O papel da pregação no culto

 

1º TRIMESTRE 2024

O CORPO DE CRISTO

Origem, Natureza e Vocação da Igreja no mundo

COMENTARISTA:  Pr. José Gonçalves

LIÇÃO 12 – O PAPEL DA PREGAÇÃO NO CULTO – (2Tm 4.1-5)

INTRODUÇÃO

Nesta lição, destacaremos o conceito bíblico do que é pregação; mencionaremos que o ministério terreno de Cristo, foi caracterizado pela proclamação das boas novas com o propósito de alcançar a todas as pessoas; elencaremos também, principais eventos que mostram a pregação sendo colocada como prioridade no dia a dia da igreja primitiva; e por fim, abordaremos quais devem ser as características da pregação no culto e a sua devida importância.

I  – DEFINIÇÕES

1.1 Definição do termo proclamar. O verbo grego traduzido como “proclamar”, “kerysso” que quer dizer: “ser um arauto, proclamar como um arauto”, refere-se na prática à: “pregação do evangelho como a palavra autorizada (obrigatória) de Deus, trazendo responsabilidade eterna a todos que a ouvem” (GONÇALVES, 2024). Ainda podendo ser entendido como: “promulgação solene e urgente de um fato importante. Assim é descrito o anúncio do Evangelho em obediência ao ‘ide’ de Cristo” (Mt 28.18-19) (ANDRADE, 2006, p. 305).

1.2 Definição do termo pregação. Andrade define a pregação como sendo: “proclamação da Palavra de Deus, visando a divulgação do conhecimento divino, a conversão dos pecadores e a consolação dos fiéis” (2006, p. 303). Um dos termos usados é “kerygma”, que indica: “a mensagem do evangelho”; essa palavra aparece cerca de oito vezes no Novo Testamento (Mt 12.41; Lc 11.32; Rm 16.25; 1Co 1.21; 2.4; 15.14; 2Tm 4.17; Tt 1.3), indicando a pregação apostólica, que é a mensagem central e o fundamento do Novo Testamento (CHAMPLIN, 2004, p.367)

II  – A PREGAÇÃO NO MINISTÉRIO DE JESUS

Jesus exerceu um tríplice ministério de cura, pregação e ensino da palavra de Deus: “E percorria Jesus toda a Galileia, ensinando nas suas sinagogas, e pregando o evangelho do Reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo” (Mt 4.23), essa ênfase na pregação no ministério do Senhor é Jesus, é vista frequentemente nos Evangelhos “E percorria Jesus todas as cidades e aldeias, ensinando nas sinagogas deles, e pregando o evangelho do Reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo” (Mt 9.35), “E aconteceu, num daqueles dias, que, estando ele ensinando o povo no templo e anunciando o evangelho, sobrevieram os principais dos sacerdotes e os escribas com os anciãos” (Lc 20.1). Sua importância é ressaltada, quando essa mesma ênfase foi ordenada e confiada à igreja (Mt 28.19; Mc 16.15-18).

III  – A PREGAÇÃO NA IGREJA PRIMITIVA

A pregação é a parte central do culto cristão e sem ela o culto fica sem brilho e objetivo, pois é através dela que a fé é gerada: “Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam a paz, dos que anunciam coisas boas! Mas nem todos obedecem ao evangelho; pois Isaías diz: Senhor, quem creu na nossa pregação? De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus (Rm 10.14-17; ver Gl 3.2); é a vontade de Deus, que todos se arrependam e cheguem ao pleno conhecimento da verdade (At 17.30; 1Tm 2.4), para tanto percebemos a pregação sendo evidenciada na vida da igreja primitiva. Vejamos:

3.1 No ministério de Pedro. Após ser revestido com o poder do Espírito Santo, o apóstolo Pedro pregou um sermão bíblico (At 1.16), totalmente cristocêntrico, começando com: “[…] Jesus Nazareno” (At 2.22) e, terminando com: “[…] Senhor e Cristo” (At 2.36), resultando em quase três mil almas para o Reino de Deus. Desde então, seu ministério foi marcado pela proclamação das boas novas, na unção do Espírito. Como se pode ver em vários momentos: (a) diante do espanto dos que presenciaram o milagre realizado na porta formosa do templo (At 3.12-26); (b) diante da indagação e da oposição do sinédrio (At 4.8-22); e, (c) na casa do centurião Cornélio (At 10.34-48).

3.2 No ministério de Paulo. O apóstolo Paulo em razão da sua importância no cenário cristão, destacou-se quanto ao compromisso de proclamar a Palavra de Deus de tal forma que sempre lembrava: “Para o que (digo a verdade em Cristo, não minto ) fui constituído pregador, e apóstolo, e doutor dos gentios, na fé e na verdade” (1Tm 2.7; 2Tm 1.11), o que podemos ver com facilidade tanto em seu exemplo (At 9.20,22; 13.5,16; 14.1,21,22,25; 16.13,31; 17.2,3,17;18.4,5,11; 19.8,13; 20.25; 28.31), como em seus ensinamentos (1Tm 4.6-11,13,16; 5.17; 6.3-5; 2Tm 1.13; 2.14,15; 4.2).

IV  – CARACTERÍSTICAS DA PREGAÇÃO NO CULTO

O apóstolo Paulo prevendo o fim de seus dias (2Tm 4.6,7), trouxe à tona para o jovem obreiro Timóteo, compromissos que deveriam caracterizar sua conduta como servo de Deus e da igreja do Senhor. Entre esses o de pregar o Evangelho de forma genuína, frente a um tempo de resistência à verdadeira mensagem de Deus (2Tm 4.3,4). Nesse intuito, o apóstolo destaca características que deve ter a pregação no culto:

4.1 Seriedade: “Conjuro-te, pois […]” (2Tm 4.1-a). A palavra conjuro-te, do grego: “diamarturomai” que indica: “testificar sob juramento, atestar, testificar a, afirmar solenemente”, é enfática e tem peso de afirmação legal. O apóstolo elaborara detalhadamente a responsabilidade que está sobre o ministro cristão. Agora ele incumbe Timóteo de assumir este encargo em plena conscientização de que, no desempenho de suas obrigações, ele é responsável diante de Deus e do Senhor Jesus Cristo (2Co 5.10). A pregação da Palavra era tão importante para Paulo e para o ministério da igreja que ele ordenou “uma ordem militar” que Timóteo continuasse a pregá-la. Paulo recorre a Cristo como testemunha de sua ordem e lembra a Timóteo que, um dia, o Senhor retornará e testará o ministério dele. O pregador infiel que acrescenta algo à mensagem ou dela subtrai será reprovado no dia do acerto de contas (Ap 22.18).

4.2 Fidelidade: “pregues a palavra […]” (2Tm 4.2-a). Pela expressão “a palavra”, o apóstolo quer dizer a mensagem relativa a Cristo como Redentor, Salvador e Senhor. Este deve ser o teor da pregação cristã. Nenhum sermão é realmente sermão, a menos que deixe explícita a verdade bíblica. O pregador é um arauto de Cristo, não pode mudar a mensagem que lhe foi confiada: “porque nunca deixei de vos anunciar todo o conselho de Deus” (At 20.27), não pode alterar a essência da mensagem, na tentação de torná-la palatável aos homens: “Porque nós não somos, como muitos, falsificadores da palavra de Deus; antes, falamos de Cristo com sinceridade, como de Deus na presença de Deus” (2Co 2.17).

4.3 Urgência: “[…] instes a tempo e fora de tempo […]” (2Tm 4.2). O pregador precisa ter um profundo senso de urgência, o verbo grego “ephistemi”, traduzido por “instar”, significa literalmente: “estar de prontidão”. A tempo e fora de tempo pode ser traduzido por “insista em todas as ocasiões, convenientes ou inconvenientes”. Esta determinação nos mostra o senso de urgência que deve caracterizar nossa pregação (At 8.26-30). Isso acarreta necessariamente a responsabilidade de corrigir e repreender (redarguas e repreendas) e o dever mais positivo de animar (exortes). Temos de provocar em todos que nos ouvem a disposição de reagir em total obediência à Palavra de Deus. Acima de tudo, o servo de Deus deve cultivar a graça da paciência (longanimidade), em seus esforços de levar as pessoas a Cristo e ministrar-lhes o ensino segundo a verdade cristã (doutrina).

V  – A IMPORTÂNCIA DA PREGAÇÃO BÍBLICA NO CULTO

5.1 Para nosso ensino. Paulo diz: “Porque tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito […]” (Rm 15.4). Segundo Champlin (2004, p. 855):“Paulo faz aqui uma pausa momentânea a fim de relembrar aos seus leitores qual a autoridade e qual o devido uso das Escrituras. Ele também quis dar a entender, que ela está repleta de boas coisas para nossa instrução moral e espiritual, e a igreja tem feito bom emprego dela, quanto a esses propósitos”.

5.2 Para aviso nosso. O mesmo apóstolo assevera acerca da Bíblia que as coisas que estão escritas: “[…] estão escritas para aviso nosso […]” (1Co 10.11). Para exortar os crentes de Corinto, Paulo utiliza-se do mau comportamento do povo de Israel no deserto (1Co 10.1-6). O apóstolo diz que este exemplo negativo serve de aviso a fim de que não caiamos nos mesmos erros (1Co 10.6,11). Segundo Champlin (1995, p. 396 – acréscimo nosso) a palavra “aviso” no original grego é: “nouthesia”, que significa: “admoestação”, “instrução”, “aviso”, que é utilizada tanto no sentido positivo quanto negativo, ou seja, uma atitude que pode ser reproduzida ou evitada”. Os bons exemplos quanto os maus exemplos de personagens das Escrituras também foram registrados para nos trazer advertências;

5.3 Para nos instruir no caminho certo. Paulo descreveu para o jovem obreiro Timóteo quais os muitos propósitos da pregação das Escritura em relação ao homem: “Toda a Escritura é […] proveitosa para ensinar, […] redarguir, […] corrigir, […] instruir em justiça” (2Tm 3.16). Tudo que foi escrito, o foi para nos instruir no caminho da justiça. Segundo Champlin (1995, p. 396 – acréscimo nosso), no tocante à justiça que no grego é: “dikaiosune”, fica indicado o “treinamento naquilo que é reto”. Porém, no sentido cristão, “praticar o que é reto” consiste em cultivar o caráter moral de Cristo, o qual, por sua vez, reproduzirá a moralidade de Deus Pai”.

CONCLUSÃO

Em razão dos tempos difíceis que marcam os últimos dias da Igreja do Senhor na terra, precisamos reafirmar o valor das Escrituras e da sua proclamação, ocupando um lugar proeminente no culto cristão

REFERÊNCIAS

  • ANDRADE, Claudionor Correa de. Dicionário Teológico. CPAD.
  • STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
  • CHAMPLI, R. N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
  • GONÇALVES, José. O Corpo de Cristo: Origem, Natureza e Vocação da Igreja no Mundo. 1 ed. RJ: CPAD, 2024.
  • VINE, W. E. Dicionário Vine. CPAD.

Fonte: portal rbc1/lições

A responsabilidade da Igreja com os missionários

 

4º TRIMESTRE 2023

ATÉ OS CONFINS DA TERRA

Pregando o Evangelho a todos os povos até a volta de Cristo

  • COMENTARISTA:  Pr. Wagner Gaby

LIÇÃO 7 – A RESPONSABILIDADE DA IGREJA COM OS MISSIONÁRIOS – (1Co 9.9-14)

INTRODUÇÃO

Nesta lição, veremos sobre a Igreja e o cuidado com o sustento do missionário; notaremos sobre o cuidado com a vida e a família dos missionários; analisaremos sobre a igreja e o cuidado com o missionário em sua chegado ao campo missionário; e por fim, falaremos sobre o cuidado com o missionário em seu retorno do campo missionário.

 I  – A IGREJA E O CUIDADO COM O SUSTENTO DO MISSIONÁRIO

A Bíblia ensina-nos que os que se dedicam à proclamação da Palavra de Deus, sendo reconhecidos pela Igreja, devem ser sustentados pela mesma (G1 6.6; Rm 15.25-28; 1Tm 5.18; 1Co 9.9-14). O sustento financeiro de missões é uma responsabilidade básica e contínua das igrejas em todo lugar (GABY, 2023, p. 68). Nunca devemos esquecer que: “a Igreja local deve ser cúmplice dos missionários que envia, em todas as áreas, inclusive na financeira” (MELLO, 2014, p. 55). Ela precisa entender que ao comissionar alguém para qualquer tarefa que seja, estará de alguma forma indo junto com ele. Notemos:

 1.1 O missionário deve ser sustentado pela igreja. Embora Paulo renunciasse ao sustento que deveria receber da igreja por “direito” (1Co 9.6). Ele não reprova tal ação, muito pelo contrário, ele ensinou as igrejas por onde passou sobre a responsabilidade de dar sustento aos obreiros que vivem exclusivamente para a obra (1Co 9.6-12).  Paulo cita o exemplo do agricultor que é o primeiro que experimenta dos frutos, e do criador de gado que se alimenta do seu leite (1Co 9.7). Na visão paulina não é diferente no âmbito espiritual, pois o sacerdote da antiga aliança que ministrava no altar dele também se alimentava (1Co 9.13; Lc 6.4), e de acordo com a Lei, os dízimos deveriam ser entregues aos sacerdotes e levitas constituídos para o ministério do culto (Nm 18.21-32; Dt 26.12; Ne 10.37; Hb 7.5). Por fim, o apóstolo apoia esta prática sob o ensinamento de Moisés (1Co 9.9; Dt 25.4) e do próprio Senhor Jesus (Mt 10.9,10). 

1.2 O missionário necessita do sustento da igreja local. Ensinando aos coríntios Paulo disse que ninguém deve trabalhar, ou militar, “à sua própria custa” (1Co 9.7). Ao invocar o exemplo do ministério sacerdotal conclui: “Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho” (1Co 9.14). Na realidade, desde o AT e através do Novo Testamento, a mensagem é a mesma: “digno é o obreiro do seu salário” (1Tm 5.18). Edison Queiroz, citando uma pesquisa sobre a obra missionária no Brasil, afirma que uma das maiores causas do retorno antecipado de missionários é a “falta de sustento financeiro” (QUEIROZ, 1998, p. 145). Segundo o autor, a igreja local precisa ter em mente que a obra missionária deveria ocupar o primeiro lugar na lista de prioridades da igreja (1Co 8.1-7). Jesus ensinou que: “aos que pregam o evangelho que vivam do evangelho” (Lc 10.7; 1Tm 5.18) e Paulo reforçou esta verdade (1Co 9.14). 

 II  – A IGREJA E O CUIDADO COM A VIDA E A FAMÍLIA DO MISSIONÁRIO

Em seu livro “Igreja Missionária, Igreja Cuidadora” Sérgio de Mello afirma que: “é preciso compreender que a palavra ‘cuidado’ precisa fazer parte do vocabulário missiológico de nossas comunidades e prática em nossa missiologia” (MELLO, 2014, p. 21). Notemos então, alguns aspectos dos cuidados da Igreja com os missionários:

 2.1 É a Igreja que: identifica, capacita, envia e cuida dos missionários. A consciência de responsabilidade da igreja para com o missionário é clara no NT (At 14.25-28; 16.1-8). Esse missionário é um ser humano como qualquer outro membro da igreja e por isso é carente de cuidados e atenção, como afirma Bárbara Burns na obra “Perspectivas do Cuidado Missionário”, asseverando que: “o envolvimento dos responsáveis pelo envio de missionários ao campo, precisa ser de forma prática e concreta para que seja garantido sempre o bem-estar dos mesmos” (BURNS, 2011, p. 18). Nesse processo, a Igreja tem a incumbência de cuidar de seus missionários e de sua família por meio de preparo adequado antes, e através das devidas assistências durante e após toda a sua vivência missionária: “Assim como líderes de igreja não são produzidos por um instituto bíblico ou seminário, missionários não são produzidos por uma agência missionária ou centro de treinamento. Eles são produzidos primeiro por suas igrejas locais, que treinam e discipulam, reconhecem seu chamado e os testam como indivíduos e como futuros líderes e missionários. […] uma vez no campo, os missionários precisam receber a supervisão apropriada de seu trabalho, e precisam ser pastoreados pelo pastor de sua igreja local […]” (GIRÓN, 1998, pp. 39-40). Temos os exemplos de Paulo, Timóteo, Epafrodito, Tíquico e Barnabé – que tanto foram enviados, quanto devidamente assistidos pela igreja primitiva” (At 16.4; 2Co 11.8,9; Fp 4.10-14).

2.2 A igreja precisa cuidar do bem-estar dos missionários. Podemos ver a preocupação e o cuidado constante da igreja com o missionário (Fp 1.3-11). Em Antioquia também havia uma igreja com consciência missionária (At 11.19-26). Apesar de parecer uma tarefa simples, é um trabalho que se mostra cheio de percalços devido às várias faces das dificuldades que o missionário e sua família podem enfrentar, principalmente em uma cultura diferente, como adaptações com a língua, alimentação, doenças, questões teológicas, entre outras: “todas as dificuldades enfrentadas pelos missionários, são também responsabilidade da sua igreja como enviadora” (QUEIROZ, 1998, pp. 144-145). Os benefícios alcançam a todos sem exceção, sejam os próprios missionários transculturais ou mesmo filhos e familiares, o que implica em um processo contínuo do início até o final da vida do missionário (At 17.14,15). “O cuidado missionário é um investimento contínuo de recursos pelas igrejas e focaliza-se em cada um que está nas missões e faz assim durante todo o curso do ciclo vital do missionário, ou seja, do recrutamento até a aposentadoria” (O’DONNELL, 2004, p.17). Outro aspecto igualmente importante em se tratando do papel da igreja em relação ao cuidado com seu missionário é desenvolvido por Dr. João Marcos Cardoso, psicólogo e membro do Cuidado Integral do Missionário (CIM) e da Associação de Missões Transculturais Brasileiras (AMTB), que defende que: “O missionário vai para o seu campo transcultural e à igreja cabe o papel de cuidar da vida desse ser humano” (SOUZA, 2011, p. 38).

 III  – A IGREJA E O CUIDADO COM O MISSIONÁRIO EM SUA CHEGADO AO CAMPO MISSIONÁRIO

“O Espírito Santo e missão são termos inseparáveis, porque a Igreja é a comunidade das pessoas nascidas de novo pelo Espírito Santo, ela é a comunidade missionária” (SILVA, 2002, p. 11). Atos 13.1-4 é uma passagem crucial para compreender o papel da igreja local em missões. Deus é o agente supremo no envio de missionários (At 13.2,4). O Espírito de Deus é o agente definitivo em chamar missionários e a Igreja local é o agente mediador no envio de missionários (At 13.3). Saulo e Barnabé foram separados pela igreja em Antioquia e isso trouxe aquela igreja responsabilidades quanto a vida destes missionários.

3.1 A chegada do missionário e sua família ao campo de trabalho é sempre um misto de sentimentos por parte de todos os envolvidos no processo. Cada mudança tem suas particularidades e histórias que podem ser incentivos positivos ou negativos de acordo com cada experiência em particular e, segundo Mello, “qualquer alteração de nossa rotina ou da agenda em nossa vida pode gerar conflitos, dificuldades, dúvidas, ansiedades e, com certeza exigirá adaptação” (MELLO, 2014, p. 65). Grande parte dos possíveis problemas que os missionários vão enfrentar na sua caminhada, estão concentrados nessa fase de envio, início e adaptação no campo. “Se não forem devidamente acompanhados e instruídos em todas as etapas iniciais dessa caminhada, os missionários podem ter diversos problemas, colocando em risco todo o projeto” (SOUZA, 2011, p. 33). Mesmo apesar de ter se preparado com estudos adequados (teológico e missiológico), às vezes até com treinamento a respeito, as diferenças culturais em sua essência, só serão devidamente descobertas a partir da convivência diária, isso é o que considera: “quando essas diferenças tocam em nossa pele ou batem à nossa porta, revestem-se de significado diferente e assumem um peso que jamais poderíamos imaginar. O missionário precisa ter uma fonte de refúgio para tais impactos” (MELLO, 2014, p. 68).

 IV  – A IGREJA E O CUIDADO COM O MISSIONÁRIO EM SEU RETORNO DO CAMPO MISSIONÁRIO

4.1 O cuidado emocional com o missionário e sua família no retorno do campo. Lucas fala sobre a recepção alegre e honrada da igreja para com os missionários (At 20.1-6), e Paulo comenta a importância de a igreja local comunicar a necessidade dos missionários (Rm 12.13). O retorno do missionário e sua família de um campo transcultural pode acontecer por vários motivos como por exemplo, férias, período de descanso, treinamento e até mesmo por conflitos ou não adaptação às questões culturais. “Todo esforço no sentido de minimizar os impactos decorrentes desse retorno é válido, pois se o missionário quando saiu para o campo teve problemas com o choque cultural, o oposto também tende a ser uma realidade com a qual ele e sua família terão que lidar, é o chamado choque reverso” (PRADO, 2000, p. 90). Essa etapa na vida dos missionários requer muita atenção e cuidado, pois é exatamente nesse período que ocorrem os maiores transtornos psicológicos para aqueles que estão de volta à sua antiga cultura (Fp 1.3-5). Algumas atitudes podem trazer resultados realmente relevantes, como os assinalados por Neal Pirolo em seu livro “A Missão de Enviar Hoje”: “Apanha-los no aeroporto como sinal de boas-vindas; ter um lugar já preparado para eles ficarem; ter um meio de transporte imediato para eles; fornecer refeições nos primeiros dias; levá-los para fazer compras; lembrar de seus filhos” (PIROLO, 2012, pp. 198-200). “Se há algo tão importante para a saúde emocional do missionário, quanto seu relacionamento com Deus, é um grupo de amigos e familiares que se importem com ele e sua família” (MELLO, 2014, p. 93). A igreja sempre cuidou dos seus missionários (2Co 8.1-7).

4.2 O cuidado da saúde do missionário e sua família no retorno do campo. A saúde é seguramente um aspecto de fundamental importância para o desenvolvimento de um trabalho relevante por parte dos missionários. Paulo testificou do grande cuidado da igreja da Galácia para com ele neste momento de enfermidade (Gl 4.12-15). É importante ressaltar que a saúde não se restringe à área física, mas mental e social também. Fábio Ikedo no livro “Perspectivas do Cuidado Missionário” cita uma definição da Organização Mundial da Saúde de 1948 em que “saúde é o estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença. […], inclui o bem-estar em aspectos que vão além da saúde física” (IKEDO, 2011, p. 105). A Bíblia relata a longa caminhada de Lucas, o médico, com Paulo em suas viagens missionárias (At 14.19-22). “Esse episódio é uma prova do cuidado da Igreja de Listra para com Paulo, enviando Lucas” (MELLO, 2014, p. 36). 

 CONCLUSÃO

Nesta lição fomos estimulados a conhecer as necessidades dos missionários. Podemos fazer muita diferença na vida deles e de suas respectivas famílias. Se o nosso coração estiver em missões, nossos joelhos estarão dobrados, nosso testemunho alcançará pessoas e nossas finanças investirão no que é eterno (Mt 6.19-21). Por isso, Deus deseja que seu povo se comprometa e assuma a responsabilidade com os missionários que servem no campo.

REFERÊNCIAS

  • GIRÓN, Rodolfo Rudy. Um modelo integrado de missões. In TAYLOR, William D. (org). Valioso Demais Para que se Perca. Londrina: Descoberta.
  • IKEDO, Fábio. Saúde Física do Missionário: Prevenção e Cuidado. Betel Publicações.
  • MELLO, S. S. Victalino de. Igreja missionária, Igreja cuidadora: ajudando na tarefa de cuidar integralmente dos comissionados. Recife: Ed. Do Autor.
  • O’DONNELL, Kelly. Cuidado Integral do Missionário. Londrina: Descoberta.
  • PIROLO, Neal. A missão de enviar hoje. Curitiba: Editora Jocum Brasil.
  • PRADO, Oswaldo. Do Chamado ao Campo. São Paulo: Sepal.
  • SOUZA, Joed Venturini de. Antes do Ide: O que você precisa saber antes de ir para o campo missionário. Rio de Janeiro: JUERP.
  • SILVA, Eder Jose de Melo. O espiritualismo e a missão da igreja. Londrina: Descoberta.
  • STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal.  CPAD.

Fonte: portal rbc1/lições

 

A velhice de Davi

4º TRIMESTRE 2019

O GOVERNO DIVINO EM MÃOS HUMANAS

Liderança do povo de Deus em 1º e 2º Samuel

COMENTARISTA:  Osiel Gomes

LIÇÃO 13 – A VELHICE DE DAVI  – (2 Sm 23.1-7)

 INTRODUÇÃO

Na última lição deste quarto trimestre trataremos sobre a importância da velhice na Bíblia; falaremos sobre a fase final da vida de Davi na sua velhice; veremos alguns aspectos da velhice do monarca e a preocupação de Davi com o novo rei; e por fim, notaremos as bênçãos divinas na terceira idade.

I – A IMPORTÂNCIA DA VELHICE NA BÍBLIA

O dicionário define “velhice” como: “estado ou condição de velho; idade avançada, que se segue à idade madura” (HOUAISS, 2001, p. 2838). Estamos num processo de envelhecimento, do qual ninguém poderá escapar (Ec 12.1-7). A velhice não deve ser vista como algo ruim, pois devemos ser gratos a Deus pelo fato de termos vida física longa, o que é um dom, um presente (Pv 20.29). Biblicamente é sinal de bênção chegar a ver os netos (Gn 48,11; Sl 128.6). Na cultura israelita presumia-se que a idade avançada tinha algo a ver com o amadurecimento e a sabedoria (Jó 12.12,13). Os velhos do hebraico “zaqem” eram reconhecidos como o grupo de mais elevada autoridade sobre o povo. Havia um grupo em Israel denominado de anciãos; eles agiam como representantes das nações (Jr 19.1; Jl 1.14; 2.16) e também administravam muitos assuntos políticos e desempenhavam um papel ativo na administração da nação e aplicação da Lei de Moisés (Nm 22.7; Js 22.13-33; Dt 21.18-21). Os velhos da cidade formavam uma espécie de conselho municipal cujos deveres incluíam a função de juízes (Dt 19.12; Nm 11.16-25), conduziam as investigações e inquéritos (Dt 21.2) e resolviam conflitos matrimoniais (Dt 22.15; 25.7). Foram reunidos por Moisés para receber o anúncio da libertação do Egito (Êx 3.16-18). O pacto foi ratificado no Monte Sinai na presença de 70 dos anciãos de Israel (Êx 24.1,9,14; cf. 19.7). A base na organização das sinagogas, incluía a figura do ancião (At 11.30; 14.23). Na Igreja Primitiva ocupavam um lugar respeitoso (1Pd 5.5 ver 1Tm 5.1) (PFEIFFER, 2006, pp. 100-101).

II – A VELHICE DO REI DAVI

Davi atingiu a idade de setenta anos (2Sm 5.4). Notemos como se encontrava Davi em sua velhice:

2.1 As limitações no corpo. Davi, o rei, guerreiro e poeta, atingiu a idade de setenta anos (2Sm 5.4), que, segundo as palavras de Moisés, são o limite máximo da vida e que a velhice trás consigo diversas limitações para o corpo físico (Sl 90.10). Para Davi, ter sido moço e agora ser velho não significava exatamente uma mudança com consequências drásticas. Era apenas uma experiência a mais, uma sequência natural: “Fui moço e agora sou velho […]” (Sl 37.25). Por mais robusto que seja o ser humano, não poderá escapar às limitações físicas que lhe impõem a terceira idade (Ec 12.1-9). Aparecem a canseira e o enfado (Sl 90.10); a visão perde a sua força (Gn 27.1); e o vigor vai desaparecendo (Gn 17.17). As forças de um idoso não são as mesmas de um jovem (2Sm 19.34-37).

2.2 As enfermidades. Quando chegou a velhice Davi começou a padecer com as enfermidades. Sentia um frio grande que nem cobertores, podiam lhe aquecer (1Rs 1.1). Vendo isso, os servos de Davi sugeriram que lhe trouxessem uma virgem para que deitasse junto ao corpo de Davi a fim de aquecê-lo (1Rs 1.2,3). A cerca disto afirmou certo teólogo: “a sugestão dos servos para que se buscasse uma jovem para o rei a fim de lhe restaurar a vitalidade perdida e o aquecesse era uma prescrição médica aceita até a Idade Média” (MOODY, sd). Nenhum significado imoral deve ser dado a esta prática, embora em nossa cultura nos pareça um tanto estranha. O próprio texto bíblico acrescenta que Davi não a possuiu como mulher (1Rs 1.4). Abisague serviu de enfermeira prática junto ao moribundo Davi.

2.3 A aproximação da morte. Com a idade avançada, Davi sentiu estar próximo da morte (1Rs 1.1). Este grande personagem hebreu faleceu e foi sepultado na cidade de Jerusalém. Como Deus havia lhe prometido, concedeu-lhe três grandes bençãos, a saber: (a) o trono de todo Israel: “E foram os dias que reinou sobre Israel, quarenta anos; em Hebrom reinou sete anos, e em Jerusalém reinou trinta e três” (1Cr 29.27); (b) longevidade: “E morreu numa boa velhice, cheio de dias” (1Cr 29.28-a); e, (c) riquezas em abundância: “E morreu numa boa velhice, cheio de dias, riquezas e glória” (1Cr 29.28-b).

III – CONSELHOS DE DAVI EM SUA VELHICE PARA O NOVO REI

Quando Davi sentiu estar próximo da morte em sua velhice (1Rs 1.1), mostrou preocupação com a continuação do governo que Deus lhe conferiu. Sabendo de antemão que dos seus filhos, Salomão era o escolhido para lhe suceder no trono (1Cr 28.6,7), e que edificaria o templo (1Cr 22.9,10), Davi lhe fez diversas recomendações para que o seu governo contasse com a bênção de Deus e fosse próspero (1Cr 28.9,10). Notemos:

3.1 Conhecer a Deus. Embora as experiencias espirituais de Davi fossem bastante válidas, e, por certo foram narradas para seus filhos e até mesmo presenciada por eles, este servo de Deus reconhece que Salomão tinha que ter a sua própria experiência:“Conhece o Deus de teu pai” (1Cr 28.9). A expressão “conhecer” no hebraico “yada” significa: “conhecer por experiência, relacionar-se”. A falta de conhecimento de Deus foi o maior problema de Israel, como declarou o próprio Deus através de Isaías (Is 1.1-3). É imprescindível que conheçamos a Deus e prossigamos em conhecê-lo (Os 6.3).

3.2 Servir a Deus. Após exortá-lo a conhecer a Deus, Davi também disse a Salomão que o servisse e orientou quanto a forma: “de coração perfeito e alma voluntária”. A expressão de coração perfeito, no hebraico “shalem” implica um “coração completo, inteiro, todo”. Já a expressão “alma voluntária” fala de buscar com prazer, com amor e não forçado. A orientação de Davi é acompanhada de uma exortação severa para quem não servir a Deus desta maneira (1Cr 28.9-b). Infelizmente com o passar do tempo, Salomão se deixou seduzir pelo pecado e não serviu a Deus como seu pai ordenou (1Rs 11.4).

3.3 Fazer a obra de Deus. Salomão também recebeu como incumbência de seu pai a edificação do Templo, um lugar fixo de adoração ao Deus vivo. Davi disse a Salomão: “Olha, pois, agora, porque o SENHOR te escolheu para edificares uma casa para o santuário; esforça-te, e faze a obra” (1Cr 28.10). Salomão haveria de realizar algo inédito. Uma grande casa para o Senhor deveria ser construída (1Cr 29.1).

IV – BÊNÇÃOS DIVINAS NA VELHICE DO CRENTE

Temos vários exemplos de servos de Deus que tiveram experiências em sua velhice: Sara e Abraão (Gn 21.1-7); do rei Davi (1Cr 29.27,28); Simeão (Lc 2.25-30); Ana (Lc 2.36-38) etc. A terceira idade é um tempo especial da parte de Deus para que os idosos colham com alegria os frutos das sementes plantadas na juventude: “Na velhice ainda darão frutos; serão viçosos e florescentes” (Sl 92.14). Davi experimentou isso em sua velhice (Sl 71.9,18). A longevidade é um presente dado por Deus: “Dar-lhe-ei abundância de dias” (Sl 91.16). Vejamos o que a Bíblia fala-nos sobre a velhice do crente:

4.1 A velhice é tempo de experiência. A Bíblia diz que: “Coroa de honra são as cãs […]” (Pv 16.31-a), a velhice é um símbolo de beleza: “[…] e a beleza dos velhos, as cãs” (Pv 20.29-b). Como diz a Bíblia, a maturidade com o seu modo de ser e de agir não cabe na infância, mas na vida daqueles que já são experimentados (Jó 12.12,13) nos embates da vida material e espiritual (1Co 13.11; Hb 5.13,14). Houve uma certa naturalidade em Samuel quando, já idoso, disse ao povo de Israel: “Já envelheci e estou cheio de cãs…” (1Sm 12.2). A primeira grande bênção do período da velhice é a maturidade, sobretudo quando se floresce plantado na Casa do Senhor (Sl 92.13,14). Duas figuras de linguagem dão a dimensão exata do que isso representa: a palmeira e o cedro. Em ambas vemos a lição de utilidade, perenidade, firmeza e robustez. São assim os que envelhecem seguindo os princípios ditados por Deus: têm raízes profundas, que suportam os ventos da tempestade, são longevos, robustos e de presença acolhedora. Os princípios de vida ensinados na Bíblia levam à maturidade, à prudência e à sabedoria (Is 46.4).

4.2 A velhice é tempo de frutificação. A terceira idade é a época em que os frutos são colhidos como resultado daquilo que se plantou na infância, na juventude e nos primeiros ciclos da vida adulta (Ec 12.1). Paulo aceitou a consciência de sua velhice, assumiu a sua nova condição, isto é, simplesmente aceitou a realidade dos fatos: “…sendo o que sou, Paulo, o velho…” (Fm 9).No salmo 92.12-14 temos duas importantes lições: (a) saber plantar, isto é, fazer boas escolhas sob a direção de Deus nos verdes anos da juventude é condição essencial para que se faça uma boa colheita no período da terceira idade; e (b) aquilo que colhemos na terceira idade, inclusive certas doenças, é o resultado direto das escolhas que fizemos no tempo da semeadura (Gl 6.7-9). A terceira idade é, também, um tempo de colheita. Esse fato, decorrente de semeadura no passado, implica que a semente plantada cumpra, pelo menos, três fases distintas: brotar, crescer e frutificar. Na promessa do Pentecostes, Deus não se esqueceu dos velhos, ou idosos: “E há de ser que, depois, derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e os vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos mancebos terão visões” (Jl 2.28).

4.3 A velhice é tempo de ensinamento. Os jovens permaneciam calados diante deles e só falavam quando estavam certos de que os mais velhos nada mais tinham para dizer (Jó 32.6-7). Alguém que chegou à terceira idade após uma boa semeadura ainda tem muito a contribuir nos átrios da casa de Deus e a ensinar aos que o cercam (Sl 71.15-18; Tt 2.2-5). Esta é também uma época de ensinamento (Êx 18.13-27; Pv 23.22). Mostra-nos a história que desprezar o conselho dos mais velhos não é um bom negócio (1Rs 12.6-8). Não é bom reter somente para nós, em nossos celeiros, aquilo que Deus amorosamente nos concedeu durante toda a nossa vida. A menção aos frutos, no Pentateuco, sempre traz implícita essa ideia (Dt 26.1-11 cf. 16.11). Os anciãos que, tanto em Israel quanto na Igreja Primitiva, ajudavam na orientação dos negócios do Reino de Deus (Êx 4.29; 19.7; At 15.2). A Bíblia nos diz que: “Diante das cãs te levantarás, e honrarás a face do velho, e terás temor do teu Deus. Eu sou o Senhor” (Lv 19.32).

4.4 A velhice é tempo de trabalho. Jacó, aos 147 anos de idade (Gn 47.28) faz a seguinte declaração: “[…] o Deus, em cuja presença andaram os meus pais Abraão e Isaque, o Deus que me sustentou, desde que eu nasci até este dia” (Gn 48.15). Outra área que traz renovação espiritual no tempo da velhice é a do serviço cristão (Lc 2.36-38). Existem muitas áreas de trabalho nas igrejas apropriadas para as pessoas da terceira idade. É óbvio que elas não correrão como as pessoas mais jovens, não terão o mesmo ativismo, mas poderão ter o conhecimento e experiência necessárias para realizarem certas atividades que requerem a maturidade que só os idosos possuem. O povo de Deus necessita da energia dos crentes mais jovens, mas não pode jamais abrir mão da experiência dos santos mais idosos. Lembremo-nos de que Abraão e Sara cumpriram o propósito de Deus na sua velhice (Gn 22.1,2,5), Moisés começou a liderar o povo de Israel com a idade de 80 anos (Êx 7.7; Dt 29.5; At 7.23,30,36); Calebe conquistou Hebrom em plena velhice aos 85 anos (Js 14.12-14); e Davi, o grande rei de Israel, morreu em boa velhice “tendo desfrutado vida longa, riqueza e glória” (1Cr 29.27,28 – NVI).

CONCLUSÃO

A vida física tem começo, meio e fim e a terceira idade não deve ser vista como o fim de uma existência, mas como o início de uma nova etapa na vida do ser humano. Ciente disto, devemos procurar viver de forma agradável a Deus, temendo o Seu nome e realizando a sua vontade. Se procedermos assim, deixaremos um legado para as próximas gerações, de autênticos servos de Deus.

REFERÊNCIAS

  • ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. CPAD.
  • CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
  • HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.
  • STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

Fonte: www.redebrasil.com.br

PRÓXIMO TRIMESTRE

REVISTA ADULTOS 1° TRIMESTRE 2020

Tema: A Raça Humana: Origem, Doutrina e Redenção..

Comentarista: Claudionor de Andrade é Consultor Teológico da CPAD, membro da Casa de Letras Emílio Conde, teólogo, conferencista, Comentarista das Revistas Lições Bíblicas da CPAD.

Sumário:
Lição 1 – Adão, o Primeiro Homem
Lição 2 – A Criação de Eva, a Primeira Mulher
Lição 3 – A Natureza do Ser Humano
Lição 4 – Os Atributos do Ser Humano
Lição 5 – A Unidade da Raça Humana
Lição 6 – A Sexualidade Humana
Lição 7 – A Queda do Ser Humano
Lição 8 – O Início da Civilização Humana
Lição 9 – O Primeiro Projeto de Globalismo
Lição 10 – Só o Evangelho Muda a Cultura Humana
Lição 11 – O Homem do Pecado
Lição 12 – Jesus, o Homem Perfeito
Lição 13 – O Novo Homem em Jesus Cristo

FONTE: CPAD