Confessando e abandonando o pecado

 

2º TRIMESTRE 2024

A CARREIRA QUE NOS ESTÁ PROPOSTA

O caminho da salvação, santidade e perseverança para chegar ao céu

COMENTARISTA:  Pr. Osiel Gomes

LIÇÃO 08 – CONFESSANDO E ABANDONANDO O PECADO – (Sl 51.1-12; 1Jo 1.8-10)

INTRODUÇÃO

Nesta lição estudaremos sobre a confissão e o abandono do pecado; começaremos, então, abordando a definição de bíblica-teológica do pecado, veremos os passos que levam a queda, para isso analisaremos a transgressão cometida pelo rei Davi. Por fim, pontuaremos a confissão como uma condição para a restauração espiritual.

I  – DEFINIÇÃO DO TERMO PECADO

1.1 Definição exegética e bíblica. A palavra hebraica “hatah” e a grega “hamartia” originalmente significam: “errar o alvo, falhar no dever” (Rm 3.23). Existem outras várias designações bíblicas para o pecado, muito mais do que há para o bem. Cada palavra apresenta a sua contribuição para formar a descrição completa desta ação horrenda contra um Deus santo. Em um sentido básico pecado é: “a falta de conformidade com a lei moral de Deus, quer em ato, disposição ou estado” (Chaves, 2015, p. 128). Podemos afirmar ainda que: “O pecado é a transgressão da Lei de Deus” (1Jo 3.4).

1.2 Descrição bíblica de pecado. Pecado é a transgressão deliberada e consciente das leis estabelecidas por Deus. Transgressão “é o ato de transgredir” “violar” ou “infringir”. Transgredir é “a quebra de um dever e de uma ordem” (Rm 2.23). Por isso, a Bíblia diz que ao pecar, Eva caiu em transgressão (1Tm 2.14), o mesmo que ocorreu com Adão (Rm 5.14). O pecado é, de fato, uma ativa oposição a Deus, uma transgressão das suas leis, que o homem, por escolha própria, cometeu (Gn 3.1-6; Rm 1.18-32; 1Jo 3.4).

II  – O PECADO DE DAVI: PASSOS QUE LEVARAM À QUEDA

Davi estava vivendo um dos melhores momentos de sua vida e de seu reinado. Tinha um exército respeitado (2Sm 8,10); as fronteiras haviam sido ampliadas (2Sm 5.6-12); tinha uma linda casa nova (2Sm 5.11); e até planos para construir o templo do Senhor (2Sm 7). Porém, como acontece geralmente com todas as pessoas, a queda de Davi não foi repentina. Algumas brechas começaram a se abrir, em sua vida espiritual. Vejamos:

2.1 Ociosidade.  a Palavra de Deus nos diz: “E Aconteceu que, tendo decorrido um ano, no tempo em que os reis saem à guerra, enviou Davi a Joabe, e com ele os seus servos, e a todo o Israel; porém Davi ficou em Jerusalém”. Como o reinado estava consolidado, possivelmente Davi achou que não havia necessidade de ir à batalha com seu exército. Mas, o maior erro de Davi não foi ficar em Jerusalém; seu maior erro foi abrir a guarda da vigilância. Além de ficar no palácio, o rei foi passear no terraço da casa real (2Sm 11.1,2). As maiores tentações que o crente enfrenta, não são aquelas que lhe sobrevêm quando ele está à frente da peleja, e sim, quando está ocioso.

2.2 Cobiça. Enquanto passeava, Davi viu Bate-Seba que estava se banhando. Ao vê-la, Davi a cobiçou, pois era uma mulher muito formosa (2Sm 11.2,3). O pecado da cobiça leva o homem perder o domínio próprio e ficar sob o domínio da carne (Tg 1.14,15). Foi isto que aconteceu com Davi. Ele procurou saber quem era aquela mulher e lhe informaram que era a mulher de Urias, ou seja, era uma mulher casada, e não era lícito possuí-la. Mas ele não se conteve e mandou trazê-la.

2.3 Insensibilidade. Mesmo sabendo que aquela mulher era casada (2Sm 11.3), Davi a possuiu e adulterou com ela, sem pensar nas consequências do seu erro. Uma das estratégias de Satanás é cegar o homem para as consequências do pecado; Davi ficou “cego” e transgrediu o mandamento de Deus ao tomar a mulher de outro homem (Êx 20.14,17).

III  – A CONFISSÃO E ARREPENDIMENTO: UM PASSO PARA A RESTAURAÇÃO

3.1. A confissão e a sua importância para a restauração espiritual. A confissão é de suma importância para que haja mudança: “O que encobre as suas transgressões nunca prosperará, mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia” (Pv 28.13). A Bíblia nos mostra que sem arrependimento não há remissão de pecados, portanto a confissão é a porta para o arrependimento e um passo essencial para a restauração: “E a descendência de Israel se apartou de todos os estrangeiros, e puseram-se em pé, e fizeram confissão pelos seus pecados e pelas iniquidades de seus pais” (Ne 9.2). A confissão e o arrependimento ajudam a curar a ferida. O arrependimento é uma mudança de mente e disposição para abandonar o pecado, envolvendo em senso de culpa e desamparo, apreensão da misericórdia de Deus, um forte desejo de escapar ou ser salvo do pecado, e abandono voluntário. A confissão de Davi é premiada como misericórdia. A Bíblia nos mostra o perdão pela confissão: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça” (1Jo 1.9). O apóstolo João trata a mentira e a sua progressão entre aqueles que tiveram um encontro com Jesus:

“Se dissermos que temos comunhão com ele, e andarmos em trevas, mentimos, e não praticamos a verdade” (1Jo 1.6) As pessoas que estão em nossa volta tem comunhão com Deus, mas a forma de viver não corresponde como as nossas palavras. Andamos em trevas, e isso não corresponde a praticar a mentira;

“Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós.” (1Jo 1.8). Após mentirmos as pessoas que nos cercam, estamos mentindo a nós mesmos;

“Se dissermos que não pecamos, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós” (1Jo 1.10). Quando tentamos mentir para Deus, fazemo-nos dele mentiroso, o qual testifica da pecaminosidade do homem (Mt 6.23b). Se nós erramos, precisamos do seu perdão para caminhar.

3.2 O arrependimento e a sua importância para a restauração espiritual. Como todos os homens pecaram e destituídos estão da glória de Deus (Rm 3.23), o arrependimento também é necessário a todos os homens. Jesus mesmo introduziu a mensagem do Reino, chamando as pessoas ao arrependimento (Mt 4.17; 9.13; Mc 2.17). Ele comissionou os apóstolos a pregarem esta mensagem (Lc 24.47). Confira também (Mc 6.12; At 2.38; 3.19; 8.22). Paulo disse que por meio do evangelho se “anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam” (At 17.30). O arrependimento é vital para que o ser humano possa obter a salvação (At 2.38; 3.19; 2Co 7.10). Jesus ensinou que, se não houver arrependimento o homem perecerá em seus pecados (Lc 13.3,5; Jo 8.14). “O verdadeiro arrependimento é o que produz convicção do pecado; contrição do pecado; confissão do pecado; abandono do pecado; e conversão do pecado” (Gilberto, 2008, p. 358).

IV  – O ABANDONO DO PECADO: A GARANTIA DA RESTAURAÇÃO

4.1 A atitude de Davi. Enquanto o monarca não agiu corretamente em reconhecer sua falha, estava na seguinte condição: “Enquanto eu me calei, envelheceram os meus ossos pelo meu bramido em todo o dia. Porque de dia e de noite a tua mão pesava sobre mim; o meu humor se tornou em sequidão de estio” (Sl 32.2,3). Mas ao reconhecer e buscar ao Senhor, Deus respondeu à sua petição: “Confessei-te o meu pecado e a minha maldade não encobri; dizia eu: Confessarei ao SENHOR as minhas transgressões; e tu perdoaste a maldade do meu pecado” (Sl 32.5). Voltava à paz com seu Pai celestial. Embora Davi merecesse claramente a pena de morte (Lv 20.10; 24.17), o Senhor perdoou-o por ter demonstrado arrependimento e remorso. Até mesmo no Antigo Testamento podemos ver a graça de Deus resplandecer no relacionamento dos seus filhos (Jr 18.8) Essa experiência de Davi com o Senhor ressalta a graça divina como nenhuma outra passagem veterotestamentária. Os erros de Davi sempre se relacionam com a falha em não consultar a vontade de Deus; em vez disso, sua restauração estava sempre ligada ao ato de renovar a comunicação com Deus (Sl 55.4).

CONCLUSÃO

Aprendemos nesta lição a importância da restauração espiritual de Davi. Ele reconheceu o seu erro e pediu a misericórdia de Deus sobre a sua vida. “Esconde a tua face dos meus pecados, e apaga todas as minhas iniquidades. Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito reto. Não me lances fora da tua presença, e não retires de mim o teu Espírito Santo. Torna a dar-me a alegria da tua salvação, e sustém-me com um espírito voluntário” (Sl 51.9-12).  Em nossos dias os servos de Deus precisam reconhecer os seus erros e ter um melhor relacionamento com Deus, assim obedecendo os seus estatutos e aguardando a sua Palavra. “Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti” (Sl 119.11).

REFERÊNCIAS

  • ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.
  • CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. HAGNOS.
  • CHAVES, Gilmar, Vieira. Temas Centrais da Fé Cristã. CENTRAL GOSPEL.
  • GEISLER, Norman. Teologia Sistemática. CPAD.
  • STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

Fonte: portal rbc1/lições

O zelo do apóstolo Paulo pela sã doutrina

4º TRIMESTRE 2021

O APÓSTOLO PAULO

Lições da vida e ministério do apóstolo dos gentios para a Igreja de Cristo

COMENTARISTA:  Pr. ElienaiCabral

LIÇÃO 11 – O ZELO DO APÓSTOLO PAULO PELA SÃ DOUTRINA (1Tm 6.3-6,11; 2Tm 3.14-17)

INTRODUÇÃO

Iniciaremos o assunto, definindo a palavra zelo e situando-a dentro da proposta da lição. Falaremos do apóstolo Paulo e de seu zelo pela igreja e pela sã doutrina, bem como de quais heresias ele combateu em sua época, como um zeloso apologista. Por fim, falaremos das exortações paulinas aos obreiros e à igreja, quanto aos futuros ataques à sã doutrina.

I – DEFINIÇÃO DA PALAVRA ZELO

O dicionário Houaiss define a palavra “zelo” como “grande cuidado e preocupação que se dedica a alguém ou algo” (2001, p. 2905). Teologicamente pode ser definido como: “desvelo ardente por alguém” (ANDRADE, 2006, p. 365). O termo grego é “zelos”. A palavra grega “zeein” (“borbulhar, ferver”) acha-se à raiz da ideia de “zelo” (CHAMPLIN, 2004, pp. 725,726). No contexto da lição, esta é uma virtude presente na vida do apóstolo Paulo, em relação a sua preocupação com a doutrina e com a igreja de Jesus Cristo. Ele reconheceu que, para munir a igreja contra os ataques à sã doutrina, Deus deu levantou homens preparados, com o intuito de promover o amadurecimento dos crentes (Ef 4.11-13). Em seu zelo, Paulo ordenou ao obreiro Timóteo ter cuidado de si mesmo e da doutrina (1 Tm 4.16). E a Tito exortou dizendo: “[…]na doutrina, mostra incorrupção” (Tt 2.7).

II – PAULO E O SEU ZELO PELA SÃ DOUTRINA

Fazendo alusão à sua vida passada no judaísmo, Paulo se descreveu como um fariseu extremamente zeloso (At 22.3; Gl 1.14). Quando se converteu a Cristo, seu zelo tornou-se ainda maior. A diferença é que antes combatia com a espada; agora, em Cristo, combatia com a Palavra. Como um fiel servo de Deus, o apóstolo demonstrou:

2.1 Zelo pela igreja. Na segunda epístola aos coríntios, encontramos uma expressão do apóstolo Paulo que descreve seu zelo pela igreja: “Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo” (2 Co 11.2). O presente texto mostra o zelo paulino pela virgindade moral e espiritual da igreja de Cristo. Segundo certo comentarista, “vemos aqui a imagem de um pai amoroso, cuja filha está noiva e prestes a se casar. Sente que é seu privilégio e dever o mantê-la pura, a fim de poder apresentá-la a seu marido, com alegria, e não com pesar. Paulo vê a igreja local como essa noiva, prestes a se casar com Jesus Cristo (ver Ef 5.22ss e Rm 7.4). Esse casamento só ocorrerá quando Cristo voltar para buscar sua noiva (Ap 19.1-9). Enquanto isso, a igreja – e isso significa os cristãos, enquanto indivíduos – deve-se manter pura e se preparar para o encontro com seu Amado” (WIERSBE, 2007, p. 875).

2.2 Zelo pela doutrina. Paulo havia recebido um comissionamento divino para evangelizar (At 26.18) e também para cuidar da igreja de Cristo, mantendo a sã doutrina (2 Co 11.2). Ele havia recebido do Senhor o que ensinava (1 Co 11.1; Gl 1.11,12) e também da tradição apostólica (1 Co 15.1-4). Por isso, antes de sair a pregar, cumprindo este chamado, teve a preocupação de expor o evangelho que pregava aos apóstolos que andaram com Cristo, para que não trabalhasse em vão (Gl 2.1,2). De forma que considerava anátema quem alterasse o evangelho que pregava, ainda que fosse ele mesmo, um anjo do céu ou qualquer outra pessoa (Gl 1.8,9).

III – PAULO, POR SEU ZELO, COMBATEU AS HERESIAS DE SEU TEMPO

3.1 Gnosticismo. Foi uma heresia dos primórdios do cristianismo. O termo “gnose”, do grego “gnôsis”, significa “conhecimento, sabedoria”. Portanto, diz respeito a um “pretenso conhecimento da divindade que, esotericamente, se transmite através da tradição e mediante vários ritos de iniciação”. Esse movimento surgiu a partir de filosofias pagãs mais antigas que o próprio cristianismo, que floresceram na Babilônia, Egito, Síria e Grécia. Assim, o gnosticismo uniu a filosofia pagã com as doutrinas apostólicas do cristianismo, tornando-se uma forte influência na Igreja. Vejamos os dois grupos gnósticos e seus pontos de vista, bem como a perspectiva paulina quanto às suas doutrinas:

a) Libertinagem exaltada. Certos mestres gnósticos ensinavam que, como o corpo era mau, devia ser entregue desenfreadamente aos seus desejos, pois isto em nada afetaria o espírito. Na visão de Paulo, o homem é corpo, alma e espírito (1 Ts 5.23). Logo, não há possibilidade de pecar com o corpo e não prejudicar o espírito (Rm 8.8; 2 Co 7.1). Ademais, o nosso corpo, que é templo e morada do Espírito Santo (1 Co 6.19,20), não deve ser instrumento de iniquidade (Rm 6.19,20).

b) O ascetismo exaltado. Eles ensinavam que, por ser o corpo essencialmente mau, deveria ser tratado com severidade, regras rígidas, flagelamento, privações, isolamento, jejuns forçados e desprezo pelo casamento e pelo mundo material. Para Paulo, a salvação é pela graça e independente das obras da Lei (Rm 3.28; Ef 2.8), de modo que, apesar de ensinar os cristãos a viverem no Espírito, dominando a sua natureza caída (Rm 8.1; Gl 5.16), não lhes proibia de casar, para se satisfazerem sexualmente com o seu cônjuge (1 Co 7.1-4,7,9). O apóstolo não ensinava que a vida do cristão deveria estar isolada do mundo (1 Co 5.9-11; Fp 2.15).

3.2 Os judaizantes. Foi um movimento surgido nas primeiras décadas da Igreja Cristã, cujo objetivo era forçar os crentes gentios a observar a Lei de Moisés (legalismo), principalmente a Lei cerimonial, que incluía a prática da circuncisão, a abstinência de alguns alimentos e a guarda do sábado e dias tidos como especiais (Cl 2.16-23). Na verdade, esse movimento pretendia reduzir o cristianismo a uma mera seita judaica” (ANDRADE, 2006, p. 242). Contra esta pretensão, que contrariava frontalmente a Nova Aliança, levantou-se Paulo veementemente em suas cartas (Rm 3.28; Gl 2.16; 3.11; 3.24). Os modernos defensores do novo legalismo procuram enganar os incautos, com citação de textos bíblicos isolados, os quais eles torcem em favor de seus pontos de vista. Portanto, as leis do Antigo Pacto destinadas diretamente a nação de Israel, tais como as leis sacrificiais, cerimoniais, sociais ou cívicas (Lv 1.2-3; 24.10), já não são obrigatórias para quem está no Novo Pacto (At 15.24-29; Cl 2.16-17; Hb 10.1-4).

3.3 Libertinos. Certos grupos libertinos, distorcendo os ensinos de Paulo, como por exemplo, o da justificação pela fé independente das obras (Rm 3.28), afirmavam que, desde que uma pessoa tivesse fé em Cristo, não importaria se os atos dela fossem bons ou maus. Aqueles que pensam dessa forma são chamados de antinomistas. A palavra “antinomismo”, vem do grego “anti”, que significa “contra”, e “nomos”, que significa “lei”. Alegam os antinomistas que, uma vez salvos pela fé em Cristo Jesus, já estamos livres da tutela de Moisés (ANDRADE, 2006, p. 51). Embora tenha ensinado que os homens são justificados diante de Deus pela fé, Paulo exortou também que aqueles que estão em Cristo são novas criaturas (2 Co 5.17) e, portanto, não devem mais andar segundo a carne (Rm 8.1), mas na prática das boas obras que “Deus preparou para que andássemos nelas” (Ef 2.10; Tt 2.14).

IV – PAULO VIU E PREVIU O SURGIMENTO DE ATAQUES A SÃ DOUTRINA

Há quem pense que Satanás e seus demônios só investem contra a santidade da igreja com pecados da carne. O apóstolo Paulo, no entanto, nos mostrou que o Inimigo também dispara ataques contra o ensino bíblico e ortodoxo, pois sabe que, alterando a doutrina, alterará o comportamento. Notemos:

4.1 Paulo exortou a igreja de Corinto. Sua preocupação pastoral fez dele um zeloso apologista da sã doutrina. Por isso, podia dizer: “Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos e se apartem da simplicidade que há em Cristo” (2 Co 11.3). O apóstolo não tolerava outro evangelho (2 Co 11.4), e considerava a os pregadores do falso evangelho como ministros de Satanás (2 Co 11.13).

4.2 Paulo exortou a liderança da igreja, quanto aos ataques que ela sofreria enquanto aqui na terra. Por ocasião de sua despedida na cidade de Mileto, chamou os presbíteros de Éfeso e lhes disse abertamente: “Olhai, pois, por vós, epor todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue. Porque eu sei isto que, depois da minha partida, entrarão no meio de vós lobos cruéis, que não pouparão ao rebanho; e que de entre vós mesmos se levantarão homens que falarão coisas perversas, para atraírem os discípulos após si. Portanto, vigiai, lembrando-vos de que durante três anos, não cessei, noite e dia, de admoestar com lágrimas a cada um de vós” (At 20.28-31).

4.3 Paulo exortou o jovem obreiro Timóteo para o presente, mas tal exortação apontava também para o futuro. Quando enviou o jovem evangelista Timóteo à cidade de Éfeso, Paulo o orientou quanto ao cuidado que deveria ter, em face das heresias que alguns estavam disseminando no meio do rebanho de Cristo (1 Tm 1.3). Ao mesmo tempo, o apóstolo profetizou que, no futuro, Satanás e seus demônios usariam pessoas para espalharem ensinamentos estranhos ao Evangelho de Cristo Jesus, levando alguns à apostasia: “Mas o Espírito expressamente diz que, nos últimos tempos, apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios” (1 Tm 4.1).

CONCLUSÃO

Assim como o apóstolo Paulo, devemos seguir zelosos em reter o genuíno evangelho, tal qual recebemos, a fim de que não sejamos levados por ventos de doutrina que têm sido propagados por diversos canais no tempo presente. Deve ecoar nos nossos ouvidos a exortação de Jesus aos crentes de Filadélfia, quando disse: “guarda o tens para que ninguém tome a tua coroa” (Ap 3.11).

REFERÊNCIAS

  • ANDRADE, Claudionor Côrrea de. Dicionário Teológico. CPAD.
  • CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia.
  • STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal.
  • WIERSBE, W. W. Comentário Bíblico do Novo Testamento 1. GEOGRÁFICA.

Fonte: portalrbc1.

O que é a mordomia cristã

 FLAG SPAINFLAG RUSSIANFLAG USAFLAG FRANCEFLAG GREECEFLAG GERMANYFLAG KOREANFLAG JAPANFLAG ITALYFLAG ISRAELFLAG CHINAFLAG INDIA

3º TRIMESTRE 2019

TEMPO, BENS E TALENTOS

Sendo mordomo fiel e prudente com as coisas que Deus nos tem dado

COMENTARISTA: Pr. Elinaldo Renovato

LIÇÃO 1 – O QUE É A MORDOMIA CRISTÃ – (Lc 2.42-48)

 INTRODUÇÃO

Neste terceiro trimestre de 2019, estudaremos o tema: “Tempo, Bens e Talentos – Sendo mordomo fiel e prudente com as coisas que Deus tem nos dado”. Nesta primeira lição, definiremos o termo mordomo e também mordomia cristã; destacaremos que Deus é dono de tudo, mas que confiou ao homens o domínio da terra e de todos os bens que lhe concedeu; pontuaremos que a doutrina da mordomia está presente em toda a Bíblia; e, por fim, concluiremos destacando a importância desta doutrina para a nossa vida.

I – DEFINIÇÕES DE MORDOMO E MORDOMIA

  • Definição secular e exegética de mordomo. O dicionário diz que mordomo “é um indivíduo encarregado de administrar, em residência alheia, as tarefas domésticas cotidianas, distribuindo-as entre os demais empregados” (HOUAISS, 2001, p. 1960). A palavra grega mais comum, frequentemente no NT, é “oikonomos” (TENNEY, 2008, p. 377). O “oikonomos” denotava primariamente “o administrador de uma casa ou propriedade”, formado de oikos , “casa”, e nemo , “arranjar, organizar” (VINE, 2002, p. 800). Essa palavra é mais traduzida como despenseiro. A ideia de despenseiro aparece somente no Novo Testamento, quando o original grego usa a palavra oikonomos, que significa: “gerente da casa” (Lc 12.42; 16.1,3,8; Rm 16.23; 1 Co 4.1,2; Gl 4.2; Tt 1.7; 1 Pd 4.10); ou quando usa a palavra epitropos, que quer dizer: “encarregado”, que aparece por três vezes (Mt 20.8; Lc 8.3; Gl 2).
  • Definição teológica de mordomia cristã. É a doutrina bíblica que ensina “a utilização responsável dos recursos que o Senhor colocou-nos à disposição” (ANDRADE, 2006, p. 270). Mordomia quer dizer “todo o serviço que realizamos para Deus e todo comportamento que apresentamos como cristãos diante de Deus e dos homens” (RENOVATO, 2019, p. 11). Esta é uma doutrina presente em toda a Bíblia Sagrada desde o livro de Gênesis (Gn 1.28) até o Apocalipse (Ap 18).

II – DEUS É O DONO DE TUDO

Tudo que há veio a existência por meio de Deus (Gn 1.1; Is 42.5; Jr 10.12; At 17.24). Tudo existe para a glória do Seu nome: “Digno és, ó Senhor, nosso Deus de receberes glória, e honra, e poder, porque tu criaste todas as coisas, e por tua vontade são e foram criadas” (Ap 4.11). Deus tem direito como Criador sobre toda a criação: “Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas” (Rm 11.36). Na tabela abaixo destacaremos que Deus é dono de tudo que Ele criou:

COMO CRIADOR DEUS É DONO

REFERÊNCIAS

Da terra e dos céus

(Lv 25.23; Sl 24.1; Jr 10.12)

Da vida: humana, animal e vegetal

(Sl 50.10; At 17.28; Cl 1.16; Jo 1.3)

Do ser humano

(Gn 1.27; Ez 18.4)

Do ouro e da prata

(Ag 2.9)

De tudo

(1 Cr 29.13-14; Rm 11.36)

II – O HOMEM COMO MORDOMO DO QUE DEUS LHE CONFIOU

Ao criar o homem, o Senhor lhe deu uma elevada posição diante de toda a criação (Gn 1.28; Sl 8.6). Segundo Berkof (2000, p. 174) “o homem é descrito como alguém que está no ápice de todas as ordens criadas. Foi coroado como rei da criação inferior e recebeu domínio sobre todas as criaturas inferiores. Como tal, foi seu dever e privilégio tornar toda natureza e todos os seres criados, que foram colocados sob seu governo, subservientes à sua vontade ao seu propósito, para que ele e todos os seus gloriosos domínios magnificassem o onipotente Criador e Senhor do universo”. A Adão Deus conferiu o domínio da terra e dos animais “enchei a terra, sujeitai-a; e dominai” (Gn 1.28). O salmista assevera isso também: “Os céus são os céus do SENHOR; mas a terra a deu aos filhos dos homens” (Sl 115.16). Ao primeiro homem também são dadas as seguintes tarefas: (a) cuidar da terra (Gn 2.5); (b) nomear os animais (Gn 2.19,20); e, (c) gerar filhos (Gn 1.22). O ensino da mordomia de tudo o que Deus concedeu ao homem está presente em toda a Escritura, notemos:

  • No Antigo Testamento. O ato de apresentar o melhor dos animais, por Abel (Gn 4.4), ou as primícias da terra, por Caim (Gn 4.3), são o exercício da mordomia dos bens materiais recebidos da parte de Deus. Ao povo de Israel, Deus ensinou a mordomia de diversas áreas da vida, por meio das leis que Ele criou. Notemos:
  1.  Mordomia da família (Êx 21.15,17; Nm 27.6-7; 30.3-5; 6-15; Dt 21.18-21);
  2.  Mordomia da terra (Lv 25.2; 26.34,35);
  3.  Mordomia dos bens (Êx 22.9; Lv 25.23; 28-30; 23.22);
  4.  Mordomia em relação ao próximo (Lv 19.9,10; Dt 24.19-22; 23.24,25)
  5.  Mordomia dos dízimos (Lv 27.30-34; Nm 18.21-32; Dt 12.1-14; 14.22-29; Ml 3.10);
  6.  Mordomia das finanças (Dt 15.1-11; 23.19,20, 6,10-13,17,18);
  7.  Mordomia nas relações interpessoais (Êx 21.20,26,27; Lv 19.33,34; 25.10,47-54; Dt 15.12-18).
  • No Novo Testamento. Os ensinamentos de Cristo são repletos da mordomia e ganham um destaque ainda maior. Jesus ensinou que o homem deverá prestar contas diante de Deus por tudo que fizer por meio do corpo (Mt 5.21; 7.2; 12.36). Quando ensinou sobre o Reino de Deus e a importância da fidelidade, usou a administração dos bens como ilustração na “parábola dos talentos” (Mt 25.14-30); “das minas” (Lc 19.12-27); do “mordomo infiel” (Lc 16.1-13). Paulo falou que os obreiros são despenseiros dos mistérios de Cristo (1 Co 4.1); e como tais deviam ser achados fieis (1 Co 4.2). E, também acrescentou que cada crente é um membro colocado no Corpo de Cristo para exercer uma atividade da qual prestará contas (1 Co 12.11,12; 2 Co 5.10). O apóstolo Pedro orientou aos crentes, quanto aos dons que receberam dizendo: “cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus” (1 Pd 4.10). O NT ensina sobre a:
    • Mordomia do corpo, alma e Espírito (1 Co 6.10; 1 Ts 4.3-5; 23);
    • Mordomia do tempo (Ef 16);
    • Mordomia da família (Ef 5.22-25; 6.1-4; Tt 2-6);
    • Mordomia do trabalho (Ef 4.28; 6.5-9; Tt 2.9; 1 Pd 18);
    • Mordomia dos dons (Rm 12.12; 1 Co 12.4-6; 1 Pd 10);
    • Mordomia dos dízimos e ofertas (Mt 23.23; 2 Co 6-12);
    • Mordomia das finanças (Rm 8);
    • Mordomia das obras de misericórdia (At 20.35; Tg 2.15-17; 1 Jo 17,18).
    • Mordomia em relação ao próximo (Mc 12.31; Rm 9);

III – A IMPORTÂNCIA DA DOUTRINA DA MORDOMIA CRISTÃ

Esta doutrina nos ensina pelos três coisas imprescindíveis a vida cristã. Notemos:

  • A consciência de que nada temos. Tudo é de Deus, nada possuímos (1 Cr 29.14; Jo 3.27; Tg 1.17). Jó tinha consciência de que tudo o que tinha foi Deus quem lhe deu: “E disse: Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o SENHOR o deu, e o SENHOR o tomou: bendito seja o nome do SENHOR” (Jó 1.21). Paulo tinha essa consciência também por isso orientou ao jovem obreiro Timóteo que exortasse aos cristãos ricos dizendo: “porque nada trouxemos para este mundo e manifesto é que nada podemos levar dele” (1 Tm 7).
  • A consciência de que precisamos ser sábios e fieis na administração do que nos foi confiado. Salomão assumiu o reinado ainda muito jovem. Reconhecendo sua pouca experiência e a tamanha responsabilidade que recebeu de Deus, rogou-lhe sabedoria (1 Rs 3.7-12). Paulo disse que o despenseiro precisa ser achado fiel: “além disso, requer-se nos despenseiros que cada um se ache fiel” (1 Co 4.2). A expressão “requer” no grego é “zeteo” que significa: “exigir algo de alguém”, evidenciando o que Deus exige de cada servo seu. Isto foi ensinado por Jesus (Mt 24.45; 25.21; Lc 17).
  • A consciência de que seremos julgados quanto a nossa mordomia. O Tribunal de Cristo será o dia da prestação de conta da nossa vida; da nossa mordomia cristã, da nossa diaconia. Cada crente será julgado como servo de Deus, quanto à sua fidelidade no serviço prestado a Deus (1Co 4.2-6; 2Co 5.10). Não será um julgamento de pecados do crente (Rm 8.1; Jo 5.24), mas das obras do crente (Ap 22.12; 14.13). Todos os salvos serão julgados, e não apenas alguns (Rm 14.10; 2Co 5.10). No Arrebatamento, Jesus que conhece as nossas obras (Ap 2.2,9,13,19; 3.8,15), trará consigo o resultado, a avaliação de nosso trabalho. Existem cinco critérios deste julgamento que envolvem: (a) a “lei da liberdade cristã” (Tg 2.12); (b) a qualidade do trabalho que fazemos para Deus (Mt 20.1-16); (c) o “material” empregado no trabalho feito para Deus (1 Co 3.8,12-15); (d) a conduta do crente por meio do seu corpo (2 Co 5.10); e, (e) os motivos secretos do nosso coração (1 Co 4.5; Rm 2.16) (GILBERTO, 2009, p. 376).

CONCLUSÃO

A doutrina da mordomia embora presente em toda a Bíblia será estuda neste trimestre sob a ótica cristã, destacando principalmente os ensinamentos neotestamentários quanto a forma como o servo de Deus deve administrar sua vida, tempo, família, recursos financeiros e demais coisas com humildade, sabedoria, fidelidade, pois um dia prestará constas a Deus, de sua mordomia.

REFERÊNCIAS

  • ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. CPAD.
  • CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia.
  • GILBERTO, Antonio, et al. Teologia Sistemática Pentecostal.
  • HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa.
  • RENOVATO, Elinaldo. Tempo, Bens e Talentos.
  • STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal.
  • TENNEY, Merril C. Enciclopédia da Bíblia. CULTURA CRISTÃ.
  • VINE, W.E, et al. Dicionário Vine.

Fonte: www.adlimoeirope.com

Esperando, mas trabalhando no Reino de Deus

 FLAG SPAINFLAG RUSSIANFLAG USAFLAG FRANCEFLAG GREECEFLAG GERMANYFLAG KOREANFLAG JAPANFLAG ITALYFLAG ISRAELFLAG CHINAFLAG INDIA

4º TRIMESTRE 2018

AS PARÁBOLAS DE JESUS

As verdades e princípios divinos para uma vida abundante

COMENTARISTA: Pr. Wagner Gaby

LIÇÃO 12 – ESPERANDO, MAS TRABALHANDO NO REINO DE DEUS – Mt 25.14-30)

 INTRODUÇÃO

Nesta lição, estudaremos a parábola dos talentos onde veremos a motivação, a natureza e o propósito que levou Jesus a contá-la; pontuaremos os principais elementos desta parábola e seus significados; bem como, estudaremos algumas lições para a vida da igreja.

I – CONSIDERAÇÕES SOBRE A PARÁBOLA DOS TALENTOS

Num sentido mais profundo e espiritual, para a Igreja, os talentos representam os Dons de Deus, de Cristo e do Espírito Santo, que são capacitações ou manifestações especiais do Espírito Santo agindo no crente para o progresso da obra de Deus na Terra (1Co 12.6; 28; Rm 12.6-8; Ef 4.11). Vejamos a motivação, a natureza e o propósito desta parábola:

1.1 Motivação da parábola. A Parábola dos Talentos está localizada na narrativa bíblica logo após a Parábola das Dez Virgens. Ela pertence a uma série de exortações de Jesus em relação a Sua segunda vinda. Esse discurso de Jesus ficou conhecido como sermão escatológico.

1.2 A natureza da parábola. Esta foi a última parábola proferida por Jesus e juntamente com a parábola das dez virgens fazem parte do sermão escatológico de Jesus, iniciado em Mateus 24 e proferido no monte das Oliveiras (Mt 24.3). Ela é semelhante à parábola das minas, que foi apresentada alguns dias antes em Jericó (Lc 19.11-27). A parábola anterior das virgens destacou a necessidade de se estar alerta e preparado (Mt 25.1-13), já a dos talentos enfatizam a necessidade do serviço fiel durante a sua ausência.

1.3 Propósito da parábola. Esta parábola é semelhante à parábola das minas (Lc 19.11-28). Em ambas, algum dinheiro é confiado aos servos. Foi narrado o que aconteceu a três deles: os dois primeiros são elogiados e o terceiro é condenado. Mas as diferenças superam as semelhanças, de modo que as duas devem ser consideradas como parábolas diferentes, proferidas em diferentes ocasiões. No texto de Mateus, o Senhor dá a um servo cinco talentos, a outro dois e ao terceiro um (Mt 25.15), ao passo que no texto de Lucas ele dá uma mina a cada um dos dez servos (Lc 19.13). As quantias são diferentes, e assim também as recompensas. Ainda assim as duas parábolas transmitem o mesmo ensino, que é o da importância de ser fiel no serviço (BEACON, 2010, p. 171).

II – PRINCIPAIS ELEMENTOS DA PARÁBOLA E SEUS SIGNIFICADOS

2.1 O homem que partiu para fora da terra. Na parábola dos talentos, o homem rico representa Jesus que é o dono e proprietário absoluto de todas as pessoas e coisas, e de uma maneira especial, da Sua igreja; nas Suas mãos, Ele tem todas as coisas. Jesus aqui se retrata como sendo “um homem que, partindo para fora da terra” (Mt 25.14) prevendo a sua ascensão aos céus. Quando o senhor voltou, ele ajustou contas com eles (Mt 25.19). O texto grego diz, literalmente, “ele se reuniu com eles para fazer as contas”, isto é, ele “ajustou as contas” com eles. A mesma expressão é usada em Mateus 18.23, onde é traduzida como “fazer contas”. Provavelmente o passado contábil de Mateus, como coletor de impostos, se reflete em seu uso desta expressão de negócios “synairo logon” (BEACON, 2010, p. 171).

2.2 Os servos fiéis. Os dois primeiros homens contaram que tinham dobrado os talentos que lhes haviam sido dados (Mt 25.20,22). Em resposta, o senhor disse exatamente as mesmas palavras de elogio aos dois servos. A recompensa que ele tinha prometido se baseava em fidelidade, não em habilidade. É extremamente significativo que os dois servos tenham sido elogiados por serem bons e fiéis (Mt 25.21,23), e não por serem capazes e inteligentes. Aqui estão duas virtudes honestas e sólidas que todos nós podemos ter. Estas são as duas únicas coisas que Deus requer de qualquer pessoa, que ela seja boa de caráter e fiel no serviço (BEACON, 2010, p. 171).

2.3 O servo infiel. Os três servos são divididos em duas categorias: os fiéis e o infiel. Os servos fiéis colocaram os talentos a serviço de seu senhor. O servo infiel escondeu seu talento na terra. Em vez de usar a oportunidade, ele a enterrou (Mt 25.18). O senhor condenou o servo egoísta, que não tinha feito nada, dizendo que ele “era mau e negligente” (Mt 25.26). A última palavra significa: “ineficiente, preguiçoso, indolente”. O homem que utiliza os seus muitos talentos sempre ganha mais. Aquele que não os utiliza, os perde (Mt 25.29).

2.4 O talento. Nesta parábola, os talentos têm um sentido figurado que representam valores pessoais, aptidões naturais, oportunidades que Deus nos dá para fazermos a sua obra, como autênticos mordomos. O talento era uma medida de valor comparativamente bastante alto e tem seu nome proveniente do fato de que é um peso de forma circular. Era a maior das unidades e era conhecido pelos babilônicos como “biltu” e pesava cerca de 30 kg. A palavra “talento” vem do grego “talanton” que significa: um peso, alguma coisa pesada (Ap 16.21) (MERRIL, p. 962). Na Palestina também o talento não era uma moeda, mas sim, uma medida de peso; de maneira que o valor do talento dependia se ele era de ouro (Êx 25.39), prata (Êx 38.27) ou cobre (Êx 38.29) cada um com seu próprio valor equivalente (BARCLAY, 2010, p. 743). Um talento era o valor relativo a seis mil denários, o que equivalia a seis mil dias úteis de trabalho ou vinte a trinta anos de serviço dependendo do material do talento. (ROBERTSON, 2011, p. 209). Um único talento era quase a renda de uma vida inteira e nos dias de hoje, um talento de prata valeria algo em torno de seiscentos mil reais (CARSON, 2010, p. 597).

III – LIÇÕES DA PARÁBOLA DOS TALENTOS

Podemos aplicar em nossas vidas várias lições presentes na Parábola dos Talentos. Notemos:

3.1 Deus não é injusto. Nosso Deus nos concede talentos de maneira igual: “[…] chamou os seus servos, e entregou-lhes os seus talentos” (Mt 24.14). Ele seria injusto se confiasse a nós algo que não pudéssemos administrar (Rm 12.6-8). É possível que o homem que recebeu menos achasse que esse único talento não era muito importante. O talento fala de fidelidade e diligência no uso das aptidões e capacitações ou manifestações espirituais especiais doadas a nós por Deus para a execução de Sua obra na Terra (1Pe 4.10-11). A verdadeira fé expressa-se pelas boas obras (Tg 2.22,23).

3.2 Deus nos dá talentos conforme a nossa capacidade. Na parábola, os três homens ganham quantidades diferentes de talentos segundo as suas capacidades: “A um deu cinco talentos, a outro, dois e a outro, um, a cada um segundo a sua própria capacidade […]” (Mt 25.15). Apesar de talentos diferentes, todos receberam talentos. Mesmo o que recebeu apenas um talento, recebeu algo precioso e de muito valor e podia fazer esse talento frutificar. A fidelidade no uso dos talentos é indispensável (1Co 4.2; 2 Tm 2.2; 1Tm 3.2; Tt 1.9).

3.3 Deus deseja que multipliquemos os talentos que nos dá. No acerto de contas vemos que aquele senhor se alegra com os servos que multiplicaram o talento que receberam, sem distinção. O que recebeu menos foi honrado do mesmo jeito que o que recebeu mais. O que o senhor viu foi a fidelidade no uso daqueles talentos: “Então, aproximando-se [..] Disse-lhe o senhor: Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor” (Mt 25.20-21). Ao recebermos os talentos, em gratidão a Deus por ter depositado em nós tamanha confiança, devemos aperfeiçoá-los a fim de que sejam uteis para a expansão do reino (2Co 9.10; 1Tm 4.14; 2Tm 1.6; Cl 2.19; Fp 1.9; 2Pe 1.5). O resultado dos talentos que recebemos deve glorificar unicamente ao nosso Senhor. Os dois homens que investiram o dinheiro receberam o mesmo elogio (Mt 25.21, 23). O que fez a diferença não foi a porção, mas sim a proporção. Por isso o senhor lhes confiou muito mais e a sua fidelidade deu-lhes uma capacidade ainda maior de servir e de receber responsabilidades: “[…] Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei […]” (Mt 25.21).

3.4 Deus nos cobrará pelo que fizermos com os talentos. Todos os três homens que receberam talentos foram cobrados pelo que fizeram com eles: “E muito tempo depois, veio o senhor daqueles servos e ajustou contas com eles” (Mt 25.19). Receber talentos é também receber responsabilidades (Rm 14.10; 1Co 3.10-15). O último, apesar de ter apenas conservado o seu talento, recebeu dura cobrança por não tê-lo multiplicado: “Respondeu-lhe, porém, o senhor: Servo mau e negligente, sabias que ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei? […] Tirai-lhe, pois, o talento e dai-o ao que tem dez” (Mt 25.26, 28). Todos compareceremos ante o tribunal de Cristo para dar contas dos nossos feitos, e para receber a recompensa de acordo com o uso que fizermos dos nossos talentos (Rm 14.10; 2Co 5.10; Ap 22.12).

3.5 Nada do que temos é de fato nosso. Somos apenas depositários, não somos donos dos talentos que recebemos (Jo 5.5; 2Co 3.5; Fp 2.13). Nossa função é administrar e zelar por aquilo que Deus nos dá: “[…] e entregou-lhes os seus talentos” (Mt 25.14). Ele é o dono dos talentos e continuará sendo, pois é Ele quem nos dá tudo que temos (At 17.24, 25, 28; 1Co 15.10; 2Co 3.5). O que Jesus quis ensinar nesta parábola é que Deus jamais exige do homem habilidades que este não possui, mas exige que empregue a fundo as habilidades que tem (1Co 12.5-11). Os homens não são iguais quanto a seus talentos, mas podem ser iguais em seu esforço e trabalho: “e a um deu cinco talentos, e a outro, dois e a outro, um […]” (Mt 25.15). A parábola nos ensina que qualquer que seja o talento que possuamos devemos entregá-lo para servir a Deus (1Tm 4.14).

3.6 Receber talentos não significa ser aprovado por Deus. Algumas pessoas confundem os talentos com a graça salvadora de Deus, ou pior, identificam a administração dos talentos como sendo uma obra que pode conduzir alguém à salvação. Definitivamente esse não é o princípio ensinado nesta Parábola. Os talentos jamais servirão para absolver alguém no juízo vindouro: “devias, então, ter dado o meu dinheiro aos banqueiros, e, quando eu viesse, receberia o que é meu com os juros” (Mt 7.27). Ninguém poderá apresentar a multiplicação dos talentos que recebeu como um resultado meritório para a salvação eterna (Ef 2.8,9).

3.7 Fomos comissionados pelo Senhor Jesus. Diz-nos que a recompensa do trabalho bem-feito é mais trabalho. Aos dois servos que tinham atuado bem não se lhes diz que se sentem a descansar sobre os louros. São dadas tarefas maiores e responsabilidades mais sérias na obra do senhor (Jo 17.18,19). A recompensa do trabalho não é o descanso e sim mais trabalho. A recompensa do Senhor (Sl 58.11; Lm 3.64; Os 4.9; 1Co 15.58)

CONCLUSÃO

A ênfase da parábola está centrada na ideia de que os servos do Senhor precisam trabalhar de forma diligente com os dons a eles confiados, pois serão considerados responsáveis pelo Senhor quando Ele retornar: “Ora, além disso, o que se requer dos despenseiros é que cada um deles seja encontrado fiel” (1Co 4.2).

REFERÊNCIAS

  • CHAMPLIN, R. N. O Antigo Testamento Interpretado – Gênesis a Números. HAGNOS. .
  • CARSON, D. A. O comentário de Mateus. SHEDD.
  • HOWARD, R.E, et al. Comentário Bíblico Beacon. CPAD.
  • MOODY, D. L. Comentário Bíblico de Levítico. PDF.
  •  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
  • TENEY, Merril C. Enciclopédia da Bíblia. Vol. 4. VIDA NOVA.

Fonte: www.adlimoeirope.com

Precisamos de vigilância espiritual

 FLAG SPAINFLAG RUSSIANFLAG USAFLAG FRANCEFLAG GREECEFLAG GERMANYFLAG KOREANFLAG JAPANFLAG ITALYFLAG ISRAELFLAG CHINAFLAG INDIA

4º TRIMESTRE 2018

AS PARÁBOLAS DE JESUS

As verdades e princípios divinos para uma vida abundante

COMENTARISTA: Pr. Wagner Gaby

LIÇÃO 10 – PRECISAMOS DE VIGILÂNCIA ESPIRITUAL – (Mt 24.45-51)

 INTRODUÇÃO

A presente lição tratará da parábola dos “dois servos” registrada em dois evangelhos sinóticos: o de Mateus e o de Lucas; destacaremos desta narrativa o seu contexto e objetivo; veremos quais os personagens que a compõe e o que eles significam; pontuaremos a palavra-chave desta parábola que é a vigilância; e, concluiremos pontuando pelo menos três motivos pelos quais devemos vigiar para aguardar a vinda do Senhor.

I – A PARÁBOLA DE MATEUS 24.45-51

Sobre esta parábola é interessante destacar que ela: (a) consta no evangelho conforme Mateus 24.45-51 e Lucas 12.42-46; (b) foi intitulada de parábola dos “dois servos” o “fiel e o infiel”; (c) é uma parábola de cunho escatológico; (d) é extremamente exortativa quanto a necessidade da vigilância para o retorno de Cristo. Vejamos mais algumas informações a respeito desta parábola:

  • Contexto. O contexto que levou a Jesus a contar esta parábola, foi quando saindo do templo profetizou a queda deste (Mt 24.1,2); e, quando interrogado pelos discípulos acerca dos acontecimentos futuros, o Mestre lhes falou da Sua segunda vinda a terra (Mt 24.3-44).
  • Objetivo. Quando contou esta parábola aos seus discípulos, Jesus tinha como propósito exortá-los a aguardar o Seu retorno a terra em vigilância, visto que será em um dia e em uma hora em que eles não imaginam (Mt 24.36,42). Daí porque contou uma parábola enfatizando a importância da fidelidade e da vigilância.

II – OS PERSONAGENS DA PARÁBOLA

Abaixo destacaremos algumas informações sobre os personagens desta parábola. Vejamos:

  • O senhor (Mt 24.45). Este senhor da parábola trata-se provavelmente de um fazendeiro ou de um grande empresário que tinha servos a sua disposição (Mt 24.45-47). Para termos uma noção, ele pode ser comparado a Potifar, o superintendente de Faraó, que tinha servos sob o seu domínio (Gn 39.4,5). Este senhor precisou ausentar-se um pouco de sua casa, para uma viagem. Quanto ao dia e a hora do seu retorno são incertos (Mt 24.50; Lc 12.46).
  • O servo (Mt 24.42,45). Mateus usa da palavra “servo” no grego “doulos” que quer dizer: “escravo” para falar do funcionário do senhor desta parábola. Já Lucas usa a palavra “mordomo” no grego “oikonomos” que significa: “pessoa que administra os assuntos domésticos de uma família” (VINE, 2001, p. 447). Existe a possibilidade nesta parábola de Jesus estar falando de apenas um servo e não de dois, pois a administração geral das posses estava nas mãos de um funcionário especial” (VAUX, 2003, p. 155). Via de regra, havia apenas um mordomo na casa (Gn 15.2; 41.40; 45.8; 1 Rs 18.3; Lc 16.1; At 8.27). O texto diz que o senhor nomeou “um servo” para ser “mordomo” dos outros servos, que foram chamados de “conservos” (Mt 24.49). O registro de Lucas também dá margem a essa interpretação quando diz que este servo poderia ser “fiel e prudente” (Lc 12.42) ou infiel: “Mas, se aquele servouma referência hipotética ao mesmo servo do início da parábola (Lc 12.45). Diante disto, fica mais claro no texto, a possibilidade de que a narrativa esteja falando apenas de um servo, que poderá ter uma atitude positiva ou negativa. No entanto, a maioria dos intérpretes prefere a ideia de se tratarem de dois servos. Sob esta perspectiva, analisaremos abaixo o comportamento de ambos. Notemos:

2.2.1 O servo fiel (Mt 24.45). É dito que, se este servo ou mordomo foi fiel e prudente no exercício da função que lhe foi confiada até ao retorno do seu patrão. A fidelidade e a prudência são virtudes destacadas na Bíblia (Pv 12.22; 14.33; 14.35; 28.20; Mt 7.24; 25.23; 1 Co 4.2; Ef 5.15). O servo que agir assim será tido por “bem-aventurado” e, como recompensa, receberá privilégios e responsabilidades aumentados:  “Em verdade vos digo que o porá sobre todos os seus bens”        (Mt 24.47).

2.3 O servo infiel (Mt 24.48). Com a partida de seu senhor, este servo, em seu coração, imaginou que, porque o seu patrão estava ausente e ia demorar a voltar, decidiu comportar-se de forma violenta e pecaminosa. Sua deficiência se mostrou tanto doutrinária “o meu senhor tarde virá” (Mt 24.48-b); quanto moral, pois começou a “espancar os seus conservos, e a comer e a beber com ébrios” (Mt 24.49). Tal atitude revela-o como um “mau servo” (Mt 24.48). Quando da volta do seu senhor, este servo infiel será punido severamente: “e separá-lo-á, e destinará a sua parte com os hipócritas; ali haverá pranto e ranger de dentes” (Mt 24.51).

III – EXPLICANDO A PARÁBOLA

  • O senhor da parábola. O senhor desta parábola é uma figura utilizada por Jesus para referir a si mesmo. A ausência deste senhor e seu retorno repentino para seus servos (Mt 24.50), ilustra perfeitamente o retorno imprevisível de Cristo para buscar o seu povo: “porque o Filho do homem há de vir à hora em que não penseis” (Mt 24.44). Na linguagem bíblica, a surpresa da volta de Cristo é ilustrada como o ataque de um ladrão (Mt 24.43,44; 1 Ts 5.2,4; 2 Pd 3.10; Ap 3.3; 16.15). O Senhor espera encontrar os seus servos aptos para recebê-lo, como consideração por Sua pessoa (Lc 21.36).
  • Os servos da parábola. Todos aqueles que aceitaram a Cristo como Salvador são chamados de servos (Rm 1.1; 6.22; 1 Co 7.22; 1 Pd 2.16). A estes o Senhor chamou, justificou, regenerou e santificou (1 Co 6.11). Portanto, se exige dos tais que aguardem o Seu retorno em fidelidade e vigilância (Mt 25.21; 1 Tm 4.10). Aos que procederem impiamente ainda que professem-no como Senhor (Mt 7.21,22), ouvirão dEle, naquele dia, a seguinte frase: “Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade” (Mt 7.23); e serão condenados por sua rebeldia, ao castigo eterno (Mt 8.12; 42,50; 22.13; 25.30; Lc 13.28). No entanto, será bem-aventurado aquele que for achado fiel e vigilante: “Bem- aventurado aquele servo que o seu senhor, quando vier, achar servindo assim” (Mt 24.46). Segue o alerta para todos nós que “se cremos em Sua vinda, devemos nos portar de acordo com o que acreditamos. Essa esperança deve governar a nossa vida no lar e impedir-nos de viver uma vida sem moderação e sem disciplina. Se nos conscientizarmos da volta do Mestre, e deixarmos que essa conscientização impere em todos os aspectos da nossa vida, então viveremos” (LOCKYER, 2006, p. 300).

IV  – VIGILÂNCIA: A PALAVRA CHAVE DA PARÁBOLA

A palavra-chave desta parábola é “vigiar”. Maclaren (apud Beacon, 2008, p. 169) observa que: (a) A ordem de vigiar, é reforçada pela nossa ignorância da ocasião da Sua vinda (Mt 24.42-44); (b) a imagem e a recompensa de vigiar (Mt 24.45-47); e, (c) a imagem e a condenação do servo que não vigiou (Mt 24.48-51). O verbo “vigiar” quer dizer: “observar com atenção; estar atento a; velar” (HOUAISS, 2001, p. 2860). No hebraico o verbo é “shamar” que significa: “vigiar, guardar”. No grego o termo é “gregoreo” que significa literalmente “vigiar” e é encontrado em 1 Ts 5.6,10 e em mais 21 outros lugares nos quais ocorre no Novo Testamento (por exemplo, em 1 Pe 5.8). É usado acerca de: (a) “manter- se acordado” (Mt 24.43; 26.38.40.41): (b) “vigilância espiritual” (At 20.31; 1 Co 16.13; Cl 4.2; 1 Ts 5.6.10; 1 Pe 5.8; Ap 3.2.3; 16.15) (VINE, 2002, p. 323 – acréscimo nosso). A palavra “vigiar” tem conotação exortativa, visando chamar a atenção dos ouvintes a estarem prontos para o retorno do Messias (Mt 24.42; 25.13; Mc 13.33-35; Lc 21.36; 1 Pe 4.7).

V  – QUAIS AS CAUSAS DA EXORTAÇÃO A VIGILÂNCIA PARA A VOLTA DE JESUS

A Bíblia nos exorta a prática da vigilância por, pelo menos, três motivos. Vejamos:

  • A fragilidade humana. Sabendo da fragilidade humana, Jesus exortou os apóstolos a estarem vigilantes, para vencerem as tentações (Mt 26.41; Mc 14.38). Fomos perdoados e libertos dos nossos pecados (1 Jo 2.12; Rm 6.22), todavia, ainda não estamos livres da presença do pecado na nossa natureza humana. Isto somente se dará quando nosso corpo for glorificado, por ocasião do arrebatamento da Igreja (1 Co 15.51-54). Até este acontecimento, precisamos viver vigilantes, a fim de não sermos vencidos pelo pecado (Rm 6.11,12; 1 Co 15.34). “Quem quiser ter um discipulado produtivo, precisa disciplinar o corpo para não ceder às paixões” (ADEYEMO, 2010, p. 1192).
  • A astúcia do Diabo. Além da fragilidade humana, o crente precisa vigiar também porque “[…] o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar” (1 Pe 5.8). Toda tentação é proveniente da própria natureza humana (1 Co 10.13; Tg 1.13-15), todavia, o principal agente da tentação é Satanás (Mt 4.3; Lc 4.2; 1 Ts 3.5; Tg 4.7). Precisamos estar vigilantes e fortalecermo-nos no Senhor a fim de vencer as batalhas espirituais, que somos submetidos (Ef 6.10-18). Jesus exortou os crentes de Esmirna a serem fiéis até a morte, mesmo diante das tentações do diabo (Ap 2.10). Da mesma forma, falou aos crentes de Filadélfia, dizendo: “Eis que venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa” (Ap 3.11).
  • A vinda do Senhor será repentina. A necessidade da vigilância para o retorno de Cristo se dá também pelo fato de ser um evento repentino. Diversas vezes, Jesus exortou os seus discípulos sobre isso (Mt 24.36,42,44; 25.13; Mc 13.33; Lc 12.46). Infelizmente, não são poucos aqueles que têm a promessa do Senhor como tardia, ao ponto de desacreditarem dela (2 Pe 3.4). Todavia, Jesus nos assegurou que viria sem demora (Ap 3.11; 22.12,20). Estejamos vigilantes para não sermos pegos de surpresa e sermos achados dormindo naquele dia (Mc 13.36; Lc 21.34).

CONCLUSÃO

A vinda do Senhor é certa. Devemos, portanto, aguardá-la vigiando em todo tempo, demonstrando a nossa fé em obediência e prudência, afastando-nos do pecado que antes praticávamos, a fim de não mancharmos as nossas vestes espirituais. Vigiemos pois aquele dia e hora ninguém sabe.

REFERÊNCIAS

  • ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. CPAD.
  • HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.
  • LOCKYER, John. Todas as Parábolas da Bíblia.
  • TOKUMBOH, Adeyemo. Comentário Bíblico Africano. MUNDO CRISTÃO.
  • STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal.
  • VINE, W.E, et al. Dicionário Vine. CPAD.

Fonte: www.adlimoeirope.com