As nossas armas espirituais

 

2º TRIMESTRE 2024

A CARREIRA QUE NOS ESTÁ PROPOSTA

O caminho da salvação, santidade e perseverança para chegar ao céu

COMENTARISTA:  Pr. OsielGomes

LIÇÃO 06 – AS NOSSAS ARMAS ESPIRITUAIS – (Lc 4.1-4; 16-20)

INTRODUÇÃO

Nesta lição, veremos algumas informações sobre e tentação de Jesus segundo o Evangelho de Lucas; pontuaremos as propostas do inimigo na batalha espiritual enfrentada por Jesus; notaremos a realidade da batalha espiritual bem como o preparo do crente; e por fim, falaremos sobre o campo da batalha espiritual.

I  – A TENTAÇÃO DE JESUS SEGUNDO O EVANGELHO DE LUCAS

Após ser batizado por João Batista no Jordão (Lc 3.21,22), Jesus foi conduzido pelo Espírito Santo ao deserto para ser tentado. Mas alguém pode perguntar: como era possível que o Jesus sem pecado fosse tentado? Devemos antes de mais nada observar que o que foi tentado foi sua natureza humana. O escritor Lucas fornece alguns detalhes desse fato que iremos destacar:

1.1 O lugar da tentação (Lc 4.1). O referido texto nos mostra que Jesus foi tentado no deserto “E Jesus […] foi levado […] ao deserto”. A palavra deserto no grego “eremía” e “éremus” significam, ambos, “deserto” ou “lugar ermo”, ou seja, não somente um verdadeiro deserto, mas também um lugar desabitado ou escassamente habitado (Barclay, 1955, p. 39).

1.2 O tempo da tentação (Lc 4.2-a). O relato de Mateus indica que foi “após os quarenta dias de jejum” que a tentação teve início (Mt 4.1). Mas Lucas diz especificamente que a tentação durou todo esse tempo “e quarenta dias foi tentado pelo diabo”. Jesus, apesar da tensão e da fome, mostrou-se vitorioso. É interessante destacar que as tentações que Cristo sofreu não se resumiram ao deserto (Lc 22.28). O diabo deu uma trégua depois do episódio no deserto, mas logo retornaria (Lc 4.13).

1.3 O agente tentador (Lc 4.2-b). O referido texto nos informa que quem tentou Jesus foi o próprio diabo: “e quarenta dias foi tentado pelo diabo” (Mt 4.3; Mc 1.13). A Bíblia nos mostra que ele é o principal agente da tentação (Gn 3.1; 2Co 11.3; 1Ts 3.5; 1Pd 5.8). O registro lucano informa quais as artimanhas do Inimigo para esse fim: (a) o diabo chegou-se a Jesus no deserto valendo-se de que ele estava sozinho (Mt 4.1; Lc 4.1); (b) aproveitou um momento que o Mestre se encontrava debilitado fisicamente (Mt 4.2; Lc 4.2); (c) com a expressão “se” talvez quisesse colocar dúvida na mente de Cristo (Lc 4.3); (d) tentou três vezes, pois entendia que a insistência podia fazer o Filho de Deus ceder (Lc 4.3); e, (e) usou a Palavra de Deus de forma distorcida para ludibriar (Lc 4.10,11). 

II  – AS PROPOSTAS DO INIMIGO NA TENTAÇÃO

Lucas apresenta uma sequência de tentações diferente da do evangelho de Mateus, contudo o relato de Lucas não afirma ser cronológico. Não sabemos por que Lucas inverte a ordem das duas últimas tentações, e não há proveito em especular a respeito disso. O que deve ser destacado é que a tentação foi uma realidade. “Jesus é colocado em teste para determinar se possui as qualidades necessárias para ser o Salvador, o Cristo e o Senhor. O diabo, seu arqui-inimigo, confronta Jesus e tenta seduzi-lo antes do início de seu ministério. Seu objetivo é frustrar o plano de salvação de Deus logo no princípio, induzindo Jesus a faltar com sua palavra para com Deus” (Tokumboh, 2010, p. 1241). Vejamos quais as intenções do diabo na tentação do deserto:

2.1 Duvidar da revelação recebida (Lc 4.3). No batismo, Jesus ouvira do céu a declaração do Pai dizendo: “Tu és o meu Filho amado, em ti me comprazo” (Lc 3.22-b). No entanto, no deserto, o diabo o tentou a duvidar dessa declaração, quando o quis incitar a transformar as pedras em pão como evidência de sua filiação divina (Lc 4.3). Em primeiro lugar, Jesus não precisava provar para Satanás que ele era o Filho de Deus, pois Satanás sabia disso (Mc 5.7; Lc 8.28). Em segundo lugar Jesus não compôs a sua própria resposta para o tentador, mas extraiu a sua resposta da revelação das Escrituras (Dt. 8.3; Lc 4.4).

2.2 Apossar-se de forma prematura dos direitos de Messias (Lc 4.5-8). Lucas enfatiza o fato de que o Maligno fez aparecer diante de Jesus toda a pompa deste mundo, alegando ser dele (Jo 12.31; 14.30; 16.11). Na verdade Cristo Jesus é herdeiro de tudo (Rm 8.17; Hb 1.2). Todavia, a Escritura nos mostra que todas as coisas lhe estariam sujeitas no devido tempo (Hb 10.13; Ap 11.15). Querer tomar posse dos reinos antes de passar pela cruz era contrariar o plano divino. Mas, Jesus estava comprometido plenamente com a vontade divina (Jo 4.34; 5.30; 6.38; Hb 10.7). 

2.3 Testar a revelação recebida (Lc 4.9-12). O Maligno nesta ocasião cita a Escritura (Sl 91.11-12) para assegurar Jesus que Ele ficaria bastante seguro. Este, porém, é um emprego errôneo da Bíblia. E torcer um texto para servir um propósito. Jesus rejeita esta tentação, conforme fizera com as outras duas, ao apelar para o significado verdadeiro da Bíblia (Dt 6.16). Não cabe ao homem submeter Deus ao teste, nem sequer quando o homem é o próprio Filho de Deus encarnado (Morris, 2007, pp. 98,99).

III  – A REALIDADE DA BATALHA ESPIRITUAL

A batalha espiritual é uma realidade com a qual todo crente, em algum momento, irá se deparar. Não existe ninguém que seja imune à batalha espiritual, pois até mesmo Jesus, o homem perfeito, foi submetido. A resposta à batalha espiritual não é, portanto, negá-la, mas enfrentá-la à luz da Palavra de Deus. Notemos algumas observações que devemos ter:

3.1 Não ignorar essa realidade. Infelizmente não são poucos os cristãos que ignoram que estamos numa batalha espiritual contra os seres demoníacos. Alguns ignoram por falta de conhecimento, outras porque preferem não acreditar. Ignorar o diabo não o fará deixar de existir e de investir contra nós. Acerca disso Paulo diz: “Porque não ignoramos os seus ardis” (2Co 2.11). Pedro também afirmou que: “o diabo […] anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar” (1 Pd 5.8 veja ainda 1Co 7.5; Ef 6.16; 1Ts 2.18; Ap 12.17). Embora, haja anjos decaídos que estão algemados no Inferno (2Pd 2.4; Jd v.6); há outros que estão soltos, como agentes de Satanás, sob o seu domínio e controle (Ef 2.2; Αp 12.7).

3.2 Não supervalorizar essa realidade. Enquanto uns ignoram a realidade do inimigo das nossas almas, há outros que cometem pelo menos dois erros: (a) atribuem tudo ao diabo. Embora Satanás seja um causador de males aos homens na terra, há males que sobrevêm ao homem por causa do seu pecado (Rm 5.12; Lm 3.39), e outros que são enviados por Deus como punição (Gn 6.5,17; 2 Cr 7.13); e, (b) acham que o diabo é tão poderoso quanto Deus. É bom dizer que embora o diabo tenha certo poder (At 26.18; 2 Ts 2.9), pois foi um ser angelical de destaque no mundo espiritual (Is 14.12-19; Ez 28.14,15), ele não pode agir de forma autônoma, pois esteve e sempre estará sob o controle de Deus (Jó 1.11,12; Mc 5.9,10; Lc 22.31).

3.3 Ser moderado a essa realidade. Que existe um reino tenebroso, diabólico, organizado no mundo espiritual (Ef 6.12) influenciando as nações e os povos para o mal em todos os sentidos, está patente na Bíblia: “o mundo jaz no maligno” (1Jo 5.19). Jesus, por diversas vezes chamou o diabo de “o príncipe deste mundo” (Jo 12.31; 14.30; 16.11); Paulo de “[…] o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos […]” (2 Co 4.4). Ele também falou do “príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência” (Ef 2.2). No entanto, a Bíblia também diz que, por ocasião do sacrifício de Cristo que, esmagou a cabeça da serpente (Gn 3.15), e despojou os principados e potestades, quando triunfou deles na cruz do Calvário (Cl 2.15), sua atuação ficou ainda mais restrita no mundo, pela presença do Espírito Santo e da igreja (2Ts 2.7). A esta Igreja, o Senhor Jesus concedeu poder e autoridade sobre os demônios e todo poder do maligno (Mc 16.17; Lc 10.19); de forma que “as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16.18).

IV  – O PREPARO ESPIRITUAL DO CRENTE PARA A BATALHA

A imagem que o apóstolo Paulo na sua carta aos Efésios é a de uma linguagem retirada do contexto militar romano. A expressão “toda a armadura” traduz o termo grego “panóplia”, que significa “a armadura completa de um soldado fortemente armado” (Ef 6.11,13). Na Carta, a orientação não é para usar armas próprias, mas tomar o equipamento dado por Deus, resistir bravamente e marchar contra as potestades do ar.

4.1 Fortalecidos no poder do Senhor. Quando o apóstolo Paulo usa a expressão na forma passiva “fortalecei-vos no Senhor” (Ef 6.10a) indica que não temos poder em nós mesmos. Esse excelso poder nos é conferido pela comunhão com Deus, em Cristo, por meio do Espírito Santo (Jo 15.7; 1Jo 1.3). Por isso precisamos estar fortalecidos por meio da “renovação da mente” (Ef 4.23), da “vida em santidade” (Ef 4.24) e “ser cheio do Espírito” (Ef 5.18). A vitória não pode ser alcançada por outro meio. Conhecer as Escrituras sem a devida obediência e frequentar os cultos sem a genuína conversão não são suficientes. Não obstante, o poder de Deus está disponível aos fiéis para “pisar serpentes, e escorpiões, e toda a força do Inimigo” (Lc 10.19).

4.2 Vigilantes em toda a oração e súplica. Paulo enfatiza a necessidade de uma vida cristã permeada pela prática da oração. Não é possível entrar em combate sem a cobertura de tão preciosa arma espiritual (Lc 21.36). A expressão “orando em todo tempo com toda oração e súplica no Espírito” (Ef 6.18) significa clamar pelo favor divino em qualquer circunstância e oportunidades. Esse clamor deve estar acompanhado de vigilância (Is 59.1,2), pois esta preserva o crente das astutas ciladas do Inimigo (Sl 124.7).

V  – CONHECENDO O CAMPO DA BATALHA ESPIRITUAL

A expressão usada por Paulo: “ciladas do diabo” (Ef 6.11) indica as “armadilhas” articuladas perversamente pelo reino das trevas. O líder desse reino é identificado como diábolos, que significa “caluniador” e “acusador” (Mt 4.1; Jo 8.44; 1Pd 5.8). Vejamos algumas características dessa batalha espiritual:

5.1 O conflito contra o reino das trevas. Paulo enfatiza que esse conflito não é “contra carne e sangue” (Ef 6.12). Não se trata de lutar contra o ser humano, mas contra o reino das trevas nas “regiões celestes”. Essas declarações indicam que a batalha não é física, mas travada no mundo espiritual. O conflito é contra as hostes que, debaixo da autoridade do Diabo, mantêm os homens na escuridão (1Jo 5.19). Nessa metáfora, fica claro que o cenário do campo de batalha do soldado é espiritual (Ef 6.11,12), ao mesmo que se revela a natureza pessoal do conflito, pois essa luta se dá tanto na área individual quanto na área coletiva da igreja (1Pd 5.8,9).

5.2 As agências das potestades do ar. Paulo identifica as forças do mal que marcham contra a Igreja como “principados, potestades, príncipes das trevas deste século e hostes espirituais da maldade” (Ef 6.12). Esses seres são caracterizados por três aspectos: a) Eles são poderosos. Os títulos “principados e potestades” indicam poder, primazia e autoridade para agir; “príncipes das trevas” são líderes de anjos decaídos, que sob o comando do Diabo exercem domínio; b) Eles são malignos. Esses agentes formam “as hostes espirituais da maldade”. Refere-se a demônios que empregam seu poder destrutivamente para o mal; e, c) Eles são astutos. São cheios de sutilezas e maquinam a queda da Igreja. Apesar desse imenso império do mal, a Igreja é exortada a não temer. Somos incentivados a lutar e, sobretudo, a vencer, pois o Senhor da Igreja está elevado ao nível “acima de todo o principado, e poder, e potestade, e domínio” (Ef 1.21).

CONCLUSÃO

Em certo sentido, a “armadura de Deus” é uma imagem de Jesus Cristo. Ele é a Verdade (Jo 14.6); Ele é nossa justiça (2Co 5.21) e nossa paz (Ef 2.14). Ele é fiel (Gl 2.20); é nossa salvação (Lc 2.30); e, é a Palavra de Deus (Jo 1.1,14). Isso significa que, quando aceitamos a Cristo, também recebemos a armadura. No momento da salvação, vestimos a armadura de uma vez por todas. No entanto, devemos nos apropriar dela cada dia: “[…] vistamo-nos das armas da luz” (Rm 13.12).

REFERÊNCIAS

  • SOARES, Ezequias; SOARES, Daniele. Batalha Espiritual. CPAD, 2018.
  • SOARES, Ezequias (Org.). Declaração de Fé das Assembleias de Deus. CPAD, 2017.
  • STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD, 1995.
  • WIERSBE, W. W (Trad. Susana Klassen). Comentário Bíblico Expositivo NT. GEOGRÁFICA, 2007.
  • HANEGRAAFF Hank (Trad. Marta Andrade). Armadura Espiritual. CPAD, 2005.
  • MORRIS, Leon, L. Lucas: Introdução e Comentário. VIDA NOVA.

Fonte: portal rbc1/lições

Orando e jejuando como Jesus ensinou

2º TRIMESTRE 2022

OS VALORES DO REINO DE DEUS

A relevância do sermão do monte para a Igreja de Cristo

COMENTARISTA:  Pr. OsielGomes

LIÇÃO 09 – ORANDO E JEJUANDO COMO JESUS ENSINOU – (Mt 6.5-18)

INTRODUÇÃO

Nesta lição estudaremos sobre a oração e o jejum bíblico; aprenderemos o que é oração e veremos como devemos orar.; destacaremos os tipos de jejum, do ponto de visto bíblico, o propósito e a finalidade dessa prática para a vida devocional do cristão.

I – O QUE É ORAÇÃO?

Oração é uma prece dirigida pelo homem ao seu Criador, com o objetivo de adorá-lo, pedir-lhe perdão pelas faltas cometidas, agradecer-lhe pelos favores recebidos, buscar proteção e, acima de tudo, uma comunhão mais íntima com Ele. Essa atividade é descrita como: a) invocar a Deus (Sl 17.6); b) invocar o nome do Senhor (Gn 4.26); c) clamar ao Senhor (Sl 3.4); e, d) levantar nossa alma ao Senhor (Sl 25.1). Diversos textos das Sagradas Escrituras incentivam o crente a orar (1Cr 16.11; Sl 105.4; Is 55.6; Am 5.4,6; Mt 26.41; Lc 18.1; Jo 16.24; Ef 6.17,18; Cl 4.2; 1Ts 5.17) fazendo-nos entender que Deus aspira a comunhão com o homem. Vejamos outras definições:

1.1 Orar é comunicar-se com Deus. Toda vez que oramos, entramos em contato com Deus, de uma maneira especial. Não apenas em um monólogo, e sim, num diálogo, onde podemos, não apenas dirigir nossas palavras a Deus, mas, também, ouvi-Lo (Gn 18.23-33; Êx 14.15; 32.30-34).

1.2 Orar é tornar nossos pedidos conhecidos diante de Deus. É compartilhar com Ele tudo o que está em nosso coração, sabendo que Ele se importa com a nossa vida e todas as nossas necessidades (1Sm 1.9-11; Ne 2.4; Dn 6.10; Jo 11.41,42; At 12.5).

II – COMO DEVEMOS ORAR?

Nos dias hodiernos, muitos líderes evangélicos, influenciados pela teologia da prosperidade, estão ensinando um modelo de oração completamente oposto aos exemplos bíblicos, ensinando os cristãos a orar decretando, determinando ou profetizando sua bênção, “e as coisas acontecem”, dizem eles. No entanto, a Bíblia Sagrada nos ensina a forma correta de nos dirigirmos a Deus, em oração. Vejamos:

2.1 Devemos orar com fé. A fé é um dos requisitos indispensáveis à oração. O Senhor Jesus disse: “E, tudo o que pedirdes na oração, crendo, o recebereis.” (Mt 21.22); “Se tu podes crer, tudo épossível ao que crê.” (Mc 9.23); e, o apóstolo Tiago nos exorta dizendo: “Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando; porque o que dúvida é semelhante à onda do mar, que é levada pelo vento, e lançada de uma para outra parte” (Tg 1.6). Portanto, não basta orar, é preciso ter fé e reconhecer que, mesmo que nos pareça impossível o que estamos pedindo, todas as coisas são possíveis para Deus (Mt 19.26).

2.2 Devemos orar em ome de Jesus. Muitos cristãos deixam de obter resposta às suas orações por não orarem em Nome de Jesus. O próprio Senhor Jesus nos ensinou, dizendo: “E tudo quanto pedirdes em meu nome eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei” (Jo 14.13,14); “Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vo-lo conceda” (Jo 15.16); “E naquele dia nada me perguntareis. Na verdade, na verdade vos digo que tudo quanto pedirdes a meu Pai, em meu nome, ele vo-lo há de dar” (Jo 16.23).

2.3 Devemos orar segundo a vontade de Deus. É imprescindível que a vontade de Deus prevaleça sempre sobre as nossas vidas. Por isso, devemos orar pedindo a Deus que faça sempre conforme a Sua vontade. O próprio Jesus nos deu o exemplo quando orou no jardim do Getsêmani: “E, indo segunda vez, orou, dizendo: Pai meu, se este cálice não pode passar de mim sem eu o beber, faça-se a tua vontade” (Mt 26.42). E, o apóstolo João, diz: “E esta é a confiança que temos nele, que, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve” (1Jo 5.14).

2.4 Devemos orar com perseverança. A perseverança é fundamental à nossa vida de oração. Diversas vezes Jesus ensinou sobre o dever de orar sempre, sem desfalecer (Mt 7.7-11; Lc 11.5-13; 18.1-8); e, o apóstolo Paulo diz: “Orai sem cessar” (1Ts 5.17); e ainda: “Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos os santos” (Ef 6.18).

2.5 Devemos orar com sinceridade. Deus não aceita oração com falsidade e hipocrisia. Na parábola do fariseu e do publicano (Lc 18.9-14), Jesus disse que tanto o fariseu como o publicano subiram ao templo, para orar; o fariseu, orava dizendo: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano. Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo”. Porém, o publicano, nem queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: “O Deus, tem misericórdia de mim, pecador!”. Por isso, somente a oração do publicano foi ouvida. O escritor aos Hebreus, diz ainda: “Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé, tendo os corações purificados da má consciência, e o corpo lavado com água limpa” (Hb 10.22).

III – CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O JEJUM

É a abstinência parcial ou total de alimentos com finalidades específicas. Essa prática vem desde o AT onde o povo de Israel jejuava por diversas razões (Sl 69.10; 2Sm 12.16). O próprio Cristo praticava a disciplina do jejum e ensinava que a mesma devia fazer parte da vida consagrada do cristão. A igreja do NT praticava o jejum (At 13.2,3; 14.23; 27.33). Antioquia é uma clara demonstração de que os crentes primitivos jejuavam (At 12.2,3; 2Co 6.5). Vejamos os tipos de jejum:

3.1 O jejum parcial. Compreende apenas a abstenção de determinados alimentos, como fizeram Daniel e seus companheiros na Babilônia, ingerindo apenas legumes e água (Dn 1.8-15).

3.2 O jejum total. Abstinência absoluta de alimento e água, como ordenou Ester aos judeus e também foi praticado por Paulo imediatamente após sua conversão (Et 4.16; At 9.9). Nestes dois casos, o jejum não perdurou mais que três dias. Por falta de conhecimento, muitos crentes se excedem e jejuam demasiadamente, trazendo transtornos à saúde e terríveis consequências à obra de Deus.

IV – O PROPÓSITO DO JEJUM

Destacamos alguns propósitos: a) um ato para Deus, visando à sua honra (6.16-18; Zc 7.5; Lc 2.37; At 13.2); b) o crente humilhar-se diante de Deus (Sl 69.10; Ed 8.21; Is 58.3), para receber mais graça (1Pd 5.5) e desfrutar da presença íntima de Deus (Is 57.15); c) expressar pesar por causa de pecados e fracassos pessoais cometidos (1Sm 7.6; Ne 9.1,2); d) pesar por causa dos pecados da igreja, da nação e do mundo (1Sm 7.6, Ne 9.1,2); e) buscar graça divina para novas tarefas e reafirmar nossa consagração a Deus (4.2); f) como um meio de buscar a Deus, aproximar-nos dEle e prevalecer em oração contra as forças espirituais do mal que lutam contra nós (Ed 8.21,23,31; Jl 2.12; Jz 20.26; At 9.9); g) como um meio de libertar almas da escravidão do mal (Is 58.6-9; Mt 17.14-21); h) demonstrar arrependimento e assim preparar o caminho para Deus mudar seus propósitos declarados de julgamento (Jn 3.5,10; 1Rs 21.27-29; 2Sm 12.16,22; Jl 2.12-14); e, i) abrir caminho para o derramamento do Espírito e para a volta de Cristo à terra para buscar o seu povo (STAMPS, 1995, p. 1396).

4.1 O jejum não visa a autoglorificação. O jejum também não visa a autoglorificação, para parecer aos homens que somos mais espirituais e, por isso, desfrutarmos de maiores privilégios em nossa relação com Deus. Infelizmente, costuma-se medir a espiritualidade das pessoas, entre outros fatores, pelo número de vezes que jejuam e pela forma como se expõem diante do povo. Mas, queiramos ou não, essa atitude foi radicalmente condenada por Jesus por ser portadora de orgulho espiritual, o que, por si só, torna sem valor qualquer iniciativa do gênero (Sl 101.5; 138.6).

4.2 O jejum é um ato de entrega pessoal. Para o Senhor, o jejum é um ato de entrega pessoal, uma questão entre a pessoa e Deus, e não para enriquecer o currículo de feitos admiráveis para serem aplaudidos pelos homens. E, quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas, porque desfiguram o rosto, para que aos homens pareça que jejuam. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão” (Mt 6.16). Quem jejua o faz para Deus, como parte do seu culto racional (Rm 12.1), para manifestar-lhe, com esta conduta, que a sua vida lhe pertence. Em outras palavras, é um ato de plena adoração ao Senhor e busca da sua face, em renúncia e quebrantamento de espírito, sem a intenção de reivindicar lugar de proeminência espiritual. O verdadeiro jejum leva o crente ao caminho da humildade, porque, em suma, reconhece a soberania divina sobre sua vida (At 13.3).

CONCLUSÃO

Um dos maiores privilégio do cristão, sem dúvida, é poder buscar a Deus em oração. A Bíblia está repleta de promessas para aqueles que oram. Por isso, não podemos deixar de desfrutar de todos os benefícios advindos através da oração, principalmente, o de poder desfrutar de uma comunhão mais íntima e profunda com Deus.

REFERÊNCIAS

  • APPÉRE, Guy. A oração que Deus responde. FIEL
  • OMATIAN, Stormie. O poder de orar juntos. Mundo Cristão
  • Ubiratan Oliveira. Oração, um ministério fundamental. CPAD
  • SILVA, Esequias Soares da (Org.). Declaração de Fé das Assembleias de Deus. CPAD.
  • STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

Fonte: portalrbc1.

PROXIMO TRIMESTRE: Os Ataques Contra a Igreja de Cristo –  As Sutilezas de Satanás neste Dias que antecedem a volta de Jesus Cristo – 3º TRIMESTRE 2022.

Lição 01 – AS SUTILEZAS DE SATANÁS CONTRA A IGREJA DE CRISTO

Lição 02 – A SUTILEZA DA BANALIZAÇÃO DA GRAÇA

Lição 03 – A SUTILEZA DA IMORALIDADE SEXUAL

Lição 04 – A SUTILEZA DA NORMATIZAÇÃO DO DIVÓRCIO

Lição 05 – A SUTILEZA DO MATERIALISMO E DO ATEÍSMO

Lição 06 – A SUTILEZA DAS IDEOLOGIAS CONTRÁRIAS A FAMÍLIA

Lição 07 – A SUTILEZA DA RELATIVIZAÇÃO DA BÍBLIA

Lição 08 – A SUTILEZA DO ENFRAQUECIMENTO DA IDENTIDADE PENTECOSTAL

Lição 09 – A SUTILEZA DO MOVIMENTO DOS DESIGREJADOS

Lição 10 – A SUTILEZA CONTRA A PRÁTICA DA MORDOMIA CRISTÃ

Lição 11 – A SUTILEZA DAS MÍDIAS SOCIAIS

Lição 12 – A SUTILEZA DA ESPIRITUALIDADE HOLÍSTICA

Lição 13 – RESISTINDO ÀS SUTILEZAS DE SATANÁS