A missão da Igreja de Cristo

 

1º TRIMESTRE 2024

O CORPO DE CRISTO

Origem, Natureza e Vocação da Igreja no mundo

COMENTARISTA:  Pr. José Gonçalves

LIÇÃO 5 – A MISSÃO DA IGREJA DE CRISTO – (Mc 6.14-20; At 2.42-47)

INTRODUÇÃO

Assim como a nação de Israel foi escolhida por Deus no AT para ser um reino sacerdotal e nação santa (Êx 19.5,6), a Igreja de Cristo também foi instituída com fins específicos. Ao lermos a Bíblia Sagrada, principalmente no NT, percebemos claramente a missão da Igreja na Terra. Veremos nesta lição que a missão da Igreja inclui deveres para com Deus, tais como adoração e o serviço cristão; deveres para com o mundo, que é a evangelização local e transcultural; deveres para com todos, como a intercessão e o serviço social; e, deveres para consigo mesma, tais como a comunhão e o ensino da Palavra de Deus.

I  – A MISSÃO DA IGREJA PARA COM DEUS

1.1 Adoração. A palavra “adoração” significa “chegar-se a Deus, de modo reverente, submisso e agradecido, a fim de glorificá-lo. Adorar é um ato de total rendição, gratidão e exaltação a Deus”. Adorar a Deus é um sublime ato de serviço à Deus. Por isso, devemos adorá-lo e servi-lo com toda reverência, fervor, sinceridade e dedicação (Hb 12.28,29). Adorar também é exaltar e reconhecer que Deus é o Senhor, criador de todas as coisas (Sl 95.3-6). Uma das principais formas de adorar a Deus é através do louvor. A palavra “louvor” deriva-se do latim “laudare” e significa “Serviço de adoração prestado voluntariamente a Deus”. Em sua essência, louvar significa “voluntariedade de espírito em adorar e servir ao Supremo Deus. Louvar a Deus significa servi-lo em espírito e em verdade.” De acordo com a Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia, de R.N. Champlin, Louvar, significa “adorar”, “glorificar”, “magnificar”, “oferecer ações de graças”. “O louvor brota do coração que sente gratidão, ação de graças ou admiração. A música sempre esteve presente, tanto no culto de Israel como na Igreja primitiva (Nm 10.1-10; Jz 7.22; At 2.46,47; 16.25; Ef 5.19; 1Tm 3.16).

1.2 Serviço Cristão. De acordo com o Dicionário Teológico do Pr. Claudionor de Andrade, Serviço Cristão, deriva-se do latim “servitium” e significa “trabalho”, “encargo”, “missão”. “É a atuação consciente do discípulo de Cristo, visando a expansão do Reino dos Céus e a glória do nome de Deus. O serviço cristão consiste na evangelização, na realização de missões transculturais, na assistência social e na manutenção da comunhão com os santos. O seu principal objetivo é a glorificação do nome de Cristo; pois a igreja é tanto uma comunidade de serviços e de educação, quanto uma comunidade de adoração ao único Deus verdadeiro”. Dentre os muitos objetivos do serviço cristão, destacamos três:

1.2.1 Glorificar a Deus. Todo serviço cristão deve ter como principal objetivo, glorificar a Deus (Rm 11.36; 1Pd 4.11; Ap 1.6).

1.2.2 Edificar a Igreja. Todo serviço cristão deve ter o objetivo de promover a edificação do corpo de Cristo. Diversos textos das Escrituras nos ensinam este princípio (Rm 14.19; 15.2; 1Co 14.12,26; Ef 4.16).

1.2.3 Servir ao próximo. O serviço cristão sempre será um serviço ao próximo, atendendo suas necessidades físicas, emocionais, espirituais e sociais (Mt 20.28,29; At 2.42-47; Tg 2.14-17).

II  – A MISSÃO DA IGREJA PARA COM O MUNDO

2.1 Pregar o evangelho. A tarefa da Evangelização foi entregue pelo Senhor Jesus à Sua Igreja. Todo cristão deve estar ocupado com esta tarefa, com o objetivo de conduzir os pecadores à Cristo, quer seja no evangelismo infantil, evangelismo pessoal ou evangelismo em massa (Mt 28.19,20; Mc 16.15-20; At 1.8). Assim como Jesus, que dedicou grande parte do seu ministério a pregação do Evangelho (Mt 4.23; 9.9-13; 35,36; Lc 19.1-10; Jo 3.1-8; 4.1-26) e a igreja primitiva, que todos os dias anunciava a Cristo aos perdidos (At 2.37-41; 8.1-7,26-40; 11.19-26), a Igreja não pode deixar de anunciar a salvação através da fé em Cristo, pois, o desejo de Deus é que todos os homens sejam salvos e venham ao conhecimento da verdade (At 4.20; 17.30; Rm 1.14-17; I Co 9.16; I Tm 2.1-4).

2.2 Fazer missões transculturais. A palavra “missão” vem da expressão latina “missione”, que se originou por sua vez do verbo “mittere”, que significa: “ação, tarefa, ordem, mandado, compromisso, incumbência, encargo” ou “obrigação de enviar missionários”. No grego, corresponde à palavra “apostello” que, em português, é “apóstolo” e significa “alguém enviado por ordem de outrem para realizar uma tarefa” (PAULA, 2006, p. 11). Complementando esta definição podemos acrescentar o seguinte: “A missão primária da Igreja é proclamar o Evangelho de Cristo e reunir os crentes em igrejas locais onde possam ser edificados na fé e tornados eficazes ao serviço, para assim implantarem novas congregações no mundo Inteiro (HESSELGRAVE, 1984, p. 13). A palavra “transcultural” traz a ideia de um missionário que transpõe as barreiras da cultura de um povo, ou civilização, para apresentar o amor de Deus. Assim como Barnabé e Saulo foram enviados pelo Espírito Santo para pregar em outras nações (At 9.15; 13.1-4), a Igreja deve enviar missionários para pregar em outras nações, conforme Jesus ordenou na Grande Comissão (Mt 28.19; Mc 16.15; Lc 24.47; At 1.8).

III  – A MISSÃO DA IGREJA PARA COM TODOS

3.1 Interceder. De acordo com o Dicionário de Aurélio da Língua Portuguesa, interceder é: “pedir, rogar, suplicar (por outrem); intervir (a favor de alguém ou de algo)”.  No sentido bíblico, significa orar em favor de outros, na direção e no poder do Espírito Santo. Na intercessão, o intercessor põe-se diante de Deus no lugar da outra pessoa. A Bíblia revela que Deus busca intercessores (Is 59.16; Ez 22.30). A igreja do NT intercedia constantemente pelos fiéis. Por exemplo: a igreja de Jerusalém reuniu-se a fim de orar pela libertação de Pedro da prisão (At 12.5, 12). A igreja de Antioquia orou pelo êxito do ministério de Barnabé e de Paulo (At 13.3). O apóstolo Paulo diz a Timóteo que se faça oração em favor de todos (1Tm 2.1-3). E, o apóstolo Tiago ordena que todos os cristãos orem “uns pelos outros” (Tg 5.16; cf. Hb 13.18,19).

3.2 Realizar ações sociais. Embora o serviço social seja uma responsabilidade governamental, a Igreja de Cristo, como principal representante do Reino de Deus aqui na terra, não deve ser omissa. Por isso, além da evangelização e do ensino da Palavra de Deus, a igreja deve também ajudar aos pobres, viúvas e necessitados, conforme nos recomenda a Palavra de Deus (Mt 5.42; Gl 2.10; Tg 1.27; 2.15,16). Na Igreja Primitiva, por exemplo, era comum, não só a pregação do Evangelho, mas também a prática de ajudar aos pobres em suas necessidades (At 2.43-46; 4.34-37). Quando a igreja cresceu e tornou-se difícil para os apóstolos cuidar dos necessitados, foram escolhidos sete homens cheios do Espírito Santo e de sabedoria para executar esta importante tarefa (At 6.1-6). Diversas vezes houve coletas entre os irmãos com o objetivo de socorrer aos santos que estavam enfrentando dificuldades (Rm 15.25-27; 1Co 16.1-4; 2Co 8.9; Fp 4.18,19). Estes e outros exemplos nos mostram claramente que ajudar aos necessitados também é uma tarefa da Igreja.

IV  – A MISSÃO DA IGREJA PARA CONSIGO MESMA

4.1 Promover meios de comunhão. De acordo com a Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia de R.N. Champlin, a comunhão consiste em um acordo em que diversas pessoas unem-se e chegam a participar de uma determinada coisa (2Co 6.14; 1Jo 1.3). O termo grego “Koinonía” envolve a ideia de participação, companheirismo e contribuição. Já o Dicionário Teológico de Claudionor Correia de Andrade descreve a palavra “Comunhão” como “Vínculo de unidade fraterna, mantido pelo Espírito Santo, que leva os cristãos a se sentirem um só corpo em Cristo Jesus” (2Co 13.13; 1Jo 1.3). A comunhão cristã abrange o sentido vertical e horizontal:

4.1.1 Comunhão com Deus (vertical): A nossa comunhão deve ser com o Pai (1Jo 1.3), com o Filho (1Co 1.9; 1Jo 1.3) e com o Espírito Santo (Fp 2.1). “Comunhão”, portanto, é passar a compartilhar dos sentimentos, propósitos e desígnios de Deus. É ser “participante da Natureza Divina” (2Pd 1.4). É ser “vara da videira verdadeira” (Jo 15.4,5).

4.1.2 Comunhão com os homens (horizontal): Também deve haver comunhão de uns para com os outros (1Jo 1.7). Antes estávamos longe de Deus, mas, pelo sangue de Cristo, chegamos perto (Ef 2.13) e, por isso, passamos a integrar este novo povo, a Igreja, o grupo daqueles “reunidos para fora”.

4.2 Ensinar a Palavra de Deus. Jesus exerceu um tríplice ministério de cura, pregação e ensino da palavra de Deus (Mt 4.23; 9.35; Lc 20.1). Esse mesmo ministério tríplice foi ordenado e confiado à Igreja (Mt 28.19; Mc 16.15-18). Após a ascensão do Senhor, os apóstolos e discípulos continuaram a ensinar. A igreja dos dias primitivos dava muita importância a esse ministério (At 5.41,42). Paulo e Barnabé, por exemplo, passaram um ano todo ensinando na igreja de Antioquia (At 11.26). Em Éfeso, Paulo ficou três anos ensinando (At 20.20,31) e em Corinto, ficou um ano e seis meses (At 18.11). Seus últimos dias em Roma foram ocupados com o ensino da Palavra de Deus (At 28.31). O ensino das Sagradas Escrituras é indispensável para o crescimento e a edificação da Igreja, pois:

  • Somente a Bíblia é inspirada por Deus (2Tm 3.16; 2Pd 1.20,21);
  • Somente a Bíblia é viva e eficaz (Hb 4.12; Is 55.10,11);
  • Somente a Bíblia é infalível (Is 40.8; 1Pd 1. 24,25).

CONCLUSÃO

Assim como o mundo não surgiu do acaso, nem da vontade humana, a igreja veio a existir pela vontade soberana de Deus, para cumprir um propósito especial na Terra. Dentro deste propósito, estão inclusas algumas missões, tais como: adoração, evangelização, intercessão, promover ações sociais e ensinar a palavra de Deus.  Cabe a cada um de nós, como membros do corpo de Cristo, trabalharmos em prol do Reino de Deus, cumprindo a missão que Cristo nos confiou. 

REFERÊNCIAS

  • ANDRADE, Claudionor Correa. Dicionário Teológico. CPAD.
  • BERGSTEN, Eurico. Teologia Sistemática. CPAD.
  • COUTO, Jeremias. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.
  • GONÇALVES, José. O Corpo de Cristo: Origem, Natureza e Vocação da Igreja no Mundo. CPAD.
  • HESSELGRAVE, David J. Plantar Igrejas, um guia para missões nacionais e transculturais. VIDA.
  • CHAMPLI, R. N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
  • STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

Fonte: portal rbc1/lições

A origem da Igreja

 

1º TRIMESTRE 2024

O CORPO DE CRISTO

Origem, Natureza e Vocação da Igreja no mundo

COMENTARISTA:  Pr. José Gonçalves

LIÇÃO 01 – A ORIGEM DA IGREJA – (Mt 24.3-14)

INTRODUÇÃO

Nesta lição traremos a definição da palavra “Igreja”; discorreremos sobre sua origem, edificação e inauguração. Elencaremos as bases teológica e bíblica de sua origem , refletindo sobre uma das mais belas doutrinas das Escrituras, a doutrina da igreja.

 I – DEFINIÇÃO DA PALAVRA IGREJA

 Eclesiologia é a disciplina da Teologia que estuda a igreja, sua fundação, símbolos e missão, conforme as Escrituras. A Declaração de Fé das Assembleias de Deus (2017, p. 120) define que: “A palavra ‘igreja’ significa, literalmente, ‘chamados para fora’ e era usada para designar ‘assembleia’ ou ‘ajuntamento’ dos cidadãos de uma localidade na antiguidade grega”. O vocábulo igreja é formado por duas palavras gregas: pelo prefixo “ek”, “a partir de, dentro de” ou “para fora de”; e, “klesis”, que significa “chamada, convocação, convite”. Literalmente quer dizer “chamados para fora”. O termo ainda é usado para designar um “grupo local de cristãos” (Mt 18.17; At 5.11; Rm 16.1,5); ou a Igreja universal à qual todos os servos de Cristo em todos os tempos estão ligados (At 9.31; 1Co 12.28; Ef 1.22). Podemos dizer que a Igreja do Senhor Jesus foi fundada durante o seu ministério (Mt 16.18), e inaugurada no dia de Pentecostes (At 2) (BERGSTÉN, 2005, p. 214). 

II – A IGREJA: SUA ORIGEM, EDIFICAÇÃO E INAUGURAÇÃO

2.1 Deus Pai, o projetista da Igreja (Ef 3.1-12). Quanto a Igreja o apóstolo diz que era um mistério que estava oculto em Deus na eternidade, mas que foi revelado pelo Espírito na dispensação da graça (Ef 3.3,4). “A Igreja foi, desde a eternidade, concebida na mente de Deus. Isso, por si só, explica a sua peculiar natureza como povo adquirido, que não se verga diante das pressões do mundo. Deus a projetou em toda a sua dimensão divina e histórica, prevendo cada detalhe desde a sua concepção até ser inaugurada no dia de Pentecostes, para dai seguir a sua trajetória através dos tempos” (GILBERTO, 2008, p. 382).

2.2 Deus Filho, o edificador e o fundamento da Igreja (Mt 16.18). Quando Jesus disse “[…] edificarei a minha igreja […]” estava afirmando que Ele era o edificador da igreja. A palavra “edificar” segundo o Aurélio significa: “construir, levantar; fundar, instituir, criar” (FERREIRA, 2004, p. 714). Cristo iniciou essa obra amando a Igreja e se entregando por ela (Ef 5.25). Ela tornou-se propriedade exclusiva do Senhor, pois Ele cumpriu todas as exigências quanto à forma de resgatá-la (1 Co 6.20). A Igreja, portanto, é um povo adquirido (1 Pe 2.9). cujo preço pago não pode ser avaliado em ouro ou prata (1 Pe 1.18). Mas, além de edificá-la, a Igreja encontra-se também alicerçada em Cristo (I Co 3.11; Ef 2.20).  

2.3 Deus Espírito Santo, o inaugurador e mantenedor da Igreja (At 2.1-4). Com a ascensão de Cristo, inicia-se o processo de inauguração da Igreja, que culminou no dia de Pentecostes. Existem diversas opiniões sobre a inauguração da Igreja, todavia, segundo Horton (2006, pp. 538,539), “a maioria dos estudiosos, acreditam que as evidências bíblicas são favoráveis ao dia de Pentecostes, em Atos 2, para a inauguração da Igreja. É fato que Lucas não emprega o termo ekklesia no seu evangelho, mas a palavra aparece 24 vezes em Atos dos Apóstolos. Este fato sugere que Lucas não tinha nenhum conceito da presença da Igreja antes do período abrangido em Atos. No entanto, imediatamente após àquele grande dia em que o Espírito Santo foi derramado sobre os crentes reunidos, Ele desceu para inaugurar a igreja e permanecer com ela (Jo 14.17; Ap 22.17).

III – A BASE TEOLÓGICA PARA A ORIGEM DA IGREJA

        Segundo Geisler (2010), a origem da igreja, como todas as outras doutrinas, está enraizada na natureza de Deus e em diversos atributos de Deus:

3.1 A Eternidade de Deus como base para a origem da Igreja – uma vez que a igreja estava pré-determinada desde toda eternidade, sendo escolhida “antes da fundação do mundo” (Ef.1.4), a eternidade de Deus é a âncora desta doutrina. Tendo criado o tempo, Deus está além do tempo; consequentemente, todas as suas decisões, incluindo a de edificar sua igreja, são eternas (Ap. 8; 1 Pe 1.2; Rm 828,29; Ef 1.11).

3.2 A Imutabilidade de Deus como base para a origem da Igreja – A origem da Igreja também está enraizada na imutabilidade de Deus, pois se ele pudesse mudar de ideia, não haveria segurança de que a igreja que Ele escolheu antes dos tempos não seria descartada mais tarde. Ele não pode mudar (2 Tm 2.13). A vontade eterna de Deus também é a sua vontade imutável (Hb 6.13-15;17,18),

3.3 A Onisciência de Deus como base para a origem da Igreja – As Escrituras declaram que seu conhecimento é infinito (Sl 139.2-4; 147.4,5; Is 40.10; Mt 6.8; 10.29,30; Hb 4.13), portanto, Ele tinha a presciência de todos os atos espontâneos futuros, incluindo os atos espontâneos daqueles que mais tarde escolheriam (de acordo com a sua presciência) ser parte do corpo de Cristo.

3.4 A Onibenevolência de Deus como base para a origem da Igreja – A raiz da existência da igreja está no amor de Deus, pelo qual nós fomos eleitos em Cristo antes da fundação do mundo, para que “fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em caridade (Ef. 1.4; 5.25; Jo 10.15; 3.16).

 3.5 A Onissapiência de Deus como base para a origem da Igreja – A igreja, um dos grandes mistérios de Deus, depende da infinita sabedoria de Deus; sem ela, o grande mistério antes oculto e agora revelado (Ef. 3.3-5; Cl 1.26,27), não teria sido possível. Sua onissapiência se manifestou no plano redentor de Deus pelo qual Ele, sem romper as suas promessas incondicionais a Israel, foi capaz de permitir que a cegueira sobreviesse a Israel para que a luz do evangelho pudesse brilhar para os gentios (Rm 11.15; 20-25; Cl 1.26,27).

3.6 A Soberania de Deus como base para a origem da Igreja – Assim como a onissapiência de Deus planejou o grande mistério da igreja, em conformidade com a sua vontade eterna e imutável, a sua soberania e providência serão capazes de realizá-lo. A Soberania é o governo universal de Deus, e a providência é a maneira como ele realiza (Is 14.24,27; 55.11; Mt 16.18). 

 IV – A BASE BÍBLICA PARA A ORIGEM DA IGREJA

 O Fundamento do AT para a igreja – Embora que, terrenamente, a igreja tenha iniciado no dia de Pentecostes, o AT fez preparativos para ela (Gl 4.4,5).

4.1 O AT prediz um tempo vindouro de bençãos para os Gentios – A igreja envolve um mistério que não foi compreendido no AT (Ef 3.1-5; Cl 1.26) Deus haveria de abençoar a todas as famílias da terra através da nação de Israel (Gn 12.1-3; Is 11.10; 62.2).

4.2 O AT prediz a semente espiritual de Abraão (Gn 12.1-3; Rm 4.13-16; Gl 3.7-14).

4.3 O AT prediz um Novo Conserto (Jr 31.31-33; Hb 8.3; 2 Tm 1.14; Is 42.6,7; 49.28).

4.4 A igreja envolveu um mistério não conhecido nos tempos do AT (Ef. 3.1-6);

4.5 Cristo predisse que sua igreja seria uma instituição futura em relação ao seu tempo (Mt 16.17,18; conf. At. 1.5; 2.1-5);

4.6 A Igreja começou depois da morte e ressurreição de Cristo (At 20.28; Ef. 4.8-11; 1.22,23).

4.7 A igreja começou no Pentecostes (At. 1.5; 2.1; Jo 7.39; 1Co 12.13, 27; Rm 12.5).

4.8 Referências posteriores ao crescimento da igreja indicam que o Pentecostes foi sua origem (At. 5.14; 4.44; 2.47).

4.9 Pedro aponta o Pentecostes como o início da Igreja (At. 11.15; 10.46).

4.10 Os Dons não forma dados a Igreja antes do Pentecostes ( Ef. 4.11,12; 1 Co 12.4ss; At. 1.5,10,11).

CONCLUSÃO

  Concluímos que a igreja é uma instituição de origem divina, criada com o propósito de glorificar a Deus, e fazer o seu reino conhecido em toda a Terra. Sua origem evidencia o grande amor de Deus para com a humanidade Perdida, que apesar de distante de Deus, Ele tomou a iniciativa ao enviar seu filho ao mundo, morrendo por nós, para que mediante o mérito de Seu Filho, pudéssemos ser reconciliados por Deus.

REFERÊNCIAS

  • BARBOSA, José Roberto Alves. O Cremos da Assembleia de Deus. Reflexão Editora.
  • BERGSTÉN, E. Teologia Sistemática. CPAD.
  • COSTA, Paulo R. F. da. Manual de Doutrina das Assembleias de Deus no Brasil. CPAD.
  • GEISLER, Norman. Teologia Sistemática vol. 2, CPAD.
  • SILVA, Esequias Soares da (Org.). Declaração de Fé das Assembleias de Deus. CPAD.
  • STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo PentecostalCPAD.

Fonte: portal rbc1/lições