O casamento é para sempre

2º TRIMESTRE 2022

OS VALORES DO REINO DE DEUS

A relevância do sermão do monte para a Igreja de Cristo

COMENTARISTA:  Pr. OsielGomes

LIÇÃO 05 – O CASAMENTO É PARA SEMPRE – (Mt 5.27-32)

INTRODUÇÃO

Na lição desta semana, estudaremos sobre o casamento, a primeira instituição criada por Deus. Traremos as definições etimológica e teológica do termo, abordaremos sobre sua indissolubilidade. Refletiremos sobre o discurso de Jesus em Mt 5.27-32, abordaremos sobre o princípio da santidade do matrimônio, e por fim, refletindo sobre os perigos da cobiça e adultério.

I – DEFINIÇÃO DE CASAMENTO

1.1 Definição etimológica. “Ato ou efeito de casar; vínculo conjugal entre um homem e uma mulher; união voluntária de um homem e uma mulher, nas condições sancionadas pelo direito, de modo que se estabeleça uma família legítima (HOUAISS, 2001, p. 641 – grifo nosso). O artigo 226, parágrafo 3° da Constituição Federal diz que para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento. Como podemos ver, tanto o dicionário como a Constituição Federal, conceituam o casamento como “união entre duas pessoas de sexos diferentes”, o que deixa claro que a união homossexual não pode ser caracterizada como casamento. É importante ressaltar aqui que a união estável não é casamento, mas, poderá ser transformada em casamento. O código civil no Artigo 1514 diz que: “O casamento se realiza no momento em que o homem e a mulher manifestam, perante o juiz, a sua vontade de estabelecer vínculo conjugal, e o juiz os declara casados”.

1.2 Definição teológica. “Instituição que tem por objetivo legalizar a união entre um homem e uma mulher” (CLAUDIONOR, 2006, p. 91). Ainda pode-se dizer que o casamento é uma instituição social de origem divina, fundada no princípio da raça humana, para dar origem e sustentação à família (Gn 2.22-24; Mt 19.4-6). O casamento é um concerto, ou aliança entre pessoas de sexos opostos diante de Deus, da família, da igreja, de serem marido e mulher enquanto viverem (Mt 19.6; Mc 10.9; Rm 7.2; 1Co 7.39).

1.3 Definição da Declaração de fé das Assembleias de Deus. Casamento ou união matrimonial Instituição criada por Deus, que tem por princípios reguladores e estruturantes a monogamia: “Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma só carne” (Gn 2.24) e a heterossexualidade: “Ele, porém, respondendo, disse-lhes: Não tendes lido que, no princípio, o Criador os fez macho e fêmea” (Mt 19.4). Pelo casamento, um homem e uma mulher, por livre consentimento, decidem unir-se mediante um pacto solene, do qual o Senhor Deus é a principal testemunha (Ml 2.14,15), e, na condição de cônjuges sob os aspectos legal, formal, moral e espiritual, prometem viver em fidelidade mútua, até que a morte os separe (Mt 19.6) (SOARES, 2017, p. 204).

II – CASAMENTO: UMA UNIÃO INDISSOLÚVEL À LUZ DA BÍBLIA

2.1 O casamento é indissolúvel à luz do AT. A Bíblia nos revela que Deus, ao criar o casamento, o fez para que fosse indissolúvel “e apegar-se-á à sua mulher” (Gn 2.24-b). A expressão “apegar-se” no hebraico dãbaq significa: “apegar-se, grudar-se, esconder- se”. Usado no hebraico moderno no sentido de “colar, aderir”, dabaq traduz a forma substancial de “cola” e também as ideias mais abstratas de “lealdade e devoção”. O uso no texto de (Gn 2.24) reflete o significado de um objeto (pessoa) ser único a outro (VINE, 2002, p. 42). Três termos na Bíblia nos atestam a indissolubilidade do casamento. Deus diz: “e apegar-se-á à sua mulher” (Gn 2.24­b); Jesus diz: “Deus ajuntou (Mt 19.6); e, Paulo diz: “Porque a mulher… enquanto ele viver, está-lhe ligada pela lei” (Rm 7.2).

2.2 O casamento é indissolúvel à luz do NT. Está claro em toda a Escritura que o casamento deve ser para toda a vida. No Antigo Testamento, por exemplo, o profeta Malaquias repreende os judeus por tratarem de forma leviana o matrimônio. O Senhor deixa claro que DETESTA o divórcio (Ml 2.16), pois do marido e da mulher fez um só (Ml 2.15). No Novo Testamento, o Senhor Jesus, falou explicitamente contra o divórcio (Mt 19.6). A perspectiva paulina segue o mesmo padrão (Rm 7.2,3; 1Co 7.10,11,39). Portanto, a vontade de Deus para o casamento é que cada cônjuge seja único até que a morte os separe (Mc 10.7-9). A única exceção se dá em caso de traição (Mt 19.9), entretanto, ainda assim, tal situação não se constitui em um mandamento. Haverá sempre um espaço para o perdão e a reconciliação.

III – COMPREENDENDO MATEUS 5.27-32

3.1 Cobiça: um ato interior (Mt. 5.27-30). Os mestres religiosos da época de Jesus, acreditavam que evitando o adultério formal, estariam cumprindo perfeitamente o mandamento de “Não adulterarás”. Com isso, estavam limitando o alcance da aplicação do mandamento, que deveria ser interpretado a luz do décimo mandamento: “[…] não cobiçarás a mulher de teu próximo[…]” (Êx. 20.17; Dt 5.18). Para os fariseus e escribas, enquanto o homem não cometia adultério, estava cumprindo o mandamento. Não obstante, Jesus esclarecia: “Qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou”, pois do coração do homem é que provém os maus desígnios (Mt 15.19-20). A concupiscência começa do lado de dentro (Rm 3.10-18; 7.7), entendimento contrário ao que pensava os mestres religiosos que defendiam uma interpretação mecanicista (STOTT, 2018, p. 43).

3.1.2 Como evitar a cobiça. Como súditos do reino, agora em Cristo podemos evitar a cobiça: a) possuímos uma nova natureza (2Co 5.17); b) tendo uma nova mente (1Co 2.16); c) permitindo que a Palavra domine nosso entendimento (2Co 10.5); d) renovando continuamente (Rm 12.2); e) priorizando os valores do Reino de Deus (Fl 4.8); f) permitindo que o Espirito domine nossa vida por inteiro (Gl 5.16); e, g) revestindo-nos do novo homem, para ser semelhante a Deus (Ef 4.24-32).

3.2 Adultério: um ato exterior (Mt 5.31-32) Enquanto os fariseus e escribas estavam preocupados com as razões do divórcio, o Senhor Jesus se concentrava em estabelecer a natureza permanente do casamento (Mt 19.4-6) (STOTT, 2018, p. 48). O adultério ocorre quando um dos cônjuges se torna infiel ao outro (Mt 19.9; Mc 10.11). Esta ação é chamada de adultério, e este por sua vez, é a “relação sexual entre uma pessoa casada e outra que não é o seu cônjuge” (WYCLIFFE, 2012, p. 35). No AT o adultério é estritamente proibido: “Não adulterarás” é o sétimo mandamento do Decálogo (Êx 20.14; Dt 5.18). Esta prática era punível sob a Lei com morte por apedrejamento (Lv 20.10; Dt 22.22). No NT Os ensinamentos seguem o mesmo padrão veterotestamentário quanto a reprovação da prática do adultério (Rm 13.9; Gl 5.19; Tg 2.11). O Senhor Jesus estendeu a culpa pelo adultério da mesma forma como fez para outros mandamentos, incluindo até o desejo de cometê-lo ao próprio ato em si (Mt 5.28). O adultério é uma obra da carne e os que praticam são passíveis de morte e não herdarão o Reino dos céus (Rm 1.29-32; Gl 5.21).

3.2.2 Como evitar o adultério. Vigilância, oração e meditação na Palavra de Deus são os recursos mais importantes para quem deseja vencer toda e qualquer tentação (Mt 26.41; Sl 119.9,11). Mas, no que diz respeito a sedução do adultério, existe outros cuidados que o casal deve tomar. Como: a) evitando as más conversações (1Co 15.33); b) guardando o coração e mente (Pv 4.23; Mt 15.19; Fp 4.8; Cl 3.1-3); c) afastando dos olhos aquilo que pode levar a pessoa ao pecado (Jó 31.1; Sl 101.3; Mt 6.22,23); d) mantendo-se longe do conselho dos ímpios (Sl 1.1-3; 1Co 5.11); e) mortificando a carne e andando em Espírito (Cl 3.5; Gl 5.16-18); f) abstendo-se do ato sexual com o cônjuge apenas por consentimento mútuo e por tempo determinado (1Co 7.5); g) mantendo o cônjuge satisfeito (Pv 5.15; 1Co 7.3); h) observando a Palavra de Deus (Sl 119.11; Pv 4.20); e, i) orando e vigiando (Mt 26.41).

IV – O PLANO ORIGINAL DO CASAMENTO SEGUNDO A BÍBLIA

4.1 O casamento é uma instituição divina. Ele antecede toda a cultura, tradição, povo ou nação. A história do primeiro casal, Adão e Eva, é apresentada no AT como a gênese do casamento (Gn 2.18-25). O texto bíblico deixa claro que Deus “formou uma mulher, e trouxe-a a Adão” (Gn 2.22-b). Logo, o casamento é uma instituição divina (Mt 19.5,6).

4.2 O casamento é um dom de Deus. A palavra “dom” no grego “charisma” significa: “presente” dando a entender que o homem é presenteado por Deus com o matrimônio (Pv 18.22; 19.14). Paulo diz: mas cada um tem de Deus o seu próprio dom, um de uma maneira e outro de outra (1Co 7.7). O apóstolo Paulo não coloca o celibato como regra, mas como exceção, pois, esta abstinência deve ser voluntária (1Co 7.8,9). Logo, quem casa não é menos santo que o que não deseja casar (1Tm 4.2,3). Afinal de contas, tanto é dom de Deus desejar permanecer solteiro tanto quanto estar casado.

4.3 O casamento é um estado honroso. Está explícito que o casamento é uma condição de honra, pois nele o sexo é desfrutado de forma legal. O escritor aos hebreus nos diz: “Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula” (Hb 13.4-a). O dicionário Houaiss define a palavra veneração como: “reverência, respeito, admiração, consideração”.

4.4 O casamento é uma complementariedade. O relato bíblico nos mostra que o homem estava só, pois faltava-lhe uma companheira (Gn 2.20). Deus viu a necessidade de Adão e providenciou-lhe a mulher para suprir sua carência “Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele” (Gn 2.18). A mulher foi criada para ser a amável companheira do homem e sua ajudadora para cooperar no plano de Deus para a vida dele e da família por meio do casamento.

4.5 O casamento é uma identificação entre os gêneros. Deus criou uma pessoa para Adão com quem ele se identificasse: “E da costela que o Senhor Deus tomou do homem, formou uma mulher, e trouxe-a a Adão” (Gn 2.22). Deus estava criando não apenas um outro indivíduo, mas um indivíduo novo, totalmente diferente, com outro sexo. Adão identificou-se de tal maneira com a mulher que expressou a respeito dela da seguinte maneira: “Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; esta será chamada mulher, porquanto do homem foi tomada (Gn 2.23).

4.6 O casamento é um estado de relacionamento. Outro propósito pelo qual Deus instituiu o casamento foi para que o homem tivesse com quem se relacionar plenamente (Pv 5.18). O texto sagrado nos mostra que através do matrimônio Deus tinha em mente proporcionar ao homem e a mulher um relacionamento de forma: a) física: “e apegar-se-á à sua mulher”; b) sexual: “e serão ambos uma carne”; e c) emocional: o homem que “estava só” (Gn 2.1) agora tinha alguém para dirigir seu afeto (Gn 2.23).

CONCLUSÃO

Como observamos, o casamento é uma instituição de origem divina. Seu padrão se encontra revelado nas Escrituras Sagradas, sendo indissolúvel. Como súditos do reino, precisamos viver a cada dia, sua ética, evitando que a cobiça e a prostituição e demais obras da carne, venham fazer parte de nossa vida. Que sejamos sempre um louvor para Sua glória.

REFERÊNCIAS

  • ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.
  • LOPES, Hernandes Dias. Casamento, divórcio e novo casamento. HAGNOS.
  • PFEIFFER, Charles F. et al. Dicionário Bíblico Wyclliffe. CPAD.
  • GOMES Osiel. Os Valores do Reino de Deus: A relevância do Sermão do Monte para a Igreja de Cristo. CPAD.
  • STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
  • STOTT, Jonh.Lendo o Sermão do Monte com Jonh Stott. ULTIMATO
  • REIFLER, Hans Ulrich. A Ética dos Dez Mandamentos. VIDA NOVA.

Fonte: portalrbc1.

E Deus criou o homem e a mulher

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4º TRIMESTRE 2015

O COMEÇO DE TODAS AS COISAS

Estudo sobre o livro de Gênesis

COMENTARISTA: Pr. Claudionor de Andrade

LIÇÃO 03 – E DEUS CRIOU O HOMEM E A MULHER – (Gn 2.7,18-24) 

INTRODUÇÃO

O homem não é somente a coroa da criação, mas também é objeto de um especial cuidado de Deus. E a revelação de Deus na Escritura é uma revelação dada ao homem, e na qual o homem é de seu interesse vital. Nesta lição, destacaremos importantes informações acerca da criação do homem segundo o relato do livro de Gênesis e que Deus após fazer o homem, fez-lhe também uma adjutora, instituindo em seguida o casamento.

I – A ORIGEM DO HOMEM SEGUNDO O LIVRO DO GÊNESIS

Deus havia formado os céus e os preenchido com os luminares celestes e as aves que voam (Gn 1.1,14). Havia formado os mares e enchido as águas com várias criaturas aquáticas (Gn 1.9,20-22). A criação chegou a seu ápice quando, no sexto dia, o Senhor criou o primeiro homem, o qual, juntamente com sua esposa, teria domínio sobre a Terra e suas criaturas (Gn 1.26,27). Abaixo destacaremos algumas verdades bastante interessantes sobre o relato bíblico:

1.1 A criação do homem foi precedida por um solene conselho divino. Antes de registrar a criação do homem, o escritor inspirado nos leva de volta, por assim dizer, ao conselho de Deus, pondo-nos em conhecimento do decreto divino com as palavras: “Façamos o homem […]” (Gn 1.26). “Enquanto os outros seres foram criados sob o impacto do “faça-se” de Deus, o homem teve criação de modo bem diferente. Deus concretizou o seu projeto para criar um ser especial, de forma especial, nos atos da criação. Assim, Ele, em conjunto com os outros componentes de sua Unidade, que se consubstanciam na Trindade (Pai, Filho e Espirito Santo)” (RENOVATO, 2008, p. 251 – acréscimo nosso).

1.2 A criação do homem foi um ato imediato de Deus. A criação do homem segundo as Escrituras adveio de um ato imediato de Deus. Segundo Renovato (2008, p. 540), enquanto “a Antropologia Humana exalta a teoria da evolução das espécies, por meio do acaso e da chamada “seleção natural”. A Antropologia Bíblica fundamenta-se na Palavra de Deus, que afirma categoricamente: “No principio, criou Deus os céus e a terra…”. E disse Deus: “Façamos o homem a nossa imagem, conforme a nossa semelhança” (Gn 1.26-a). Esse é o ponto de partida, diante do qual o cristão, que crê na revelação divina, jamais tergiversará diante dos argumentos humanos, materialistas, contrários a fé em Deus”.

1.3 A criação do homem foi distinta das outras criaturas. Quanto aos animais o relato bíblico nos informa que Deus os fez conforme a sua espécie, já quanto ao homem, o Criador o fez distinto das demais criaturas, o fez a “sua imagem e semelhança” (Gn 1.26,27). “O homem devia ser conforme a semelhança divina, tendo similitude geral com Deus, mas não sendo uma duplicata exata. Não era para ele ser um pequeno Deus, mas definitivamente tinha de estar relacionado com Deus e ser o portador das características distintivas espirituais que o marcam exclusivamente como ser superior aos animais” (BEACON, 2006, p. 33 – acréscimo nosso). Segundo Stamps (1995, p. 979) a semelhança de Deus com o homem se dá da seguinte forma:

O SIGNIFICADO DA IMAGEM E SEMELHANÇA DE DEUS NO HOMEM

Semelhança natural

Adão e Eva tinham semelhança natural com Deus. Foram criados como seres pessoais, tendo mente, emoções, autoconsciência e livre-arbítrio (Gn 2.16,19-20,23; Dt 30.19; Is 56.4).

Semelhança moral

Eles tinham semelhança moral com Deus, pois não tinham pecado, eram santos, tinham sabedoria, um coração amoroso e o poder de decisão para fazer o que era certo (Rm 2.15). Viviam em comunhão pessoal com Deus, que abrangia obediência moral e plena comunhão.

1.4 A dupla natureza do homem. O relato do livro do Gênesis nos mostra que Deus fez e criou o homem (Gn 1.26,27). Embora as expressões “fazer” e “criar” pareçam ser termos correlatos, eles trazem consigo um sentido mais abrangente, traduzindo a dupla natureza do homem. “Quando a Bíblia fala da criação do homem, usa a palavra hebraica “asah” que significa: “fazer de coisas que já existem” neste caso o corpo do homem foi feito de um material físico, palpável, o pó da terra e a mulher da costela de Adão (Gn 2.7,22). Confira ainda: (Gn 3.19; Sl 103.14; Jó 10.9; I Co 15.47). Porém, a Bíblia também usa a palavra “bara” quer significa “fazer algo do nada”, porque ele também criou no homem espírito e alma (Gn 2.7-b)” (BERGSTÉN, 1981, p. 70 – acréscimo nosso). A Bíblia deixa claro que o homem é um ser tricótomo. Tricotomia do grego “trikha”, três; “tomé”, corte. Doutrina segundo a qual o ser humano é constituído por três partes distintas: corpo, alma e espírito. Segundo Renovato (2008, p. 270) “esse ensino honra as Escrituras e se harmoniza com elas, pois, de acordo com a Bíblia, o homem tem uma constituição tríplice, sendo formado de espírito, alma e corpo (I Ts 5.23; Hb 4.12)”

1.5 A elevada posição do homem na criação. Ao criar o homem, o Senhor lhe deu uma elevada posição diante de toda a criação (Gn 1.28; Sl 8.6). Segundo Berkof (2000, p. 174) “O homem é descrito como alguém que está no ápice de todas as ordens criadas. Foi coroado como rei da criação inferior e recebeu domínio sobre todas as criaturas inferiores. Como tal, foi seu dever e privilégio tornar toda natureza e todos os seres criados, que foram colocados sob seu governo, subservientes à sua vontade a o seu propósito, para que ele e todos os seus gloriosos domínios magnificassem o onipotente Criador e Senhor do universo”.

II – CASAMENTO UMA INSTITUIÇÃO DIVINA

A história do primeiro casal, Adão e Eva, é apresentada no AT como a gênese do casamento (Gn 2.18-25). O texto bíblico deixa claro que Deus “formou uma mulher, e trouxe-a a Adão” (Gn 2.22-b). O casamento é, pois uma instituição divina (Mt 19.5,6). O padrão bíblico para o casamento é:

2.1 União heterossexual (entre pessoas de sexos diferentes). O relacionamento conjugal só é possível entre um homem e uma mulher, ou seja, entre um macho e uma fêmea (Gn 1.27). Qualquer união sexual fora desse padrão, como o homossexualismo, por exemplo, se constitui violência ao plano original divino (Lv 18.22; Dt 23.17).

2.2 União monossomática (mono = um) + (soma = corpo). Deus, de um ser humano, fez dois (Gn 2.21,22), e de dois “macho e fêmea” tinha em mente, com o casamento fazer um “e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.” (Gn 2.24-c).

2.3 União indissolúvel. A Sagrada Escritura nos revela que no projeto de Deus, o casamento é indissolúvel “e apegar-se-á à sua mulher” (Gn 2.24-b). A expressão “apegar-se” no hebraico dãbaq significa: “apegar-se, grudar-se, esconder-se”. O uso no texto de (Gn 2.24) reflete o significado de um objeto (pessoa) ser único a outro (VINE, 2002, p. 42). Confira ainda (Mt 19.6; Rm 7.2).

2.4 União monogâmica (mono = um) + (gamós = casamento). Monogamia é o sistema de constituição familiar pelo qual o homem tem uma só mulher e a mulher um só marido. A monogamia é o padrão divino para o casamento (Gn 2.18). O apóstolo Paulo foi enfático quanto ao casamento monógamo “cada um tenha a sua própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido” (I Co 7.2).

III – OS PROPÓSITOS DIVINOS PARA O CASAMENTO

3.1 Companhia. O relato bíblico nos mostra que o homem estava só, pois faltava-lhe uma companheira (Gn 2.20). Deus viu a necessidade de Adão e providenciou-lhe a mulher para suprir sua carência (Gn 2.18). A mulher foi criada para ser a amável companheira do homem e sua ajudadora. Daí, ela ser participante da responsabilidade de Adão e com ele cooperar no plano de Deus para a vida dele e da família por meio do casamento.

3.2 Identificação. No casamento Deus criou uma pessoa para Adão com quem ele se identificasse. Por isso, fazendo-o dormir, tirou-lhe uma parte do corpo, para dela fazer uma mulher “E da costela que o Senhor Deus tomou do homem, formou uma mulher, e trouxe-a a Adão” (Gn 2.22). Deus estava criando não apenas um outro indivíduo, mas um indivíduo novo, totalmente diferente, com outro sexo. Adão identificou-se de tal maneira com a mulher que se expressou a respeito dela da seguinte maneira: “Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; esta será chamada mulher, porquanto do homem foi tomada” (Gn 2.23).

2.3 Relacionamento. Outro propósito pelo qual Deus instituiu o casamento foi para que o homem tivesse com quem se relacionar plenamente. O texto Sagrado nos mostra que através do matrimônio Deus tinha em mente proporcionar ao homem e a mulher um relacionamento de forma: (1) Física: e apegar-se-á à sua mulher”; (2) Sexual: e serão ambos uma carne”; e (3) Emocional: o homem que “estava só” (Gn 2.1) agora tinha alguém para dirigir seu afeto (Gn 2.23).

CONCLUSÃO

A narrativa do livro do Gênesis nos mostra claramente que o homem não é produto da evolução, mas fruto de um ato criativo de Deus. Diferente dos animais, Deus o fez conforme a sua imagem e semelhança, colocando-o como coroa da criação.

REFERÊNCIAS

  • ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.
  • BERGSTÉN, Eurico. Teologia Sistemática. CPAD.
  • BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. CULTURA CRISTÃ.
  • CHAFER, Lewis Sperry. Teologia Sistemática. CPAD.
  • GILBERTO, Antonio, et al. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.
  • LOPES, Hernandes Dias. Casamento, divórcio e novo casamento. HAGNOS
  • STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

Fonte: REDE BRASIL

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