O evangelho no mundo acadêmico e político

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3º TRIMESTRE 2016

O DESAFIO DA EVANGELIZAÇÃO

Obedecendo o ide do Senhor Jesus de levar as Boas-Novas a toda criatura

COMENTARISTA: Pr. Jose Gonçalves

LIÇÃO 07 – O EVANGELHO NO MUNDO ACADÊMICO E POLÍTICO – (Dn 2.24-28)

INTRODUÇÃO

Nesta lição trataremos de alguns desafios específicos quando tentamos evangelizar universitários e pessoas que ocupam cargos políticos. Falaremos também de que é necessário anunciar o Evangelho de forma estratégica a fim de que a mensagem de Cristo possa alcançar o coração dos pecadores nestes lugares; e, por fim, destacaremos a pessoa do apóstolo Paulo como um missionário que cumpriu o seu chamado de evangelizar os povos, alcançando tanto leigos como intelectuais, tanto plebeus como reis e magistrados.

I – A UNIVERSIDADE NA BÍBLIA

Pode parecer sem sentido falar-se em universidade na Bíblia, mas, no nosso entender, há referências que indicam a existência de pessoas que tinham estudos de “nível superior” para sua época, mesmo que não houvessem instituições formais de ensino universitário nos moldes que a conhecemos. A evangelização nas universidades também deve ser uma prioridade máxima da igreja, pois do universo acadêmico saem os cientistas, educadores, formadores de opinião e boa parte dos governantes e legisladores. Vejamos alguns exemplos de personagens bíblicos que se destacaram em sua “vida universitária”:

1.1 Moisés. O líder do êxodo “foi instruído em toda a ciência dos egípcios, era poderoso em palavras e obras” (At 7.22). Certamente, Moisés tinha obtido instrução de nível superior no Egito, conhecendo as letras, as artes, as ciências agrárias, a astronomia, a matemática e tudo o que era necessário para uma pessoa que, segundo historiadores, poderia ter sido ocupante do trono egípcio, como “filho da filha de Faraó” (Hb 11.24).

1.2 Os jovens hebreus. Daniel e seus três companheiros exilados em Babilônia, destacaram-se como acadêmicos, servidores públicos e políticos. Foram selecionados criteriosamente em um verdadeiro “vestibular” (Dn 1.4). Após passarem pela prova de sua fé, não se contaminando com o manjar do rei, os moços hebreus receberam de Deus “conhecimento e inteligência em toda a cultura e sabedoria” (Dn 1.17). Daniel e seus três amigos foram reeducados cientificamente na língua e na cultura dos caldeus (Dn 1.4), nos textos cuneiformes em acádio, uma vasta gama de resumos sobre religião, magia, astrologia e ciências, além de falarem e escreverem em aramaico. E mesmo assim, tiveram uma vida e uma carreira acadêmica testemunhal.

1.3 Jesus entre os doutores de Israel. O adolescente Jesus, aos 12 anos de idade, teve a oportunidade singular de, com a sabedoria divina, confundir os doutores e sábios de Israel (Lc 2.46-47). Os doutores de Israel eram, sem dúvida, pessoas de nível “universitário” para a sua época. O menino Jesus os sobrepujou em tudo, pois crescia “em sabedoria, em estatura e em graça para com Deus e os homens” (Lc 2.52).

1.4 O apóstolo Paulo. Devemos, também, considerar a ascendência “universitária” judaica de Paulo (Fp 3.5). Na escola da sinagoga o menino começava a ler as Escrituras com apenas cinco anos de idade, aos dez anos, estudou em Mishna com suas interpretações emaranhadas da Lei. Assim, ele se aprofundou na história, nos costumes, nas Escrituras e na língua do seu povo (falava hebraico, grego, aramaico e latim). Saulo estudou em Tarso e ingressou na universidade desta cidade que era uma das principais de sua época. Passou em Jerusalém sua juventude “aos pés de Gamaliel”, onde foi instruído “segundo a exatidão da lei…” (At 22.3). Gamaliel era neto de Hillel, um dos maiores rabinos judeus. Segundo a profecia de Atos 9.15 o público para quem Paulo foi enviado incluía as autoridades políticas “[…] para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis […]”.

II – A BÍBLIA E A POLÍTICA

2.1 Conceito de política. Política é ainda a ciência da governança de um Estado ou Nação e também uma arte de negociação para compatibilizar interesses. O termo tem origem no grego “politiká”, uma derivação de “polis” que designa “cidade” ou o que é público. O significado de política é muito abrangente e está, em geral, relacionado com aquilo que diz respeito ao espaço público (FERREIRA, 2004, p. 1592)

2.2 O cristão como cidadão na terra. De todas as áreas da vida do cidadão, a política tem sido uma em que muitos cristãos não têm sido bem sucedidos, por não se conduzirem de modo digno diante de Deus, diante da pátria, da consciência e de seus pares, como o fizeram Daniel e seus companheiros no reino babilônico. Na realidade, porém, a política é atividade necessária ao bom ordenamento e desenvolvimento da vida de uma nação, na qual a Igreja está inserida. Analisemos como:

2.2.1 O cristão como eleitor. É de grande importância que o servo ou serva de Deus saiba exercer o seu direito, quando do momento das eleições municipais, estaduais ou federais. É hora de mostrar que é cidadão do céu, exercendo um direito de cidadão da terra. Como tal, lembrar-se de que é sal da terra e luz do mundo (Mt 5.13,14). Notemos então:

2.2.2 O cristão e seu voto. Antes de qualquer decisão, o crente em Jesus deve orar a Deus, pedindo sua direção pois um voto errado pode ser motivo de tristeza, frustração e arrependimento tardio. É votar por fé, pois “tudo o que não é de fé é pecado” (Rm 14.23). Diante dos candidatos, o cristão jamais deve aceitar vender seu voto. Isso é anti-ético para um cidadão do céu e revela um profundo subdesenvolvimento cultural.

2.2.3 O cristão e sua preferência. Havendo um cristão que tenha um perfil claramente identificado com Cristo, sério, comprometido com o Reino de Deus, de bom testemunho na igreja, que seja honesto, cumpridor de seus deveres como pai e esposo, que tenha vocação para a vida pública, o eleitor crente deve dar preferência à sua candidatura, em lugar de eleger um descrente, que não tem qualquer compromisso com a igreja do Senhor. A Palavra de Deus recomenda: “Então, enquanto temos tempo, façamos o bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé” (Gl 6.10).

2.2.4 O cristão e os políticos sábios. É bom lembrar o que diz a Bíblia: “Não havendo sábia direção, o povo cai, mas, na multidão de conselheiros, há segurança” (Pv 11.14). Ninguém melhor que um servo de Deus, para ter “sábia direção” na condução de cargos públicos, administrativos ou políticos. Exemplo disso, temos na Bíblia, como José, que foi governador do Egito (Gn 41.14-44); no reinado de Artaxerxes, rei da Pérsia, Esdras destacou-se como líder sobre seu povo (Ed 7 a 10); Neemias, um copeiro de confiança do rei, foi designado para reconstruir Jerusalém, tornando-se governador exemplar; Daniel, na Babilônia, foi o principal dos príncipes, nomeado pelo rei Dario, e trabalhou tão bem que estava cotado para ser o governante sobre todo o reino (Dn 6.1-3). Os cidadãos cristãos precisam orar a Deus para que levante candidatos que honrem seu nome ao serem eleitos, pois “quando os justos triunfam, há grande alegria”. “Quando os justos triunfam, há grande alegria; mas, quando os ímpios sobem, os homens escondem-se” (Pv 28.12).

2.2.5 O cristão e os ímpios eleitos. A Bíblia é realista: “Quando os ímpios sobem, os homens se escondem, mas, quando eles perecem, os justos se multiplicam” (Pv 28.28). É verdade, quando são eleitos ímpios, homens carnais, materialistas, muitos ateus, espíritas, infiéis aos compromissos, soberbos, corruptos, ingratos, insolentes e insensíveis, os quais, se eleitos, não querem servir e sim serem servidos. Não temem a Deus, nem respeitam o próximo (Lc 18.2). Quando os tais são eleitos, os verdadeiros homens de bem desaparecem de cena. É bom os crentes pensarem bem, em oração, e não usarem seus votos para elegerem ímpios. A Bíblia diz que devemos examinar tudo e ficar com o bem (1Ts 5.21).

2.2.6 O cristão e sofrimento com os maus políticos. A Igreja poderá sofrer grandemente com a ação de homens ímpios. Já há, no Congresso, projeto de lei, propondo a “união civil entre pessoas do mesmo sexo”, que nada mais é que a legalização pura e simples do homossexualismo, que é na Bíblia, um pecado gravíssimo, “uma abominação ao Senhor” (Lv 18.22,23; Rm 2.24-28). Projeto, legalizando o aborto já foi apresentado. Em breve, poderão vir projetos, legalizando a eutanásia, a clonagem de seres vivos (inclusive humanos), o jogo do bicho, os cassinos, e a maconha, além de outros, que destroem a dignidade da raça humana, conforme os princípios do Criador. Quem faz as leis? São aqueles que são eleitos, inclusive com o voto dos cristãos. Portanto, é tempo de despertar; de agir com santidade mas sem ingenuidade.

III – COMO PREGAR NO MUNDO ACADÊMICO E POLÍTICO

A Bíblia não somente orienta-nos a pregar o evangelho como também nos ensina a forma como devemos pregar. Por não entender isto, é que alguns cristãos promovem escândalos e dissensões quando anunciam o evangelho de forma equivocada. É preciso usar estratégias a fim de que a preciosa mensagem de Cristo alcance os corações dos ouvintes. Vejamos algumas formas com as quais podemos anunciar o evangelho nos ambientes acadêmico e político:

3.1 Com a própria vida (1Pe 3.1). Nenhum testemunho a cerca de Cristo é tão impactante na evangelização quanto o testemunho pessoal (Mt 5.13-16). Pedro nos ensina que a melhor defesa não é uma argumentação veemente mas um bom procedimento em Cristo, o testemunho silencioso de uma vida santa centrada no Senhor Jesus (1Pe 1.14-16; 2.12). Pois, de nada adiantará pregarmos a mensagem de Cristo senão reproduzirmos no dia a dia, os traços do seu caráter em nosso comportamento (Tg 2.12; 1Jo 2.6). Os universitários cristãos devem produzir frutos dignos de um salvo, como também aqueles que estão assumindo cargos públicos a fim de que o Nome do Senhor seja glorificado (Mt 5.16; I Pe 3.15).

3.2 Com respeito e mansidão (1Pe 3.15). Infelizmente existem pessoas que usam a mensagem do evangelho para agredir a vida alheia, esquecendo-se de que esta não foi a forma como Jesus evangelizou. Ele sabia lidar com as pessoas (Jo 4.6-10). O apóstolo Pedro nos recomenda agir da mesma forma, quando as pessoas perguntarem o motivo da nossa crença. Segundo Beacon (2006, p. 233), “isto envolve um relato racional das verdades básicas do cristianismo e uma refutação convincente de acusações falsas. Para ser eficiente, o testemunho deve estar baseado numa vida piedosa; deve ser apresentado com firmeza, livre de qualquer traço de rebeldia ou desrespeito para com os inquiridores, e deve vir de um coração que está consciente da presença divina”.

3.3 Com sabedoria (Cl 4.5). Além de mansidão e respeito, precisamos ter sabedoria para comunicar o evangelho de Cristo. O termo grego para ‘sabedoria’ é ‘sophia’ e significa: “habilidade nas questões da vida”, “sabedoria prática”, “administração sábia e sensata” ou “uso correto do conhecimento” (Lc 21.15; At 6.3; 7.10; Cl 1.28; 3.16; 4.5)” (STAMPS, 1995, p. 1926). Esta encontra-se a disposição daquele que busca em oração (Ef 1.17; Tg 1.5; 17). Jesus prometeu aos seus seguidores que lhes daria sabedoria para responder a cerca da sua fé, quando fossem questionados (Mt 10.17-20).

CONCLUSÃO

Sem sombra de dúvidas, a evangelização é uma tarefa desafiadora. Ainda mais quando se trata de testemunhar de Cristo no mundo acadêmico e político. Faz-se necessário que nós cristãos saibamos de forma prudente comunicar as Boas Novas de salvação da forma correta, mostrando aos acadêmicos e aos políticos que, ser cristão não é cometer suicídio intelectual; que fé e a razão são convergentes, não excludentes; e, por fim que a fé cristã traz contribuição significativa para o homem em todas as áreas da sua vida.

REFERÊNCIAS

  • EARLE, Ralph. Comentário Bíblico Beacon. Vol 07. CPAD.
  • STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
  • TAYLOR, Richard S, et al. Comentário Bíblico Beacon. Vol 10. CPAD.

Fonte: REDE BRASIL

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