O Batismo – A primeira ordenança da Igreja

 

1º TRIMESTRE 2024

O CORPO DE CRISTO

Origem, Natureza e Vocação da Igreja no mundo

COMENTARISTA:  Pr. José Gonçalves

LIÇÃO 09 – O BATISMO – A PRIMEIRA ORDENANÇA DA IGREJA – (Rm 6.1-11)

INTRODUÇÃO

Nesta lição aprenderemos sobre uma das principais ordenanças deixadas pelo Senhor Jesus à sua Igreja, a saber: o batismo em águas; veremos o seu conceito bíblico e a sua finalidade para a vida cristã; e por fim, confrontaremos à luz das Escrituras as falsas concepções existentes sobre esta ordenança.

I  – DEFINIÇÃO DA PALAVRA ORDENANÇA

1.1 Definição.  Segundo Houaiss (2001, p.2077), ordenança quer dizer: “ato ou efeito de ordenar, de organizar, de dar arrumação a; ordenação, organização; ordem, lei ou decisão que provém de autoridade”. Podemos definir ordenança como um rito externo ordenado por Cristo para ser administrado na Igreja, como um sinal visível da verdade salvadora da fé cristã (THIESSEN, p .303). Ordenança pode ser ainda entendido como: “um rito simbólico que põe em destaques as verdades centrais da fé cristã, e que é obrigação universal e pessoal” (THIESSEN apud STRONG, p. 303).

II  – DEFINIÇÃO E SIGNIFICADO DO BATISMO EM ÁGUAS

2.1 Definição do termo batismo. A expressão batismo do grego: “baptisma” é usado para designar tanto o batismo de João (At 1.5; 11.16; 19.4) como o batismo cristão (Mt 28.19). Tal termo advém do verbo: “baptizo” que quer dizer: “imergir, mergulhar, imersão”; usado primariamente entre os gregos significando o ato de tingir roupa ou a ação de tirar água imergindo uma vasilha em outra (VINE, p. 430).

2.2 O significado do batismo em águas. Na declaração de Fé das Assembleias de Deus, sobre o batismo em águas encontramos: “Cremos, professamos e ensinamos que o batismo em águas é uma ordenança de Cristo para sua Igreja, dada por ordem específica do Senhor Jesus (Mt 28.19). Reconhecemos esse ato como testemunho público da experiência anterior, o novo nascimento, mediante a qual o crente participa espiritualmente da morte e da ressurreição de Cristo (Cl 2.12)” (SOARES, 20107, p.127). Quando o crente é imerso no batismo e seu corpo coberto pela água, simboliza que ele morreu para a vida velha de pecados, e quando é levantado, está ressurgindo para uma nova vida em Cristo (Rm 6.3-6). O cristão está testemunhando que recebeu pela fé a Jesus como Senhor e Salvador de sua vida e se arrependeu de seus pecados (At 2.38). Por isso batismo em água inclui o compromisso permanente de virar as costas ao mundo e a tudo quanto é mau, e viver uma nova vida no Espírito (Cl 2.6-8,12). O batismo em águas significa que a pessoa pertence agora a Cristo e compartilha de sua vida, do seu Espírito e de sua filiação com Deus (Rm 8.14-17).

2.3 Jesus e batismo em águas. Se o batismo era uma confissão pública de arrependimento de pecados, e o Senhor Jesus não tinha pecados para confessar, é de se deduzir que Ele não precisava se batizar. Eis aí a razão pela qual João quis se recusar (Jo 1.14).  Por qual razão, então, Jesus se submeteu ao batismo? Vejamos:

2.3.1 Para cumprir toda a justiça: Como Jesus viera sob a Lei (Gl 4.4), teria de dar exemplo de plena obediência à Lei diante da nação israelita. Por esta razão Ele foi circuncidado (Lc 2.21); foi apresentado no Templo e consagrado ao Senhor (Lc 2.22,23); aos doze anos, foi à Jerusalém, para participar da Páscoa (Lc 2.41,42), e também se submeteu ao batismo (Mt 3.13-17; Mc 1.9-11; Lc 3.21,22; Jo 1.32-34).

2.3.2 Para se identificar com os pecadores: Embora Jesus não precisasse do arrependimento de pecado (1Pd 2.24), foi batizado como nosso representante, assim também como nosso representante seria crucificado. Vejamos o que a Bíblia nos diz: “E aconteceu que, ao ser todo o povo batizado, também o foi Jesus” (Lc 3.21). “Aquele que não conheceu pecado ele o fez pecado por nós; para que fôssemos feitos justiça de Deus” (2Co 5.21).

2.3.3 Para confirmar e anunciar seu ministério: Assim como o batismo representa o fim de uma velha para uma nova vida, o batismo de Jesus também representa o fim de uma vida normal, de um simples carpinteiro (Mt 13.55; Mc 6.3), para tornar-se um homem público, e dar início ao seu ministério, com uma missão específica, sob o poder do Espírito Santo (Mt 4.23; 9.35). Isto porque não há registro algum que Ele tivesse pregado ou curado antes desse período. Até então, Ele estava em Nazaré esperando a hora que o Pai determinara para início do Seu ministério.

2.3.4 Para endossar a autoridade de João: Ao ser batizado por João, Jesus queria endossar, também pelo exemplo, ser o Ministério de João proveniente do Céu (Mt 21.25). Jesus estava demonstrando que reconhecia a autoridade e missão de João Batista.

III  – A IGREJA E A ORDENANÇA DO BATISMO EM ÁGUAS

Jesus deixou claro que seus discípulos deveriam além de ensinar, deveriam também batizar (Mt 28.19; 26.29), como ensina a Bíblia Sagrada. Vejamos:

3.1 O batismo como uma ordenança. Os discípulos saíram e pregaram por toda a parte, batizando em cumprimento à ordem recebida (Mc 16.16,20; At 2.41; 8.12; 10.47). Uma ordem dada pelo Senhor é realmente para ser cumprida (SI 119.4), pois a desobediência significa rejeição do conselho de Deus (Lc 7.29,30; Jo 14.21,23). Batizavam-se pessoas que se haviam arrependido (At 2.38), pessoas que de bom grado recebiam a Palavra (At 2.41; 8.12), os que criam em Jesus (Mc 16.16; At 8.12,37; 18.8: 16.33,34), pessoas que já eram discípulos (At 19.1-6). Observamos, assim, que não existe na Bíblia nenhum exemplo de batismo de crianças recém-nascidas (BERGSTÉN, 2016, p. 242).

3.1.1 O batismo por imersão. Os candidatos eram imersos totalmente nas águas: Desceram ambos à água, tanto Filipe como o eunuco, e o batizou” (At 8.38). Sobre o batismo de Jesus, a Palavra afirma que Ele, depois do seu batismo: “saiu logo da água” (Mt 3.16). Era costume realizarem os batismos em Enom: “porque havia ali muitas águas (Jo 3.23).

3.1.2 O batismo e a forma trinitária. O batismo era sempre ministrado após a experiência da salvação, nunca antes. Ninguém era batizado para ser salvo, mas porque já era salvo. Essa ordem de Jesus jamais foi revogada, portanto, ninguém tem o direito de desprezá-la (Mt 5.18,19). O batismo bíblico é: “em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo (Mt 28.19). Assim, torna-se impossível afirmar, pelo que se lê em Atos 2.38; 8.16; 10.48 e 19.5, que os apóstolos batizavam apenas em nome de Jesus. Essas passagens significam apenas que os discípulos batizavam autorizados por Jesus (BERGSTÉN, 2016, p. 243).

IV  – FALSAS CONCEPÇÕES SOBRE O BATISMO EM ÁGUAS

4.1 O batismo em águas é condição para salvação. Um dos grandes erros no que diz respeito a finalidade do batismo em águas, é afirmar que ele uma condição para a salvação. Os que defendem esse conceito, se reportam ao texto da grande comissão registrado pelo Evangelista Marcos, quando menciona a seguinte expressão: “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo […]” (Mc 16.15,16). Certamente, Jesus não está dizendo que o batismo é necessário para a salvação, mas a pessoa que é salva deve ser batizada. É a rejeição de Cristo que traz a condenação eterna. Jesus foi claro, quando disse: “Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus” (Jo 3.36). Aquele que crê deve ser batizado e introduzido na comunhão da igreja. A fé, porém, precede ao batismo. O batismo não faz o cristão, mas demonstra-o. Uma pessoa pode ser salva sem o batismo, como o foi o ladrão que se arrependeu na cruz, mas jamais alguém pode ser salvo sem crer em Jesus (Rm 10.9-13; Ef 2.8). É a descrença e não a ausência do batismo a razão da condenação: “[…] mas quem não crer será condenado” (Mc 16.16). Nós somos batizados porque já somos salvos e não para sermos salvos!

4.2 Crianças devem ser submetidas ao batismo em águas. Aqueles que argumentam em prol do batismo infantil dizem ser o batismo o substituto da circuncisão, que era feita quando os meninos israelitas tinham oito dias de idade. Entretanto, quando o Novo Testamento aborda a questão, não diz: “Pois nem a circuncisão é cousa alguma, nem a incircuncisão, mas o que vale é o batismo em águas”, e sim, “o ser nova criatura” (Gl 6.15). Quando, mediante a fé e arrependimento, estamos em Cristo, então somos novas criaturas (2Co 5.17). Os infantes são incapazes de arrependimento, fé ou testemunho público da salvação recebida. De fato, eles não têm consciência do pecado dos quais possam se arrepender. Isso significa que as crianças que morrem antes da idade da responsabilidade são salvas através da redenção por Cristo: “Mas Jesus, chamando-as para si, disse: Deixai vir a mim os pequeninos e não os impeçais, porque dos tais é o Reino de Deus” (Lc 18.16). Esses fatos, portanto, não deixam margem para o batismo infantil!

4.3 Não há necessidade de ser batizado em águas. Um outro erro comum, é imaginar que pelo fato de ser a fé em Cristo o meio para a salvação, dizem alguns: “não preciso ser batizado nas águas”. O que se constitui uma má compressão sobre esta ordenança bíblica. O batismo por imersão é ordenado nas Escrituras. Todos quantos se arrependem e creem em Cristo como Salvador e Senhor, devem ser batizados. Assim fazendo, estarão declarando ao mundo que morreram com Cristo e foram ressuscitados com Ele para andar em novidade de vida (Mt 28.19; Mc 16.16; At 10.47,48; Rm 6.4).

CONCLUSÃO

Ser batizado nas águas é uma das experiências mais marcantes para a vida cristã; embora não seja uma condição para a salvação, mas, todo aquele que é salvo naturalmente tem o desejo de obedecer a tal ordenança.

REFERÊNCIAS

  • BERGSTÉN, E. Teologia Sistemática. CPAD.
  • SILVA, Esequias Soares da (Org.). Declaração de Fé das Assembleias de Deus. CPAD.
  • GEISLER, Norman. Teologia Sistemática vol. 2, CPAD.
  • MENZIES, William,W. HORTON, Stanley M. Doutrinas Bíblicas: Os Fundamentos da Nossa Fé. CPAD.

Fonte: portal rbc1/lições

Uma família nada perfeita

 

2º TRIMESTRE 2023

RELACIONAMENTOS EM FAMÍLIA

Superando desafios e problemas com exemplos da Palavra de Deus

COMENTARISTA:  Pr. ElienaiCabral

LIÇÃO 09 – UMA FAMÍLIA NADA PERFEITA – (2Sm 3.2-5; 5.13-15; 12.10-13a)

INTRODUÇÃO

Estudando a biografia de Davi, observamos que foi bem-sucedido em vários aspectos de sua vida: como adorador, como guerreiro, como líder, como rei, etc. Porém, as Escrituras nos mostram seu fracasso enquanto pai de família. Depois do seu adultério com Bate-Seba, desencadeou-se uma série de tragédias na família de Davi, motivada, principalmente, por causa do descuido para com seus filhos. Esta liçã o nos leva a refletir sobre a nossa vida e sobre o cuidado e atenção que devemos demonstrar para com os nossos filhos.

I – INFORMAÇÕES SOBRE DAVI

Seu nome significa: “amado” e sua história está registrada em mais de sessenta capítulos da Bíblia; cerca de 60 referências são feitas a ele no Novo Testamento, além de figurar na genealogia do Senhor Jesus (Mt 1.1); até hoje ele é lembrado como o maior rei de Israel e, por duas vezes na Bíblia ele é chamado de: “homem segundo o coração de Deus” (1Sm 13.14; At 13.22).

1.1 Sua família. Jessé o pai de Davi era um efrateu de Belém e bisneto de Boaz e Rute, a moabita (Rt 4.18-22; Mt 1.5,6; Lc 3.31,32). De acordo com a relação de filhos de Jessé em 1Samuel 16.10-12 e 17.12-14, Davi foi o oitavo filho, mas, ele também teve duas irmãs (1Cr 2.16). O irmão de Davi chamado de Eliú foi omitido na genealogia de 1Crônicas 2.13-15, embora tenha sido mencionado em 1Crônicas 27.18, isso porque talvez ele tivesse morrido antes de constituir família, não sendo relacionado na genealogia por este motivo.

1.2 Sua ocupação. Pastorear as ovelhas de seu pai (1Sm 16.11). Como pastor aprendeu a cuidar dos animais, bem como a protegê-los dos predadores. Essa experiência o ensinou a depender do Senhor, conforme ele mesmo diz a Saul: “O Senhor me livrou das garras do leão, e das do urso; ele me livrará da mão deste filisteu” (1Sm 17.37).

1.3 Suas habilidades. Davi possuía muitos talentos. Quando Saul estava atormentado por um espírito maligno, seus servos lhe aconselharam que ele mandasse chamar alguém que tocasse harpa. Então, ele mandou que lhe trouxessem alguém que tocasse bem. E, um dos moços lhe disse: “Eis que tenho visto a um filho de Jessé, o belemita, que sabe tocar e é valente e vigoroso, e homem de guerra, e prudente em palavras, e de gentil presença; o Senhor é com ele” (1Sm 16.18). Esse texto relaciona várias características de Davi: seu talento musical, sua bravura, eloquência, boa aparência, mas, acima de tudo, a presença do Senhor em sua vida.

II – OS PROBLEMAS E PECADOS DE DAVI E SUA FAMÍLIA

Apesar de Davi possuir diversas qualidades, em sua história e família estão registrados diversos tipos de pecados, tais como: adultério, poligamia, incesto, assassinato, mentira, dissimulação e perseguições familiares. Todos esses pecados revelam, direta ou indiretamente, a negligência de Davi como chefe de família. Vejamos:

2.1 Adultério (união conjugal com uma mulher que não seja sua esposa). Ao ver Bate-Seba banhando-se, Davi a desejou, perguntou quem era ela, e soube que era mulher de Urias, ou seja, era uma mulher casada! Mesmo assim, Davi mandou trazê-la e a possuiu (2Sm 11.4), transgredindo o sétimo mandamento (Êx 20.14; Dt 5.18). E, depois de cometer tão grave pecado, mandou tirar a vida de Urias (2Sm 11.6­26). Que exemplo de pai Davi estava deixando para seus filhos, tendo em vista que o exemplo é a base fundamental para a formação do caráter dos filhos? Davi possuiu Bate-Seba em oculto; depois, seu filho Absalão possuiu suas concubinas publicamente, conforme o Senhor havia dito por intermédio do profeta (2Sm 12.11,12).

2.2 Poligamia (união conjugal com várias mulheres). Embora tenha ocorrido alguns casos de poligamia no AT, ela nunca foi estabelecida por Deus. Ao instituir a família, Deus estabeleceu um princípio monogâmico, ou seja, “uma mulher para um homem” (Gn 2.18-24). Davi possuiu muitas mulheres e concubinas (2Sm 3.2-6; 5.13), desobedecendo ao mandato do Senhor (Dt 17.17) e tornando-se um mal exemplo para seus filhos. Salomão, por exemplo, chegou a possuir 700 mulheres e 300 concubinas (1Rs 11.3).

2.3 Incesto (união sexual ilícita entre parentes sanguíneos). Amnom, filho de Davi, aconselhado por um amigo chamado Jonadabe, possuiu a sua própria irmã, Tamar, mesmo contra a vontade dela (2Sm 13.1-17). Qual foi a atitude de Davi ao saber o que havia acontecido? Nenhuma! Mais uma vez Davi foi omisso, pois ele não repreendeu a Amnon; não consolou a Tamar; e não procurou promover o perdão e a reconciliação no seio da família. Por isso, o pior aconteceu: Absalão, outro filho de Davi, revoltou-se com Amnom, e mandou que seus moços o matassem (2Sm 13.22-30).

2.4 Negligência. Depois de mandar matar a Amnon, Absalão fugiu e ficou três anos exilado em Gesur (2Sm 13.38). Depois, Davi mandou trazê-lo para Jerusalém, mas não o recebeu, e mandou que ele fosse pra sua casa (2Sm 14.24); durante dois anos, mesmo morando em Jerusalém, Absalão não viu a face do rei (2Sm 14.28). Somente depois de dois anos Davi mandou chamar a Absalão, mas, o encontro foi formal e Davi não lhe falou sobre o assunto. Ao invés de corrigi-lo e repreendê-lo, Davi preferiu o silêncio e a omissão (2Sm 14.33).

2.5 Rebelião. Depois disso Absalão rebelou-se contra seu próprio pai, fazendo com que Davi fugisse para não morrer (2Sm 15.1-37). Como se não bastasse, Absalão possuiu as concubinas de seu próprio pai, perante os olhos de todo Israel (2Sm 16.21,22). Houve, então, uma batalha sangrenta entre os homens de Davi e os de Absalão e, mesmo sendo recomendado para não matar a Absalão, Joabe o matou (2Sm 18.5,14). Ao saber da morte de seu filho Absalão, Davi chorou amargamente, dizendo: “Meu filho Absalão, meu filho, meu filho, Absalão! Quem me dera que eu morrera por ti, Absalão, meu filho, meu filho!” (2Sm 18.33). Ao que tudo indica, Davi chorou de remorso, pela impossibilidade de jamais se reconciliar com seu filho!

2.6 Traição. Sendo Davi já velho, Adonias, seu filho, declarou-se rei sem que Davi soubesse (1Rs 1.5,18). Isto mostra claramente que ele era um filho indisciplinado, e que ele mesmo escolhera o seu próprio caminho sem questionar a vontade de Deus e de seu pai, Davi; pois, tanto Deus como o próprio Davi haviam escolhido a Salomão para reinar sobre Israel (1Cr 22.9,10; 1Rs 1.17,30). Alguém poder perguntar, então: qual foi o erro de Davi? O escritor sacro responde: “E nunca seu pai o tinha contrariado, dizendo: Por que fizeste assim? (1Rs 1.6). Tudo isto nos mostra que Davi fracassou como pai porque tinha dificuldade para chamar seus filhos à responsabilidade, não colocava limites e não costumava discipliná-los. Tanto os pais como os filhos devem saber que Deus entregou aos pais a responsabilidade de ensinar, disciplinar e corrigir seus filhos (Dt 6.6-9; Pv 23.13,14; Ef 6.4).

III – OS FRACASSOS DE DAVI COM SUA FAMÍLIA

3.1 Fracassou na formação cultural dos filhos. Deus advertiu-os: “E não andeis nos estatutos da gente que eu lanço de diante da vossa face, porque fizeram todas estas coisas; portanto, fui enfadado deles” (Lv 20.23). No período dos reis, devido ao afrouxamento na observação dos princípios divinos, esse perigo se tornou mais ameaçador (2Rs 17.19). Muitos costumes vividos por Davi, como o de possuir várias mulheres, refletem mais a cultura circundante de seus dias do que a cultura bíblico judaica. Lamentavelmente, foram alguns desses princípios valorativos que Davi deixou de herança para seus descendentes.

3.2 Fracassou ao não impor limites. Davi não corrigiu o mal comportamento. Essa omissão fica evidente quando ele, mesmo sabendo do ato detestável praticado por seu filho Amnom contra Tamar, sua filha, não toma nenhuma medida para corrigi-lo. O texto sagrado registra que, ao saber do acontecido, Davi ficou irado (2Sm 13.21), e isso é perfeitamente compreensível. Todavia, que medidas ele tomou depois que as coisas esfriaram? Nenhuma. Diante da impunidade, Absalão, irmão de Amnom e de Tamar, também filho de Davi, passou a odiar a “Amnom, por ter forçado a Tamar, sua irmã” (2Sm 13.22). Certamente, Davi percebia esse ódio no rosto de Absalão e, se tivesse agido com justiça, corrigindo o incestuoso filho, é possível que as coisas não tivessem terminado daquela forma. Dois anos se passaram (2Sm 13.23), e Davi nenhuma providência tomou acerca do caso. A sua omissão contribuiu para que o sentimento de vingança de Absalão crescesse e resultasse na morte de Amnom (2Sm 13.28,29).

3.3. Fracassou ao não ensinar valores hierárquicos. Um dos fatores que ajuda estabelecer uma boa convivência familiar é o respeito pelos papéis familiares. Algumas atitudes dos filhos de Davi contradizem esse princípio. Primeiramente vemos uma forte ambição pelo poder, claramente demonstrada nas atitudes de Absalão e Adonias, que a todo custo queriam o lugar do pai. Est via sua autoridade real ameaçada pelas tentativas de Golpe de Estado planejada por seus dois filhos (2Sm 15.1-18; 1Rs 1.5-10). A Bíblia diz que Adonias “se exaltou e disse: eu reinarei” (1Rs 1.5). A expressão “se exaltou” mantém o sentido na língua original de “levantar-se contra a autoridade constituída”. Somente alguém sem nenhum respeito pela hierarquia, que neste caso é a do próprio pai, agiria dessa forma. É difícil imaginar isso acontecendo em uma família onde valores familiares, como respeito à autoridade paterna, são praticados.

3.4 Fracassou ao ser um pai ausente. Um bom pai acompanha seus filhos de perto, orientando-os inclusive em relação às suas companhias. Os fatos ocorridos com Amnom revelam que, por trás do plano arquitetado para violentar sua meia-irmã, havia um “amigo” chamado Jonadabe, o qual o aconselhou a cometer tamanho crime (2Sm 13.2-5). Jonadabe, que demonstra ser um mau caráter, atua como uma espécie de “pedagogo” para Amnom. Mas onde estava Davi? Nunca é demais dizer que os pais devem ser os melhores amigos dos filhos sem, contudo, serem seus cúmplices.

3.5 Fracassou ao ser um pai sem afetividade. O relacionamento entre Davi e seus filhos obedecia a um formalismo frio. A forma como ele tratou Absalão, após este ter assassinado Amnom, é uma prova disso. Depois de cometer o crime, Absalão fugiu para Gesur (2Sm 13.38) e, três anos depois do fato ter acontecido, Davi ainda não lhe perdoara. Graças à intercessão de Joabe, Absalão volta ao palácio real, mas sem ter o direito de ver a face do pai (2Sm 14.28). Após muita insistência, Absalão foi admitido na casa real. Davi, como gesto de perdão e admissão do filho, até o beijou, mas tal ato foi insuficiente para reparar os danos causados pela falta de afetividade do passado (2Sm 14.33). Completando o círculo de desgraças, Absalão armou um Golpe de Estado e acabou morto (2Sm 18.9-15).

IV – ASPECTOS DO CARÁTER DE DAVI

Sem dúvida, Davi foi um dos maiores homens da Bíblia. São muitas as virtudes e qualidades que a Bíblia descreve acerca deste homem: humildade, sinceridade, e, acima de tudo, um coração voltado para Deus. Até mesmo quando ele fracassou, nos deixou lições importantes, tais como: arrependimento sincero, confissão, e uma fé inabalável no perdão de Deus. Vejamos alguns aspectos do seu caráter:

4.1 Davi era um homem cujo coração era inclinado ao Senhor. Ele era um homem espiritual, cuja vida estava em harmonia com os anseios de Deus (1Sm 17.36).

4.2 Davi era um homem humilde. Ele aprendeu a atribuir as suas vitórias a Deus (1Sm 17.37; Sl 34.4-7; 40.5-10; 124).

4.3 Davi era um homem sincero. Apesar de ter muitas virtudes, ele não era um homem infalível. Cometeu dois graves pecados: adultério e o mentor da morte de Urias (2Sm 11.1-22). Mas, quando repreendido pelo Senhor, através do profeta Natã, ele confessou e arrependeu-se dos seus pecados (2Sm 12.13; Sl 51).

CONCLUSÃO

Os sérios problemas familiares sofridos na família de Davi foram causados, principalmente, por causa de sua negligência para com a família. Ele foi um grande guerreiro, um grande líder, um grande rei, mas, infelizmente, não foi um grande pai. Isto porque não seguiu os conselhos e mandamentos divinos sobre a disciplina, criação e correção dos filhos. Não resta dúvidas que todos estes conflitos familiares foram registrados nas Sagradas Escrituras para servir de advertência para cada um de nós (Rm 15.4). Que possamos, então, pôr em prática os preceitos divinos, pois, criar, ensinar os estatutos divinos e cuidar dos filhos com sabedoria e amor é a sublime missão que Deus confiou aos pais (Ex. 10.2; 12.26; 13.8; Dt 4.9; 6.5-9, 20; Sl 103.13; Pv 1.8; 6.20; 2Tm 3.3).

REFERÊNCIAS

  • STAMPS, Donald c. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD
  • SWINDOLL, Charles R. Davi, um homem segundo o coração de Deus. Mundo Cristão.
  • ÂNGELO, Estêvam de Souza. E fez Deus a família. CPAD
  • Lições Bíblicas / Jovens e Adultos – 4° trimestre 2009. CPAD.

Fonte: portalrbc1.

O Avivamento espiritual no mundo

 

1º TRIMESTRE 2023

AVIVA TUA OBRA

O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus

COMENTARISTA:  Pr. Elinaldo Renovato

LIÇÃO 08 – O AVIVAMENTO ESPIRITUAL NO MUNDO – (Ez 37.7-10; 47.1-5,9)

INTRODUÇÃO

Nesta lição, veremos uma breve história dos avivamentos espirituais mundiais na igreja; notaremos a chegada do avivamento pentecostal moderno; e por fim, relacionaremos algumas características do verdadeiro avivamento.

I – BREVE HISTÓRIA DOS AVIVAMENTOS ESPIRITUAIS MUNDIAIS NA IGREJA

O escritor pentecostal Emílio Conde em seu livro “O Testemunho dos Séculos” (CONDE, 1983, pp. 31-157) relata vários movimentos de avivamento espiritual ao longo dos séculos em vários países como: “França, Alemanha, Holanda, Ilhas Britânicas, Suécia, Noruega, Dinamarca, América do Norte, China, índia, África e Chile”. O pastor e escritor pentecostal Antônio Gilberto, em seu livro “Verdades Pentecostais” (2006, pp. 37-39) elenca na história uma série de testemunhos de personagens e grupos protestantes que atestaram a experiência do avivamento espiritual em seus dias. Vejamos separadamente:

1.1 Avivamentos espirituais no período da igreja primitiva:

  • Justino (100-165 d.C). Em seus escritos, mencionou os dons espirituais em evidência nos seus dias, inclusive o dom de falar em línguas estranhas pelo Espírito Santo (Op. Cit., p. 37).
  • Montano (120-200 d.C). Apesar das oposições levantadas, este movimento teve sua sanção divina, pois sobre muitos foi derramado o Espírito Santo, e falavam em línguas, de acordo com o testemunho de Tertuliano. Este movimento foi realmente um Pentecostes (OLIVEIRA, 2009, p. 22).
  • Irineu (130-200 d.C). Bispo de Lyon, na Gália que foi discípulo de Policarpo, bispo de Esmirna, que, por sua vez, fora discípulo de João, o apóstolo. Declarou que no seu tempo muitos cristãos falavam línguas estranhas pelo Espírito Santo e tinham dons, inclusive o de profecias (GILBERTO, 2006, p. 37).
  • Tertuliano (160-212 d.C). Nascido em Cartago, no Norte da África, viveu intensamente a promessa da efusão do Espírito Santo e fez-se arauto da mensagem pentecostal. Testemunha ele que, entre os cristãos daquela época, não eram poucos os que falavam línguas, interpretavam-nas e profetizavam (ANDRADE, 2004, p. 11).
  • Orígenes (185-254 d.C). Afirmou que os dons espirituais, inclusive o de línguas, eram um fato notório nos seus dias (Op. Cit., p. 37).

1.2 Avivamentos espirituais no período da igreja medieval:

  • Crisóstomo (347-407 d.C). Patriarca de Constantinopla relatou um caso em que três membros da sua igreja falaram pelo espírito Santo em persa, latim e indu (Op. Cit., p. 37).
  • Agostinho de Hipona (354-430 d.C). Deu testemunho de que as línguas estranhas estavam em evidência no seu tempo: “Fazemos ainda o que os apóstolos realizavam quando impuseram as mãos sobre os samaritanos e rogaram o batismo com o Espírito Santo. Esperamos que os convertidos falem novas línguas (OLIVEIRA, 2009, p. 24)
  • Os Valdenses e os Albigenses (1140-1280 d.C). Os historiadores afirmam que entre eles haviam manifestações espirituais em línguas estranhas, segundo o Novo Testamento (GILBERTO, 2006, p. 38).

1.3 Avivamentos espirituais no período da igreja da reforma protestante:

  • Martinho Lutero (1483-1546 d.C). Falava em línguas e profetizava, conforme depoimento do Doutor Jack Deer, eminente professor e historiador batista, do Seminário Teológico de Dallas. Esta informação também é encontrada nas obras: “História da Igreja Alemã”, do historiador Souer (vol. 3, p. 406), e “Pentecostes para os Dias de Hoje”, de Emílio Conde (apud 1985, p. 88, Op. Cit., p. 38).
  • Os Anabatistas (1521-1550 d.C). Havia entre eles manifestações do Espírito, inclusive dons espirituais e línguas estranhas, como registra a história (Op. Cit., p. 38).
  • Os Huguenotes (1560-1650 d.C). Durante a perseguição aos huguenotes, a partir de 1685, havia entre eles os que falavam em línguas transbordantes de fervor espiritual (BODDy apud GILBERTO, 2006, p. 38).
  • Os Quakers (1647-1650 d.C) e os Shakers (1774-1771 d.C). Eram cristãos organizados em grupos distintos, no Nordeste da América do Norte. Dos Quakers (os tremedores) e Shakers (os puladores), diz a História da Igreja, de Philip Schaff (1882), que esses grupos havia manifestações de dons espirituais, inclusive línguas estranhas (Op. Cit., p. 38).

1.4 Avivamentos espirituais no período da igreja moderna:

  • João Wesley (1703-1791 d.C). Diz o livro “A História da Igreja”, de Philip Schaff, edição de 1882, que esses metodistas pugnavam por uma vida santa, e muitos tinham dons espirituais e falavam em línguas estranhas… do qual, quase um século depois, surgiu o atual Movimento Pentecostal Moderno (Op. Cit., p. 39).
  • Charles Grandison Finney (1792-1875). Foi inicialmente ministro presbiteriano; depois se tornou congregacional. Ele foi batizado com o Espírito Santo, como ele mesmo relata, e tornou-se um poderoso evangelista, que, a partir de meados do século XIX, nos Estados Unidos, muito contribuiu para despertamento da igreja (Op. Cit., p. 42).
  • Edward Irving (1822-1834 d.C). Irving testemunhou, entre outros fatos, que, em 1831, uma irmã solteira, por nome de Hall, cheia do Espírito Santo, falou em línguas estranhas num culto de oração. A Igreja Presbiteriana forçou o Pastor Irving a renunciar o seu pastorado por causa deste avivamento (Op. Cit., p. 39).
  • Dwight Lyman Moody (1837-1899 d.C). Poderoso evangelista e avivalista norte-americano. Ele era batista e pregava a plenitude do Espírito Santo e uma vida cristã cheia de poder do alto. Moody pregou à tarde no auditório da Associação Cristã de Moços. Em pleno culto houve manifestação de línguas e profecias (Op. Cit., p. 39 – grifo nosso).
  • Evan John Roberts (1878-1951). Dos 15 aos 26 anos, ele não perdeu um culto ou uma reunião de oração. Nascido e criado no Sul do País de Gales, fervia seu coração o desejo de ser cheio do Espírito Santo. Foi tão grande o impacto daquele desejo que o avivamento começou a espalhar-se pelo país de Gales e alcançou muitos países do mundo.

II – A CHEGADA DO AVIVAMENTO PENTECOSTAL CLÁSSICO

Notemos alguns dos principais nomes do avivamento espiritual a partir do século XX:

2.1 Charles Fox Parham. Foi o fundador instituto bíblico Betel na cidade de Topeka, Estado do Kansas, na região central dos Estados Unidos de onde saíram dezenas de missionários para mundo. Fundou um movimento eclesiástico intitulado “Fé Apostólica” de onde surgiu o moderno movimento pentecostal. Defendia a ideia de que os missionários não precisavam estudar nenhum idioma estrangeiro, uma vez que estariam miraculosamente capacitados a pregar em línguas em qualquer lugar do mundo por causa do Batismo com o Espírito Santo (SYNAN, 2009, p. 18).

2.2 Agnes Nevada Ozman. Uma aluna do Instituto Betel fundado por Parham, pediu que lhe impusessem as mãos para que ela recebesse o Espírito Santo a fim de ser missionária no exterior. Ela recebeu o batismo com o Espírito e começou a falar em línguas. “[…] ela começou a falar o idioma chinês e se tornou missionária neste país […] (CURTIS, 2003, p. 204).

2.3 William Joseph Seymour. Um dos maiores avivalistas do século XX a partir do avivamento da Rua Azusa, em Los Angeles. As famosas reuniões da Rua Azusa começaram em abril de 1906, no antigo prédio da Igreja Episcopal Metodista Africana, n° 312, no centro de Los Angeles (SYNAN, 2009, p. 18). “A igreja passou a se chamar Missão Evangélica da Fé Apostólica” (CURTIS, 2003, p. 205).

2.4 Charles Harrison Mason. Muitos pioneiros pentecostais que receberam o dom de línguas na Rua Azusa em 1906 ajudaram a propagar o avivamento pelo mundo inteiro. Mason tornou-se o fundador da “Igreja de Deus em Cristo” que enviou dezenas de missionários por várias nações implantando igrejas e fundando ministérios (SYNAN, 2009, p. 20).

2.5 William Howard Durham. Outro peregrino da Rua Azusa foi William Durham. Depois de receber o dom de línguas em 1907, ele retornou à sua cidade e conduziu milhares de norte-americanos e canadenses ao movimento pentecostal. Do círculo de seguidores de William Durhan, que em 1907 Missão da Avenida Norte, em Chicago, saíram Daniel Berger e Adolf Gunnar Vingren, que iniciariam a propagação do pentecostalismo no Brasil (SYNAN, 2009, p. 212).

2.6 Thomas Ball Barrett. Pastor metodista da Noruega, que se tornou conhecido como o apóstolo pentecostal para a Europa setentrional e ocidental. Viajou pela Suécia, Inglaterra, França e Alemanha, dando início ao movimento pentecostal nesses países. Sob sua a liderança, líderes como Lewi Pethrus na Suécia, Jonathan Paul na Alemanha e Alexander Boddy na Inglaterra ajudaram a impulsionar o movimento (ibidem, p. 21). De Chicago, por sua influência o movimento expandiu-se rapidamente para o Canadá, a Itália e a América do Sul. O movimento chegou nos Estados Unidos, Brasil, Argentina e Itália (ibidem, p. 21).

2.7 John Graham Lake. Foi poderosamente usado por Deus na África do Sul pregando o evangelho com sinais sobrenaturais. Fundou duas igrejas Pentecostais grandes e de influência, uma igreja de brancos com o nome “Missão da Fé Apostólica” e igreja com africanos com o nome de “Igreja Cristã de Zion” que é a igreja maior na África do Sul. No fim dos seus cinco anos da África do Sul, o trabalho missionário resultou em 1250 pregadores, 625 congregações e 100 mil convertidos (ibidem, 22).

III – CARACTERÍSTICAS DO VERDADEIRO AVIVAMENTO

Vejamos algumas características de um real avivamento espiritual de acordo com a Bíblia:

  • Confissão e abandono dos pecados (2Cr 34.19,30-33; Ne 9; Ed 8.21; Sl 51.1,17; Pv 28.13; Jl 2.13);
  • Perseverança na Palavra (At 2.42);
  • Exercício da comunhão (Sl 133.1; At 2.42);
  • Perseverança na oração (Mt 6.33; At 2.42);
  • Prática do temor a Deus (At 2.43);
  • Desprendimento dos bens materiais (At 2.44,45; Cl 3.1-3);
  • Desejo em congregar (Sl 122.1; At 2.46).

CONCLUSÃO

Nesta lição aprendemos que Deus deseja operar nas igrejas no mundo e promover um poderoso avivamento espiritual que alcance as nações. Entretanto, é preciso buscar o poder do Espírito Santo com perseverante fervor. Que o Santo Espírito sopre o avivamento espiritual e que o uso abundante dos dons espirituais continue real e abundante em nossos cultos com mais fervor.

REFERÊNCIAS

  • ANDRADE, Claudionor Correia de. Fundamentos bíblicos de um autêntico avivamento. CPAD.
  • STAMPS, Donald. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
  • CONDE, Emílio. O testemunho dos séculos: história e doutrina. CPAD.
  • CURTIS, A. Kenneth. Os 100 acontecimentos mais importantes da história do cristianismo. Vida.
  • GILBERTO, Antônio. Verdades pentecostais. CPAD.
  • SYNAN, Vinson. O século do Espírito Santo: 100 an s do avivamento pentecostal e carismático. Vida.
  • OLIVEIRA, José de. Breve história do movimento pentecostal: dos Atos dos apóstolos aos dias de hoje. CPAD.

Fonte: portalrbc1.

O Avivamento no Antigo Testamento

1º TRIMESTRE 2023

AVIVA TUA OBRA

O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus

COMENTARISTA:  Pr. Elinaldo Renovato

LIÇÃO 02 – O AVIVAMENTO NO ANTIGO TESTAMENTO – (2Crônicas 34.29-33)

INTRODUÇÃO

Na lição de hoje estudaremos sobre o avivamento no Antigo Testamento, para isso veremos em quais situações os momentos de renovação espiritual aconteceram na nação de Israel. Pontuaremos que os avivamentos registrados no Antigo Testamento foram antecedidos pelo retorno às Escrituras Sagradas, além de uma atitude de arrependimento e confissão de pecado.

I – O AVIVAMENTO NO ANTIGO TESTAMENTO

O AT descreve diversos avivamentos que ocorreram no meio do povo de Deus, tais como: reinado de Asa (2Cr 15. 1­15); no reinado de Joás (2Rs 11 e 12); no reinado de Ezequias (2Rs 18. 4-7); no reinado de Josias (2Rs 22 e 23); nos dias de Esdras e Neemias (Ne 8.1-18; 9.1-38), além de outros. Todos eles ocorreram em momentos de crise moral e espiritual. Notemos:

1.1 Aconteceu no momento de crise moral e espiritual da nação de Israel. Entre tantos momentos de crises espirituais que a nação dos judeus experimentou podemos destacar o momento crítico nos tempos do rei Josias. Por meio da profetiza Hulda, o Senhor declarou: “Porquanto me deixaram e queimaram incenso a outros deuses, para me provocarem à ira por todas as obras das suas mãos, o meu furor se acendeu contra este lugar e não se apagará”. (2Rs 22.17). Porém, diante das atitudes do Rei Josias descrita no texto bíblico: “Visto que o seu coração se enterneceu e você se humilhou diante de Deus, quando ouviu as ameaças que ele fez contra este lugar e contra os seus moradores, e se humilhou diante de mim, rasgou as suas roupas e chorou diante de mim, também eu ouvi a sua oração, diz o SENHOR” (2Cr 34.27), Um grande avivamento aconteceu em Israel: Ídolos forma removidos, altares foram concertados e as festas do senhor voltaram a ser celebradas.

1.2 Aconteceu no momento de grande oposição à obra de Deus. Após o cativeiro babilônico, a nação de Israel enfrentou uma grande oposição dos arábios, amonitas e os asdoditas, além de Tobias e Sambalate que eram de Samaria. Foi nesse momento de ameaças: “Todos se ajuntaram de comum acordo para virem atacar Jerusalém e criar confusão ali. Porém nós oramos ao nosso Deus e, como proteção, pusemos guarda contra eles, de dia e de noite” (Ne 4.8,9). Neemias encaminhou o povo para o retorno as Escrituras. O texto bíblico nos revela que houve uma fome e sede de ouvir a Palavra de Deus. O avivamento teve início mediante um autêntico retorno à Palavra de Deus e um esforço decisivo para a compreensão de sua mensagem.

1.3 Aconteceu no momento de frieza espiritual da nação de Israel. Ciro, rei da Pérsia, havia permitido que 50.000 judeus exilados voltassem a Jerusalém sob a liderança do governador Zorobabel e do sumo sacerdote Josué (Ed 1.2-4; 2.64, 65; 3.2; 5.1). Durante o segundo ano de seu retorno (536-535 a.C), foram lançados os alicerces do templo (Ed 3.8-10). A oposição dos samaritanos, porém, fez cessar a obra (Ed 4.1-5,24) Consequentemente, os judeus tornaram-se espiritualmente apáticos. Passar-se-iam dezesseis anos até que retomassem à construção da Casa do Senhor. Deus, então, envia-lhes os profetas Ageu e Zacarias para encorajá-los a recomeçar a obra (STAMPS, 2012, p. 1348 – grifo nosso). Depois da atuação dos profetas o texto bíblico um despertar espiritual, um avivamento para voltar a servir na casa de Deus: “Assim o Senhor encorajou o governador de Judá, Zorobabel, filho de Sealtiel, o sumo sacerdote Josué, filho de Jeozadaque, e todo o restante do povo, de modo que eles começaram a trabalhar no templo do Senhor dos Exércitos, o seu Deus” (Ag. 1.14 – NVI). Um verdadeiro avivamento impulsiona o povo a servir a Deus melhor.

II – O AVIVAMENTO NO ANTIGO TESTAMENTO ENVOLVE RETORNO AS ESCRITURAS SAGRADAS

2.1 O retorno as Escrituras Sagradas restabeleceram o verdadeiro culto. o texto bíblico relata: “O rei subiu à Casa do SENHOR, e com ele foram todos os homens de Judá, os moradores de Jerusalém, os sacerdotes, os levitas e todo o povo, desde o maior até o menor. E o rei leu diante deles todas as palavras do Livro da Aliança que havia sido encontrado na Casa do SENHOR” (2Cr30). Após esse ato de ler e obedecer houve uma renovação espiritual em Judá: As abominações foram removidas (v.32); a festa da páscoa foi restabelecida (2Cr 35.1); os sacerdotes foram estabelecidos em seus cargos e o ensino da palavra foi ordenado em todo Israel (2Cr 35.3). Isso demonstra que nunca existirá um avivamento sem um retorno a Palavra de Deus.

2.2 O retorno as Escrituras Sagradas trouxeram quebrantamento espiritual. No livro de Neemias podemos encontrar que: O povo estava atento à leitura da Palavra de Deus (Ne 8.3). Todo o povo se pôs em pé em reverência à Palavra de Deus (Ne 8.5). Aconteceu um genuíno culto avivado, pois “levantaram as mãos; e inclinaram-se e adoraram ao Senhor, com o rosto em terra” (Ne 8.6; 2Cr 7.3; 2Cr 20.18; 2Cr 17 7-9; Lc 17.16). Durante sete dias, seis horas por dia, Esdras leu o livro da Lei (Ne 8.3, 18) e por fim, a busca pelo o Senhor trouxe quebrantamento “Porque todo o povo chorava, ouvindo as palavras da Lei” (Ne 8.9); Estudo da Palavra do Senhor “E leram o livro, na Lei de Deus, e declarando e explicando o sentido, faziam que, lendo se entendesse” (Ne 8.8).

III – O AVIVAMENTO NO ANTIGO TESTAMENTO ENVOLVE ARREPENDIMENTO E CONFISSÃO DE PECADOS

3.1 O Avivamento no livro de Neemias começou com arrependimento. A Lei do Senhor foi abundantemente lida e o resultado foi um genuíno avivamento, que começou com um genuíno arrependimento. Já fazia um bom tempo que os estatutos do Senhor não eram observados (Ne 8.17). Os moradores de Judá haviam sido libertos e a alegria se espalhara por toda a nação. Interessante que aquele avivamento foi um retorno à experiência do Sinai (Ex 19), e uma rememoração de tudo quanto o Senhor havia operado na trajetória de Israel. Eles se arrependeram de sua ingratidão para com o Deus que tudo houvera provido até então. Vejamos alguns pontos daquela maravilhosa oração: (a) Reconhecimento de Deus como o Todo-Poderoso e Criador (Ne 9.5,6); (b)Lembrança das promessas feitas a Abraão (Ne 9.7,8); (c) Lembrança da misericórdia de Deus em relação a Israel no Egito (Ne 9.9); (d) Lembrança dos sinais e prodígios operados por Deus no Egito (Ne 9.10-12); (e) Lembrança da Glória no Sinai (Ne 9.13); (f) Lembrança das provisões do Senhor (Ne 9.15); (g) Lembrança da dureza de coração de seus antepassados (Ne 9.16-18); (h) Lembrança da longanimidade de Deus (Ne 9.19-21); (i) Lembrança das vitórias nas guerras em Canaã (Ne 9.22-25); (j) As terríveis oscilações espirituais e suas consequências (Ne 9.26-29).

3.2 O verdadeiro arrependimento é acompanhado de confissão de pecados. Foi assim com o salmista Davi (Sl 51.10-12; 16,17); com os ninivitas (Jn 3.5-10) e com o Filho Pródigo ( Lc 15.17-24). Naquela ocasião não foi diferente. Devido o sincero arrependimento, o Senhor lhes perdoou os pecados. Interessante que isso já havia sido predito quando da consagração do Templo na época do rei Salomão (II Cr 6.36-39). O que aconteceu com Judá é o que acontece com todos quantos se arrependem de seus pecados, mesmo na atual dispensação. Traçando um paralelo entre II Cr 7.14 e At 3.19, chegamos ao seguinte esquema:

IV – O AVIVAMENTO NO ANTIGO TESTAMENTO ENVOLVE OBEDIÊNCIA

4.1 O significado da palavra obediência no Antigo Testamento. As palavras hebraicas e gregas traduzidas como “obedecer” ou “obediência” são geralmente “shama” e as formas cognatas de O significado básico de ambas é ‘‘ouvir” [….]“obedecer” (WYCLIFFE, 2007, p. 1383). Obedecer significa ouvir no sentido de atender as exigências do Criador. A obediência é imposta pelo Senhor a todos aqueles que lhe servem (Dt 13.4); é essencial à fé (Hb 11.6); é o resultado para quem dá credito à voz de Deus (Êx 19.5,6); manifesta-se através da submissão do servo ao seu senhor (Rm 13.1); O Senhor Jesus é o supremo exemplo de obediência (Mt 3.15; Fl 2.5-8); deve ser uma das características dos santos (1Pe 1.14); deve proceder do próprio coração e nunca por obrigação (Dt 11.13; Rm 6.17). Vejamos alguns exemplos bíblicos de obediência: Noé (Gn 6.22); Abraão (Gn 12.1-4); Elias (1Reis 17.5); Jesus (João 7.16; 12.4; 14.10,24); Paulo (At 26.19).

4.2 Exemplos de homens no Antigo Testamento que obedeceram ao Senhor. A palavra de Deus registra vários personagens que incentivaram e ao mesmo tempo obedeceram ao Senhor. Notemos os diversos resultados advindos da obediência: (a) Moisés instruiu o povo para obediência ao Senhor (Dt 5.32-33; 17.18-20); (b) Josué e os israelitas comprometeram-se a obedecer à Palavra para serem prósperos (Js 1.7-8); (c) José foi um grande exemplo de prosperidade no Egito através da obediência ao Senhor (Gn 39.2, 23); (d) O rei Davi aconselha Salomão à obediência para que ele fosse próspero em tudo (1Rs 2.1-3); (e) Uzias também é um exemplo de prosperidade pela obediência a Deus (2Cr 26.1-5); (f) Daniel prosperou na Babilônia por sua obediência e fidelidade a Palavra de Deus (Dn 6.28).

4.3 A obediência que resultou em Avivamento no Antigo Testamento. Existem muitos exemplos no Antigo Testamento de pessoas que obedeceram ao Senhor; um desses resultou em avivamento nacional. O rei Josias, no período da reforma do Templo do Senhor que estava abandonado, achou o Livro do Senhor, ou seja, as Escrituras Sagradas, quando essa foi lida o rei “[…] rasgou as vestes” (2Cr 34.19) em sinal de arrependimento. Foi no seu reinado que todos se comprometeram em obedecer como é relatado no livro das Crônicas: “O rei se pôs em pé no seu lugar e fez aliança diante do SENHOR, para o seguir, guardar os seus mandamentos, os seus testemunhos e os seus estatutos, de todo o seu coração e de toda a sua alma, cumprindo as palavras da aliança, que estavam escritas naquele livro” (2Cr 34.31). Como resultado disso: a idolatria foi removida (2Cr 34.33) e a festa da Páscoa foi comemorada (2Cr 35.1). Dessa maneira houve um verdadeiro avivamento.

CONCLUSÃO

Os momentos de avivamento espiritual que ocorreram no Antigo Testamento foram precedidos por atitudes de retorno às Escrituras Sagrada, de sincero arrependimento e confissão de pecados. Como consequência, o povo volta à obedecer a palavra de Deus por amor.

REFERÊNCIAS

  • LOPES, Hernandes Dias. Avivamento urgente. Vitória: Vida, 1994.
  • LOPES, Hernandes Dias. Neemias o líder que restaurou uma nação. São Paulo: Hagnos, 2006.
  • PACKER, J. I. Neemias paixão pela fidelidade. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.
  • PFEIFFER, F. Charles, HOWARD, F. Vos. Dicionário Bíblico Wycliffe. CPAD
  • RENOVATO, Elinaldo. Neemias integridade e coragem em tempos de crise. Rio de Janeiro: CPAD, 2011.
  • STAMPS, Donald. Bíblia de Estudo Pentecostal.. C.P.A.D.

Fonte: portalrbc1.

O Avivamento Espiritual

1º TRIMESTRE 2023

AVIVA TUA OBRA

O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus

COMENTARISTA:  Pr. Elinaldo Renovato

LIÇÃO 01 – O AVIVAMENTO ESPIRITUAL – (2Cr 7.12-15; Ag 2.5-9)

INTRODUÇÃO

Nesta primeira lição de 2023, estudaremos sobre Avivamento Espiritual a partir das Escrituras. Definiremos o que é avivamento, abordaremos sobre a necessidade de um verdadeiro avivamento, quais as atitudes para um verdadeiro avivamento espiritual, e, por fim, estudaremos sobre os resultados do avivamento espiritual.

I – O QUE É AVIVAMENTO

1.1 Definição exegética do termo avivamento. A palavra avivamento deriva-se do verbo avivar, em hebraico “hayah” (Hc 3.2). Verbo que significa: “estar vivo, viver, manter vivo”; é usado várias vezes nas Escrituras. É usado no Antigo Testamento com o sentido de prosperar (Dt 8.1; 1Sm 10.24; Sl 22.26,27); ou para indicar que um objeto está a salvo (Gn 12.13; Nm 14.38; Js 6.17). O sentido é reviver em Ezequiel 37.5 e 1 Reis 17.22 ou curar em Josué 5.8 e 2 Reis 8.8.

1.2 Definição bíblica de avivamento espiritual. À luz das Escrituras, o despertamento espiritual faz alusão a mudança de ânimo de uma pessoa quanto ao interesse acentuado pelas coisas de Deus (Cl 3.1), por viver uma vida pautada na vontade do Senhor, ocorrendo uma verdadeira mudança interior, demonstrada pela vida prática (Rm 12.1,2; 2Co 5.17). Em relação à igreja, esse avivamento é a restauração do primeiro amor dos cristãos, resultando no despertamento, arrependimento e na busca incessante pela presença de Deus (Ap 2.4,5).

II – A NECESSIDADE DE UM AVIVAMENTO ESPIRITUAL

2.1 Ausência de entusiasmo. A falta de entusiasmo aponta para a necessidade de um despertamento espiritual. Quando se perde o prazer de se adorar a Deus (Ml 1.10-13), quando não há alegria em contribuir para a obra de Deus (Ag 1.1-6; 2Co 9.7), são sinais de um esfriamento na vida devocional, uma vez que a recomendação bíblica para o crente é que este seja fervoroso: “Não sejais vagarosos no cuidado; sede fervorosos no espírito, servindo ao Senhor” (Rm 12.11).

2.2 Ausência do lugar da adoração. No passado, alguns dos judeus haviam perdido o valor de se estar no templo, apresentando-se muitas vezes apenas para cumprir um ritual (Ml 1.6-8), mas, sem a essência da verdadeira adoração (Os 6.6; Sl 51.17), por esta e outras razões, Deus permitiu a destruição do templo de Jerusalém (Dn 1.2). No processo da restauração espiritual, uma das primeiras ações de Deus para a nação, foi a reedificação da sua casa (Ed 1.2,3), resgatando no povo o desejo pela casa do Senhor (Sl 42.2-4).

2.3 Ausência de moralidade. No período pós cativeiro. os que viviam em Jerusalém, além de estarem passando por inúmeras privações (Ne 1.3); também viviam e uma cidade em total ruína (Ne 2.17). Não havia segurança pública visto que os muros continuavam derrubados, e de igual modo, a justiça social estava comprometida bem como a vida espiritual (Ne 5.1-5; Is 1.1-6). A ruína da cidade ilustrava também a espiritualidade do povo, pois havia contraído casamento misto (Ed 9.1,2), como também, tolerando pessoas desautorizadas em posições de importância religiosa (Ne 13.1-9). Daí a necessidade urgente de um avivamento espiritual.

III – ATITUDES PARA O AVIAVAMENTO ESPIRITUAL

3.1 Priorizar a Palavra de Deus. No período do rei Josias, enquanto os trabalhadores faziam os reparos, o sumo sacerdote Hilquias encontrou uma cópia do Livro da Lei. Após ouvir o seu conteúdo, Josias “rasgou as suas vestes” (2Rs 22.8,11-b). O Registro Sagrado diz que o rei Josias: (a) achou a Palavra dentro da Casa do Senhor, por meio do sumo sacerdote (2Rs 22.8); (b) o escriba leu a Palavra diante do rei (2Rs 22.10); (c) temeu a Palavra (2Rs 22.11); e (d) agiu por causa da Palavra (escrita e profética), promovendo uma grande reforma religiosa em Judá, pois deu ouvidos à voz do Senhor (2Rs 22.11-20; 23.1-3). Não é possível haver avivamento espiritual sem os parâmetros da Palavra de Deus (Ne 8.13,18).

3.2 Oração perseverante. Todos que buscaram a Deus em momentos de decadência espiritual, ou em grande tristeza, foram por Ele atendidos, pois é compromisso do Senhor com o seu povo (2Cr 7.14). É através da oração que podemos superar toda e qualquer crise. Foi isto que fez Abraão (Gn 20.17), Isaque (Gn 25.21), o rei Josafá (2Cr 20.5-12), Paulo e Silas (At 16.25) e outros. O salmista Asafe disse: “Invoca-me no dia da angústia; eu te livrarei, e tu me glorificarás” (Sl 50.15).

3.3 Temor. Era outra característica da igreja primitiva. É interessante observar que o texto diz: “E em toda a alma havia temor…” (At 2.43a). Não era apenas em alguns cristãos, ou na maioria dos cristãos, e sim, “em toda a alma”. Nenhuma igreja poderá ser avivada, se não houver temor ao Senhor.

3.4 Desprendimento dos bens materiais. Uma igreja avivada não se apega aos bens materiais. Por isso, a igreja primitiva repartia seus bens com os necessitados, como uma prova de amor ao próximo e desprendimento dos bens terrenos (At 2.44,45; Cl 3.1-3).

3.5 Perseverança em ir ao templo. O médico Lucas diz que aqueles cristãos “perseveravam todos os dias no templo…” (At 2.46a). Isto nos ensina que uma igreja avivada reconhece a necessidade de estar na casa de Deus (Sl 122.1). É lamentável que, nos dias atuais, muitos cristãos não perseveram em ir ao templo.

3.6 Louvor a Deus. Quando a igreja é avivada, Deus é louvado no seu templo (At 2.47). Não há lugar para show e muito menos estrelismo. Uma igreja avivada ocupa-se com a genuína adoração ao Único e Verdadeiro Deus (Jo 4.23,24).

IV – AVIVAMENTO DEMONSTRADO NO A.T. E N.T.

Ao contrário dos que defendem que o avivamento é apenas fruto de Atos 2, a Bíblia demonstra que tal avivamento já era experimentado no A.T., e trazia muitos resultados, senão vejamos:

4.1 No Antigo Testamento. O AT descreve diversos avivamentos que ocorreram no meio do povo de Deus, tais como: reinado de Asa (II Cr 15. 1-15); no reinado de Joás (II Rs 11 e 12); no reinado de Ezequias (II Rs 18. 4-7); no reinado de Josias (II Rs 22 e 23); nos dias de Esdras e Neemias (Ne 8.1-18; 9.1-38), além de outros. Todos eles ocorreram em momentos de crise moral e espiritual, e tiveram como resultado:

  • Obediência aos mandamentos divinos (II Rs 18.6; II Rs 22.2; 23.3; Ne 9.38);
  • Retorno do culto ao Senhor (II Cr 15.8; II Rs 23.21-23; Ne 8.13-18);
  • Destruição dos ídolos (II Cr 15.8; II Rs 18.4; II Rs 23.4-20);
  • Arrependimento, confissão e abandono do pecado (II Rs 22.11; Ne 9.1-3);
  • Entrega de ofertas e holocaustos ao Senhor (II Cr 15.11; II Rs 11.11; 22.4-7);
  • Prosperidade espiritual (II Rs 18.6; 23.25).

4.2 No Novo Testamento. As experiências vividas na Igreja Primitiva nos revelam a plenitude do que acontece quando a igreja é avivada. Vejamos:

  • Pregação do Evangelho com ousadia, mesmo em meio às ameaças (At 4.20,29; 5.29);
  • Conversão de almas (At 2.14-42; 5.14; 8.12; 11.21);
  • Batismo com o Espírito Santo (At 8.14-17; 10.44-46; 19.1-6);
  • Milagres e maravilhas (At 3.6-9; 8.5-8; 9.32-42);
  • Dedicação a obra missionária (At 1.8; 13.1-4);
  • Ação social (At 6.1-3; 9.36).

V – RESULTADOS DO AVIVAMENTO ESPIRITUAL

  • O genuíno avivamento produz uma mudança de vida (Rm 8.15-17; 11.1-2; 2Co 5.14-17);
  • O genuíno avivamento ilumina a mente e a razão com a Palavra e com o Espírito (Pv 3.13; Cl 1.9; Tg 1.5);
  • O genuíno avivamento produz frutos do Espírito Santo (G1 5.16-26; Ef 5.18);
  • O genuíno avivamento abrange todo o ser do homem (Jr 31.31-33; Ez 36.25-28; 1Ts 5.23);
  • O genuíno avivamento produz unidade cristã (1Co 12.4-7; At 4.32);
  • O genuíno avivamento tem a oração como elemento fundamental (Rm 12.12; Cl 4.2; 1Tm 2.1-2);
  • O genuíno avivamento produz um autêntico quebrantamento (1Pd 5.6; Sl 51.112; Rm 5.1; Ef 2.16-18).

CONCLUSÃO

Concluímos que o Avivamento Espiritual é uma necessidade para os dias de hoje. Deus é o maior interessado que a Igreja seja avivada, para que ocorram muitas conversões, milagres, curas, batismo com o Espírito Santo e manifestação dos dons espirituais. Portanto, que neste trimestre não estudemos apenas sobre o tema, mas mergulhemos em uma experiência mais profunda com Deus e sua Palavra.

REFERÊNCIAS

  • RENOVATO, Elinaldo. Avia a Tua Obra. CPAD
  • SOARES, Esequias. Visão Panorâmica do Antigo Testamento. CPAD
  • SOARES, Esequias. O Ministério profético na Bíblia. CPAD.
  • STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

Fonte: portalrbc1.