As consequências das escolhas precipitadas

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4º TRIMESTRE 2016

O DEUS DE TODA PROVISÃO

Esperança e sabedoria divina para a Igreja em meio às Crises

COMENTARISTA: Pr. Elienai Cabral

LIÇÃO 05 – AS CONSEQUÊNCIAS DAS ESCOLHAS PRECIPITADAS – (Gn 13.7-18)

INTRODUÇÃO

Nesta lição estudaremos sobre a escolha que Ló fez baseada na aparência e riqueza da cidade de Sodoma; pontuaremos que esta atitude foi baseada em sua inexperiência e precipitação; e por fim, veremos o contraste entre as escolhas de Ló e Abraão.

I – A ESCOLHA DE LÓ BASEADA NA APARÊNCIA

Segundo o Aurélio a palavra escolha significa: “ato ou efeito de escolher, preferência, eleger, opção, discernimento, capacidade de avaliar, selecionar uma coisa entre duas ou mais opções” (FERREIRA, 2004, p. 792). A partir do momento em que somos responsáveis por nossas vidas, devemos tomar muito cuidado com o que decidimos. Decisões são escolhas que fazemos, porém, jamais poderemos escolher as consequências dessas decisões. As escolhas que tomamos ontem refletem diretamente no que enfrentamos hoje e amanhã.

1.1 As escolhas que fazemos não devem ser baseadas apenas na aparência (Gn 13.10-11). Quando olhamos para este texto bíblico, percebemos que o único critério que Ló usou para fazer a escolha de onde ele passaria morar, foi exatamente o que os olhos dele conseguiram ver: “E levantou Ló os seus olhos, e viu toda a campina do Jordão, que era toda bem regada […] era como o jardim do Senhor, como a terra do Egito […]” (v. 10). Sobre a riqueza de Sodoma ver Ezequiel 16.49,50. Ló não usou o recurso da oração para ser orientado por Deus (Jr 33.3).

1.2 Quando escolhemos baseado apenas na aparência corremos o risco de escolher o que Deus rejeita para nós (Gn 13.13). Sendo Abrão seu tio, e muito mais velho do que Ló, ele se quer passou a oportunidade de fazer a escolha primeiro para ele, mas, de forma precipitada achou que a terra que ele estava prestes a escolher era propícia para seu gado, devido a campina verde e também o rio Jordão que serviria de pasto e água para seu gado; ele escolheu baseado única e exclusivamente na vista dos seus olhos (Tg 1.14,15). Infelizmente a maioria dos seres humanos quando precisam escolher alguma coisa, quase sempre o único recurso usado são os olhos (1Sm 16.6-7; 2Co 10.7-a).

1.3 Quando erramos em nossas escolhas não sofremos sozinhos (Gn 14.11-12). Foi exatamente isso que aconteceu com Ló; o texto mostra que ele foi raptado com toda sua família, seus criados e tudo que tinha. Toda sua família estava pagando por uma decisão que Ló tomou sozinho. A lei da semeadura não falha, colhemos exatamente o que plantamos. A lei da semeadura e da colheita rege tudo o que fazemos em nossa vida. O conceito bíblico de semear e colher se refere às consequências de nossos atos (Jó 4.8; Os 10.13; Gl 6.8), pois: “o que semear a perversidade colherá males” (Pv 22.8), e “o que semeia justiça recebe galardão seguro” (Pv 11.18). Por mais simples que seja a escolha, não devemos fazê-la com base apenas na aparência do que estamos vendo, mas devemos pedir orientação a Deus (Mt 7.7-11).

II – A ESCOLHA DE LÓ BASEADA EM SUA AMBIÇÃO

Em nossas decisões nos deparamos diante de dois pontos importantíssimos: a) agradar a Deus, escolhendo aquilo que Ele tem de melhor para nossas vidas ou, b) simplesmente, agradar a nós mesmos, nossa carne, nosso desejo e escolher aquilo que achamos ser bom para nossa vida. Por isso, são as nossas escolhas e nunca a sorte que determinam nosso destino. “A cobiça e ambição foi o motivo da contenda entre Abrão e Ló […] Ló, sua família e seus trabalhadores queriam muito mais do que haviam conquistado até então […] a contenda tinha sua raiz na ambição e cobiça de Ló”. (CABRAL, 2002, p. 52). Notemos:

2.1 O materialismo de Ló fez com que escolhesse Sodoma (Gn 13.10,11). Uma cidade próspera e muito rica, com sistema de irrigação já estabelecido, situada próximo a uma grande campina, fértil em vegetação, no entanto, essa escolha, aparentemente boa, levou Ló a ficar exposto à impiedade dessa cidade por causa do seu materialismo. Abraão e Ló tinham a mesma raça (Gn 11.31), estavam sujeitos ao mesmo ambiente, mas com caráter bem diferente e escolhas totalmente opostas (Gn 13.8,9).

2.2 A ganância de Ló fez com que ele ganhasse influência, mas perdesse seus familiares (Gn 19.1,26). Além disso, ele perdeu o principal, que é o contato e a intimidade com Deus. Há escolhas que deixam resultados negativos na vida de nossa família. Quando os pais escolhem errado a tendência dos filhos é fazer o mesmo, e é aqui onde entra a mordomia da influência. “Então a primogênita disse a mais nova: Nosso pai está velho, e não há homem na terra que venha unir-se conosco […] demos a nosso pai vinho a beber, e deitemo-nos com ele […]” (Gn 19.31).

III – A ESCOLHA DE LÓ BASEADA EM SUA PRECIPITAÇÃO

Observando os perigos das más escolhas, podemos ter base que nos ajudam a perguntar o que Deus quer ou o que Ele não quer que façamos. Vejamos as escolhas precipitadas de Ló:

3.1 Aproximou-se do pecado. “… e Ló habitou nas cidades da campina, e armou as suas tendas até Sodoma” (Gn 13.12). Ló não se apercebeu que seus objetivos o estavam aproximando do pecado estabelecido em Sodoma. O cristão precisa ter sabedoria para não fazer negócios que o aproxime do pecado (1Jo 2.15-17). Ló foi terrivelmente influenciado pelos costumes de Sodoma e Gomorra e toda sua família foi prejudicada. “A escolha de Ló é típica do crente carnal, cuja concupiscência o envolve […]. A escolha materialista e egoísta converteu-se em morte e destruição.” (CABRAL, 2002, p. 53).

3.2 Aproximou-se de homens ímpios e maus. “Ora, eram maus os homens de Sodoma, e grandes pecadores contra o Senhor” (Gn 13.13). É lamentável o número de crentes que se encontram em situações delicadas e deprimentes por haverem-se aliado a pessoas totalmente avessas aos princípios divinos. O coração de Ló já estava em Sodoma muito antes de seu corpo mudar-se para lá. Sem dúvida, ele se apaixonou pelo mundo quando foi para o Egito com Abraão (Gn 13.1, 10), e jamais superou essa paixão mundana, pois, seu coração estava em Sodoma (Tg 4.4). (WIERSBE, vol. 1, 2010, p. 120 – grifo nosso).

3.3 Tornou-se indolente quanto ao obedecer à voz de Deus. “[…] os anjos apertaram com Ló, dizendo: levanta-te […], para que não pereças na iniquidade desta cidade. Ele, porém demorava-se […]” (Gn 19.15,16). Deus estava querendo salvar Ló mas ele demorava-se em atender à voz do Senhor. Muita gente está brincando com Deus e zombando Dele. Deus adverte, mostra o caminho, mas as pessoas por acomodação, acabam demorando em obedecer e às vezes quando despertam é tarde demais.

3.4 Tornou-se pessimista diante da vontade de Deus. “[…] disse um deles: Escapa-te, salva a tua vida; não olhes para trás de ti, nem te detenhas em toda esta planície; escapa-te lá para o monte, para que não pereças. Respondeu-lhes Ló: Ah, assim não, meu Senhor!” (Gn 19.17,18). Deus estava salvando a vida de Ló, mas ele estava reclamando.

IV – O CONTRASTE ENTRE AS ESCOLHAS DE LÓ E ABRAÃO

Os capítulos 13 e 19 de Gênesis relatam as tristes consequências do declínio espiritual e moral do sobrinho de Abraão que entrou em Sodoma rico e abastado (Gn 13.5,6; 19.30), e saiu pobre e miserável tendo que morar em uma caverna. Não é difícil visualizar o contraste entre esses dois homens, Abraão e Ló (WIERSBE, vol. 1, 2010, p. 120). Vejamos:

4.1 A terra e o lugar das escolhas de Abraão e Ló. Abraão estava a porta da sua tenda e Ló por sua vez, estava sentado a porta de uma cidade perversa (Gn 13.12; 19.1). Abraão era um peregrino e um estrangeiro apenas de passagem neste mundo. Ló havia, gradativamente, abandonado sua tenda e se assentado em Sodoma. Em vez de manter seu olhar fixo na cidade celestial como fez Abraão (Hb 11.8-10), Ló olhou para Sodoma e começou a andar pelas aparências (Gn 13.10-12). E, por fim, foi para dentro da cidade e se conformou alí (Gn 14.12) (WIERSBE, vol. 1, 2010, p. 120).

4.2 Ló sabia que a terra de Sodoma era má e mesmo assim voltou pra lá (Gn 13.10-12; 19.1). Ló começou a se aproximar cada vez mais da cidade, mesmo sabendo da sua pecaminosidade, maldade e perversidade (Gn 13.12-13). Na primeira vez em que Deus o salvou, ele era um prisioneiro de guerra (Gn 14.12,16). Ao se ver livre, ele voltou direto a Sodoma. Aquela experiência dolorosa deveria ter servido para adverti-lo. Deus precisou tomar Ló pela mão e arrastá-lo a força para fora de Sodoma. Primeiro, Ló demorou-se; depois, discutiu; e por último, implorou para que o deixassem seguir seu caminho (Gn 19.15-18).

4.3 Ló e a sua preferência por Sodoma. O lugar onde Ló se encontrava na porta da cidade indica que ele era um homem de uma certa autoridade e influência, uma vez que era ali que se realizavam os negócios (Gn 19.1; Rt 4.1). A razão de todo problema foi o coração de Ló que estava nas riquezas e realizações do mundo. “De acordo com 1 Coríntios 2.14 até 3.3, existem apenas três tipos de pessoa no mundo: a) as naturais (não salvas); b) as carnais (salvas, mas vivem no mundo e na carne); e, c) as espirituais (dedicadas a Deus). Encontramos esses três tipos em Gênesis 13: a natural são os homens de Sodoma; a carnal que é Ló, e a espiritual representada por Abraão” (WIERSBE, vol. 1, 2010, p. 94 – negrito nosso).

4.4 A mensagem de Deus a Abraão e a Ló. A mensagem de Deus para Abraão era uma mensagem de alegria: dentro de um ano, ele e Sara teriam o filho prometido (Gn 18.10). A mensagem para Ló, por outro lado, era assustadora: Deus iria destruir Sodoma e tudo o que havia na cidade (Gn 18.20,21). Sodoma tipifica o mundo e seus valores efêmeros (CABRAL, 200, p. 74)

4.5 Ló perdeu os valores éticos e morais (Gn 19.6-8). Ló estava disposto a sacrificar suas duas filhas virgens a luxúria daquela multidão (Gn 19.8), mas os anjos intervieram. Estranha-nos ver o que aconteceu com os valores pessoais e morais de Ló a ponto de oferecer as filhas para satisfazer a sensualidade carnal de um bando de homens pecadores. Abraão, pelo contrário, ofereceu o filho em sacrifício ao Senhor (WIERSBE, vol. 1, 2011, p. 121). Enquanto Ló “levantou os olhos…” (Gn 13.10-a), com Abrão foi o Senhor quem disse: “… levante agora os teus olhos” (Gn 13.14-b).

4.6 Ló perdeu a autoridade na família (Gn 19.14). Ló deixou-se envolver pela ambição e materialismo e com isto, perdeu o domínio e autoridade sobre sua mulher e sobre suas filhas que se corromperam. Por causa de seu apego as coisas do mundo, Ló não teve influência espiritual nem sobre sua cidade, nem sobre seu próprio lar. Suas filhas casadas com ímpios, e seus genros zombaram dele e recusaram-se a deixar a cidade (Gn 19.14). Até mesmo a esposa amava tanto Sodoma que precisou virar-se e olhar para a cidade uma última vez e por olhar para trás (Gn 19.26; Lc 17.32). As duas filhas solteiras fugiram da cidade com ele, mas acabaram numa caverna, embriagando o pai e cometendo incesto e deram a luz dois filhos, cujos descendentes seriam os grandes inimigos do povo judeu, os moabitas e os amonitas (Gn 19.37,38; Sf 2.9) (CABRAL, 2002, p. 58).

CONCLUSÃO

Concluímos a partir da vida de Ló, que nossas escolhas precisam estar debaixo do nosso livre arbítrio. Ló sofreu como resultado de sua escolha, e as consequências que enfrentou por sua escolhas foram: Guerra (Gn 14.11); sequestro (Gn 14.12); opressão e castigo por parte dos homens de Sodoma (2Pe 2.7-8); perda de toda a riqueza material (Gn 19.15-16,24-25); a morte de sua esposa (Gn 19.17,26); a vergonha do incesto com suas filhas (Gn 19.30-36). Todas estas coisas aconteceram apesar do fato de que o próprio Ló era um homem justo (2 Pe 2.7-8). Perdeu totalmente seu testemunho, ao passo que nem sua própria família aceitava um conselho seu, pois suas filhas aceitaram o padrão moral de Sodoma (Gn 19.14).

REFERÊNCIAS

  • ANDRADE, Claudionor Correa de. Dicionário Teológico. CPAD.
  • STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
  • CABRAL, Elienai. Abraão: as experiências de nosso pai na fé. CPAD.

Fonte: https://ieadpe.org.br/

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