Os milagres de Eliseu

        

1º Trim. 2013 – Lição 11revista EBD I 2013

Milagres de Eliseu

1. Abriu o rio Jordão (II Rs.2:14)

2. Sarou as águas de Jericó (II Rs.2:22-23)

3. 42 adolescentes despedaçados por duas ursas (II Rs. 23:24)

4. Providenciou água a três reis e seus exércitos (II Reis 3:15, 16, 20)

5. Aumentou o azeite da viúva de um dos filhos dos profetas (II Rs. 4:6,7)

6. Ressuscitou o filho da sunamita (II Rs. 4:19,35)

7. Tirou a morte da panela (II Rs.4:41)

8. A multiplicação dos pães (II Rs.4:42-44)

9. Curou Naamã da lepra (II Rs. 5:14)

10.Colocou lepra de Naamã em Geazi, seu auxiliar (II Rs.5:27)

11. Fez flutuar um machado (II Rs.6: 6,7)

12. Cegou o siros (II Rs. 6:18)

13. Devolveu-lhes a visão (II Rs.6:20)

14. Depois de morto ressuscitou um defunto (II Rs.13:21).

 

Os milagres de provisãoPães

1. A multiplicação dos pães

Esse é um milagre de provisão. Eram cem homens do grupo dos discípulos dos profetas e apenas vinte pães foram ofertados por um homem de Baal-Salisa (2 Rs 4.42-44). A lei da procura era maior do que a da oferta! O que fazer diante dessa situação? O profeta Eliseu não olha as evidências naturais, mas seguindo a direção de Deus profetiza que todos comeriam e ainda sobrariam pães! Como? Não havia lógica nenhuma nessa predição do profeta. Todavia, milagres não se explicam, são aceitos pela fé! Muito tempo depois encontramos o Novo Testamento detalhando como Jesus Cristo operou um milagre com a mesma dinâmica, todavia com maior proporção (Jo 6.9). Nas duas histórias a graça de Deus em prover o imprescindível para os necessitados fica em evidência.

“Quando compartilhamos o que temos”, observa William MacDonald, “e deixamos as consequências nas mãos de Deus, ele provê as nossas necessidades, bem como às dos outros, e pode até haver sobra” (Pv 11.24,25).2

2. Abundância de víveres

Jorão, filho se Acabe, estava assentado no trono do Reino do Norte e a exemplo do pai envolvido em idolatria e apostasia (2 Rs 6.24 — 7.120). A consequência de suas ações pecaminosas foi o cerco à cidade de Samaria promovida por Ben-Adade II. Com a cidade sitiada, o resultado natural foi a escassez de alimentos. Vendia-se desde cabeça de jumento até mesmo esterco de pombo na tentativa de amenizar a fome. Pressionado pela crise, o rei procurou o profeta Eliseu e o responsabilizou pela tragédia. Sempre o Diabo querendo culpar Deus pelas mazelas que ele induziu os homens a praticarem! Mais uma vez Deus comprova a sua graça e orienta Eliseu a profetizar o fim da fome! Como nos outros milagres, esse tem seu cumprimento de forma inteiramente sobrenatural.

Os milagres de restituiçãoprovisão Eliseu

1. A ressurreição do filho da sunamita

Mesmo tendo deixado o filho morto em casa, essa rica mulher de Suném demonstra uma fé inabalável (2 Rs 4.8-37). Quando a caminho e interrogada por Geazi, moço de Eliseu, sobre como iam as coisas, ela respondeu: “Tudo bem!” Nada está fora de controle quando Deus está no comando. Para o Comentário Bíblico Vida Nova, “a ação da mulher em colocar a criança morta na cama de Eliseu e ir rapidamente buscá-lo sugere que ela possuía fé suficiente de que ele seria capaz de ressuscitar a criança. A volta da criança à vida e o reencontro dela com a sua mãe são contados de modo simples e comovente. Por intermédio do homem de Deus, mais uma vez o Senhor tinha manifestado o seu poder sobre a vida e a morte”.3 A sequência da história mostra o profeta Eliseu orando ao Senhor sobre o corpo inerte do garoto (2 Rs 4.33). O relato é dramático e desafia a lógica humana. Os gestos do profeta parecem não ter sentido, mas sem dúvida são de orientação divina (2 Rs 4.34,35). Deus não deve explicações a ninguém sobre a forma como Ele quer operar milagres! O Senhor responde à oração do profeta e a vida volta novamente ao filho da sunamita (2 Rs 4.35-37).

2. O machado que flutuou

Um dos discípulos dos profetas perdera a ferramenta que havia tomado emprestado (2 Rs 6.1-7). Naqueles dias os instrumentos feitos de ferro eram escassos e valiosos. Daí seu desespero quando perdeu aquele objeto. Duas coisas observamos nesse texto: primeiramente a motivação do milagre que está expressa no lamento daquele que perdera o machado. O que nos faz lamentar? A nossa motivação está correta? Em segundo lugar, vemos o profeta procurando identificar o local onde a ferramenta havia caído ou se perdido. O Senhor está pronto a restituir ou restaurar quem perdeu alguma coisa desde que se tome consciência disso. E também o porquê dela ter sido perdida! Às vezes a falta de reconhecimento por parte de alguns que perderam alguma coisa, como por exemplo, a comunhão com Deus pesa mais do que o machado que Eliseu fez flutuar.

Os milagres de restauração

1. A cura de Naamã

Aqui algumas coisas nos chamam a atenção no relato desse milagre (2 Rs 5.1-19). Em primeiro lugar, observamos que o general sírio fica indignado quando o profeta não age da forma que ele imaginou (2 Rs 5.11). Deus não faz shows, nem tampouco opera para satisfazer nossa curiosidade. Em segundo lugar, observamos que Deus não estava interessado na análise lógica de Naamã (2 Rs 5.11,12), mas apenas em sua obediência. Em terceiro lugar, Naamã recebe a cura quando desce do cavalo (2 Rs 5.14). Não há quem goste de descer, todos gostam de subir. Todavia Abigail para salvar seu casamento, teve que descer do jumento (1 Sm 25.23)! Ninguém será restaurado se não descer! Naamã desceu e foi curado. Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes (Tg 4.6). Em quarto lugar, Naamã tentou recompensar o profeta pelo milagre recebido (2 Rs 5.15,16). Eliseu recusou! A graça não aceita pagamento por aquilo que faz.

2. As águas de Jericó

O texto de 2 Reis 2.19-22, narra a história das águas amargas de Jericó que se tornaram saudáveis através da ação do profeta Eliseu. Aqui Eliseu pede um prato novo, termos traduzidos do hebraico, jarra, tigela e chadash, significando; novo, recente, fresco; também pede que se ponha nesse recipiente sal. Feito isso ele profetiza que aquelas águas se tornariam saudáveis segundo a palavra do Senhor. Essas exigências do profeta possuíam um valor simbólico, visto que o sal representa um elemento purificador (Lv 2.13; Mt 5.13) enquanto o prato novo seria um instrumento de dedicação especial ou exclusiva para aquele momento. Em todo caso, foi o poder de Deus quem purificou as águas e não o poder em si desses objetos e ingredientes.

Os milagres de julgamento

1. Maldição dos rapazinhos

No relato desse milagre Eliseu invoca um julgamento sobre alguns jovens zombadores (2 Rs 2.23-25). O efeito desse julgamento foi o aparecimento de dois animais selvagens que atacaram aqueles jovens. A

lição que fica é que não se pode brincar com as coisas sagradas e muito menos ficar impune quem escarnece de um fiel servo de Deus.4

2. A doença de Geazios milagres de eliseu (15)

Nesse relato de 2 Reis 5.19-27, observamos as razões pelas quais Geazi foi julgado. O moço Geazi viu apenas uma ação humana quando deveria ver uma ação divina (2 Rs 5.20). Ele achava que a recusa de Eliseu era apenas uma questão pessoal do profeta, quando na verdade não era. Geazi também trocou a verdade pela mentira (2 Rs 5.22). Usou o nome do profeta de Deus para validar sua cobiça. Ele procurou tomar aceitável o que Deus havia recusado (2 Rs 5.22). Deus não vende suas bênçãos, Ele as oferece gratuitamente. Geazi trocou o arrependimento pelo fingimento (2 Rs 5.25). Fez de conta que não havia acontecido nada. Ele trocou a bênção pela maldição (2 Rs 5.27). Como consequência, passou a conviver com a lepra pelo resto da sua vida!

O julgamento de Geazi nos mostra que Ministros ficam doentes, Ministérios também! Aprendemos com ele que:

a) Não devemos edificar sobre aquilo que Deus já refugou — “Voltou ao homem de Deus, ele e toda a sua comitiva; veio, pôs-se diante dele e disse: Eis que, agora, reconheço que em toda a terra não há Deus, senão em Israel; agora, pois, te peço aceites um presente do teu servo. Porém, ele disse: Tão certo como vive o Senhor, em cuja presença estou, não o aceitarei. Instou com ele para que o aceitasse, mas ele recusou” (2 Rs 5.15,16).

Geazi, moço de Eliseu, tenta obter ganho pessoal naquilo que o profeta já havia rejeitado. A recusa de Eliseu era a recusa de Deus! Ele queria obter ganho naquilo que o Senhor já havia considerado como perda. Onde Deus havia proibido que houvesse vantagem pessoal, Geazi tenta obtê-la.

Não tenho dúvidas de que muitos ministérios estão ficando doentes porque estão sendo edificados sobre refugos divinos. Na maioria são teologias recicladas. Não são fundamentadas na autêntica Palavra de Deus. Isso pode ser visto no próprio campo da teologia bíblica. Foi assim com a Teologia da Prosperidade; com a Teologia do Domínio; com a Teologia Ariana; com a Teologia Unicista; com a Teologia Relacional etc. Esses modelos teológicos em sua maioria são reciclagens de antigas heresias ou crenças heterodoxas. O certo é que não podemos edificar sobre aquilo que a própria Palavra de Deus e a história da igreja já mostraram que são refugos teológicos.

b) Não podemos sacralizar aquilo que é profano — ‘Geazi, o moço de Eliseu, homem de Deus, disse consigo: Eis que meu senhor impediu a este siro Naamã que da sua mão se lhe desse alguma coisa do que trazia; porém, tão certo como vive o Senhor, hei de correr atrás dele e receberei dele alguma coisa” (2 Rs 5.20).5 Geazi invocou o nome santo do Senhor (tão certo como vive o Senhor) para validar uma ação errada! Ele procurou santificar o pecado, quando diz que essa sua ação desastrosa será feita em nome do Senhor!

Não podemos invocar o nome do Senhor sobre coisa alguma que não esteja de acordo com a sua Palavra. O pecado jamais pode ser santificado nem tampouco aquilo que é pagão pode ser cristianizado.

Na história da igreja vimos isso acontecer. Primeiramente quando Constantino, imperador convertido à fé cristã, cristianiza muitas práticas pagãs. O mesmo ocorre quando Tomás de Aquino cristianizou os ensinos do filósofo grego Aristóteles. Mais recentemente temos os teólogos da prosperidade tentando, a todo custo, cristianizar os ensinos da Ciência Cristã. Aquilo que é pecado não pode ser santificado, mesmo que se invoque sobre ele alguma doutrina bíblica.

c) Não podemos relativizar absolutos — “Ele respondeu: Tudo vai bem; meu Senhor me mandou dizer: Eis que, agora mesmo, vieram a mim dois jovens, dentre os discípulos dos profetas da região montanhosa de Efraim; dá-lhes, pois, um talento de prata e duas vestes festivais” (2 Rs 5.22).

O profeta Eliseu jamais havia mandado dizer tal coisa. Geazi mentiu! Quando tentou aproveitar o que Deus havia refugado, Geazi agora deu um outro passo — tornou relativo aquilo que era absoluto. Criou uma mentira e passou a acreditar nela. Quando se

faz concessão onde não pode haver nenhuma, passa-se a adotar comportamentos relativistas.

d) Não podemos substituir organismo por organização — “Perguntou-lhe Eliseu: Donde vens, Geazi? Respondeu ele: Teu servo não foi a parte alguma. Porém ele lhe disse: Porventura, não fui contigo em espírito quando aquele homem voltou do seu carro, a encontrar-te?” (2 Rs 5.25,26).

O que se percebe é que Geazi se comportou diante desse incidente como quem vivia apenas para uma organização — a Escola dos Profetas, e não para o Deus vivo. Geazi esquecera do lado espiritual do seu ministério, isto é, a instituição profética como um organismo divino, para servir apenas a Escola de Profetas, enquanto instituição humana. Esquecer que não há organização sem organismo; forma sem função e muito menos preceitos sem princípios.

e) Não devemos trocar o “ser” pelo “ter”, a vocação pela carreira — “Era isto ocasião para tomares prata e para tomares vestes, olivais e vinhas, ovelhas e bois, servos e servas? Portanto, a lepra de Naamã se pegará a ti e à tua descendência para sempre. Então, saiu de diante dele leproso, branco como a neve” (2 Rs 5.26,27).

Geazi foi à procura de Naamã em busca de “alguma coisa” e terminou sem “coisa alguma”. Foi em busca de valores materiais, mas perdeu os espirituais. É um perigo quando alguém troca o “ser” pelo “ter”. Quando transforma a vocação em carreira. Quando o ministério deixa de ser um projeto divino para se transformar em algo meramente humano.

Os milagres operados pelo profeta Eliseu são uma clara demonstração do poder de Deus. Todos tiveram um propósito específico de demonstrar a graça de Deus e sua glória nas mais diferentes situações. Em nenhum momento essas intervenções sobrenaturais exaltam as virtudes pessoais de um homem nem tampouco deixam transparecer que se tratava de algo que o profeta conseguia manipular através do domínio de alguma técnica. Eram ações inteiramente imprevisíveis e não repetitivas,o que deixa claro que em todas elas estava a unção de Deus.

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