A instituição da monarquia em Israel

4º TRIMESTRE 2019

O GOVERNO DIVINO EM MÃOS HUMANAS

Liderança do povo de Deus em 1º e 2º Samuel

COMENTARISTA:  Osiel Gomes

LIÇÃO 5 – A INSTITUIÇÃO DA MONARQUIA EM ISRAEL – (1 Sm 2.22-25; 3.10-14)

 INTRODUÇÃO

Nesta lição veremos a definição da palavra monarquia; notaremos que o estabelecimento de um rei sobre Israel já era algo predito por Deus em sua Lei; pontuaremos quais os critérios para a escolha do rei; estudaremos sobre a monarquia e o reino unido, e por fim; falaremos sobre a monarquia e o reino dividido.

I – DEFINIÇÃO DA PALAVRA MONARQUIA

1.1 Definição do termo. Segundo o dicionarista Antônio Houaiss (2001, p. 1949) o termo monarquia significa: “forma de governo em que o chefe de Estado tem o título de rei ou rainha (ou seus equivalentes)”. Monarquia é uma das mais antigas formas de governo, com ecos na liderança de chefes tribais. Existem duas principais formas de monarquia: a absoluta (considerada um regime autoritário), em que o poder do monarca vai além do chefe de Estado, e a constitucional ou parlamentar (considerada um regime democrático), em que o poder do monarca é limitado por uma constituição. Formas de governo sem um monarca são denominadas de repúblicas.

II – A MONARQUIA EM ISRAEL

2.1 O estabelecimento da monarquia em Israel. Deus já havia dito que de Abraão descenderia reis (Gn 17.6; 49,10); por meio de Jacó, anunciou que o cetro ficaria com Judá (Gn 49.10); e, por meio de Moisés exortou como deveria ser a postura de um rei (Dt 17.14-20). O registro de Samuel nos mostra que ainda não era o tempo, e, o povo precipitou-se pedindo para si um monarca (1Sm 10.19; 12.19); no entanto, Deus atendeu a voz do povo. Ficou explícito em sua instituição que Deus reprovou tal escolha para aquele momento de Israel (1Sm 12.18-19). Não era errado Israel desejar um rei, o problema residia no fato de que o povo estava rejeitando o Senhor como seu líder, porque queria ser como as “outras nações” (1Sm 8.5). Deus, em sua misericórdia, ordenou que Samuel cuidadosamente explicasse ao povo os “prós” e “contras” de se ter um rei (1Sm 8.11-18). É bem verdade que se encontrava disposto na Lei mosaica acerca dos ditames peculiares a um rei (Dt 17.14,15), no entanto, Israel e os seus anciãos erraram ao não reconhecerem o Senhor como seu legítimo e verdadeiro Rei (1Sm 8.7; 12.12). De fato é inegável que era da vontade de Deus que Israel tivesse um monarca (Gn 49.10; Nm 24.17; Dt 2.10; 17.14-20). Entretanto, não era de seu anelo que Israel obtivesse da maneira como estava fazendo na ocasião errada e com motivos impróprios, mas mesmo assim Deus permitiu o estabelecimento de um rei.

III – CRITÉRIOS PARA O ESTABELECIMENTO DO REI EM ISRAEL

Na história dos hebreus a monarquia foi uma concessão de Deus correspondendo a um desejo da parte do povo (1Sm 8.7;12.12). Esse desejo, que já havia sido manifestado numa proposta a Gideão (Jz 8.22,23), e na escolha de Abimeleque para rei de Siquém (Jz 9.6), equivale à rejeição da teocracia (1Sm 8.7), visto como o Senhor era o verdadeiro rei da nação (1Sm 8.7; Is 33.22). A própria terra era conservada, como sendo propriedade divina (Lv 25.23). Notemos alguns critérios estabelecidos por Deus para a escolha do rei em Israel:

3.1 O rei não poderia ser estrangeiro. Enquanto os israelitas eram residentes forasteiros em Canaã e no Egito, muitos não-israelitas faziam parte das casas dos filhos de Jacó e de seus descendentes (Gn 17.9-14). Alguns dos envolvidos em casamentos mistos, junto com seus filhos, estavam incluídos na grande mistura de gente que acompanhou os israelitas no Êxodo (Êx 12.38; Lv 24.10; Nm 11.4). No entanto, em assuntos governamentais, o estrangeiro não tinha nenhuma posição política e nunca podia tornar-se rei do povo de Israel: “[…] dentre teus irmãos porás rei sobre ti; não poderás pôr homem estranho sobre ti, que não seja de teus irmãos” (Dt 17.15).

3.2 O rei deveria ser escolhido pelo Senhor. Qual era o grande requisito para ser designado rei em Israel? Era um único e estava absolutamente a cargo de Deus: ser escolhido por Ele: “Porás, certamente, sobre ti como rei aquele que escolher o Senhor teu Deus […]” (Dt 17.15). O rei não se escolhia a si mesmo, mas era o Senhor quem o escolhia. A Bíblia diz que somos embaixadores (2Co 5.20; 8.23; Ef 6.20) e um embaixador não se nomeia a si mesmo. Moisés, ao findar o seu ministério pediu ao Senhor que pusesse um homem escolhido por Ele para ser líder do povo de Israel; e o Senhor escolheu Josué, servo de Moisés (Js 1.1). Lembramos também o profeta Amós que não era filho de profeta, mas boieiro. Mas foi chamado pelo Senhor (Am 7.14,15). Os apóstolos, do mesmo modo, não se escolheram a si mesmos (1Co 12.28; Ef 4.11 ver Lc 6.12,13).

3.3 O rei deveria ser piedoso. O rei não poderia multiplicar para si cavalos (Dt 17.16). No Salmo 20, que é uma oração pelo rei, lemos no verso 7 que “uns confiam em carros e outros em cavalos, mas nós faremos menção do nome do Senhor” . Podemos considerar “cavalos” como a força natural do próprio braço, ou seja, sua força. Mas não é pela força nem pela violência que o rei tinha vitória (Zc 4.6). O rei ainda não poderia multiplicar para si mulheres (Dt 17.17-a); não poderia multiplicar para si ouro ou prata (Dt 17.17-b); e, deveria ler a Palavra de Deus todos os dias da sua vida (Dt 17.19)

3.4 O rei deveria ser ungido. Desde as origens da monarquia, a unção já é mencionada (1Sm 9.16; 10.1; 2Sm 2.4; 5.3). Esta unção era acompanhada da vinda do Espírito Santo; pois ela conferia uma graça especial ao monarca. Assim, o Espírito de Deus se apossou de Saul depois que este foi ungido (1Sm 10.10), e no caso de Davi aparece ainda mais (1Sm 16.13). O rei é o ungido do Senhor e merecia ser respeitado e honrado (1Sm 24.7,11; 26.9,11,16,23; 2Sm 1.14,16; 2Sm 19.22).

IV – A MONARQUIA E O REINO UNIDO

O reino unido foi a época em que as doze tribos de Israel tinham um único soberano. Somente três reis reinaram sobre todo o povo unido de Israel (as doze tribos). Depois os israelitas se dividiram em dois reinos: Judá, ao sul, e Israel, ao norte. O reino de Judá teve 19 reis e uma rainha ao longo de 340 anos, enquanto que o reino de Israel teve 19 reis ao longo de 200 anos. Na monarquia unificada contamos os seguintes reis: Saul (1Sm 10.1), Davi (1Sm 16.10-13), e Salomão (1Rs 1.39). Notemos:

4.1 O primeiro rei: Saul (1Sm 10.1). O primeiro monarca de Israel tinha tudo para dar certo, pois ascendeu ao trono com um alto índice de popularidade (1Sm 9.2; 10.22-24 ver ainda 1 Sm 11.6,11), e reinou quarenta anos (At 13.21). Ao pedir um rei a Deus, o povo de Israel fez uma escolha precipitada. O profeta Samuel se entristeceu (1Sm 8.6), mas Deus o advertiu: “ouve a voz do povo em tudo quanto te disser, pois não te tem rejeitado a ti; antes, a mim me tem rejeitado, para eu não reinar sobre ele” (1Sm 8.7 ver ainda 1Sm 12.17-19). Saul foi o primeiro rei de Israel. Com ele se inicia a monarquia. Sua escolha se deu por designação profética e aclamação popular, 1Sm 10:24. Era da tribo de Benjamim (1Sm 9.1,2) e foi ungido pelo profeta Samuel, (1Sm 10.1). Iniciou seu governo com uma vitória sobre os amonitas (1Sm 11.6-11), e contou com grande apoio popular (1Sm 11.15). Saul não teve palácio nem trono apenas um assento em Gibeá (1Sm 20.25). Foi um rei guerreiro que conduziu sua nação a inúmeras vitórias militares (1Sm 13.15). Todo o tempo de seu reinado foi gasto em guerras e combateu os filisteus e os amalequitas. Porém, foi rejeitado pelo Senhor por não obedecer à sua Palavra (1Sm 13.13,14; 15.11,23). No final de seu reinado, temendo perder o trono, passou a perseguir a Davi e procurava matá-lo.

4.2 O segundo rei: Davi (1Sm 16.1). Davi, da tribo de Judá um dos ascendentes de Jesus (Mt 1.1-6), foi ungido por Samuel quando Saul ainda reinava (1Sm 16.1-13). O rei de Israel que sucedeu a Saul foi um homem “segundo o coração de Deus” (1Sm 13.14 ver At 13.22). Davi foi escolhido e ungido rei ainda moço (1Sm 16.1-13 ver Sl 89.20), mas, em sua trajetória até o trono, passou por um longo período de perseguição, batalhas e desafios até ser coroado rei sobre todo o Israel. Foi ungido rei primeiramente sobre Judá e, sete anos depois, sobre todo o Israel (2Sm 5.1-5). Ele levou a nação de Israel a patamares inimagináveis (2Sm 5.1,2), e teve o seu reino confirmado (2Sm 7.16). Davi nunca se queixou do laborioso e solitário pastoreio das ovelhas de seu pai e mesmo ungido rei não hesitou em voltar ao seu trabalho habitual (1Sm 16.19). Ele tinha um coração de servo e o próprio Deus testificou disso (Sl 78.70; 89.20). Era humilde e reconhecedor de suas limitações (Sl 131; 40.12,17). Apesar de ser um soldado inigualável, um comandante corajoso, um rei bem sucedido, sempre atribuiu todas as suas vitórias ao Senhor dos Exércitos (Sl 34.4-7; 40.5-10; 124; 144.1,2). Portava-se perante o Altíssimo com o coração sincero (Sl 26.2; 38.9), e apesar de suas grandes falhas, seu maior desejo era conhecer os caminhos de Deus, e para isso, punha-se sob sua direção em tudo que fazia (Sl 17.5; 18.21; 25.4,5; 143.8,10), e Jeová era seu mais precioso tesouro (Sl 16.2,5; 142.5). Além de conhecer seus erros (2Sm 12.13a; Sl 51.4), ele arrependeu-se do que fez, pediu perdão e foi perdoado (2Sm 12.13b; Sl 32.5; 38.18; 51.3-19).

4.3 O terceiro rei: Salomão (1Rs 1.39). Quando Davi atingiu a velhice, ordenou ao sacerdote Zadoque que ungisse a Salomão e o proclamasse rei sobre Israel (1Rs 1.33-40). O rei Salomão, o terceiro rei de Israel, foi mais sábio do que todos os homens, pois Deus lhe deu “sabedoria e muitíssimo entendimento” (1Rs 4.29-31). Durante o seu reinado, ele construiu o templo de adoração a Deus, que era a glória e o orgulho de toda a nação. Num ato de adoração ao Senhor, ofereceu mil sacrifícios em Gibeão (1Rs 3.4). Lá estava o tabernáculo e o altar de bronze que Moisés havia erigido no deserto (2Cr 1.2-5). Naquela mesma noite, o Senhor apareceu em sonhos a Salomão. Neste sonho, Deus faz ao rei uma pergunta, dando-lhe a oportunidade de pedir o que desejasse, e sua resposta foi: “sabedoria para governar o povo de Israel” (1Rs 3.3-10). Ao acordar do sonho, ele voltou à Jerusalém, ao tabernáculo, e ofereceu mais sacrifícios a Deus. Naquela noite, Salomão teve uma experiência com Deus que marcou seu reinado e, enquanto esteve perante o altar do Senhor, reinou com notória sabedoria e sucesso apesar de suas falhas.

V – A MONARQUIA E O REINO DIVIDIDO

Após cento e vinte anos de monarquia, uma grande cisão política e religiosa durante o reinado de Roboão separou a nação de Israel em dois reinos: reino do Sul, Judá (duas tribos) e reino do Norte (dez tribos) (2Cr 10.1-15). Notemos:

5.1. A dinastia do Norte (Israel). Foram aproximadamente 200 anos de dinastia (série de reis ou soberanos de uma mesma família que se sucedem no trono) tendo o cativeiro assírio marcado o seu fim. Todos os reis fizeram o que pareciam mal aos olhos do Senhor e não deixaram de andar no mesmo caminho de Jeroboão, o primeiro soberano do reino do Norte (1Rs 12.20). Infelizmente, as atitudes de Jeroboão custaram muito caro para a nação. Por mais que os profetas exortassem o povo a voltar para os mandamentos de Deus, a liderança permanecia no erro, porque lhe era conveniente. Assim, o reino do Norte, deixou de existir como nação independente quando a Assíria derrubou a monarquia israelita e levou as tribos em cativeiro.

5.2 A dinastia do reino do Sul (Judá). O reino de Judá teve uma durabilidade um pouco maior, aproximadamente 140 anos a mais que o reino do Norte, talvez pelo fato de que algumas vezes o povo se atentou para as leis de Deus. O governo foi exercido por vinte descendentes de Davi e a capital permaneceu sempre a mesma: Jerusalém. Um dos momentos áureos do reino de Judá foi a grande reforma promovida pelo rei Ezequias, na qual o culto e o sacrifício a Deus foram restaurados (2Cr 30.26). Infelizmente, apesar das profecias advertindo o povo sobre abandonar a idolatria e voltar-se para Deus, eles continuaram vivendo de maneira leviana e irresponsável. O dia do juízo chegou e foi um dos dias mais tristes da história do povo de Deus.

CONCLUSÃO

Aprendemos com esta lição que o segredo de desfrutarmos das bênçãos do Senhor é permanecermos em sua presença em obediência e nos submetermos a sua vontade (Dt 28.1-14).

REFERÊNCIAS

  • HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. SP: OBJETIVA, 2001.
  • JOSEFO, Flávio (Trad. Vicente Pedroso). História dos Hebreus. RJ: CPAD, 2007.
  • STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1997.
  • WIERSBE Warren W. Comentario Bíblico Claro e Conciso AT – Históricos. SP: GEOGRÁFICA, 2010.

Fonte: www.redebrasil.com.br

A provisão de Deus no monte do sacrifício

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4º TRIMESTRE 2016

O DEUS DE TODA PROVISÃO

Esperança e sabedoria divina para a Igreja em meio às Crises

COMENTARISTA: Pr. Elienai Cabral

LIÇÃO 04 – A PROVISÃO DE DEUS NO MONTE DO SACRIFÍCIO (Gn 22.1-3)

INTRODUÇÃO

Nessa lição teremos a oportunidade de refletir sobre a provisão de Deus na experiência do patriarca Abraão, compreender que o sacrifício exigido por Deus, era uma prova para com o seu servo e que Deus revela seus propósitos e atributos no monte do sacrifício. Abraão nos ensina como encarar e tratar as provas de nossa vida para a glória de Deus.

I – PROVAÇÃO DIVINA NA VIDA DE ABRAÃOrevista

A despeito de sua comunhão com Deus, o patriarca Abraão passou por uma experiência nunca antes vivida. Nessa passagem bíblica, encontramos o pai da fé sendo provado. Deus fez um teste com Abraão, não para fazê-lo tropeçar e assistir a sua queda, mas para aprofundar sua capacidade de obedecer a Deus e verdadeiramente desenvolver seu caráter.

1.1 Definição de provação. Segundo o Aurélio (2004, p. 1649) o termo prova significa: “Aquilo que atesta a veracidade ou autenticidade de alguma coisa”. No hebraico o termo é “nasah” que significa: “testar, tentar, provar, examinar, pôr a prova, fazer uma tentativa”. Na maioria dos contextos a palavra “nasah” tem a ideia de testar ou provar a qualidade de algo ou alguém, às vezes por meio de adversidades ou dificuldades. A tradução “tentar” em geral significa “provar”, “testar”, “pôr a prova”, e não no sentido que a palavra também admite de “atrair para cometer erro” (HARRIS, et all, 1998, p. 1373 – grifo nosso).

1.2 Diferenças entre provação e tentação. “E aconteceu depois destas coisas, que tentou Deus a Abraão” (Gn 22.1). “A expressão “tentou” no hebraico “nasah” aparece aproximadamente quarenta vezes no Antigo Testamento e de forma frequente se refere a Deus testando a fé e a fidelidade de seres humanos, incluindo Abraão (Gn 22.1); a nação de Israel (Êx 15.25; 16.4; 20.20; Dt 8.2,16; 13.3; Jz 2.22; 3.1,4); Ezequias (2Cr 32.31); e Davi (Sl 26.2) (PALAVRA CHAVE, 2011, p. 800). Embora, a ideia de testar ou pôr a prova, sugere algumas vezes tentar ou atrair alguém ao pecado, dependendo do contexto. Abaixo destacaremos a diferença entre provação e tentação:

1.2.1 A tentação tem um aspecto negativo. No aspecto negativo, a tentação é totalmente diferente da provação. Enquanto àquela visa o aperfeiçoamento e o crescimento do crente, esta visa a queda, destruição e o afastamento de Deus. É importante lembrar que este tipo de tentação jamais tem origem em Deus, mas no diabo que incita a concupiscência do homem (Gn 3.1,6; 1Cr 21.1; Tg 1.13; 2Pe 2.9). Quando o desejo do mal se levanta na mente, não pára aí. A cobiça dá à luz o pecado, e o pecado produz a morte “a morte é assim o produto amadurecido ou terminado do pecado” (MOFFATT, apud MOODY, sd, p. 7).

1.2.2 A provação tem um aspecto positivo. A provação é o “sofrimento, angústia ou tribulação que tem por objetivo levar o crente a uma experiência mais profunda com Deus. A provação nas Escrituras, também é vista como aquilo que atesta a veracidade de algo. É o processo pelo qual se afere a legitimidade de uma intenção ou fato (Ml 3.10; At 1.3 Rm 5.8; I Jo 4.1)” (ANDRADE, 2006, p. 307). Na “escola da fé”, precisamos, regularmente, passar por provas. De outro modo, jamais ficaremos sabendo onde nos encontramos em termos espirituais.

II – PROPÓSITOS DE DEUS NA PROVAÇÃO DE ABRAÃO

A ordem para que oferecesse o seu filho em sacrifício dá-se em uma linguagem que faz com que a prova seja ainda mais penosa; aqui, cada palavra é uma espada. Assim como o fogo refina o minério para extrair metais preciosos, Deus nos refina através das circunstâncias difíceis. O sacrifício exigido por Deus, tinha consigo o objetivo de fazer Abraão aprender lições espirituais. O Senhor estava querendo aperfeiçoar quatro virtudes que Abraão já possuía, vejamos quais foram:

2.1 Deus provou o seu amor (Gn 22.2). Não restam dúvidas de que Abraão amava a Deus, pois ele é chamado de seu amigo (2Cr 20.7; Is 41.8; Tg 2.23). Todavia, este amor precisava ser aperfeiçoado mediante as provações. Esse pedido exigiu muito de Abraão pelos seguintes motivos: (a) Isaque era o seu filho “toma agora o teu filho”, abrir mão de Ismael foi menos difícil (Gn 21.9-14); (b) o seu único filho “o teu único filho, Isaque”; (c) que ele devotava grande afeição “a quem amas”; (d) por quem esperou mais de vinte e cinco anos (Gn 12.2,4; 21.5); (e) este filho seria seu sucessor e herdeiro das promessas (Gn 15.4); (f) Deus estava lhe pedindo em sacrifício “e oferece-o ali em holocausto”. Como servos do Senhor, devemos amá-lo acima de qualquer coisa (Dt 6.5; Mt 10.37,38; Mc 12.30).

2.2 Deus provou a sua obediência (Gn 22.2,3). Porque Deus pediu que Abraão oferecesse sacrifício humano? As nações pagãs realizavam esta prática, mas Deus a condenava como um terrível pecado (Lv 20.1-5). Embora Abraão não tenha entendido o motivo da ordem de Deus, obedeceu imediatamente. Parece que enquanto caminhava para o monte Moriá meditava sobre o conflito entre a ordem de sacrificar Isaque e as promessas de perpetuar a aliança por meio dele. Todavia, preferiu obedecer à voz divina sem questionar (Gn 22.18). “Obedecer a Deus costuma ser uma luta porque pode significar abrir mão de algo que realmente desejamos” (APLICAÇÃO PESSOAL, 1995, p. 37).

2.3 Deus provou a sua fé (Gn 22.5-8). Abraão tinha convicção que Deus lhe faria uma grande nação por meio de Isaque seu filho, como Deus mesmo havia prometido (Gn 12.2; 15.4,5). Para isto precisaria demonstrar essa confiança para si mesmo, estando disposto a sacrificar o seu filho, acreditando que de alguma forma, Deus interviria naquela situação (Gn 22.5). “Porque Abraão já conhecia a fidelidade de Deus – e mesmo o caráter terno – da personalidade de Deus e das promessas de Deus, ele estava confiante de que Deus cumpriria sua promessa, de uma forma ou de outra” (COPAN, 2016, p. 51).

2.4 Deus provou a sua perseverança (Gn 22.9,10). Abraão e Isaque viajaram aproximadamente 80 a 100 km de Berseba até o Monte Moriá, durante cerca de três dias (Gn 22.3,4). Este foi um momento difícil para Abraão, que estava a caminho de sacrificar o filho amado, Isaque. Sua perseverança estava sendo submetida à prova de obedecer até as últimas conseqüências. O Senhor o deixou subir ao monte, edificar o altar, pôr a lenha, colocar Isaque sobre o altar, levantar o cutelo e somente na hora final, no limite da perseverança, o Senhor apareceu para intervir (Gn 22.6-13).

III – A PROVISÃO DE DEUS NA PROVAÇÃO

Deus por meio dessa circunstância mostra-nos alguns de seus atributos, pelos quais ficará conhecido não só a Abraão como também aos seus descendentes. Vejamos quais atributos de Deus podem ser vistos no monte do sacrifício:

3.1 O Deus da provisão. Quando interrogado pelo seu filho Isaque, sobre a falta da vítima para o holocausto, Abraão respondeu “Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto, meu filho” (Gn 22.8). Providência: “É a resolução prévia tomada por Deus, visando a consecução de seus planos e decretos, a preservação de quanto Ele criou e a salvação” (ANDRADE,2006, p.307)Deus revela-se na história como o Deus da providência, nos levando a crer em sua intervenção por mais difícil que seja a provação. “E chamou Abraão o nome daquele lugar: o Senhor proverá; donde se diz até ao dia de hoje: No monte do Senhor se proverá” (Gn 22.14). A declaração: “No monte do Senhor se proverá” nos ajuda a compreender algumas verdades sobre a provisão do Senhor: (a) é preciso adorar a Deus mesmo tendo falta de alguma coisa (Gn 22.5; Hc 3.17,18); (b) devemos estar no altar como Abraão, senão não obteremos a sua provisão (Gn 22.9; Jr 33.3; Mt 6.6); e, (c) é preciso esperar, pois Deus só intervém no momento certo providenciando o necessário (Gn 22.10-13; Fp 4.6; I Pe 5.7).

3.2 O Deus todo poderoso. Deus já tinha se declarado a Abraão como o Todo poderoso (Gn 17.1). Diante dessa experiência anterior, Abraão se mantém firme diante de um novo desafio, pois tinha a fé para crer que o Onipotente providenciaria o necessário à sua maneira e na hora exata como disse o escritor aos hebreus (Hb 11.17,18).

3.3 O Deus gracioso. No hebraico “Jeová Jiré”, é uma expressão profética da providência divina de um sacrifício substituto, o carneiro (v.13) (STAMPS, 2012, p. 64). “Moriá – derivada da palavra hebraica “raah”, “fornecer, ver, mostrar.” Assim na própria palavra Moriá “provisão”, temos uma sugestão de salvação e libertação” (COPAN, 2016, p. 52). Ao substituir Isaque por um cordeiro, Deus está proclamando sua graça que seria revelada de maneira plena por meio de seu Filho, que é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29). Profeticamente Cristo é visto por Abraão no momento da provisão (Jo 8.56). Isaque não chegou a morrer, mas, “figuradamente” (Hb 11.19), morreu e foi ressurreto dentre os mortos. Jesus, porém, morreu de fato e foi sepultado, mas foi ressurreto de modo triunfante, consumando a maior de todas as provisões, o perdão dos pecados.

IV – CRISTO E A PROVISÃO DE DEUS PARA A HUMANIDADE

A vida de Abraão com Deus sempre foi acompanhada pelas promessas divinas: a promessa da terra, descendentes e bênçãos; a promessa de um filho e de que Deus cuidaria de Ismael. Abraão sacrificava, mas sempre à luz de alguma promessa. No entanto, na situação descrita em Gênesis 22, Abraão não recebeu nenhuma promessa divina. Em vez disso, ele foi instruído a sacrificar a promessa viva, seu filho. Podemos dize que quanto ao sacrifício, Abraão compreendeu dois princípios essenciais. Vejamos:

4.1 Ninguém, senão o próprio Deus pode oferecer o verdadeiro sacrifício e o meio de salvação. Certamente o Senhor proverá. Abraão eternizou esse princípio ao chamar o lugar de Jeová Jiré, que significa ‘O Senhor Proverá’. Moriá, conforme diz o texto, é o lugar para onde Abraão se dirigiu, obedecendo a ordem de Deus, com o fim de oferecer Isaque. (Gn 22:2). Passou a ser chamado de “monte santo”, ou de “monte da provisão” (Gn 22.14).

4.2 O sacrifício real é de substituição, que salva a vida de Isaque. O carneiro foi oferecido ‘em lugar de’ Isaque (Gn 22.13). Esse animal, que Deus proveu, prefigurou o Cordeiro de Deus, Jesus Cristo, sobre quem ‘o Senhor fez cair […] a iniquidade de nós todos’ (Is 53.6, 7; At 8.32).

CONCLUSÃO

Aprendamos com pai da fé que a provisão de Deus é garantida para os que nele confiam sem reservas, que agem obedientemente ainda que em detrimento das suas preferências e aspirações. Abraão é o modelo do crente que deseja viver na dependência divina e experimentar as suas grandiosas promessas.

REFERÊNCIA

  • STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
  • HENRY, Matthew. Comentário Biblico de Gênesis. Pdf
  • COPAN, Paul. Deus é um mostro moral? SALCULTURAL.

Fonte: https://ieadpe.org.br/

Abraão, a esperança do pai da Fé

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4º TRIMESTRE 2016

O DEUS DE TODA PROVISÃO

Esperança e sabedoria divina para a Igreja em meio às Crises

COMENTARISTA: Pr. Elienai Cabral

LIÇÃO 03 – ABRAÃO, A ESPERANÇA DO PAI DA FÉ – (Gn 12.1-10)

INTRODUÇÃO

Nesta lição estudaremos sobre Abraão um dos personagens de maior destaque no AT. Destacaremos aqui algumas informações sobre este patriarca; veremos como foi o seu chamado e quais as dificuldades que enfrentou caminhando com Deus; veremos também que em sua trajetória Abrão cometeu alguns deslizes os quais devemos evitar; e, por fim, pontuaremos quais as lições que Deus ensinou a Abraão durante a sua jornada de fé.

I – INFORMAÇÕES SOBRE O PATRIARCA ABRAÃO

A história de Abrão começa em Gênesis 11.26 com seu nascimento e termina em Gênesis 25.9 quando é sepultado em Macpela, pelos seus dois filhos, Isaque e Ismael. Segundo Hoff (1995, p. 25) “Abraão é o personagem mais importante do Gênesis, e um dos mais importantes de toda a Bíblia. Moisés dedicou onze capítulos ao que aconteceu antes de Abraão, enquanto treze capítulos se referem quase exclusivamente à vida pessoal do patriarca”. Paulo o considerava como o pai de todos os que creem (Rm 4.16).

1.1 Local e data de nascimento (Gn 11.26-28). Abrão nasceu quando seu pai estava em Ur dos Caldeus (Gn 11.27,28). Segundo Cabral (2002, p. 5) “esta cidade tinha uma grande movimentação turística e comercial e constituía-se num importante complexo de atividades da Suméria. Provavelmente Abrão nasceu no ano de 2166 a.C.”.

1.2 Seu nome (Gn 11.26; 17.5). O nome primeiro de Abrão (Gn 11.26) significa: “pai elevado”, ou “pai das alturas”. Posteriormente, depois de uma aliança feita com Deus, seu nome passou a ser Abraão, que significa: “pai fecundo” ou “pai de uma multidão”. Este último nome dado por Deus ao patriarca era profético, pois, no tempo certo, ele haveria de ser o pai de uma numerosa multidão (Gn 17.5,6).

1.3 Seus ascendentes (Gn 11.10-26). Abraão era filho de Terá, o décimo na linhagem depois de Sem, portanto ele era um semita. A Escritura diz que enquanto os cananeus filhos de Cam receberam a maldição de Deus, os filhos de Sem tornaram-se ancestral do povo de Deus e encabeçaram a genealogia que introduziu Terá, o pai de Abraão (Gn 11.10-32) mencionado na genealogia de Jesus (Lc 3.36).

1.4 Sua esposa (Gn 11.29-31; 12.5). Abraão havia casado com uma mulher chamada Sarai. A Bíblia diz que ela era estéril (Gn 11.30). Na ocasião em que Deus mudou o nome de Abraão, também mudou o nome de sua esposa, que ao invés de Sarai, agora seria chamada Sara, que significa: “princesa” (Gn 17.15).

II – ABRAÃO E AS DIFICULDADES QUE ENFRENTOU

Abraão recebeu um chamado divino e ele correspondeu a esta convocação de sair de sua terra e ir para uma terra que Deus lhe mostraria (Gn 12.1-4). Todavia, apesar de renunciar o que Deus havia lhe pedido e sair rumo a Sua vontade, o patriarca enfrentou diversas dificuldades. Vejamos algumas delas:

2.1 A terra prometida estava ocupada (Gn 12.5,6; 28.1). A primeira grande dificuldade com a qual Abraão se deparou foi o fato de que a terra para onde Deus o dirigiu para habitar já estava ocupada. Ele estava como estrangeiro e peregrino, viajando de um lugar para outro. Nunca foi dono de um metro quadrado de terra, a não ser o local de sua sepultura, pois os cananeus eram os senhores daquela terra. Por certo eles não facilitariam a vida de Abraão e sua gente. Acrescenta-se ainda que seus costumes eram estranhos ao comportamento santo que Deus exigia do patriarca (Gn 17.1; 24.3). Portanto, para o crente Abraão viver neste ambiente hostil era um grande desafio. Nesta dificuldade, o patriarca ergueu o altar e invocou o Senhor (Gn 12.7,8) e esperou no Senhor quanto a promessa da terra que sua semente herdaria (Gn 13.14-17).

2.2 A terra prometida estava em crise (Gn 12.10). A segunda dificuldade que Abraão enfrentou naquela terra foi a fome. A terra da promessa, Canaã, era uma região que estava passando por escassez, o que aparentemente não correspondia ao que Deus prometeu. Não havia quase nada para a subsistência do seu povo nem para os animais. Não foi fácil para Abraão sair de uma rica e próspera cidade, atendendo ao chamado divino que lhes fez grandes promessas e agora de forma paradoxal estar numa cidade em crise. Será que ele tinha fé para acreditar que Deus estava guiando a sua história? A atitude de ir ao Egito mostrou que não. Precisamos confiar em Deus em meio as crises e não procurarmos aparentes saídas das provações a que fomos submetidos. Assim como Abraão, somos peregrinos e forasteiros neste mundo e nessa peregrinação passamos por muitas provações (I Pe 2.11). Um autêntico servo de Deus não está livre de turbulências (Tg 1.3). Podemos ser contristados pelas dificuldades (I Pe 1.6), mas devemos ter em mente que o Senhor livra os piedosos (2 Pe 2.9).

III – OS ERROS DE ABRAÃO E AS SUAS CONSEQUÊNCIAS

Como na grande maioria dos personagens da Bíblia, a vida de Abraão não foi marcada apenas por êxitos e conquistas, mas também, por erros e fracassos. Como a Bíblia é um livro imparcial, ela descreve também os erros cometidos por nosso “pai na fé”, com o intuito de nos alertar, para que não venhamos à praticá-los. Vejamos alguns:

3.1 Agindo sem a orientação divina (Gn 12.10). Quando se deparou com uma grande fome na terra em que estava Abraão resolveu ir ao Egito. Nessa ocasião, não vemos o patriarca consultando ou pedindo orientação a Deus sobre o que fazer diante da crise que estava enfrentando. Pelo contrário, observamos Abraão agindo de forma precipitada. Abraão desceu para o lugar errado “Egito”; tomou a atitude errada “peregrinar”; com motivações erradas “a fome era grande”. Quando as situações difíceis vierem sobre nós, devemos recorrer a Deus, consultando-o através da Palavra e da oração (Jr 33.3; Sl 119.105). Precisamos confiar em Deus, em meio as crises, acreditando que Ele tem uma direção sábia para nos dar (Sl 17.5; 25.5; 37.23; 139.4; Pv 16.9).

3.2 Mentindo para seu próprio benefício (Gn 12.11,12). Em duas ocasiões diferentes, Abraão, temendo a morte, pediu para que Sara omitisse que era sua esposa. No Egito, diante de Faraó (Gn 12.10-20), e em Gerar, diante de Abimeleque (Gn 20.1-18). No Egito, as consequências dessa atitude foram desastrosas (Gn 12.15,18-20). A Bíblia diz que: (a) a mentira é pecado (Mt 5.37); (b) originou-se de um anjo caído (Gn 3.1-5); (c) o pai da mentira é o diabo (Jo 8.43-44); (d) não escapará o que profere mentiras (Pv 19.5,9); e, (e) os mentirosos não herdarão o reino de Deus (Ap 21.27; 22.15).

3.3 Precipitando-se com Agar (Gn 16.1-16). Abraão sofria muito com o fato de sua esposa não gerar filhos. Principalmente dentro do contexto da época que: (a) atribuía a esterilidade diretamente a uma punição divina (Gn 16.2; I Sm 1.5); (b) atrelava a prosperidade do homem a quantidade de filhos (Jó 1.2,10); e, (c) um homem sem filhos ia ver a história se findar com a sua morte, pois seria uma pessoa sem posteridade (Gn 15.2,3). Ao perceberem que os anos estavam passando e, não vendo o cumprimento da promessa, Abraão e Sara saíram da dimensão da fé e racionalizaram o nascimento de um filho (Gn 16.1,2). Pelo processo natural, Sara não podia gerar filhos, pois, além de ser estéril, estava na velhice (Gn 18.11). Ela convenceu o marido de que, a melhor forma de ele ter um herdeiro legítimo, seria possuir sua serva Agar. Abraão vacilou na fé, e, sem consultar a Deus, deu ouvido à voz de sua mulher (Gn 16.2).

IV – NO DISCIPULADO DA FÉ COM DEUS

A estrada da maturidade da fé é um teste constante, no qual as pressões da vida cooperam em forma de “provações” (Tg 1.2), as quais quando enfrentadas com fé e perseverança, nos tornam “maduros e completos” (Tg 1.4). Deus permite circunstâncias adversas a fim de que aprendamos algumas lições. Eis algumas lições que Abraão aprendeu:

4.1 Aprendeu renunciar (Gn 12.1-3). Não foi fácil para Abraão sair de sua terra, de sua parentela e da casa do seu pai. Na verdade apesar da exigência divina de lhe pedir tal renúncia, ele levou consigo seu pai e também seu sobrinho (Gn 11.31; At 7.2-4). No caminho, seu pai faleceu e seu sobrinho lhe trouxe grandes problemas (Gn 11.32; 13.7; 14.12-14). Abraão aprendeu que não é bom caminhar com aquilo que Deus pede para nos desvencilharmos (Mt 10.37; 16.24,25).

4.2 Aprendeu a depender (Gn 12.10-20). Ao chegar na terra que por Deus foi mostrada e nela encontrar dificuldades, Abraão deveria buscar a Deus sobre como deveria agir nessa situação. Na verdade a sua própria voz falou mais alto e ele desceu ao Egito afim de garantir sua sobrevivência. Esta descida quase resultou num grande desastre familiar, senão fosse a intervenção divina. Abraão reconheceu que agiu precipitadamente e saiu do Egito retornando para o lugar que Deus lhe dissera (Gn 13.1-4). É melhor estar na dificuldade com Deus do que na facilidade fora da vontade divina (I Pe 3.17).

4.3 Aprendeu a confiar (Gn 16.1-16). Deus já havia prometido que daria um filho a Abraão com a sua esposa Sara (Gn 12.2; 15.4), no entanto, entre a promessa e o cumprimento, o casal resolveu tomar um atalho (Gn 16.1-4). As consequências de tal atitude foram desastrosas, trazendo amargura dentro lar (Gn 16.4,5; 21.9). O casal aprendeu na prática que, confiar na promessa de Deus é melhor, pois trás satisfação e alegria (Gn 21.1-6).

4.4 Aprendeu a amar (Gn 22.1-18). Abraão precisava aprender que o relacionamento com Deus não deve ser mercantil, ou seja, obediência em troca de favores, senão obediência por amor. Para ensinar isso, Deus lhe pediu em sacrifício o seu único filho (Gn 12.4; 21.5; 22.1). O patriarca não hesitou em atender a voz divina, levando o seu filho para o monte a fim de ser sacrificado (Gn 22.3). Lá experimentou a providência divina que, enviou-lhe um carneiro a fim de poupar Isaque (Gn 22.13). Abraão aprendera que embora ame algo ou alguém, este amor deve estar sempre abaixo do amor que deve ser tributado a Deus que é a nossa prioridade (Gn 22.11,12,16; Dt 6.5; Mc 12.30).

CONCLUSÃO

Apesar de ser chamado por Deus, Abraão enfrentou diversas dificuldades, as quais superou com a ajuda divina. De igual forma precisamos olhar as dificuldades sob uma perspectiva positiva de que podemos aprender nos altos e baixos da vida a amadurecermos no nosso relacionamento com Deus.

REFERÊNCIAS

  •  CABRAL, Elienai. Abraão: as experiências de nosso pai na fé. CPAD.
  •  HOFF, Paul. O Penteteuco. VIDA.
  •  GARDNER, Paul. Quém é quem na Bíblia Sagrada. VIDA.
  •  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

Fonte: https://ieadpe.org.br/