Desenvolvendo uma consciência de santidade

2º TRIMESTRE 2024

A CARREIRA QUE NOS ESTÁ PROPOSTA

O caminho da salvação, santidade e perseverança para chegar ao céu

COMENTARISTA:  Pr. Osiel Gomes

LIÇÃO 10 – DESENVOLVENDO UMA CONSCIÊNCIA DE SANTIDADE (1Pd 1.13-22)

INTRODUÇÃO

Estamos caminhando para o final de nossa jornada, e na aula de hoje precisaremos analisar o desdobramento mais importante desde o dia em que resolvemos andar com Cristo: manter-se ao seu lado na caminhada. Hoje estudaremos sobre Santidade e seus desdobramentos. Veremos nesta aula a perspectiva bíblica e teológica da santidade, seus estágios e o porquê devemos viver em santidade.

I – A SANTIDADE À LUZ DA BÍBLIA

1.1 Definição do termo. O substantivo “qodesh”, que se traduz como “santidade”, bem como a palavra grega “hagiosyne”, significam basicamente: “estado de separação do que é comum ou impuro; é a característica do que é consagrado exclusivamente a Deus” (Lv 20.24-26; At 6.13; 21.28; 1Ts 3.13) (WYCLIFFE, 2012, p. 1760 – acréscimo nosso). Segundo Jones (2015, p. 76): o substantivo “qodesh” é usado como raiz das demais formas, incluindo a forma verbal, “qodash”, normalmente traduzida por “ser santo”, “santificar” ou “consagrar”. Santidade e o adjetivo santo ocorrem mais de 900 vezes na Bíblia (TYNDALE, 2015, p. 1656), ficando clara a importância dada pelas Escrituras a tal doutrina.

II – A NATUREZA DA SANTIDADE

A Bíblia mostra claramente a necessidade de vivermos uma vida santa por meio de várias exortações (Rm 13.13,14; Ef 4.17-24; Fp 4.8,9; Cl 3.5-10). A responsabilidade do crente quanto à santificação, é destacada pelo escritor aos Hebreus (Hb 12.14-a) (CHAMPLIN, 2002, p. 647). Sobretudo, a necessidade de uma vida santa é vista ao afirmar que: “[…] sem a santificação ninguém verá ao Senhor” (Hb 12.14-b). A vontade de Deus tem sido sempre de que seus filhos reflitam seu caráter (Tt 2.14). A palavra “santo” tem os seguintes sentidos. Notemos:

2.1 Santidade é uma ordem divina. Sendo Deus Santo exige dos seus filhos a santificação (Lv 11.44; Lv 19.1, 2; Lv 20.6; 1Pe 1.16). Santidade é o alvo e o propósito da nossa eleição em Cristo (Ef 1.4); significa ser semelhante a Deus, ser dedicado a Deus e viver para agradar a Deus (Rm 12. Ef 1.4; 2.10). A perfeita obra de Deus realiza uma santidade real que conforma ao padrão de Deus (Rm 8.3-4; 1Pe 1.15-16).

2.2 Santidade é separação. A palavra descritiva da natureza divina é santidade, e seu significado primordial é “separação” (Lv 20.24,26; Is 52.11; Ml 3.18); portanto, a santidade representa aquilo que está em Deus, que o torna separado de tudo quanto seja imundo ou pecaminoso. Quando Ele deseja usar uma pessoa ou um objeto para seu serviço, ele separa essa pessoa ou objeto e em virtude dessa separação tomam-se “santo” (2Co 6.14,15; 2Tm 2.21).

2.3 Santidade é consagração. No sentido de viver uma vida santa e justa, em conformidade com a palavra de Deus e dedicada ao serviço divino; o cristão passa a viver em busca da remoção de qualquer impureza que impossibilite esse serviço. Sendo assim, Deus deu ao seu povo, a nação de Israel, o código de leis de santidade que se acham no livro de Levítico. Entendemos então que o padrão de vida de um povo que busca a santificação é viver uma vida de consagração (2Co 6. 16b). A santificação é praticada e aplicada ao viver diário do crente (Pv 4.18; 2Co 3.18; 7.1; 2Pe 3.18), é a santificação vivencial (2Co 7.1; Hb 12.14).

2.4 Santidade é dedicação. Santificação inclui tanto a separação de”, como dedicação a” alguma coisa; essa é a condição dos crentes ao serem separados do pecado e do mundo e feitos participantes da natureza divina, e consagrados à comunhão e ao serviço de Deus por meio do Mediador. Israel é uma nação santa, por ser dedicada ao serviço de Jeová (Êx 19.6); os levitas são santos por serem especialmente dedicados aos serviços do tabernáculo (Nm 8.6-26). A palavra “santo” quando referente aos homens ou objetos, expressa o pensamento de que esses são usados no serviço divino e dedicados a Deus, no sentido especial de serem sua propriedade (2Co 6. 17,18).

2.5 Santidade é purificação. Embora o sentimento primordial de “santo” seja separação para serviço, inclui também a ideia de purificação. O caráter de Deus age sobre tudo que lhe é consagrado. Portanto, os homens consagrados a ele participam de Sua natureza. As coisas que lhe são dedicadas devem ser limpas e puras (2Co 7.1) Sendo assim, entendemos que pureza é uma condição de santidade (1Jo 3.3). A santidade é a marca característica de um verdadeiro servo de Deus, tanto no AT, pois, o caráter santo de Deus deveria ser refletido na vida de Israel (Lv 11.44; Nm 15.40), como no NT, onde nos é dito que a nossa santificação é a vontade direta e perfeita de Deus para nós (1Ts 4.3).

III – A NECESSIDADE DE UMA VIDA SANTA

A Bíblia mostra claramente a necessidade de vivermos uma vida santa por meio de várias exortações (Rm 13.13,14; Ef 4.17-24; Fp 4.8,9; Cl 3.5-10). No processo da santificação progressiva o homem não é de todo passivo como na regeneração, antes, os cristãos recebem a ordem de mortificar os desejos da carne (Rm 8.13), nesse texto, Paulo indica que é pelo Espírito que fazemos isso, porém, diz que a atitude é nossa (Cl 3.5). A responsabilidade do crente quanto à santificação, é destacada pelo escritor aos Hebreus (Hb 12.14-a), ao usar o termo “segui”, do grego “dioko”, que significa: “perseguir, pressionar, correr após, esforçar-se por”, palavra usada figuradamente para indicar uma busca moral e espiritual bem definida, tendo um alvo em vista (Champlin, 2002, p. 647). Sobretudo, a necessidade de uma vida santa é vista ao afirmar que: “[…] sem a santificação ninguém verá ao Senhor” (Hb 12.14-b), ficando claro que os que se moldam às paixões da carne e do mundo, tornam-se reprováveis diante de Deus, não podendo estar em sua presença (Sl 15.1-5; 24.1-3; Mt 5.8; Gl 5.19-21; Ap 21.8; 22.14,15). A vontade de Deus tem sido sempre de que seus filhos reflitam seu caráter (Tt 2.14), revelando sua identificação com Cristo (Rm 8.29-30; 2Co 3.18; 7.1; Gl 4.19; Ef 1.4; 2.10; 4.13; 1Ts 3.13; 4.3,7; 5.23).

IV – A ABRANGÊNCIA DA SANTIFICAÇÃO

4.1 A santificação como marca de uma vida guiada pelo Espírito. Para um cristão cuja vida é consagrada a Deus, a divisão entre “secular” e “sagrado”, em certo sentido não são duas coisas diferentes. Ao viver para a glória de Deus, a vida do servo de Deus em todos os aspectos deve ser marcada pela santidade, como exorta o apóstolo Pedro: “[…] em toda a vossa maneira de viver” (1Pd 1.15; ver Sl 103.1; 1Ts 5.23). Nenhum aspecto da nossa vida está excluído desse imperativo divino, até mesmo atividades comuns, como comer e beber, devem ser realizadas para a glória de Deus, como afirma o apóstolo Paulo: “Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus” (1Co 10.31). Semelhantemente o apóstolo Paulo nos encoraja a nos manter puros no corpo e no espírito (2Co 7.1; ver 1Co 7.34). Sendo assim, nosso procedimento deve resplandecer o caráter de Deus, a santidade daquele que nos chamou por Seu Filho para a salvação (Rm 8.29; Ef 1.4) (Lopes, 2012, p. 50 – acréscimo nosso).

V – CARACTERÍSTICAS DE UMA VIDA SANTA

Segundo Perlman (2009, pp. 255,256 – acréscimo nosso), são meios divinamente estabelecidos para a santificação do homem: o sangue de Cristo (Hb 10.10,14; 13.12; 1Jo 1.7), o Espírito Santo (1Co 6.11; 2Ts 2.13; 1Pd 1.1,2; Rm 15.16) e a Palavra de Deus” (Sl 119.9; Jo 17.17; 15.3; Ef 5.26; Tg 1.23-25; 1Pd 1.23), que atuam interna e externamente. Notemos algumas características relacionadas a uma vida santa:

5.1 Desprendimento (1Pd 1.13-a). Os povos do oriente usavam túnicas longas, e quando desejavam andar mais rápido ou sem impedimento, prendiam a túnica com um cinto (Êx 12.11). A imagem é a de um homem que prende as pontas do manto a seu cinto, ficando livre, assim, para correr. Aos que desejam viver uma vida piedosa, devem se abster de tudo que sirva de atrapalho em sua caminhada: “[…] deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta” (Hb 12.1), evitando qualquer distração que impeça a sua conduta (2Tm 2.4), ocupando a mente com o que de fato é puro (Fp 4.8).

5.2 Obediência e reverência (1Pd 1.14,17). Antes da conversão a Cristo o homem por natureza, é filho da desobediência (Ef 2.2). O apóstolo Pedro ressalta que agora, após a experiência da salvação, não podemos mais viver nas práticas do passado que determinavam o nosso modelo de vida (1Pd 1.14,15); “não vos amoldeis” significa não entrar no esquema, no modelo. Originalmente, a palavra significava assumir a forma de alguma coisa, a partir de um molde de encaixe, os cristãos são chamados a “mudar de forma”, e a assumir o padrão de Deus (Rm 12.2), vivendo respectivamente de maneira reverente, ou seja, tendo a atitude de quem fala cada palavra, cumpre cada ação e vive cada momento consciente de Deus tendo consciência de que nossas atitudes serão julgadas pelo justo juiz (Dt 10.17; Rm 2.11; 1Pd 4.17).

5.3 Amor sincero (1Pd 1.22). A vida santa também tem como marca a prática do amor sincero, e isto Pedro afirma como resultado da regeneração: “[…] amai-vos, de coração, uns aos outros ardentemente, pois fostes regenerados […]” (1Pd 1.22,23 – ARA). Esse amor esperado é o que evidencia que passamos da morte para a vida (1Jo 3.14), e caracteriza o verdadeiro discípulo de Jesus (Jo 13.35; ver Rm 12.9; 1Jo 3.18). O amor é a marca do cristão, pois é a evidência mais eloquente da nossa salvação (LOPES, 2012, p. 58).

CONCLUSÃO

A Palavra de Deus, como regra de fé e prática do cristão, descreve os princípios divinos que direcionam e guiam a vida do verdadeiro servo de Deus, independente de sua cultura, status social e época. Para os que desejam agradar a Deus, devem entender a necessidade de ter como estilo de vida, a santidade.

REFERÊNCIAS

  • ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.
  • CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
  • JONES, Landon. O Deus de Israel: na teologia do Antigo Testamento. HAGNOS.
  • LOPES, Hernandes dias. Comentário Expositivo 1 Pedro: Com os pés no vale e o coração no céu. HAGNOS.
  • PEARLMAN, Myer. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia. VIDA.

Fonte: portal rbc1/lições

A lei e os Evangelhos revelam Jesus

1º TRIMESTRE 2022

A SUPREMACIA DAS ESCRITURAS

A inspirada, inerrante e infalível Palavra de Deus

COMENTARISTA:  Pr. DouglasBaptista

LIÇÃO 08 – A LEI E OS EVANGELHOS REVELAM JESUS – (Sl 119.1-8)

INTRODUÇÃO

Na lição de hoje iremos estudar a Lei de Deus que foi dada por Moisés ao povo de Israel; várias passagens no Antigo Testamento que faz referências ao Sumo Sacerdotes, as ofertas e aos sacrifícios apontam para o nosso Senhor Jesus no Novo Testamento, e por fim, veremos os Evangelhos revelando o Cristo prometido no Antigo Pacto.

I – A LEI DE DEUS

1.1 A Lei é de origem divina. Muitas vezes a Lei do Senhor é chamada de Lei de Moisés, (Js 8.31; 1Rs 2.3; Ed 7.6; Lc 2.22;24.44; 1Co 9.9); No entanto, o registro do capítulo 20 do livro do Êxodo nos mostra que Deus é a origem da Lei. Além disso, o apóstolo Paulo afirma que: a Lei é santa; e o mandamento, santo justo e bom (Rm 7.12). Quando a Lei é descrita como santa, isto mostra que ela provém de um Deus santo (Lv 20.26; Sl 22.3; 1Pd 1.15-16) por isso mesmo, ela revela o pecado: “Logo, para que é a lei? Foi ordenada por causa das transgressões…” (Gl 3.19). Outra característica que reforça sua origem divina é porque a Lei é espiritual como relata o apóstolo dos gentios (Rm 7.14). Sendo assim, a Lei, que foi transmitida por Moisés, (Jo 1.17) provem do Senhor.

1.2 A Lei proporciona uma norma moral para os redimidos. A Lei revelava a vontade de Deus quanto a conduta do seu povo (Êx 19.4-6; 20.1-17) e prescrevia os sacrifícios de sangue para a expiação pelos seus pecados (Lv 1.5; 16.33). A Lei não foi dada como um meio de salvação para os perdidos. Ela foi destinada aos que já tinham um relacionamento de salvação com Deus (Êx 19.4; 20.2) a fim de instruí-lo na vontade do Senhor, para que pudesse realizar o propósito de Deus (Êx 19.6). Logo, a revelação foi dada “não para dar, mas para orientar a vida” (Lv 20.22,23).

1.3 A Lei mostrar à humanidade seu estado pecaminoso e revelar que só pela graça podemos ser salvos. O apóstolo Paulo disse que “nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado” (Rm 3.20). A lei foi dada para revelar as transgressões, não para alcançar a salvação. Ela nos serviu de guia, como afirma o apóstolo Paulo: “nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados” (Gl 3.24), ou seja, “instrutor”, pois a palavra grega “paidagõgos” presente em Gálatas 3.24, significa “professor” e indica um escravo, cuja tarefa era cuidar de uma criança até que ela chegasse à idade adulta. Dessa forma, a Lei serviu de “aio” (guia) para mostrar os nossos pecados e nos conduzir a Cristo (Gl 3.25).

II – O CUMPRIMENTO DA LEI É CRISTO

Embora as leis cerimoniais desempenhassem papel vital antes da morte de Cristo, eram, no entanto, deficientes sob vários aspectos. Notemos: (a) era o sacrifício de animais (Hb 10.4); (b) eram sacrifícios repetitivos (Hb 10.1-b); (c) a expiação apenas cobria o pecado; e, (d) nem todos os pecados eram perdoados (Lv 4.2). O escritor aos hebreus acrescenta dizendo que tais sacrifícios eram apenas as “sombras dos bens vindouros” (Hb 10.1). Na morte de Cristo, a vigência das leis cerimoniais chegou ao fim. Seu sacrifício expiatório providenciou perdão para todos os pecados (Hb 9.12). Notemos:

2.1 O próprio Cristo é o Sumo Sacerdote. Assim como Arão (Êx 28.1), Jesus também feito sacerdote por Deus Pai (Hb 5.5,6,10; 7.21). Embora procedesse de Judá (Hb 7.14), o Mestre foi feito sacerdote da ordem de Melquisedeque (Hb 7.14). Portanto, o sacerdócio de Cristo é de uma ordem melhor, pois é independente da Lei de Moisés (Hb 7.11,12); e, da tribo de Levi (Hb 7.13-15). O sacerdócio de Melquisedeque é superior ao de Arão por, pelo menos, dois motivos: (a) é anterior ao sacerdócio arônico (Gn 14.18-20); (b) foi feito sob juramento (Sl 110.4). O sacerdote levítico era impedido de exercer o sacerdócio quando morresse. O sacerdócio de Cristo, pelo contrário, é eterno porque ele vive para sempre (Hb 7.24). Cristo também é superior porque é sacerdote perfeito, imaculado (Hb 7.26-28).

2.2 O próprio Cristo é a oferta. Isaías profetizou que um homem faria expiação pelos pecados da humanidade (Is 53.1-12). O salmista também anunciou que o sacrifício definitivo seria de um corpo sem pecado (Sl 40.6-8). O escritor aos hebreus citou este texto para mostrar que profeticamente se cumpriu em Jesus (Hb 10.5-9). Na cruz, Jesus, ofereceu-se a si mesmo como oferta definitiva pelo pecado (Hb 10.10). Enquanto no Dia da Expiação, dois bodes cumpriam o papel de expurgar o pecado do povo, um sendo sacrificado e outro levado para o deserto. Em Cristo, temos um único sacrifício que atende estas duas demandas. Jesus compareceu ao tabernáculo celeste oferecendo-se como sacrifício definitivo (Hb 10.10), e ao mesmo tempo padeceu fora da porta (Hb 13.12,20), ou seja, fora da cidade de Jerusalém (Jo 19.20), levando sobre o madeiro os nossos pecados (1Pd 2.24).

2.3 O sangue do sacrifício é o Seu próprio sangue. Deus já havia ensinado por meio do culto levítico que o sangue é que fazia expiação pelo ser humano (Lv 17.11). Por isso, o sacerdote no Dia da Expiação entrava com sangue alheio, ou seja, um sangue de um animal para ser aspergido na presença do Senhor (Hb 9.25). Cristo, no entanto, quando se ofereceu como oblação pelo pecado da humanidade, ofertou o seu próprio sangue (Hb 9.12), o que Ele chamou de Sangue do “Novo Testamento” (Mt 26.28); também chamada de “Eterna Aliança” (Hb 13.20). Este é o sangue que fala melhor que o sangue de Abel (Hb 12.24). Enquanto os sacrifícios do sistema levítico contemplavam apenas o povo de Israel, o sangue de Cristo propicia o mundo inteiro (1Jo 2.2).

2.4 Entrou no tabernáculo celeste. O Sumo sacerdote só podia entrar no Lugar Santíssimo, onde estava a arca da aliança, que simbolizava a presença de Deus, apenas uma vez no ano (Êx 30.10; Lv 16.34; Hb 9.7). Cristo, nosso “[…]grande sumo sacerdote […]penetrou nos céus” (Hb 4.14). Ele entrou no santuário celeste, para interceder por nós (Hb 9.24).

III – OS EVANGELHOS REVELAM CRISTO

3.1 Os Evangelhos revelam as boas novas. Uma palavra usada somente no NT para denota a mensagem de Cristo. O termo grego “euangelion”, significando “boas novas”, tornou-se um termo técnico para a mensagem essencial da salvação[…]; a verdade central do Evangelho é que Deus forneceu um modo de salvação para os homens ao dar seu Filho para o mundo. (WYCLIFFE, 2010, p.711). O evangelho é chamado de Evangelho de Deus porque origina-se no amor de Deus (Rm 1.1); Evangelho de Cristo porque emana de seu sacrifício na cruz do calvário(2Co 10.14); Evangelho da Graça porque salva aqueles que a Lei amaldiçoou (At 20.24); Evangelho da glória (1Tm 1.11; 2Co 4.4) porque diz respeito àquele que está na glória e que leva muitos filhos à glória (Hb 2.10) e também conhecido como o evangelho da nossa salvação (Ef 1.13) porque é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê (Rm 1.16) (MCNAIR, sd, p. 1487)

3.2 Os Evangelhos revelam o Cristo prometido. O Evangelista Mateus em vários momentos dos seus escritos utiliza a seguinte expressão: “tudo isso aconteceu para que se cumprisse…” (Mt 1.22;2.15,23). Com essa assertiva, Mateus estava confirmando que o nascimento e vida de Cristo era cumprimento das profecias do Antigo Testamento. No evangelho de Marcos encontramos a seguinte narrativa: “Como está escrito no profeta Isaías[…]” (Mc 1.2), como essa expressão, o evangelista constata que a anunciação do Messias por João Batista é um cumprimento profético veterotestamentário na pessoa de nosso Senhor. O evangelista Lucas regista uma declaração de Jesus, após a leitura do livro do profeta Isaías que confirma uma profecia do AT em Cristo: “[…] Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos” (Lc 4.21), e por fim, o apóstolo João revela uma fala do Senhor aos discípulos: “[…] convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, e nos Profetas e nos Salmos” (Lc 24.44). Com base nesses textos podemos afirmar enfaticamente que os evangelhos revelam o Cristo prometidos.

3.3 Os Evangelhos revelam a salvação em Cristo. O evangelista Mateus registra que Jesus veio para salvar o povo de seus pecados (Mt 1.21). Aqui convém lembrar que o nome “Jesus” é oriundo da expressão hebraica “Iavé salva” ou “Iavé é salvação” e aponta para a sua nobre missão. O propósito da vinda de Jesus se revela no nome que lhe foi dado, isto é, Ele veio salvar os pecadores (1Tm 1.15). O evangelista Marcos afirma que é preciso crer em Cristo para ser salvo (Mc 16.16). (BAPTISTA, 2022, p.99). Lucas regista a fala de Jesus na casa de Zaqueu: “Hoje veio a salvação a esta casa…” (Lc 19.9), com esse registro o evangelista deixa claro que o propósito do Evangelho é salvação dos pecadores. O apóstolo João esclarece através da mulher samaritana que Jesus é o salvador do mundo (Jo 4.42). Sendo assim, o propósito final dos Evangelhos é revelar o Salvador da humanidade (Mt 1.21; 4.15,16;12.21; 20.28; Mc 10.45; Lc 1.78,79; 19.10; 11.19,20; Jo 3.16,17;4.10,14; 5.25; 6.50,51; 7.37,38).

CONCLUSÃO

Estudamos na lição de hoje que toda a Lei Deus dada ao seu povo por intermédio de Moisés apontavam para Cristo. Especificamente, o escritor aos hebreus afirma que todos os ritos cerimonias mostra o Senhor Jesus. Nos evangelhos, isso fica muito claro, pois o propósito final é relevar Jesus como o Salvador da humanidade.

REFERÊNCIAS

  • BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras. CPAD
  • GONÇALVES, José. A supremacia de Cristo Fé. CPAD.
  • HOFF, Paul. O Pentateuco. VIDA.
  • STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
  • VINE, W.E, et al. Dicionário Vine. CPAD.
  • TENNEY, Merril C. Enciclopédia da Bíblia. EDITORA CULTURA CRISTÃ.

Fonte: portalrbc1.

Santificação: Comprometidos com a ética do Espírito

1º TRIMESTRE 2021

O VERDADEIRO PENTECOSTALISMO

A atualidade da doutrina bíblica sobre a atuação do Espírito Santo

COMENTARISTA:  Pr. Esequias Soares

LIÇÃO 06 – SANTIFICAÇÃO: COMPROMETIDOS COM A ÉTICA DO ESPÍRITO
(1Pd 1.13-23)

INTRODUÇÃO

Nesta lição veremos a definição das palavras santificação e ética, e a sua importância na vida cristã, como marca da ação do Espírito; pontuaremos o alcance desta santidade na vida do crente salvo; e, por fim, elencaremos características de uma vida comprometida com a ética do Espírito Santo.

I – DEFININDO OS TERMOS

1.1 Santificação. A expressão santificação advém do latim “sanctificatio” que quer dizer: “separação do mal e do pecado, e dedicação ao serviço do Reino de Deus”. É a forma pela qual o filho de Deus é aperfeiçoado à semelhança do Pai Celeste (Lv 11.44) (ANDRADE, 2006, p. 326). No NT o termo usual para santificação é: “hagiasmos” que significa: “consagração, separação”. Refere-se ao processo que leva o crente a tornar-se uma pessoa dedicada, santa, separada, única e exclusivamente para Deus; consiste na transformação moral segundo a imagem de Cristo (2Co 3.18).

1.2 Ética. A palavra “ética” no grego “ethos” significa: “conjunto de costumes e hábitos fundamentais, no âmbito do comportamento e da cultura, característicos de uma determinada coletividade, época ou região” (HOUAISS, 2001, p. 1271). A ética cristã, segundo Andrade (2006, p. 173 – acréscimo nosso) “é o conjunto de princípios baseados nas Sagradas Escrituras, principalmente nos ensinos de Cristo e de seus apóstolos, cujo objetivo é orientar a conduta do cristão enquanto membro de uma sociedade politicamente organizada”. Desse modo, a ética do Espírito, diz respeito ao estilo de vida, a conduta do crente, que é marcada pela santificação, uma das principais atuações do Espírito Santo no cristão.

II – O ESPÍRITO SANTO E A SANTIFICAÇÃO

2.1 A santidade do Espírito Santo. Assim como Deus é santo (1Pd 1.16); Jesus é santo (At 2.27), o Espírito também o é (Sl 51.11; Is 63.10,11; Mt 1.18,20; 3.11; Lc 1.35; Jo 14.26; 1Ts 4.7-8). A expressão Espírito Santo vem do hebraico: “ruah kadosh” e do grego: “pneuma hagios”. É chamado de Espírito Santo porque Sua obra principal é a santificação (Jo 3.5-8, 16.8; Rm 15.16;1Co 6.11; 2Ts 2.13; 1Pd 1.1,2). Um adjetivo muito comum, para indicar o Espírito de Deus, é “santo”, e no AT este título ocorre três vezes (Sl 51.11; Is 63.10,11). Porém, no NT, a expressão “Espírito Santo” ocorre por mais de 90 vezes, mostrando que, uma das suas principais ações na vida do crente é a santificação: “Declarado Filho de Deus em poder, segundo o Espírito de santificação […]” (Rm 1.4).

2.2 A ética do Espírito Santo. Sobre a conduta do cristão o apóstolo afirmou: “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito” (Rm 8.1). Nessa nova vida, os homens precisam viver de forma diferente do que viviam na antiga (Ef 4.17-30). Se antes costumavam praticar as obras da carne, agora, devem agir na vontade do Espírito de Deus. A expressão “andar” fala de procedimento, modo de vida, práticas, obras. Para o apóstolo, não basta dizer que está em Cristo, é preciso evidenciar isto, andando no Espírito (Gl 5.16,18,25).

III – A IMPORTÂNCIA DE UMA VIDA DE SANTIFICAÇÃO

3.1 O processo de santificação na vida do salvo. A Bíblia mostra claramente a necessidade de vivermos uma vida santa por meio de várias exortações (Rm 13.13,14; Ef 4.17-24; Fp 4.8,9; Cl 3.5-10; 1Ts 4.3). No processo da santificação progressiva o homem não é de todo passivo como na regeneração, antes, os cristãos recebem a ordem de mortificar os desejos da carne (Rm 8.13), nesse texto, Paulo indica que é pelo Espírito que fazemos isso, porém, diz que a atitude é nossa (Cl 3.5). A responsabilidade do crente quanto à santificação, é destacada pelo escritor aos Hebreus (Hb 12.14-a), ao usar o termo “segui”, do grego “dioko”, que significa: “perseguir, pressionar, correr após, esforçar-se por”, (CHAMPLIN, 2002, p. 647). Sobretudo, a necessidade de uma vida santa é vista ao afirmar que: “[…] sem a santificação ninguém verá ao Senhor” (Hb 12.14-b), ficando claro que os que se moldam às paixões da carne e do mundo, tornam-se reprováveis diante de Deus, não podendo estar em sua presença (Sl 15.1-5; 24.1-3; Mt 5.8; Gl 5.19-21; Ap 21.8; 22.14,15).

IV – A ABRANGÊNCIA DA SANTIFICAÇÃO

4.1 A santificação como marca de uma vida guiada pelo Espírito. Para um cristão cuja vida é consagrada a Deus, a divisão entre “secular” e “sagrado”, em certo sentido não são duas coisas diferentes. Ao viver para a glória de Deus, a vida do servo de Deus em todos os aspectos deve ser marcada pela santidade, como exorta o apóstolo Pedro: “[…] em toda a vossa maneira de viver” (1Pd 1.15; ver Sl 103.1; 1Ts 5.23). Nenhum aspecto da nossa vida está excluído desse imperativo divino, até mesmo atividades comuns, como comer e beber, devem ser realizadas para a glória de Deus, como afirma o apóstolo Paulo: “Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus” (1Co 10.31). Semelhantemente o apóstolo Paulo nos encoraja a nos manter puros no corpo e no espírito (2Co 7.1; ver 1Co 7.34). Sendo assim, nosso procedimento deve resplandecer o caráter de Deus, a santidade daquele que nos chamou por Seu Filho para a salvação (Rm 8.29; Ef 1.4) (LOPES, 2012, p. 50 – acréscimo nosso).

V – RAZÔES PARA UMA VIDA DE SANTIFICAÇÃO

5.1 A santidade de Deus (1Pd 1.16). Santidade tanto no AT como no NT, é atributo que no seu sentido mais elevado e absoluto, se aplica a Deus. O Senhor é descrito como “o Santo de Israel”. Esse título aparece cerca de vinte e quatro vezes no livro do profeta Isaías (Is 10.20; 12.6; 17.7; 29.19; 30.11,12,15; 31.1; etc), aparecendo também em outras partes das Escrituras (2Rs 19.22; Jó 6.10; Sl 71.22; 78.41; 89.18; Pv 9.10; 30.3; Jr 50.29; 51.5; Ez 39.7; Hc 1.12; 3.3), tal título indica entre outras coisas, o fato de Deus estar separado da criação e de estar elevado acima da mesma (At 17.24,25), como também alude ao contraste com os deuses falsos (Êx 15.11). O Senhor nos chamou para si, e uma vez que ele é Santo (Lv 11.44; Is 6.3; 1Pd 1.15,16), devemos ser santos (Ef 1.14).

5.2 A salvação em Cristo Jesus (1Pd 1.14,15). O apóstolo Pedro lembra a seus leitores de como eles viviam antes de crerem em Cristo: “[…] não vos conformando com as concupiscências que antes havia em vossa ignorância (1Pd 1.14) e destaca o que eles passaram a ser pela revelação da graça divina em suas vidas (1Pd 1.13), por meio da fé em Deus (1Pd 1.21), como Pedro declara (1Pd 2.9,10). O fato de terem sido resgatados da vã maneira de viver (1Pd 1.18), pelo precioso, imaculado e incontaminado sangue do Cordeiro, Jesus Cristo (1Pd 1.18,19), tendo a purificação e regeneração pela ação do Espírito Santo por meio da Palavra (1Pd 1.22,23). Portanto, a exigência divina é: “[…] sede vós também santos […]” (1Pd 1.15). Lembrando ainda que: a santidade não é o meio para se obter a salvação, mas, podemos afirmar que é a consequência dela.

5.3 Uma característica do autêntico filho de Deus (1Pd 1.17). A santidade é a marca característica de um verdadeiro servo de Deus, tanto no AT, pois, o caráter santo de Deus deveria ser refletido na vida de Israel (Lv 11.44; Nm 15.40), como no NT, onde nos é dito que a nossa santificação é a vontade direta e perfeita de Deus para nós (1Ts 4.3). A afirmativa bíblica é que os salvos são filhos de Deus (Rm 8.16), sendo assim, temos aqui um argumento lógico e simples, os filhos herdam a natureza dos pais, logo, sendo Deus Santo, como seus filhos, devemos ter uma vida santa. Somos participantes da natureza divina e devemos revelar essa natureza em uma vida piedosa (2Pd 1.4).

VI – CARACTERÍSTICAS DE UMA VIDA COMPROMETIDA COM A SANTIFICAÇÃO

Segundo Pearlman, são meios divinamente estabelecidos para a santificação do homem: “o sangue de Cristo (Hb 10.10,14; 13.12; 1Jo 1.7), a Palavra de Deus” (Sl 119.9; Jo 17.17; 15.3; Ef 5.26; Tg 1.23-25; 1Pd 1.23) e, o Espírito Santo (1Co 6.11; 2Ts 2.13; 1Pd 1.1,2; Rm 15.16) e (2009, pp. 255,256 – acréscimo nosso), que atuam interna e externamente. Notemos algumas características relacionadas a uma vida santa:

6.1 Desprendimento (1Pd 1.13-a). Os povos do oriente usavam túnicas longas, e quando desejavam andar mais rápido ou sem impedimento, prendiam a túnica com um cinto (Êx 12.11). A imagem é a de um homem que prende as pontas do manto a seu cinto, ficando livre, assim, para correr. Aos que desejam viver uma vida piedosa, devem se abster de tudo que sirva de atrapalho em sua caminhada: “[…] deixemos todo o embaraço, e o pecado […]” (Hb 12.1), evitando qualquer distração que impeça a sua conduta (2Tm 2.4), ocupando a mente com o que de fato é puro (Fp 4.8).

6.2 Obediência e reverência (1Pd 1.14,17). Antes da conversão a Cristo o homem por natureza, é filho da desobediência (Ef 2.2). O apóstolo Pedro ressalta que agora, após a experiência da salvação, não podemos mais viver nas práticas do passado que determinavam o nosso modelo de vida (1Pd 1.14,15); “não vos amoldeis” significa não entrar no esquema, no modelo. Originalmente, a palavra significava assumir a forma de alguma coisa, a partir de um molde de encaixe, os cristãos são chamados a “mudar de forma”, e a assumir o padrão de Deus (Rm 12.2), vivendo respectivamente de maneira reverente, ou seja, tendo a atitude de quem fala cada palavra, cumpre cada ação e vive cada momento consciente de Deus tendo consciência de que nossas atitudes serão julgadas pelo justo juiz (Dt 10.17; Rm 2.11; 1Pd 4.17).

6.3 Amor sincero (1Pd 1.22). A vida santa também tem como marca a prática do amor sincero, e isto Pedro afirma como resultado da regeneração: “[…] amai-vos, de coração, uns aos outros ardentemente, pois fostes regenerados […]” (1Pd 1.22,23 – ARA). Esse amor esperado é o que evidencia que passamos da morte para a vida (1Jo 3.14), e caracteriza o verdadeiro discípulo de Jesus (Jo 13.35; ver Rm 12.9; 1Jo 3.18). O amor é a marca do cristão, pois é a evidência mais eloquente da nossa salvação (LOPES, 2012, p. 58).

CONCLUSÃO

A Palavra de Deus, como regra de fé e prática do cristão, descreve os princípios divinos que direcionam e guiam a vida do verdadeiro servo de Deus. Para os que desejam andar na ética do Espírito, devem entender a necessidade de ter como estilo de vida, a santificação.

REFERÊNCIAS

  • ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. CPAD.
  • CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
  • LOPES, Hernandes dias. Comentário Expositivo 1 Pedro: Com os pés no vale e o coração no céu. HAGNOS.
  • PEARLMAN, Myer. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia. VIDA.

Fonte: portalrbc1.