitava urgentemente que alguma coisa fosse feita para tirá-la daquela situação. A Escritura mostra que o Senhor sempre socorre o necessitado (Sl 12.5; 40.17; 69.33; Is 25.4; Jr 20.13). Devemos apresentar as nossas petições a Deus, pois Ele cuida de nós (Êx 22.22-23; Fp 4.6; 1Pe 5.7).

1.2 O amor divino. O milagre ocorrido na casa da viúva aconteceu como resposta a uma carência humana, mas não apenas isso: ocorreu também graças à compaixão divina. Não foi apenas por ser pobre que a viúva foi socorrida, nem tampouco por haver sido esposa de um dos discípulos dos profetas (2Rs 4.1). O texto diz que ela “clamou” ao profeta Eliseu (2Rs 4.1). O termo hebraico que traduz essa palavra é “tsaaq”, que possui o sentido de “clamar por ajuda, chorar em voz alta”. O profeta ficou sensibilizado e Deus compadeceu-se daquela mulher sofredora. O Senhor é compassivo, misericordioso e longânimo para com seus servos e servas (Êx 34.6; 2Cr 30.9; Sl 116.5).

1.3 A misericórdia divina. A Lei de Moisés permitia aos credores levar os filhos dos endividados como escravos para pagar a dívida, mas colocava um limite de seis anos de escravidão e exigia que os sujeitados fossem tratados como trabalhadores dignos (Êx 21.1-6; Lv 25.39-55; Dt 15.12-18). Por este motivo, a viúva não viu outra saída, a não ser clamar pela misericórdia divina. A palavra misericórdia, “hesedh”, no hebraico, aponta para uma característica do caráter de Deus e significa: “benevolência, benignidade, compaixão, bondade, fidelidade, amor e beneficência”. É dessa forma que Deus olha para os necessitados (Sl 12.5). O clamor daquela viúva sensibilizou o coração de Deus, que se moveu para ajudá-la (2Rs 4.1-7). Ninguém recebe um milagre por merecimento, senão, por misericórdia. O Senhor Deus é o nosso defensor, ele mesmo revela ser o refúgio (Sl 14.6; Is 25.4), o socorro (Sl 40.17; 46.1; 70.5; Is 41.14), o libertador (1Sm 2.8; Sl 12.5; 34.6; 113.7; 35.10; cf. Lc 1.52,53) e provedor (Sl 10.14; 68.10; 132.15).

 II – OS MEIOS PARA O MILAGRE

Como seres humanos, temos muita dificuldade em valorizar coisas pequenas. Mas esse milagre nos ensina a preciosidade de observar essas coisas (1Co 1.27). Na lógica e na visão humana é a vasilha que enche a botija. Porém aqui as posições estão inversas. É costume primeiro pensar que o pequeno sempre receberá do grande. Todavia, nesse milagre, é o pequeno quem dá a vida, quem é a fonte, é o pequeno que visto como nada é quem se sobressai. Notemos:

2.1 Um pouco de azeite. Diante do clamor da viúva, o profeta Eliseu perguntou-lhe: “Que te hei de eu fazer? Declara-me que é o que tens em casa. E ela disse: Tua serva não tem nada em casa, senão uma botija de azeite” (2Rs 4.2). Duas coisas precisam ser observadas aqui: Em primeiro lugar, o milagre acontece na esfera familiar: “o que tens em casa”. O lar e a família são importantes para Deus. Em segundo lugar, um pouco pode tornar-se muito se vem com a bênção de Deus. De fato o texto destaca que a porção de azeite da mulher era tão minguada que ela quase esqueceu que o possuía. No entanto, foi esse pouco que o Senhor usou para operar o grande milagre. O que possuímos pode ser bem pouco, mas é suficiente para Deus operar os seus propósitos (1Rs 17.12-16; 2Rs 4.42-44; Mt 14.15-21).

2.2 Uma fé obediente. A instrução dada pelo profeta Eliseu para solucionar o problema da viúva é bastante reveladora sobre a dinâmica desse milagre (2Rs 4.3-5). Num primeiro momento, o profeta chamou a mulher à ação: “Vai, pede para ti vasos emprestados”. Isso nos mostra que a fé é demonstrada pela ação (Tg 2.17). Jesus também viu a fé do paralítico e dos homens que o conduziram em Cafarnaum (Mc 2.1-12). Em segundo lugar, o milagre deveria acontecer de portas fechadas: “fecha a porta sobre ti e sobre teus filhos…”, disse o profeta. Como a necessidade da viúva era particular, a provisão também seria privado. Além disso, a ausência de Eliseu demonstrou que o milagre aconteceu apenas pelo poder de Deus e não por causa do profeta (MACARTHUR, 2010, p. 479 – acréscimo nosso).

2.3 Um milagre tirado daquilo que não é aparente. Uma atitude de fé sempre estará alicerçada na espiritualidade e na sensibilidade (Gl 5.16; Tg 2.18). Essa mulher estava desesperada, com medo de perder seus filhos, por isso, não pôde ver que o pouco azeite daquela botija era a fonte para sanar suas dívidas. O milagre partiu de onde ela menos imaginava, e aconteceu quando ela tirou de onde aparentemente não havia nada, um sinal de que não podemos esperar ter para depois entregar, e isso nos ensina que é do nada que Deus tira o tudo que precisamos (Rm 4.17-b; Hb 11.3).

III – OS INSTRUMENTOS DO MILAGRE

A lei israelita permitia, como forma de proteção ao credor, que se tomasse os filhos dos devedores, para que trabalhassem até que a dívida fosse paga. Mas em Deuteronômio 15.1-18, há uma ressalva para que isto não fosse feito em tempos de fome ou grandes necessidades (WIERSBE, 2010, p. 503). Pontuemos como Deus atua para o milagre:

3.1 O instrumento humano. Por várias vezes, no livro de 2 Reis, o profeta Eliseu é chamado de “Homem de Deus” (2 Rs 4.7,9,16; 6.9). Sem dúvida esses textos demonstram que Eliseu era um instrumento de Deus para a operação de milagres. Esse é um fato fartamente demonstrado na Bíblia. Para formar uma nação e através dela revelar seu plano de salvação à humanidade, o Senhor chamou Abraão (Gn 12). Para tirar os israelitas do Egito, Deus usou Moisés (Êx 4.1-17). Para levar a mensagem do Evangelho aos gentios, o Senhor usou a Pedro (At 10 – 11). Deus também chamou a Paulo para ser “um instrumento escolhido” para levar seu nome perante os nobres (At 9.15). Para salvar-nos, Deus humanizou-se na pessoa bendita de Jesus Cristo (Jo 1.1,14,18; Fp 2.1-11).

3.2 O instrumento divino. Quando uma grande fome assolava Samaria, o profeta Eliseu profetizou abundância de alimentos (2Rs 7.1). O cumprimento dessa profecia parecia pouco provável naqueles dias, a ponto de o capitão, em cujo braço o rei se apoiava, haver ironizado: “Ainda que o Senhor fizesse janelas no céu, poder-se-ia fazer isso?” (2Rs 7.2). Mas a profecia cumpriu-se exatamente como Eliseu havia predito (2Rs 7.16-20). O texto põe a Palavra do Senhor como agente causador do milagre. O cronista observa que esses fatos ocorreram “segundo a palavra do Senhor” (2Rs 7.16). O que o Senhor faz, Ele o faz através de sua Palavra (Gn 1.3; Is 55.10,11; Lc 5.4-6; Hb 4.12).

IV – OS PROPÓSITOS DO MILAGRE

4.1 Uma resposta ao sofrimento. Todos os milagres realizados por Eliseu deixam bem claro que eles ocorreram em resposta a uma necessidade humana e também ao sofrimento (2Rs 4.1-38; 5.1-19; 6.1-7). O NT mostra-nos que o Senhor Jesus libertava e curava porque se compadecia do sofrimento humano (Lc 13.10-17; Mc 1.40-45). Todos os milagres autênticos são operados por Deus, pois somente Ele é poderoso para realizá-los. Há ocasiões em que Ele interfere diretamente em determinada situação, sem a instrumentalidade humana (Nm 11.18-23; 31-32; Jo 5.1-9).

4.2 Um consolo nas nossas dificuldades. O fato de sermos cristãos não nos isenta de passarmos por necessidades e tribulações. “…no mundo tereis aflições…” (Jo 16.33). Por isso, Paulo disse: “Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados. Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos” (2Co 4.8,9 ver 1Co 1.4-a). “E faço misericórdia a milhares dos que me amam e aos que guardam os meus mandamentos.”  (Êx 20.6). Ver ainda textos como (Nm 20.7-11).

4.3 Uma maneira de glorificar a Deus. Os milagres, portanto, são uma resposta de Deus ao sofrimento humano. Todavia, eles não se centralizam no homem, mas em Deus. Os milagres narrados nas Escrituras objetivam a glória de Deus. Em nenhum momento, encontramos os profetas buscando chamar a atenção para si através dos milagres que realizavam nem tirar proveitos deles. Quem tentou fazer isso e beneficiar-se de forma indevida foi Geazi, o servo de Eliseu. Entretanto, quando assim procedeu foi severamente punido (2Rs 5.20-27). Em o NT observamos Pedro e Paulo pondo em destaque esse fato e mostrando que Deus, e não os homens, é quem deve ser glorificado (At 3.8,12; 14.14,15).

CONCLUSÃO

O milagre da multiplicação do azeite é um testemunho do poder de Deus, que se compadece dos sofredores que o buscam de todo o coração. O foco, portanto, dessa bela história não é a viúva nem tampouco o profeta Eliseu, mas o Senhor que através da instrumentalidade do seu servo abençoa essa pobre mulher. A história faz-nos lembrar um outro feito extraordinário e muito mais relevante do que esse: a multiplicação dos peixes e pães por nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Ele foi, é e sempre será a resposta consoladora a todo sofrimento humano.

REFERÊNCIAS

  • STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal.  CPAD.
  • BARNETT, T. Há um milagre em sua casa. CPAD.
  • ZUCK, R. B. Teologia do Antigo Testamento. CPAD.
  • VINE, W.E, et al. Dicionário Vine. CPAD.

Fonte: https://ieadpe.org.br/

A ressureição de Jesus

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2º TRIMESTRE 2015

JESUS, O HOMEM PERFEITO

O Evangelho de Lucas, o médico amado

COMENTARISTA: Pr. JOSE GONÇALVES

 

LIÇÃO 13 – A RESSURREIÇÃO DE JESUS- (Lc 24.1-8)

 INTRODUÇÃO

Em Lucas 24 encontramos o registro da ressurreição de Jesus, ocorrida após o terceiro dia da sua morte. Nesta lição traremos a definição da palavra ressurreição; veremos que esta doutrina não é uma invenção humana, pois é ensinada tanto no AT quanto no NT; pontuaremos qual a importância deste acontecimento e suas implicações; destacaremos algumas perspectivas dos críticos do cristianismo, que tentam com argumentos falaciosos e descabidos invalidar o fato do Cristo ter ressurgido dentre os mortos; e, por fim, veremos que a ressurreição é um fato inegável que torna Cristo e sua mensagem inigualáveis.

I – DEFINIÇÃO DA PALAVRA RESSURREIÇÃO

“No sentido bíblico indica o milagre divino de trazer uma pessoa morta de volta à vida no mesmo corpo, seja para a existência temporal, como aconteceu com Lázaro (Jo 11.38), seja para a vida eterna e glorificada, para a qual Jesus ressurgiu e todos os seus ressurgirão no dia da sua volta” (TENNEY, 2008, vol. 05, p. 168 – acréscimo nosso). Mas, o que a Bíblia nos ensina a respeito da Doutrina da Ressurreição? Vejamos o que nos diz o AT e o NT:

1.1 Antigo Testamento. “É verdade que não encontramos declarações muito claras a respeito da ressurreição dos mortos antes do tempo dos profetas, embora Jesus deu o parecer de que já estava implícita em (Êx 3.6; Mt 22.29-32), e o escritor aos Hebreus dá a entender que até mesmo os patriarcas anelavam à ressurreição dos mortos (Hb 11.10, 13-16,19). Essa crença está implícita nas passagens que falam numa libertação do “sheol” (Sl 49.15; 73.24,25; Pv 23.14). Ela encontra expressão na declaração de Jó 19.25-27. Sobretudo a vemos ensinada claramente em Is 26.19 e em Dn 12.2, e provavelmente está implícita igualmente em Ez 37.1-14” (BERKHOF, 2000, p. 725 – grifo e acréscimo nosso).

1.2 Novo Testamento. “No NT, o termo grego anastasis” refere-se a ressurreição do corpo morto a vida. Como se podia esperar, o Novo Testamento tem mais que dizer sobre a ressurreição dos mortos do que o Velho Testamento, porque coloca o clímax da revelação de Deus sobre este ponto na ressurreição de Jesus Cristo. Contra a negação dos saduceus, Jesus argumenta em favor da ressurreição dos mortos com base no Velho Testamento (Mt 22.23-33 e paralelas (Êx 3.6). Além disso, Ele ensina essa grande verdade com muita clareza em (Jo 5.25-29; 6.39, 30, 44, 54; 11.24, 25; 14.3; 17.24). A passagem clássica do Novo testamento para a doutrina da ressurreição é 1 Co 15. Outras passagens importantes são: (1 Ts 4.13-16; 2 Co 5.1-10; Ap 20.4-6, e 20.13)” (BERKHOF, 2000, p. 725,726 – acréscimo nosso).

II – A IMPORTÂNCIA DA RESSURREIÇÃO DE CRISTO

A ressurreição de Cristo tem significação tríplice: (1) constituiu uma declaração do Pai de que o último inimigo tinha sido vencido, a pena tinha sido cumprida, e tinha sido satisfeita a condição em que a vida fora prometida (I Co 15.26; Ef 1.17-23; Fp 2.9-11); (2) foi um símbolo daquilo que iria suceder aos membros do corpo místico de Cristo em em seu nascimento espiritual (Rm 6.4-5, 9; 8.11; Ef 2.1,5; Cl 2.12,12; ); e, (3) relaciona-se também com a ressurreição final dos crentes por ocasião do arrebatamento (I Co 6.14; 15.20-22,52; II Co 4.14; I Ts 4.16).

2.1 É uma Doutrina embasada nas profecias do AT. No AT encontramos o registro de profecias acerca da ressurreição do Messias. Este fato foi profetizado por Davi (Sl 16.9-11; At 2.25-32; 13.35-37); anunciado tipologicamente na experiência de Jonas (Jn 1.17; Mt 12.39,40); e, por fim, anunciada por Isaías (Is 25.8; 53.10; I Co 15.3,4, 55-57).

2.2 É uma Doutrina fundamental do Cristianismo. O apóstolo Paulo nos diz em (1 Co 15) que, se Cristo não ressuscitou: a nossa pregação é vã (v. 14); a nossa fé é vã (v. 14); os apóstolos são falsas testemunhas (v. 15); nós permanecemos em nossos pecados (v.17); os que dormiram em Cristo estão perdidos (v.18); e os cristãos são os mais miseráveis de todos os homens (v.19). Por isso, a ressurreição de Cristo é uma doutrina fundamental do Cristianismo(I Co15.4; II Tm 2.8).

2.3 É uma Doutrina fundamental para a aplicação da nossa salvação. Era necessário Cristo ressuscitar, para enviar o Espírito Santo (Jo 16.7; At 2.32,33); para dar dons aos homens (Ef 4.8-11); para dar arrependimento e remissão de pecados à Israel (At 5.31) e para estar à destra do Pai nos céus, e ser o cabeça da igreja (Ef 1.19-23). Paulo afirma ainda que a morte de Cristo reconciliou-nos com Deus, e Sua vida presente é que aperfeiçoa a nossa salvação (Rm 5.8-10).

2.4 É uma Doutrina que garante a nossa própria ressurreição. Escrevendo aos tessalonicenses, o apóstolo Paulo deixa bem claro que a ressurreição de Cristo nos garante que, os que morreram em Cristo, hão de ressuscitar (I Ts 4.13-17). Por isso, ele lhes diz que não queria que eles fossem ignorantes acerca dos que dormem, para que não se entristecessem, comoos demais, que não tem esperança (I Ts 4.13).

III – NEGAÇÕES DA RESSURREIÇÃO

Muitas heresias tem surgido no decorrer dos séculos acerca da pessoa de Cristo. Umas lançando dúvidas sobre a Sua humanidade; outras sobre Sua divindade; e outras, disseminando dúvidas sobre a Sua morte e ressurreição. Os céticos e incrédulos têm criado falsas teorias, tentando negar a realidade da ressurreição de Cristo. Citemos apenas algumas:

FALSAS TEORIAS

O QUE PENSAM E AS REFUTAÇÕES

A Teoria do Desmaio

Cristo estava apenas desmaiado e seus discípulos o raptaram da sepultura e o reanimaram. Enganadores não arriscariam a vida mais tarde por causas justas como fizeram os discípulos (At 5.41; 15.26; 21.13). Esta teoria falha em fazer justiça ao exame e pronunciamento dos soldados romanos de que Jesus estava morto (Mt 27.54; Jo 19.32,33).

Os discípulos roubaram o corpo de Jesus

Seus discípulos roubaram o seu corpo da sepultura e o esconderam em algum lugar. Esta opinião falha em explicar que, para os discípulos irem roubar o corpo de Jesus, eles teriam que enfrentar a guarda romana (Mt 27.64-66), o que eles não estavam dispostos a fazer, pois após a morte de Cristo, ficaram trancafiados com medo de terem a mesma sorte que o seu líder (Jo 16.32; 20.19,26).

A Teoria da Alucinação

Os discípulos apenas pensaram ter visto Jesus. Uma variação disto é a teoria da razão histórica de Richard Niebuhr, de que os discípulos tinham uma lembrança histórica tao vivida de Cristo, que pensavam e falavam dEle como se Ele estivesse vivo. Esta teoria falha em levar em conta o fato de que eles sentiram suas mãos e seus pés, falaram com ele, e comeram com ele (Lc 24.42,43).

IV – TRÊS VERDADES ACERCA DA RESSURREIÇÃO DE JESUS

4.1. Sua ressurreição foi real. Os soldados designados para guardarem o seu corpo atestaram a ressurreição de Cristo (Mt 28.11); as mulheres que foram visitar o seu corpo (Mt 28.9,10); foi visto por Cefas (I Co 15.5), pelos apóstolos (I Co 15.5), por mais de quinhentos irmãos (I Co 15.6); por Tiago (I Co 15.7); e, também por Paulo (I Co 15.8; At 9.4,5).

4.2. Sua ressurreição foi corporal. A Bíblia demonstra que a ressurreição de Jesus foi corporal, pois depois da mesma, Ele afirmou que tinha carne e ossos (Lc 24.39); aos discípulos ele mostrou os sinais dos cravos em seu corpo e também da lança que furou o seu lado (Jo 20.27); e as mulheres ao encontrá-lo na manhã da ressurreição, abraçaram-lhe os pés (Mt 28.9); e ainda comeu na presença dos seus discípulos (Lc 24.41,42).

4.3. Sua ressurreição foi singular. As ressurreições que ocorreram tanto no AT quanto no NT foram temporárias (1 Rs 17.17,24; 2 Rs 4.17-27; Mc 5.22-43; Jo 11; At 9.36-43; 20.7,12), indiscutivelmente estas pessoas morreram novamente. Porém, quanto a Cristo Jesus, ele ressuscitou e está vivo agora e para todo o sempre (Rm 6.9,10; 2 Tm 1.10; Ap 1.18).

V – A IMPORTÂNCIA DA RESSURREIÇÃO DE CRISTO PARA A NOSSA PREGAÇÃO

5.1 A ressurreição de Jesus faz dele um homem incomparável. “Um líder de um certo segmento fazer discípulos e depois morrer como um mártir não é nenhuma novidade. Mas Cristo Jesus — além de não ter morrido como mártir, pois entregou o seu espírito voluntariamente a Deus, ressuscitou dentre os mortos, demonstrando o seu supremo poder pessoal” (SILVA, 2008, p. 161 – acréscimo nosso).

5.2 A ressurreição de Jesus faz do cristianismo uma religião incomparável. Diferente de outras religiões cujos fundadores encontram-se sepultados, o cristianismo tem o seu fundador ressurreto ao lado do Pai nas alturas (At 7.56; Ef 1.20; Hb 1.3; 8.1).

5.3 A ressurreição de Jesus nos dá uma mensagem incomparável. Nenhuma boa nova os cristãos teriam para contar as nações se o seu guia espiritual permanecesse morto. Todavia, a ressurreição de Jesus outorga aos seus seguidores ousadia para anunciar a sua mensagem, contando com a sua cooperação por meio de sinais que se seguem (Mc 16.17-20).

CONCLUSÃO

A ressurreição de Cristo causou um impacto na vida dos apóstolos, dos discípulos, de todo o mundo do primeiro século até os dias atuais. Este fato, apesar de sofrer várias críticas pelos céticos do passado e do presente, permaneceu como uma verdade inabalável que consiste na base do cristianismo, pois é a garantia da nossa salvação e da ressurreição dos que em Cristo dormem.

REFERÊNCIAS

  • BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática.CULTURA CRISTÃ.
  • STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
  • TENNEY, Merril C. Enciclopédia de Cultura Bíblica. CULTURA CRISTÃ.

Fonte: REDE BRASIL

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 PRÓXIMA LIÇÃO:

Lições do 3º Trimestre 2015 Comentarista

– Elinaldo Renovato de Lima.

 A Igreja e o seu Testemunho
                                           As Ordenanças de Cristo nas Cartas Pastorais
                                 1 e 2 Timóteo e Tito

Sumário

Lição 1CAPA REVISTA 3º TRI

Uma Mensagem à Igreja Local e a Liderança
Lição 2
O Evangelho da Graça
Lição 3
Oração e Recomendação às Mulheres Cristãs
Lição 4
Pastores e Diáconos
Lição 5
Apostasia, Fidelidade e Diligência no Ministério 
Lição 6
Conselhos Gerais
Lição 7
Eu Sei em Quem Tenho Crido
Lição 8 
Aprovados por Deus em Cristo Jesus
Lição 9
A Corrupção dos Últimos Dias
Lição 10
O Líder Diante da Chegada da Morte 
Lição 11
A Organização de Uma Igreja Local 
Lição 12
Exortações Gerais 
Lição 13
A Manifestação da Graça da Salvação