A missão da Igreja de Cristo

 

1º TRIMESTRE 2024

O CORPO DE CRISTO

Origem, Natureza e Vocação da Igreja no mundo

COMENTARISTA:  Pr. José Gonçalves

LIÇÃO 5 – A MISSÃO DA IGREJA DE CRISTO – (Mc 6.14-20; At 2.42-47)

INTRODUÇÃO

Assim como a nação de Israel foi escolhida por Deus no AT para ser um reino sacerdotal e nação santa (Êx 19.5,6), a Igreja de Cristo também foi instituída com fins específicos. Ao lermos a Bíblia Sagrada, principalmente no NT, percebemos claramente a missão da Igreja na Terra. Veremos nesta lição que a missão da Igreja inclui deveres para com Deus, tais como adoração e o serviço cristão; deveres para com o mundo, que é a evangelização local e transcultural; deveres para com todos, como a intercessão e o serviço social; e, deveres para consigo mesma, tais como a comunhão e o ensino da Palavra de Deus.

I  – A MISSÃO DA IGREJA PARA COM DEUS

1.1 Adoração. A palavra “adoração” significa “chegar-se a Deus, de modo reverente, submisso e agradecido, a fim de glorificá-lo. Adorar é um ato de total rendição, gratidão e exaltação a Deus”. Adorar a Deus é um sublime ato de serviço à Deus. Por isso, devemos adorá-lo e servi-lo com toda reverência, fervor, sinceridade e dedicação (Hb 12.28,29). Adorar também é exaltar e reconhecer que Deus é o Senhor, criador de todas as coisas (Sl 95.3-6). Uma das principais formas de adorar a Deus é através do louvor. A palavra “louvor” deriva-se do latim “laudare” e significa “Serviço de adoração prestado voluntariamente a Deus”. Em sua essência, louvar significa “voluntariedade de espírito em adorar e servir ao Supremo Deus. Louvar a Deus significa servi-lo em espírito e em verdade.” De acordo com a Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia, de R.N. Champlin, Louvar, significa “adorar”, “glorificar”, “magnificar”, “oferecer ações de graças”. “O louvor brota do coração que sente gratidão, ação de graças ou admiração. A música sempre esteve presente, tanto no culto de Israel como na Igreja primitiva (Nm 10.1-10; Jz 7.22; At 2.46,47; 16.25; Ef 5.19; 1Tm 3.16).

1.2 Serviço Cristão. De acordo com o Dicionário Teológico do Pr. Claudionor de Andrade, Serviço Cristão, deriva-se do latim “servitium” e significa “trabalho”, “encargo”, “missão”. “É a atuação consciente do discípulo de Cristo, visando a expansão do Reino dos Céus e a glória do nome de Deus. O serviço cristão consiste na evangelização, na realização de missões transculturais, na assistência social e na manutenção da comunhão com os santos. O seu principal objetivo é a glorificação do nome de Cristo; pois a igreja é tanto uma comunidade de serviços e de educação, quanto uma comunidade de adoração ao único Deus verdadeiro”. Dentre os muitos objetivos do serviço cristão, destacamos três:

1.2.1 Glorificar a Deus. Todo serviço cristão deve ter como principal objetivo, glorificar a Deus (Rm 11.36; 1Pd 4.11; Ap 1.6).

1.2.2 Edificar a Igreja. Todo serviço cristão deve ter o objetivo de promover a edificação do corpo de Cristo. Diversos textos das Escrituras nos ensinam este princípio (Rm 14.19; 15.2; 1Co 14.12,26; Ef 4.16).

1.2.3 Servir ao próximo. O serviço cristão sempre será um serviço ao próximo, atendendo suas necessidades físicas, emocionais, espirituais e sociais (Mt 20.28,29; At 2.42-47; Tg 2.14-17).

II  – A MISSÃO DA IGREJA PARA COM O MUNDO

2.1 Pregar o evangelho. A tarefa da Evangelização foi entregue pelo Senhor Jesus à Sua Igreja. Todo cristão deve estar ocupado com esta tarefa, com o objetivo de conduzir os pecadores à Cristo, quer seja no evangelismo infantil, evangelismo pessoal ou evangelismo em massa (Mt 28.19,20; Mc 16.15-20; At 1.8). Assim como Jesus, que dedicou grande parte do seu ministério a pregação do Evangelho (Mt 4.23; 9.9-13; 35,36; Lc 19.1-10; Jo 3.1-8; 4.1-26) e a igreja primitiva, que todos os dias anunciava a Cristo aos perdidos (At 2.37-41; 8.1-7,26-40; 11.19-26), a Igreja não pode deixar de anunciar a salvação através da fé em Cristo, pois, o desejo de Deus é que todos os homens sejam salvos e venham ao conhecimento da verdade (At 4.20; 17.30; Rm 1.14-17; I Co 9.16; I Tm 2.1-4).

2.2 Fazer missões transculturais. A palavra “missão” vem da expressão latina “missione”, que se originou por sua vez do verbo “mittere”, que significa: “ação, tarefa, ordem, mandado, compromisso, incumbência, encargo” ou “obrigação de enviar missionários”. No grego, corresponde à palavra “apostello” que, em português, é “apóstolo” e significa “alguém enviado por ordem de outrem para realizar uma tarefa” (PAULA, 2006, p. 11). Complementando esta definição podemos acrescentar o seguinte: “A missão primária da Igreja é proclamar o Evangelho de Cristo e reunir os crentes em igrejas locais onde possam ser edificados na fé e tornados eficazes ao serviço, para assim implantarem novas congregações no mundo Inteiro (HESSELGRAVE, 1984, p. 13). A palavra “transcultural” traz a ideia de um missionário que transpõe as barreiras da cultura de um povo, ou civilização, para apresentar o amor de Deus. Assim como Barnabé e Saulo foram enviados pelo Espírito Santo para pregar em outras nações (At 9.15; 13.1-4), a Igreja deve enviar missionários para pregar em outras nações, conforme Jesus ordenou na Grande Comissão (Mt 28.19; Mc 16.15; Lc 24.47; At 1.8).

III  – A MISSÃO DA IGREJA PARA COM TODOS

3.1 Interceder. De acordo com o Dicionário de Aurélio da Língua Portuguesa, interceder é: “pedir, rogar, suplicar (por outrem); intervir (a favor de alguém ou de algo)”.  No sentido bíblico, significa orar em favor de outros, na direção e no poder do Espírito Santo. Na intercessão, o intercessor põe-se diante de Deus no lugar da outra pessoa. A Bíblia revela que Deus busca intercessores (Is 59.16; Ez 22.30). A igreja do NT intercedia constantemente pelos fiéis. Por exemplo: a igreja de Jerusalém reuniu-se a fim de orar pela libertação de Pedro da prisão (At 12.5, 12). A igreja de Antioquia orou pelo êxito do ministério de Barnabé e de Paulo (At 13.3). O apóstolo Paulo diz a Timóteo que se faça oração em favor de todos (1Tm 2.1-3). E, o apóstolo Tiago ordena que todos os cristãos orem “uns pelos outros” (Tg 5.16; cf. Hb 13.18,19).

3.2 Realizar ações sociais. Embora o serviço social seja uma responsabilidade governamental, a Igreja de Cristo, como principal representante do Reino de Deus aqui na terra, não deve ser omissa. Por isso, além da evangelização e do ensino da Palavra de Deus, a igreja deve também ajudar aos pobres, viúvas e necessitados, conforme nos recomenda a Palavra de Deus (Mt 5.42; Gl 2.10; Tg 1.27; 2.15,16). Na Igreja Primitiva, por exemplo, era comum, não só a pregação do Evangelho, mas também a prática de ajudar aos pobres em suas necessidades (At 2.43-46; 4.34-37). Quando a igreja cresceu e tornou-se difícil para os apóstolos cuidar dos necessitados, foram escolhidos sete homens cheios do Espírito Santo e de sabedoria para executar esta importante tarefa (At 6.1-6). Diversas vezes houve coletas entre os irmãos com o objetivo de socorrer aos santos que estavam enfrentando dificuldades (Rm 15.25-27; 1Co 16.1-4; 2Co 8.9; Fp 4.18,19). Estes e outros exemplos nos mostram claramente que ajudar aos necessitados também é uma tarefa da Igreja.

IV  – A MISSÃO DA IGREJA PARA CONSIGO MESMA

4.1 Promover meios de comunhão. De acordo com a Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia de R.N. Champlin, a comunhão consiste em um acordo em que diversas pessoas unem-se e chegam a participar de uma determinada coisa (2Co 6.14; 1Jo 1.3). O termo grego “Koinonía” envolve a ideia de participação, companheirismo e contribuição. Já o Dicionário Teológico de Claudionor Correia de Andrade descreve a palavra “Comunhão” como “Vínculo de unidade fraterna, mantido pelo Espírito Santo, que leva os cristãos a se sentirem um só corpo em Cristo Jesus” (2Co 13.13; 1Jo 1.3). A comunhão cristã abrange o sentido vertical e horizontal:

4.1.1 Comunhão com Deus (vertical): A nossa comunhão deve ser com o Pai (1Jo 1.3), com o Filho (1Co 1.9; 1Jo 1.3) e com o Espírito Santo (Fp 2.1). “Comunhão”, portanto, é passar a compartilhar dos sentimentos, propósitos e desígnios de Deus. É ser “participante da Natureza Divina” (2Pd 1.4). É ser “vara da videira verdadeira” (Jo 15.4,5).

4.1.2 Comunhão com os homens (horizontal): Também deve haver comunhão de uns para com os outros (1Jo 1.7). Antes estávamos longe de Deus, mas, pelo sangue de Cristo, chegamos perto (Ef 2.13) e, por isso, passamos a integrar este novo povo, a Igreja, o grupo daqueles “reunidos para fora”.

4.2 Ensinar a Palavra de Deus. Jesus exerceu um tríplice ministério de cura, pregação e ensino da palavra de Deus (Mt 4.23; 9.35; Lc 20.1). Esse mesmo ministério tríplice foi ordenado e confiado à Igreja (Mt 28.19; Mc 16.15-18). Após a ascensão do Senhor, os apóstolos e discípulos continuaram a ensinar. A igreja dos dias primitivos dava muita importância a esse ministério (At 5.41,42). Paulo e Barnabé, por exemplo, passaram um ano todo ensinando na igreja de Antioquia (At 11.26). Em Éfeso, Paulo ficou três anos ensinando (At 20.20,31) e em Corinto, ficou um ano e seis meses (At 18.11). Seus últimos dias em Roma foram ocupados com o ensino da Palavra de Deus (At 28.31). O ensino das Sagradas Escrituras é indispensável para o crescimento e a edificação da Igreja, pois:

  • Somente a Bíblia é inspirada por Deus (2Tm 3.16; 2Pd 1.20,21);
  • Somente a Bíblia é viva e eficaz (Hb 4.12; Is 55.10,11);
  • Somente a Bíblia é infalível (Is 40.8; 1Pd 1. 24,25).

CONCLUSÃO

Assim como o mundo não surgiu do acaso, nem da vontade humana, a igreja veio a existir pela vontade soberana de Deus, para cumprir um propósito especial na Terra. Dentro deste propósito, estão inclusas algumas missões, tais como: adoração, evangelização, intercessão, promover ações sociais e ensinar a palavra de Deus.  Cabe a cada um de nós, como membros do corpo de Cristo, trabalharmos em prol do Reino de Deus, cumprindo a missão que Cristo nos confiou. 

REFERÊNCIAS

  • ANDRADE, Claudionor Correa. Dicionário Teológico. CPAD.
  • BERGSTEN, Eurico. Teologia Sistemática. CPAD.
  • COUTO, Jeremias. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.
  • GONÇALVES, José. O Corpo de Cristo: Origem, Natureza e Vocação da Igreja no Mundo. CPAD.
  • HESSELGRAVE, David J. Plantar Igrejas, um guia para missões nacionais e transculturais. VIDA.
  • CHAMPLI, R. N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
  • STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

Fonte: portal rbc1/lições

Missões e a volta do Senhor Jesus

 

4º TRIMESTRE 2023

ATÉ OS CONFINS DA TERRA

Pregando o Evangelho a todos os povos até a volta de Cristo

COMENTARISTA:  Pr. Wagner Gaby

LIÇÃO 14 – MISSÕES E A VOLTA DO SENHOR JESUS – (Mt 24.3-14)

INTRODUÇÃO

No decorrer deste trimestre estivemos aprendendo sobre a urgência da obra missionária, e fomos despertados e motivados a orar, contribuir e fazer missões, para que a mensagem do Evangelho possa alcançar os confins da Terra e ser anunciada a toda criatura. E, nesta última lição do trimestre, veremos que a Igreja deve cumprir a sua missão até a volta do Senhor Jesus. Veremos nesta última lição o significado do termo Missões; a promessa da volta de Jesus e a relação entre a missão da Igreja e o retorno de Cristo.

   I – DEFINIÇÕES

 1.1 Missões. A palavra “missão” vem da expressão latina “missione”, que se originou por sua vez do verbo “mittere”, que significa: “ação, tarefa, ordem, mandado, compromisso, incumbência, encargo” ou “obrigação de enviar missionários”. No grego, corresponde à palavra “apostello” que, em português, é “apóstolo” e significa “alguém enviado por ordem de outrem para realizar uma tarefa” (PAULA, 2006, p. 11). Complementando esta definição podemos acrescentar o seguinte: “A missão primária da Igreja é proclamar o Evangelho de Cristo e reunir os crentes em igrejas locais onde possam ser edificados na fé e tornados eficazes ao serviço, para assim implantarem novas congregações no mundo Inteiro (HESSELGRAVE, 1984, p. 13).

 1.2 A Volta do Senhor Jesus. Segundo as Escrituras, a segunda vinda terá duas fases, a saber: a) Arrebatamento da Igreja. “Aguardando a bem-aventurada esperança…” e b) Aparecimento em glória. “… o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo” (Tt 2.13). A Manifestação de Cristo em poder e grande glória não deve ser confundida com o Arrebatamento, pois, a segunda vinda de Cristo em glória dar-se-á em duas fases distintas, uma antes, e outra depois da Grande Tribulação (GILBERTO, 2009, pp. 230, 489). Didaticamente podemos dividir em duas fases:

1.2.1 O Arrebatamento da Igreja. A palavra arrebatamento deriva da palavra no grego “harpazo”, significa: “raptar”, “levar com ímpeto”, “arrancar”, “resgatar”, “tirar”; “retirar um objeto com força e rapidez inesperada”. O Arrebatamento será a retirada da Igreja, de modo brusco, sobrenatural e sem prévias. Escrevendo aos Tessalonicenses (1 Ts 4.13-18), o apóstolo Paulo apresenta a sequência do arrebatamento: 1) O Senhor descerá do céu; 2) Os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro; e 3) Os salvos que estiverem vivos serão arrebatados. Portanto, o Arrebatamento da Igreja é o momento glorioso em que Jesus irá levar a Sua Igreja para junto de si (1Co 15.51,52; 1Ts 4.13-17; Hb 9.28).

1.2.2 A Vinda de Jesus em Glória. É o momento em que Cristo virá para implantar o Reino Milenar após os 7 anos das bodas do Cordeiro (Is 63.1; Dn 7.13-14; Zc 12.10; Mt 26.64; Ap 19.11). Após o Arrebatamento haverá a Grande Tribulação, e quando os judeus estiverem quase perecendo por causa da perseguição efetuada pelo Anticristo, o Senhor Jesus irromperá nas nuvens pela segunda vez com “poder e grande glória”, e desta vez, virá até a Terra para salvar a Israel dos seus inimigos, julgar as nações, aprisionar o falso profeta e os demônios com Satanás por mil anos e implantar o Reino Milenial no “grande e terrível dia do Senhor” (Ml 4.5). Nessa Sua segunda volta, Jesus virá acompanhado por um imenso corpo de hostes celestiais chamados de “os exércitos do céu” (Jd 14; Ap 19.14; Zc 14.5c), são os crentes que foram arrebatados antes da Grande Tribulação (Jo 14.1-4), como também os anjos que virão com Ele do céu a terra (Zc 14.5; Mt 25.31; Jd 14) (LAHAYE, 2009, p. 414).

 II – QUEM PARTICIPARÁ DO ARREBATAMENTO?

A Bíblia descreve alguns personagens desse evento, especialmente em dois textos que dão destaque ao Arrebatamento, que é (1Co 15.51-54 e 1Ts 4.13-18). Esses personagens são:

  • Jesus Cristo. Como disse Paulo: “o mesmo Senhor… descerá do céu” (1 Ts 4.16). É certamente o cumprimento da promessa que o Senhor nunca nos deixará sós, mas que virá em breve nos buscar. (Mt 28.20; At 1.11);
  • O arcanjo. Certamente Miguel participará desse evento, pois ele é mencionado nas Sagradas Escrituras (1Ts 4.16). Assim como o nascimento de Cristo foi anunciado por anjos, assim será também sua segunda vinda;
  • Os mortos em Cristo tanto do AT como do NT. Os mortos em Cristo de todas as épocas ressuscitarão em corpos gloriosos, semelhantes ao de Cristo quando ressuscitou;
  • Os vivos em Cristo. “Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados” (1Ts 4.17). “Nem todos dormiremos (ou seja, morreremos), mas todos seremos transformados” (1Co 15.51);

 III – PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE AS DUAS FASES DA SEGUNDA VINDA DE CRISTO

ARREBATAMENTO “Parousia” (1ª FASE INVISÍVEL)

VINDA EM GLÓRIA “Epiphanéia” (2ª FASE VISÍVEL)

Será antes da Tribulação (1Ts 5.9; Ap 3.10).

Será depois da Tribulação (Ap 6-19).

O Senhor vem para a Igreja (Jo 14.2,3).

O Senhor vem com a Igreja (Jd 14; Zc 14.5).

O Senhor vem como ladrão (I Ts 5.2; Ap 3.3; 6.15).

O Senhor vem como relâmpago (Lc 17.24).

Os crentes encontrarão o Senhor nos ares (1Ts 4.17).

Os crentes vão retornar com o Senhor à terra (Ap 19.14).

Ocorrerá a qualquer dia (Mc 13.32; 1Co 15.50-54).

Ocorrerá 7 anos após o arrebatamento (Ap 19.11-16).

O Senhor vem num piscar de olhos e será secreto (1Co 15.52).

O Senhor virá publicamente e todo olho O verá (Ap 1.7). Vai ser visível a todos (Ap 1.7; Mt 24.29-30).

O Arrebatamento é a remoção dos crentes da terra como um ato de libertação (1Ts 4.13-17; 5:9).

A Segunda Vinda inclui a remoção dos incrédulos como um ato de julgamento (Mt 24.40-41).

No arrebatamento Ele vem para libertar a Igreja (1Ts 1.10).

Em Sua vinda Ele vem para libertar Israel (Sl 6.1-4).

No arrebatamento Ele vem nos ares para a Sua Igreja, pois ela é o Seu povo celestial (1 Ts 4.15-18; Tt 2.14).

Em Sua vinda Ele volta à terra no local chamado Monte das Oliveiras para Israel, que é o Seu povo terreno (Zc 14.4,5).

O Senhor reunirá os seus santos (1 Ts 4.15-18; 2 Ts 2.1).

Os seus anjos reunirão os eleitos de Israel (Mt 24.30,31).

O Senhor levará os crentes para fora deste mundo deixando para trás os ímpios (Jo 14.2,3).

Os ímpios são tirados do mundo para julgamento e os crentes são deixados para desfrutar de bênçãos na terra (Mt 13.41-43; 25.41).

Ele vem para libertar a Igreja da ira vindoura (1Ts 1.10).

Em Sua vinda Ele vem para derramar a Sua ira (Ap 19.15).

Ele vem como o Noivo, para receber Sua noiva, a Igreja (Mt 25.6,10; Jo 14.3).

Em Sua vinda Ele vem como o Filho do Homem em juízo sobre aqueles que o rejeitaram (Mt 24.27, 28).

O Senhor vem como a Estrela da manhã (Ap 22.16).

O Senhor virá como o Sol da justiça (Ml 4.2).

IV – A MISSÃO DA IGREJA

Diante da iminência do retorno de Cristo, a principal missão da Igreja na Terra é: 

 4.1 Fazer Missões Locais. Assim como Jesus, que dedicou grande parte do seu ministério a pregação do Evangelho (Mt 4.23; 9.9-13; 35,36; Lc 19.1-10; Jo 3.1-8; 4.1-26) e a igreja primitiva, que todos os dias anunciava a Cristo aos perdidos (At 2.37-41; 8.1-7,26-40; 11.19-26), a Igreja não pode deixar de anunciar a salvação através da fé em Cristo (At 4.20; Rm 1.1417; 1Co 9.16). 

 4.2 Fazer Missões Transculturais. A palavra “transcultural” traz a ideia de um missionário que transpõe as barreiras da cultura de um povo, ou civilização, para apresentar o amor de Deus. Assim como Barnabé e Saulo foram enviados pelo Espírito Santo para pregar em outras nações (At 9.15; 13.1-4), a Igreja deve enviar missionários para pregar em outras nações, conforme Jesus ordenou na Grande Comissão (Mt 28.19; Mc 16.15; Lc 24.47; At 1.8). 

 CONCLUSÃO

O Arrebatamento da Igreja é a gloriosa esperança de todo o crente salvo. Muito em breve a Igreja do Senhor Jesus deixará este mundo para estar com o Senhor para sempre, como Ele mesmo prometeu (Jo 14.1-3). Diante dessa gloriosa promessa, devemos pregar o Evangelho a toda criatura, até que Ele venha nos buscar!

 REFERÊNCIAS           

  • HESSELGRAVE, David J. Plantar Igrejas, um guia para missões nacionais e transculturais. VIDA.
  • HORTON, Stanley. Teologia Sistemática. CPAD.
  • LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. CPAD.
  • PENTECOST, J. Dwight. Manual de Escatologia. VIDA.
  • RENOVATO, Elinaldo. O Final de Todas as Coisas. CPAD.
  • STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal.  CPAD.

Fonte: portal rbc1/lições

1° TRIMESTRE DE 2024

 TEMA: O CORPO DE CRISTO – Origem, Natureza e Missão da Igreja no Mundo

 Comentarista: José Gonçalves – Pastor da Assembleia de Deus em Água Branca (PI)

LIÇÕES ADULTOS - 1° TRIMESTRE DE 2024

SUMÁRIO: 
Lição 01: A Origem da Igreja
Lição 02: Imagens Bíblicas da Igreja
Lição 03: A Natureza da Igreja
Lição 04: A Igreja e o Reino de Deus
Lição 05: A Missão da Igreja de Cristo
Lição 06: Igreja: Organismo e Organização
Lição 07: O Ministério da Igreja
Lição 08: A Disciplina na Igreja
Lição 09: O Batismo – A Primeira Ordenança da Igreja
Lição 10: A Ceia do Senhor – A Segunda Ordenança da Igreja
Lição 11: O Culto da Igreja Cristã
Lição 12: O Papel da Pregação no Culto
Lição 13: O Poder de Deus na Missão da Igreja

A conversão de Saulo de Tarso

4º TRIMESTRE 2021

O APÓSTOLO PAULO

Lições da vida e ministério do apóstolo dos gentios para a Igreja de Cristo

COMENTARISTA:  Pr. ElienaiCabral

LIÇÃO 03 – A CONVERSÃO DE SAULO DE TARSO – (At 9.1-9)

INTRODUÇÃO

Nesta lição estudaremos sobre uma das mais importantes conversões da história, a de Saulo de Tarso; veremos alguns conceitos sobre a palavra conversão à luz das Escrituras; pontuaremos alguns aspectos importantes da experiência de Saulo no caminho para Damasco; e, por fim, quais as principais lições que podemos aprender sobre a sua conversão a Cristo.

I – DEFINIÇÃO DA PALAVRA CONVERSÃO

1.1 Definição exegética. De acordo com Houaiss (2001, p. 827): conversão é: “o ato ou efeito de converter-se; transformação de uma coisa, de um estado, de uma forma etc., em outra”. No Antigo Testamento encontramos o termo hebraico: “shuv” que significa: “girar ou voltar”, que é usado tanto em ações físicas (2Rs 2.13), quanto morais e espirituais (1Rs 8.35; 2Cr 7.14; Pv 1.23; Is 59.20; Jl 2.12,14) (CHAMPLIN, 2004, p. 892 – acréscimo nosso). Já no Novo Testamento o equivalente para conversão é o substantivo: “epistrophe” que quer dizer: “virada de um lado para o outro ou em volta, conversão”, que aparece uma única vez no NT (At 15.3) (VINE, 2002, p. 508 – acréscimo nosso); de acordo com Tenney (2008, vol 1, p. 1147), o verbo “epistrephein” é a palavra grega mais comum para “converter”, aparecendo mais de trinta e cinco vezes. Basicamente, assim como com o substantivo cognato, esta palavra significa: “voltar”, “mudar de atitude”. É usada para designar o ato físico de virar-se, como Jesus fez quando a mulher o tocou (Mc 5.30). Quando é usada para descrever a conversão religiosa, diz respeito a desviar-se do pecado e voltar-se para Deus; a palavra implica em: “virada de e virada para”, correspondendo a arrependimento e fé (1Ts 1.9) (VINE, 2002, p. 508 – acréscimo nosso).

1.2 Definição teológica. Do ponto de vista teológico, conversão é à mudança que Deus opera na vida do que aceita a Cristo com o seu Salvador pessoal, modificando radicalmente a maneira de ser, pensar e agir (ANDRADE, 2006, p. 115). A conversão e o arrependimento andam juntos (At 3.19; 26.20). Enquanto o arrependimento se refere à mudança total do sentimento do homem e à sua nova atitude para com Deus, a conversão expressa a nova posição para com o mundo, e representa, nesse sentido, uma mudança de situação: o homem que vinha andando no caminho largo para a perdição, muda repentinamente a direção e passa a andar no caminho estreito para o céu (Mt 7.13,14; Lc 13.24,25) (BERGSTEN, 2016, pp. 171,172 – grifo nosso). Com isso em vista, não podemos confundir conversão com regeneração, embora andem de mãos dadas, possuem aspectos diferentes, como afirma Gilberto (2008, p. 361 – grifo nosso): “regeneração é o ato interior da conversão, efetuada na alma pelo Espírito Santo. Conversão é mais o lado exterior e visível da regeneração. Uma pessoa verdadeiramente regenerada pelo Espírito Santo é também convertida (Lc 22.32). Enquanto a regeneração enfatiza o nosso interior, a conversão, o nosso exterior. Quem diz ser regenerado deve demonstrar isso no seu dia-a-dia. É o que exatamente aconteceu de forma exemplificada na vida de Saulo.

II – A CONVERSÃO DE SAULO

A conversão de Saulo é com certeza um dos eventos mais importantes da história da igreja desde o primeiro século até o momento atual. O evangelista Lucas ressalta isto, ao relatar por três vezes em Atos dos apóstolos, o encontro desse homem com Cristo (At 9.1-18; 22.1-16; 26.9-18). É o único acontecimento que é descrito três vezes no livro de Atos. Vejamos os principais pontos desta importante conversão:

2.1 O local da conversão. Saulo como uma fera selvagem (At 9.1), e motivado por sua fúria implacável, decidiu não só perseguir os que em Jerusalém serviam a Cristo (At 26.10), como também nas cidades vizinhas (At 26.11). Com autorização dos principais dos sacerdotes se dirigiu a Damasco, capital da Síria, numa exaustiva viagem, cerca de duzentos e trinta quilômetros, o que levaria em torno de uma semana para realizar (BARCLAY, 1995, p. 65), com a expressa finalidade de: “[…] trazer maniatados para Jerusalém aqueles que ali estivessem, a fim de que fossem castigados” (At 22.5). Talvez Saulo tenha pensado que, eliminando o cristianismo em Damasco, evitaria a sua divulgação em outras áreas; mas, enquanto ainda estava: “indo no caminho, aconteceu que, chegando perto de Damasco, subitamente o cercou um resplendor de luz do céu” (At 9.3), o Senhor Jesus de forma inesperada, interceptou a Saulo, lançando ao chão, frustrando os seus projetos e revelando a Sua glória.

2.2 A hora da conversão. O encontro de Jesus com Saulo, deu-se por volta do meio dia (At 22.6; 26.13), hora em que os viajantes costumavam parar para se alimentar e descansar. Mas, apesar do sol causticante, Saulo não parou a viagem, pois tinha pressa de chegar à cidade e pôr as mãos nos seguidores de Cristo. Porém, sem que ele esperasse, o Senhor Jesus apareceu a ele, antes que ele entrasse na cidade. A luz mais forte do que o sol do meio dia brilhou sobre a vida de Saulo: “Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo” (2Co 4.6).

2.3 A revelação de Cristo na conversão. Ao ressuscitar, o Senhor Jesus enviou seus discípulos para pregar o evangelho a toda criatura (Mt 28.19,20; Mc 16.15; At 1.8). Mas, como Saulo não queria ouvir falar de Cristo e de Sua ressurreição, Jesus decidiu apareceu-lhe, pessoalmente. A primeira pergunta que Saulo ouviu do Senhor Jesus foi a seguinte: “Saulo, Saulo,por que me persegues?” (At 9.4). Com essas palavras, Jesus estava lhe dizendo que perseguir os cristãos significa perseguir o próprio Cristo (Mt 10.40; 25.15), visto que a igreja é o corpo de Cristo (1Co 12.12,13,26,27). Saulo perseguia a Cristo, e perdeu a batalha! Sem dúvidas, Saulo era um homem temido pelos cristãos, pois, havia feito muitos males com os santos (At 8.3; 9.13; 26.10,11). E, como se não bastasse sua fama, ele estava acobertado pelos principais dos sacerdotes. Mas, diante do Cristo ressurreto, ele caiu por terra. Mas não apenas ele, caiu também seu “eu” e seus projetos de exterminar o cristianismo, sendo Saulo conquistado por Cristo: “[…] mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus (Fp 3.12 – NAA).

III – EVIDÊNCIAS DA CONVERSÃO DE SAULO

Saulo a princípio, foi desacreditado por alguns irmãos, quanto a ser ele um autêntico cristão (At 9.26); sendo, portanto, necessário, dar evidências que de fato havia se convertido. Notemos:

3.1 Mudança de caráter. Saulo pretendia entrar na cidade como um representante do sinédrio, onde, possivelmente, seria recebido com honra. No entanto, sua entrada foi bem diferente: abatido, trêmulo e cego. E, como se não bastasse, ficou três dias sem comer e sem beber (At 9.9). Durante esse período, ele jejuou e dedicou-se à oração (At 9.9,11). Fisicamente, houve uma tragédia, pois ele ficou cego; mas, espiritualmente, ocorreu um milagre, pois ele pôde ver a luz da glória de Cristo. Morreu um judeu orgulhoso e cruel, mas nasceu um cristão humilhado e quebrantado. Daquele momento em diante, Saulo tornou-se uma nova criatura em Cristo: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2Co 5.17). Seu testemunho de conversão foi concretizado ao ser cheio do Espírito e ter sido batizado (At 9.17,18).

3.2 Mudança de relacionamento. Ao chegar na casa em que Saulo estava, o discípulo chamado Ananias impôs as mãos sobre ele e disse: “[…] irmão Saulo […]” (At 9.17); o que era antes chamado de perseguidor e opressor dos cristãos, agora é um irmão em Cristo (2Pd 3.15), pertencente à família de Deus (Ef 2.19), sendo herdeiro de Deus e cordeiro de Cristo (Rm 8.17).

3.3 Mudança de teologia. A transformação na vida de Saulo decorrente do encontro com Cristo, além de mudar o seu caráter mudou também a sua visão a respeito da natureza de Jesus e de sua obra. O evangelista Lucas registra que na sinagoga Saulo anunciava aos judeus, tanto a natureza divina de Jesus: “pregava a Jesus, que este era o Filho de Deus (At 9.22); como também a sua messianidade: “[…] e confundia os judeus que habitavam em Damasco, provando que aquele era o Cristo(At 9.22). Saulo que antes entendia que perseguia os discípulos de alguém que permanecia morto, passou a defender que Jesus havia morrido: “Mas nós pregamos a Cristo crucificado […]” (1Co 1.23), mas, também havia ressuscitado: “[…] os que cremos naquele que dentre os mortos ressuscitou a Jesus nosso Senhor (Rm 4.24), com o propósito de garantir a salvação de quem nele crer: “[…] se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo (Rm 10.9).

3.4 Mudança de propósito. A obediência é um dos principais aspectos do caráter convertido de Saulo. Aquele que tinha como finalidade de sua vida perseguir os que serviam a Cristo, agora tem como propósito obedecer ao Senhor. Quando ele perseguiu a igreja de Deus, o fez por ignorância e incredulidade (1Tm 1.13). Em seu primeiro diálogo com Cristo, ele perguntou: “Senhor, que queres que faça?” (At 9.6; 22.10). Deste momento em diante alguém lhe diria o que teria que fazer. Além de reconhecer o senhorio de Cristo, Saulo demonstrou, desde então, uma entrega incondicional à Cristo, bem como sua disposição para obedecê-lo (At 20.24; 21.13; Fp 3.7). O autêntico cristão é alguém que deixou de fazer o que ele desejava e começou a fazer o que Jesus Cristo quer que faça, como o próprio Paulo afirmou: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou e se entregou a si mesmo por mim” (Gl 2.20).

3.5 Mudança de missão. Saulo antes da conversão, tinha como zelo religioso de varrer o cristianismo da face da terra (Fp 3.6). Mas, logo após a sua experiência com Cristo no caminho para Damasco, sua missão passou a ser testemunha de Jesus: “E logo nas sinagogas pregava a Jesus, que este era o Filho de Deus. Saulo, porém, se esforçava muito mais, e confundia os judeus que habitavam em Damasco, provando que aquele era o Cristo (At 9.20,22); o que o próprio Deus se encarregou de deixar claro que para isso ele havia sido escolhido (At 9.15).

IV – PRINCIPAIS LIÇÕES QUE APRENDEMOS COM A CONVERSÃO DE SAULO

4.1 A grandiosidade da graça de Deus para salvar. Fica evidente na experiência de conversão de Saulo, quão grande é a graça de Deus para salvar o mais vil pecador: “[…] Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal. Mas por isso alcancei misericórdia, para que em mim, que sou o principal, Jesus Cristo mostrasse toda a sua longanimidade, para exemplo dos que haviam de crer nele para a vida eterna” (1Tm 1.15-17). Tornando-se um exemplo de que todos podem desfrutar da salvação em Cristo Jesus por meio da sua maravilhosa graça (Rm 5.20; Ef 2.8). Em Tito 2.11 Paulo diz: “[…] a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens”. A vinda do Messias mostra claramente que, Deus não faz acepção de pessoas (At 10.34; Rm 2.11; Ef 6.9; 1Pd 1.17).

4.2 O poder do evangelho para transformar. Uma vez que sua vida foi alcançada, Paulo ressalta a capacidade que o evangelho tem em transformar: “Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego” (Rm 1.16). O Evangelho são boas novas de perdão dos pecados, de salvação para a alma e de vida eterna em Cristo Jesus (Mt 11.5; Mc 1.15; Lc 9.6; At 8.1; Rm 1.15).

CONCLUSÃO

A conversão de Paulo é um dos principais assuntos do livro dos Atos dos Apóstolos (At 9.1-19; 22.4-16; 26.12-18). Depois do seu encontro com o Senhor Jesus no caminho de Damasco, ele teve a sua vida transformada e tornou-se um grande pregador do Evangelho. Sua vida, ministério e ensinamentos trouxeram benefícios não só para os seus contemporâneos, mas também, para toda a humanidade. Ele foi “um vaso escolhido” pelo Senhor Jesus para fazer com que o Seu Nome fosse conhecido por todos os povos de sua época (At 9.15; Cl 1.23) e não foi desobediente à visão celestial (At 26.19).

REFERÊNCIAS

  • ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. CPAD.
  • CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia.
  • BERGSTEN, Eurico. Teologia Sistemática.
  • STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal.
  • TENNEY, Merril C. Enciclopédia da Bíblia: Cultura Cristã. Vol 1. EDITORA CULTURA CRISTÃ.
  • TEOLOGIA SISTEMÁTICA PENTECOSTAL. CPAD.

Fonte: portalrbc1.

O ministério de mestre ou doutor

2º TRIMESTRE 2021

DONS ESPIRITUAIS E MINISTERIAIS

Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário

COMENTARISTA:  Pr. Elinaldo Renovato 

LIÇÃO 10 – O MINISTÉRIO DE MESTRE OU DOUTOR – (Mt 7.28,29; At 13.1; Rm 12.6,7; Tg 3.1)

revista2-trimINTRODUÇÃO

Nesta lição veremos a definição do termo mestre ou doutor; veremos também qual o propósito deste dom à luz das Escrituras; destacaremos como exemplo maior, a autoridade e os métodos de ensino de Jesus, o Mestre por excelência; e como se deu o ensino na Igreja Primitiva; e por fim, destacaremos a importância do ensino na Escola Dominical.

I – DEFINIÇÃO E PROPÓSITO DO DOM DE MESTRE OU DOUTOR

O termo deriva-se do grego didáskalos, que significa: “instrutor”, “doutor” ou “mestre”. O termo é aplicado a Jesus (Mt 8.19; 12.38; 17.24; Mc 5.35; 14.14; Jo 11.28); aos mestres da Lei (Mt 9.11; 10.24,25; Lc 2.46; 6.40; Jo 3.10); a João Batista (Lc 3.12); e ao apóstolo Paulo (1Tm 2.7). A atividade primordial do mestre, doutor ou ensinador é cuidar do ensino fundamental das Sagradas Escrituras. Os mestres são aqueles que têm de Deus um dom especial para esclarecer, expor e proclamar a Palavra de Deus, afim de edificar o corpo de Cristo (Ef 4.11,12). “O propósito principal do ensino bíblico é preservar a verdade e produzir santidade, levando o corpo de Cristo a um compromisso com o modo piedoso de vida segundo a Palavra de Deus. As Escrituras declaram em 1 Timóteo 1.5 que o alvo da instrução cristã (literalmente “mandamento”) é a “caridade de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida”. Logo, a evidência da aprendizagem cristã não é simplesmente aquilo que a pessoa sabe, mas como ela vive, a manifestação, na sua vida, do amor, da pureza, da fé e da piedade sincera” (STAMPS, 1995, p. 1814).

II – JESUS, O MESTRE DOS MESTRES

Cerca de 60 vezes Jesus é chamado de Mestre nos evangelhos. Grande parte do seu ministério foi ocupado com o ensino (Mt 4.23; 9.35; Lc 20.1). Ele ensinava nas sinagogas (Mt 9.35; 13.54; Mc 1.21); em casas particulares (Mt 9.9-13); no templo (Mt 21.23; Mc 11.17; 12.35); nas aldeias (Mc 6.6; Lc 13.22); nas cidades (Mt 11.1); e em vários lugares (Mt 5.2; Mc 2.13; 4.1; 6.34; Jo 3.1-36; 4.1-26). Ele foi reconhecido como Mestre pelos coletores de impostos (Mt 17.24); pelos escribas e fariseus (Mt 8.19; 9.11; 12.38; 22.24; Mc 12.14,19,32); pelo jovem rico (Mt 19.16; Lc 18.18); pelos discípulos (Mc 4.38; Mc 9.5; 10.35; 11.21; Lc 8.24); pelo cego de Jericó (Mc 10.51); pelos discípulos de João (Jo 1.38); por Maria Madalena (Jo 20.16); além de outros (Mt 22.16; Mc 5.35; 9.17).

2.1 A autoridade do ensino de Jesus. O que distinguia o ensino de Jesus com o ensino dos escribas e fariseus era a autoridade com que Ele ensinava: “[…] todos se maravilhavam de sua doutrina” (Mt 7.28,29; Mc 1.21,22). A autoridade da mensagem de Cristo era decorrente do fato de Ele exemplificar em sua própria vida. Ele viveu o que ensinou e ensinou o que viveu! Quando Ele ensinou a orar (Mt 6.9-13; Lc 11.2-4), é porque vivia uma vida de oração e comunhão com o Pai (Mt 14.23; 26.36). Quando ensinou sobre o perdão (Mt 6.14,15; Mc 11.25), é porque vivenciava no dia a dia a prática do perdão (Mc 2.1-11; Lc 23.34). Por esta razão, Lucas, ao relatar o ministério do Mestre, coloca em primeiro lugar a ação e depois o ensino: “Fiz o primeiro tratado, ó Teófilo, acerca de tudo o que Jesus começou, não só a fazer, mas a ensinar” (At 1.1).

2.2 Os métodos de ensino de Jesus. Ninguém ensinou como Jesus. As verdades mais profundas eram reveladas com autoridade e simplicidade e ilustrava seus ensinos com parábolas e fatos comuns do cotidiano. Seus métodos variavam de acordo com a ocasião e a necessidade dos ouvintes. Vejamos:

2.2.1 Ele ensinou utilizando a linguagem do povo. Ele ensinou, principalmente, através de parábolas, utilizando a linguagem do povo. Seus ensinos eram repletos de ilustrações e exemplos do dia a dia, tais como: pesca, rede, peixe; árvore, fruto, solo, semente, etc. (Mt 13.1-58). Para descrever, por exemplo, o amor de Deus pelos pecadores, ele falou sobre o pastor que saiu em busca de uma ovelha desgarrada; de uma mulher que perdeu uma dracma; e de um pai que esperava ansiosamente o retorno de um filho que estava distante (Lc 15.1-24).

2.2.2 Ele ensinou alcançando o coração dos ouvintes. Os ensinos de Jesus não alcançavam só o intelecto dos ouvintes, mas, principalmente o coração. Eles eram ministrados no poder do Espírito Santo, como um resplendor de luz que dissipava as trevas da dúvida, implantando no seu coração profunda convicção da verdade. Um dos discípulos que o ouviram no caminho de Emaús, disse: “Porventura não ardia em nós o nosso coração quando, pelo caminho, nos falava, e quando nos abria as Escrituras?” (Lc 24.32).

III – O ENSINO NA IGREJA PRIMITIVA

Após a ascensão do Senhor, os apóstolos deram continuidade ao ministério de ensino da Palavra de Deus (At 4.2; 5.21,25; 18.25; 20.20), conforme Jesus lhes tinha designado (Mt 28.19,20). Vejamos:

  • Uma das marcas da Igreja no primeiro século era a perseverança na doutrina dos apóstolos (At 2.42);
  • Os apóstolos se dedicaram a oração, pregação e ensino da Palavra de Deus (At 5.41,42; 6.4);
  • Paulo e Barnabé passaram um ano ensinando na igreja de Antioquia (At 11.26; 15.35). Lucas diz que naquela igreja havia mestres (At 13.1);
  • Paulo ficou três anos ensinando em Éfeso (At 20.20,31); em Corinto, ficou um ano e seis meses (At 18.11); e seus últimos dias em Roma foram ocupados com o ensino da Palavra de Deus (At 28.31);
  • Em suas epístolas, Paulo ensinou sobre a dedicação ao ensino da Palavra de Deus (Rm 12.7; Cl 3.16; 1Tm 3.2; 4.11,13; 2Tm 2.2,24).

IV – A IMPORTÂNCIA DO DOM MINISTERIAL DE MESTRE

O dom ministerial de Mestre ou Doutor é, sem dúvida, um dos mais importantes e necessários à Igreja do Senhor Jesus. Por isso, ele é mencionado nas três listas dos dons (Rm 12.6-8; 1Co 12.28; Ef 4.11). O ensino da Palavra de Deus é indispensável e de fundamental importância para o crescimento e a edificação da Igreja do Senhor Jesus (Rm 15.4; Cl 1.28; 2.7; 3.16). Por isso, Ele mesmo vocacionou e comissionou alguns para serem doutores ou mestres (Ef 4.11-13). Vejamos a importância desse dom para a Igreja:

4.1 Para o ensino da Bíblia. A Palavra de Deus é para o crente o que o leite materno é para uma criança recém nascida (1Pd 2.1,2). Por isso, Jesus enviou os seus discípulos não só para pregar (Mc 16.15), mas, também, para fazer discípulos (Mt 28.19,20). Através do ensino sistemático das Sagradas Escrituras o crente cresce forte e sadio (Cl 2.6,7; 2Tm 3.16,17).

4.2 Para refutar as heresias. Desde os tempos passados que surgiram heresias entre o povo de Deus (2Co 11.13-15; Gl 1.6-8; 2Pd 2.1-3; 1Jo 4.1-6; Ap 2.14,20). Mas, nestes dias que antecedem a Vinda de Cristo, o número de falsos ensinos crescerá ainda mais, como está previsto nas Sagradas Escrituras (Mt 24.11,24; Mc 13.22; 1Tm 4.1-3). Eis aí a importância dos mestres na igreja, para refutar essas heresias (1Tm 1.13; 2Tm 2.23-26; Tt 1.7-11).

V – DIFERENÇA ENTRE DOM MINISTERIAL DE MESTRE E O DOM DE ENSINO

Alguns escritores erroneamente confundem o dom ministerial de mestre com o dom de ensinar (serviço). Mas, é importante salientar que o dom ministerial de mestre ou doutor é exclusivo para obreiros (At 13.1-3; Ef 4.11). Já o dom de ensinar, como dom de serviço (Rm 12.6-8) está acessível a todo cristão. Muitos professores de Discipulado e de EBD possuem este dom e prestam um grande serviço para o Reino de Deus. No entanto, além de possuir este dom, é necessário que o professor seja um amante da Bíblia e de bons livros (1Tm 4.13; 2Tm 4.13); dedicado ao ensino (Rm 12.7b) e tenha uma vida exemplar, na igreja, na família e na sociedade (Mt 5.13-16; 1Tm 4.16).

VI – A IMPORTÂNCIA DO ENSINO NA ESCOLA DOMINICAL

A EBD não cuida apenas da formação espiritual, mas preocupa-se com a edificação geral, que inclui: bons costumes, exercício da cidadania e a formação do caráter cristão. Ela complementa e, às vezes até CORRIGE a educação ministrada nas escolas seculares. E, em muitas situações, por mais que não seja sua responsabilidade, ela COMPLEMENTA a educação cristã ministrada nos lares. Vejamos porque é importante frequentar a EBD:

  • Ela desenvolve a espiritualidade e o caráter dos crentes;
  • Ela é o lugar para a descoberta, motivação e treinamento de novos talentos;
  • Ela é uma fonte de avivamento espiritual para a Igreja;
  • Porque é na EBD que crianças, adolescentes, jovens e adultos adquirem uma fé mais robusta e madura;
  • Na Escola Dominical o crente aprende a amar e cooperar com a obra missionária;
  • Ela reúne a família, onde pais e filhos fortalecem o relacionamento, as crianças crescem na disciplina do Senhor e os casais aperfeiçoam a vida conjugal.

CONCLUSÃO

O dom de doutor ou mestre, como os demais dons ministeriais, são de grande importância para a Igreja de Cristo. Por intermédio dele a igreja é edificada e, através do ensino sistemático da Bíblia Sagrada, poderá crescer forte e sadia. Por isso, o Senhor Jesus não só entregou à Igreja a missão de ensinar a Palavra de Deus, mas, também, chamou e vocacionou alguns para serem doutores ou mestres.

REFERÊNCIAS

  • STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
  • SOUZA, Estêvam Ângelo. Os dons ministeriais na igreja. CPAD.
  • RENOVATO, Elinaldo. Dons espirituais e ministeriais. CPAD.
  • KALDEWAY, Jens. A forte mão de Deus. EDITORA ESPERANÇA.

Fonte: portalrbc1.