Confessando e abandonando o pecado

 

2º TRIMESTRE 2024

A CARREIRA QUE NOS ESTÁ PROPOSTA

O caminho da salvação, santidade e perseverança para chegar ao céu

COMENTARISTA:  Pr. Osiel Gomes

LIÇÃO 08 – CONFESSANDO E ABANDONANDO O PECADO – (Sl 51.1-12; 1Jo 1.8-10)

INTRODUÇÃO

Nesta lição estudaremos sobre a confissão e o abandono do pecado; começaremos, então, abordando a definição de bíblica-teológica do pecado, veremos os passos que levam a queda, para isso analisaremos a transgressão cometida pelo rei Davi. Por fim, pontuaremos a confissão como uma condição para a restauração espiritual.

I  – DEFINIÇÃO DO TERMO PECADO

1.1 Definição exegética e bíblica. A palavra hebraica “hatah” e a grega “hamartia” originalmente significam: “errar o alvo, falhar no dever” (Rm 3.23). Existem outras várias designações bíblicas para o pecado, muito mais do que há para o bem. Cada palavra apresenta a sua contribuição para formar a descrição completa desta ação horrenda contra um Deus santo. Em um sentido básico pecado é: “a falta de conformidade com a lei moral de Deus, quer em ato, disposição ou estado” (Chaves, 2015, p. 128). Podemos afirmar ainda que: “O pecado é a transgressão da Lei de Deus” (1Jo 3.4).

1.2 Descrição bíblica de pecado. Pecado é a transgressão deliberada e consciente das leis estabelecidas por Deus. Transgressão “é o ato de transgredir” “violar” ou “infringir”. Transgredir é “a quebra de um dever e de uma ordem” (Rm 2.23). Por isso, a Bíblia diz que ao pecar, Eva caiu em transgressão (1Tm 2.14), o mesmo que ocorreu com Adão (Rm 5.14). O pecado é, de fato, uma ativa oposição a Deus, uma transgressão das suas leis, que o homem, por escolha própria, cometeu (Gn 3.1-6; Rm 1.18-32; 1Jo 3.4).

II  – O PECADO DE DAVI: PASSOS QUE LEVARAM À QUEDA

Davi estava vivendo um dos melhores momentos de sua vida e de seu reinado. Tinha um exército respeitado (2Sm 8,10); as fronteiras haviam sido ampliadas (2Sm 5.6-12); tinha uma linda casa nova (2Sm 5.11); e até planos para construir o templo do Senhor (2Sm 7). Porém, como acontece geralmente com todas as pessoas, a queda de Davi não foi repentina. Algumas brechas começaram a se abrir, em sua vida espiritual. Vejamos:

2.1 Ociosidade.  a Palavra de Deus nos diz: “E Aconteceu que, tendo decorrido um ano, no tempo em que os reis saem à guerra, enviou Davi a Joabe, e com ele os seus servos, e a todo o Israel; porém Davi ficou em Jerusalém”. Como o reinado estava consolidado, possivelmente Davi achou que não havia necessidade de ir à batalha com seu exército. Mas, o maior erro de Davi não foi ficar em Jerusalém; seu maior erro foi abrir a guarda da vigilância. Além de ficar no palácio, o rei foi passear no terraço da casa real (2Sm 11.1,2). As maiores tentações que o crente enfrenta, não são aquelas que lhe sobrevêm quando ele está à frente da peleja, e sim, quando está ocioso.

2.2 Cobiça. Enquanto passeava, Davi viu Bate-Seba que estava se banhando. Ao vê-la, Davi a cobiçou, pois era uma mulher muito formosa (2Sm 11.2,3). O pecado da cobiça leva o homem perder o domínio próprio e ficar sob o domínio da carne (Tg 1.14,15). Foi isto que aconteceu com Davi. Ele procurou saber quem era aquela mulher e lhe informaram que era a mulher de Urias, ou seja, era uma mulher casada, e não era lícito possuí-la. Mas ele não se conteve e mandou trazê-la.

2.3 Insensibilidade. Mesmo sabendo que aquela mulher era casada (2Sm 11.3), Davi a possuiu e adulterou com ela, sem pensar nas consequências do seu erro. Uma das estratégias de Satanás é cegar o homem para as consequências do pecado; Davi ficou “cego” e transgrediu o mandamento de Deus ao tomar a mulher de outro homem (Êx 20.14,17).

III  – A CONFISSÃO E ARREPENDIMENTO: UM PASSO PARA A RESTAURAÇÃO

3.1. A confissão e a sua importância para a restauração espiritual. A confissão é de suma importância para que haja mudança: “O que encobre as suas transgressões nunca prosperará, mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia” (Pv 28.13). A Bíblia nos mostra que sem arrependimento não há remissão de pecados, portanto a confissão é a porta para o arrependimento e um passo essencial para a restauração: “E a descendência de Israel se apartou de todos os estrangeiros, e puseram-se em pé, e fizeram confissão pelos seus pecados e pelas iniquidades de seus pais” (Ne 9.2). A confissão e o arrependimento ajudam a curar a ferida. O arrependimento é uma mudança de mente e disposição para abandonar o pecado, envolvendo em senso de culpa e desamparo, apreensão da misericórdia de Deus, um forte desejo de escapar ou ser salvo do pecado, e abandono voluntário. A confissão de Davi é premiada como misericórdia. A Bíblia nos mostra o perdão pela confissão: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça” (1Jo 1.9). O apóstolo João trata a mentira e a sua progressão entre aqueles que tiveram um encontro com Jesus:

“Se dissermos que temos comunhão com ele, e andarmos em trevas, mentimos, e não praticamos a verdade” (1Jo 1.6) As pessoas que estão em nossa volta tem comunhão com Deus, mas a forma de viver não corresponde como as nossas palavras. Andamos em trevas, e isso não corresponde a praticar a mentira;

“Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós.” (1Jo 1.8). Após mentirmos as pessoas que nos cercam, estamos mentindo a nós mesmos;

“Se dissermos que não pecamos, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós” (1Jo 1.10). Quando tentamos mentir para Deus, fazemo-nos dele mentiroso, o qual testifica da pecaminosidade do homem (Mt 6.23b). Se nós erramos, precisamos do seu perdão para caminhar.

3.2 O arrependimento e a sua importância para a restauração espiritual. Como todos os homens pecaram e destituídos estão da glória de Deus (Rm 3.23), o arrependimento também é necessário a todos os homens. Jesus mesmo introduziu a mensagem do Reino, chamando as pessoas ao arrependimento (Mt 4.17; 9.13; Mc 2.17). Ele comissionou os apóstolos a pregarem esta mensagem (Lc 24.47). Confira também (Mc 6.12; At 2.38; 3.19; 8.22). Paulo disse que por meio do evangelho se “anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam” (At 17.30). O arrependimento é vital para que o ser humano possa obter a salvação (At 2.38; 3.19; 2Co 7.10). Jesus ensinou que, se não houver arrependimento o homem perecerá em seus pecados (Lc 13.3,5; Jo 8.14). “O verdadeiro arrependimento é o que produz convicção do pecado; contrição do pecado; confissão do pecado; abandono do pecado; e conversão do pecado” (Gilberto, 2008, p. 358).

IV  – O ABANDONO DO PECADO: A GARANTIA DA RESTAURAÇÃO

4.1 A atitude de Davi. Enquanto o monarca não agiu corretamente em reconhecer sua falha, estava na seguinte condição: “Enquanto eu me calei, envelheceram os meus ossos pelo meu bramido em todo o dia. Porque de dia e de noite a tua mão pesava sobre mim; o meu humor se tornou em sequidão de estio” (Sl 32.2,3). Mas ao reconhecer e buscar ao Senhor, Deus respondeu à sua petição: “Confessei-te o meu pecado e a minha maldade não encobri; dizia eu: Confessarei ao SENHOR as minhas transgressões; e tu perdoaste a maldade do meu pecado” (Sl 32.5). Voltava à paz com seu Pai celestial. Embora Davi merecesse claramente a pena de morte (Lv 20.10; 24.17), o Senhor perdoou-o por ter demonstrado arrependimento e remorso. Até mesmo no Antigo Testamento podemos ver a graça de Deus resplandecer no relacionamento dos seus filhos (Jr 18.8) Essa experiência de Davi com o Senhor ressalta a graça divina como nenhuma outra passagem veterotestamentária. Os erros de Davi sempre se relacionam com a falha em não consultar a vontade de Deus; em vez disso, sua restauração estava sempre ligada ao ato de renovar a comunicação com Deus (Sl 55.4).

CONCLUSÃO

Aprendemos nesta lição a importância da restauração espiritual de Davi. Ele reconheceu o seu erro e pediu a misericórdia de Deus sobre a sua vida. “Esconde a tua face dos meus pecados, e apaga todas as minhas iniquidades. Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito reto. Não me lances fora da tua presença, e não retires de mim o teu Espírito Santo. Torna a dar-me a alegria da tua salvação, e sustém-me com um espírito voluntário” (Sl 51.9-12).  Em nossos dias os servos de Deus precisam reconhecer os seus erros e ter um melhor relacionamento com Deus, assim obedecendo os seus estatutos e aguardando a sua Palavra. “Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti” (Sl 119.11).

REFERÊNCIAS

  • ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.
  • CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. HAGNOS.
  • CHAVES, Gilmar, Vieira. Temas Centrais da Fé Cristã. CENTRAL GOSPEL.
  • GEISLER, Norman. Teologia Sistemática. CPAD.
  • STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

Fonte: portal rbc1/lições

O reino dividido: Jeroboão e Roboão

3º TRIMESTRE 2021

O PLANO DE DEUS PARA ISRAEL EM MEIO A INFIDELIDADE DA NAÇÃO

As correções e os ensinamentos divinos no período dos reis de Israel

COMENTARISTA:  Pr. Claiton Ivan Pommerening 

LIÇÃO 02 – O REINO DIVIDIDO: JEROBOÃO E ROBOÃO
(1Rs 12.1-10,13,1426-29)

INTRODUÇÃO

Nesta lição estudaremos a monarquia de Israel e as causas da sua divisão. Os dois personagens principais a serem analisados serão os reis Jeroboão e o Roboão que protagonizaram a cisão do reino. Veremos os erros que eles cometeram e, por fim, extrairemos lições que nos previne de cometermos as mesmas falhas.

I – A MONARQUIA E O REINO DIVIDIDO

Após 120 anos de monarquia, uma grande cisão política e religiosa que ocorreu durante o reinado de Roboão separou a nação de Israel em dois reinos, a saber: o reino do Sul, Judá (duas tribos) e o reino do Norte (dez tribos) (2Cr 10.1-15). Os reis de Judá eram descendentes de Davi, mas os reis de Israel vieram de várias famílias e tribos diferentes. Notemos:

1.1 A dinastia do reino do Norte (Israel ou Samaria). O reino de Israel teve 19 reis ao longo de 200 anos de dinastia (série de reis ou soberanos de uma mesma família que se sucedem no trono), tendo o cativeiro assírio marcado o seu fim. Todos os 19 reis (Jeroboão I; Nadabe; Baasa; Elá; Zinri; Onri; Acabe; Acazias; Jorão; Jeú; Jeoacaz; Jeoás; Jeroboão II; Zacarias; Salum; Menaém; Pecaías; Peca e Oseias), “fizeram o que pareciam mal aos olhos do Senhor” (1Rs 12.20). Por mais que os profetas exortassem o povo a voltar aos mandamentos de Deus, a liderança permanecia no erro, porque lhe era conveniente. Assim, o reino do Norte deixou de existir quando a Assíria derrubou a monarquia israelita e levou as tribos em cativeiro (2Rs 15.29).

1.2 A dinastia do reino do Sul (Judá). O reino de Judá, com capital em Jerusalém, foi exercido por 19 descendentes de Davi (Roboão; Abias; Asa; Josafá; Jeorão; Acazias; Joás; Amazias; Uzias; Jotão; Acaz; Ezequias; Manassés; Amom; Josias; Jeoacaz; Jeoaquim; Joaquim e Zedequias), e uma mulher que foi Atalia que quando soube da morte de seu filho Acazias, matou todos os seus netos (menos um, que escapou foi salvo pela sua tia) e tomou o trono de maneira ilegítima. Depois de sete anos, porém, foi deposta e assassinada (2Rs 11.1-20). Um dos momentos áureos do reino de Judá foi a grande reforma promovida pelo rei Ezequias, na qual o culto e o sacrifício a Deus foram restaurados (2Cr 30.26). Infelizmente, apesar das profecias de advertência ao povo, a fim de que abandonassem a idolatria e se voltassem para Deus, Israel continuou vivendo de maneira leviana.

II – INFORMAÇÕES SOBRE JEROBOÃO

Seu nome na língua hebraica significa: “O povo tornou-se numeroso”. Jeroboão I, filho de Nebate, efrateu, (1Rs 11.26). Jeroboão era ervo de Salomão e foi colocado sobre todo o trabalho forçoso, (1Rs 11.28). O profeta Aías rasgou a capa nova de Jeroboão em 12 pedaços e lhe devolveu 10, profetizando que Deus rasgaria o reino de Salomão, dando-lhe 10 das tribos (1Rs 11.30). Era o primeiro rei sobre Israel (1Rs 12.20). Pôs um bezerro de ouro em Dã e outro em Betel (1Rs 12.29). Devido aos seus pecados, Aías profetizou contra Jeroboão (1Rs 14). Houve guerra contínua entre Jeroboão e Roboão, rei de Judá (1 Rs 15.6), reinou 22 anos (1Rs 14.20) sendo sucedido por seu filho, Nadabe (BOYER, 1999, p. 417). Notemos alguns pecados de Jeroboão:

2.1 Erigiu ídolos em Israel para manter o povo afastado de Jerusalém. Jeroboão, do reino do norte, fundou um falso sistema religioso, levando o povo a adorar falsos deuses, (1Rs 12. 27-30; Êx 20.3,4), tendo como modelo o bezerro de ouro feito por Arão (Êx 32.8). Nomeou sacerdotes “que não eram dos filhos de Levi” (1Rs 12.31), e assim pôs no ministério homens que não tinham as qualidades para isso segundo a lei de Deus. A instituição de um falso sistema religioso, por Jeroboão, produziu dois resultados: (1) a maior parte do povo do reino do Norte passou a adorar a Baal, cujo culto incluía a prática imoral da prostituição religiosa. (2) A maior parte do reino de Israel que permaneceu fiel a Deus e à sua lei, teve grandes perdas. (STAMPS, 2007, p. 542).

2.2 Nomeou sacerdotes que não pertenciam à tribo de Levi. Jeroboão nomeou sacerdotes, homens que não possuíam os requisitos exigidos por Deus, os quais estão registrados em (Nm 3.6-9; 8.5-20). Deus proibiu a nomeação de sacerdotes de outras tribos. A desobediência a tal preceito seria punida com a pena de morte: “Mas a Arão e a seus filhos ordenarás que guardem o seu sacerdócio, e o estranho que se chegar morrerá.” (Nm 3.10). Na Nova Aliança, o sacerdócio levítico já não existe, ainda assim Deus estabeleceu qualificações essenciais definidas aos que aspiram ao ministério (pastores ou dirigentes de igrejas locais). Essas qualificações espirituais e morais foram registradas pelo apóstolo Paulo (1Tm 3.1-7; Tt 1.5-9).

2.3 Confiou mais em sua própria inteligência do que nas promessas de Deus. O rei Jeroboão se destacou por ser um varão valente e apto para liderança (1Rs 11.28), isso foi reconhecido por Salomão. No entanto, Jeroboão confiou mais nessas habilidades do que em Deus. Isso ficou evidente na seguinte situação: como manter a lealdade de um povo que constantemente ia a capital de Judá? (1Rs 12.26-27). A solução de Jeroboão foi erigir seu próprio centro de adoração. Confeccionaram dois bezerros de ouro, os quais foram aclamados deuses de Israel. A palavra de Deus nos orienta a não se estribar. “[…] no teu próprio entendimento…” (Pv 3.5-6) antes, confiar os nossos projetos ao Senhor (Sl 56.3; Pv 16.3; Jr 17.7-8).

III – INFORMAÇÕES SOBRE ROBOÃO

Em hebraico significa: “Ele faz o povo aumentar”. Roboão era filho de Salomão e Naamá, Amonita (1Rs 14.31). Foi o último rei sobre as doze tribos unidas, continuando a reinar sobre Judá depois da divisão. Sua dura resposta ao povo, resultou na separação das 10 tribos, das de Judá e Benjamim, (1Rs 12). Deus proibiu que ele pelejasse contra as 10 tribos do norte (1Rs 12.24). Houve guerra entre Roboão e Jeroboão todos os seus dias (1Rs 14.30). Vejamos alguns erros de Roboão:

3.1 Seguiu conselhos insensatos. O Texto Sagrado diz que Roboão desprezou os conselhos dos anciãos; estes conviveram com Salomão e pediram que Roboão servisse ao povo: “[…] Se hoje fores servo deste povo, e o servires, e responderes-lhe, lhe falares boas palavras, todos os dias serão teus servos” (1R 12.7). Roboão, em vez disso, acatou as recomendações dos jovens que haviam crescido com ele, e falou duras palavras ao povo: “[…] meu pai lhes tornou pesado o jugo; eu o tornarei ainda mais pesado. Meu pai os castigou com simples chicotes; eu os castigarei com chicotes pontiagudos” (1Rs 12.11 – NVI). Por causa de um mau conselho uma nação foi dividida. A Bíblia nos manda ter cuidado com os conselhos dos ímpios (Nm. 31.15-16; Sl.1.1, Pv 13.18,20), pois eles trazem prejuízos diversos.

3.2 Casou-se com mulheres estrangeiras. Roboão, em desobediência a Deus, casou-se com várias mulheres: “[…] ele tinha tomado dezoito mulheres, e sessenta concubinas; e gerou vinte e oito filhos, e sessenta filhas” (2Cr 11:21). Essa atitude era expressamente contrária ao que Deus determinara: “[…] Tampouco para si multiplicará mulheres, para que o seu coração não se desvie” (Dt 17.17). O padrão bíblico de casamento é o mesmo, seja para o rei ou para toda a humanidade. Ele deve ser heterossexual e monogâmico (Gn 2.24; Mt 19.4; Hb 13.4). O que passar disso é pecado.

3.3 Abandonou a lei de Deus. Logo após a divisão da nação em dois reinos, Roboão teve o seu reinado confirmado e fortalecido. Foi nesse momento que o rei abandonou a Lei do Senhor, e todo o povo seguiu o seu mau exemplo (1Cr 12.1). Como consequência desse desvio, Deus permitiu que Sisaque, rei do Egito, subisse contra Judá (1Cr. 12.2). Todo ato de repulsa a lei de Deus leva a consequências graves tais como: rejeição (1Sm 15. 23) e morte (Êx 33.12). No entanto, a obediência à palavra de Deus produz bênçãos (Dt 5.29; 11.13; 1Sm 15.21); além disso, os que obedecem a Deus tem o Espírito Santo (At 5.32) e tem suas orações respondidas (1Jo 3.22).

IV – LIÇÕES DA DIVISÃO DO REINO ENTRE JEROBOÃO E ROBOÃO

Existem inúmeras explicações sobre a divisão, mas todas convergem para o fato dela ter ocorrido como um castigo divino sobre a “casa de Davi”, consequência da apostasia de Salomão. O fator do ciúme tribal tinha suas raízes na conquista (Josué 22), e desde essa época ele se manifestava de forma intermitente (Jz 8.1; 2 Sm 20.1). Os pesados impostos podem ter representado uma justificada insatisfação (12.9) […]. Todas essas causas, porém, eram secundárias e elas se tornaram o meio através do qual o castigo divino tornou-se realidade (BEACON, vol. 2, 2005, p. 314). Sendo assim, podemos extrair duas lições:

4.1 A idolatria conduz a perdição. A idolatria é um pecado terminantemente proibido pelo Senhor (Êx 20.5,23; 34.14; Dt 5.8-10; 1 Co 10.14; Gl 5.20; Cl 3.5; 1Pd 4.3; 1Jo 5.21). Tudo aquilo que colocamos no lugar de Deus em nosso coração torna-se um ídolo (pessoas, objetos). Deus não partilha sua adoração com ninguém (Is 40.18; 46.5; Atos 17.29). Se não houver arrependimento sincero e um desejo de volta-se para Deus, o destino será vida separada do Senhor, pois aos idólatras está reservada a condenação eterna (1Co 6.9-10). “Porque bem sabeis isto: que nenhum […] idólatra, tem herança no Reino de Cristo e de Deus” (Ef 5.5).

4.2 O prejuízo causado pelos conselhos dos ímpios. Devemos escolher de quem tomar conselho. O exemplo de Roboão é bastante pedagógico. Se buscamos conselhos que queremos ouvir, já estamos num caminho perigoso: “O caminho do tolo é reto aos seus olhos, mas o que dá ouvidos ao conselho é sábio” (Pv 12.15). O salmista ora a Deus para que o proteja de conselhos ruins, dos mal-intencionados: “Esconde-me do secreto conselho dos maus e do tumulto dos que praticam a iniquidade” (Sl 64.2). Há uma advertência contra os que tomam conselho dos ímpios (Sl 1.1): “Bem-aventurado o varão que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores” (POMMERENING, 2021, p. 32, grifo nosso).

CONCLUSÃO

A divisão do reino de Israel nos deixou algumas lições: a idolatria é um pecado abominável a Deus com sérias consequências e os conselhos dos ímpios trazem graves problemas quando são aceitos.

REFERÊNCIAS

  • BOYER, Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica. Brasil: Editora Vida, 1991.
  • MULDER, O. Chester, et all. Comentário Bíblico Beacon. CPAD, 2005.
  • POMMERENING, Claiton Ivan. O Plano de Deus para Israel em meio à Infidelidade da Nação. CPAD, 2021.
  • STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD. 2010.

Fonte: portalrbc1.